Governo de SP mentiu ao dizer que voltou atrás nos aumentos de ICMS para o agro, diz Fiesp

Publicado em 27/01/2021 11:40 e atualizado em 27/01/2021 14:10
André Rebelo - Assessor de Assuntos Estratégicos da FIESP
Produtos como carnes, leite e derivados e até insumos produzidos em SP e comercializados para fora do estado seguem tributados. Entenda os impactos para o consumidor

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Entrevista com André Rebelo - Assessor de Assuntos Estratégicos da FIESP sobre a Revisão do Aumento do ICMS

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​O governo do estado de São Paulo, após pressão de setores produtivos do agronegócio, revisou algumas das alíquotas do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) que teriam uma revisão altista neste ano. No entanto, alguns produtos relacionados com a cesta de alimentos ainda ficaram de fora e provocam impactos diversos para o estado.

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) fez um levantamento completo sobre o tema (veja o estudo no final do texto). André Rebelo, assessor de assuntos estratégicos da FIESP, concedeu entrevista ao Notícias Agrícolas para falar sobre o assunto.

“O governo anunciou que iria voltar atrás, mas não voltou. Ele mentiu. Fez entender que iria voltar atrás de tudo e não voltou, boa parte do que voltou atrás vai valer a partir de 1º de abril... No caso do leite, por exemplo, ele voltou atrás e vai passar a vigorar em 1º de abril, mas de 15 de janeiro até abril vai ser cobrado esse aumento de tributação”, destaca Rebelo.

Além disso, segundo o assessor da FIESP, apesar de decisão no leite, houve sim uma majoração para os derivados do produto. Ou seja, a ação seguirá impactando o setor produtivo e também o consumidor. No caso do setor de carnes, houve a decisão inicial de um aumento de até 7,9%, mas depois houve a revisão para cerca de 6% também a partir de abril.

“Além de encarecer o custo do produto para o consumidor final, ele está dificultando a concorrência dos menores, pois está aumentando a tributação do Simples. Os açougues que não pertencem às redes, que não são de supermercados, vão acabar pagando mais impostos”, disse o assessor da FIESP para o Notícias Agrícolas.

Leia mais:
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Já sobre os insumos agrícolas, a decisão do governo do estado de São Paulo foi de voltar atrás para as vendas a nível estadual, mas empresas que vendiam para outros estados tiveram a manutenção da elevação da alíquota e isso pode impactar a competitividade.

Diante de todo esse cenário, a FIESP entrou na justiça sobre as atualizações do ICMS porque há o entendimento que os preceitos constitucionais não foram respeitados na decisão do governo do estado. A federação também ainda tenta negociar com o governo cada caso, mas há uma inflexibilidade no diálogo entre as partes.

“O governo decidiu promover esse aumento de impostos em um momento complemente errado, pois estamos passando por uma pandemia o cenário está se agravando dadas as dificuldades da vacinação. O governo aumenta os impostos, prejudica o consumidor, prejudica o produtor, tira a competitividade do produto feito aqui no estado e prejudica o pequeno varejo”, pontua Rebelo.

Veja o estudo completo da FIESP:

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Por:
Aleksander Horta e Jhonatas Simião
Fonte:
Notícias Agrícolas

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2 comentários

  • nelson jose camolesi bauru - SP

    Está incompleta a manifestação da Fiesp no que se refere ao favorecimento de grandes comerciantes em detrimento dos pequenos. O que houve foi a alteração de benefícios fiscais em níveis diferenciados para optantes e não optantes do Simples Nacional. Nos produtos passíveis de Crédito Outorgado, como a carne por exemplo, o aumento para os não optantes foi de 0% (conta gráfica) para 1,4%, mas para os optantes a tributação foi de 0% para 5,6%.... Como resultado prático desta diferença só vejo duas situações: O optante vai quebrar ou vai sonegar.... Onde está a lógica deste raciocínio???. Mesmo que os não optantes absorvam todas as vendas só vão pagar 1,4% porque cobrar então 5,6% dos optantes???. Será que a FIESP não consegue publicar isso???. Não percebeu ou não quer publicar? Fica aqui o meu protesto contra aqueles que até hoje, quase 60 dias após a publicação do decreto, permanecem imóveis.

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  • Aloísio Brito Unaí - MG

    Nós merecemos isso???!!! Quando eu vejo aqui que ainda temos comentários de pessoas que apoiam esse tipo de político (Doria), eu vejo que, nesse País, o domínio das máfias de grupos políticos e das instituições públicas continuam sem uma rebelião significativa das classes mais esclarecidas... Quando digo que o apoio ao presidente Jair Bolsonaro e sua equipe vai além de picuinhas idiotas, as pessoas dizem que é radical apoiar em massa o nosso presidente que veio com atitudes e manifestos de ordem contra esses mafiosos, mas as pessoas continuam se apegando a coisas idiotas e insignificantes para nossa sociedade. Manifestação zero quando precisamos do povo nas ruas contra esses bandidos. Povo Fraco, País fraco e dominado por bandidos! É assim é acabou. Essa é minha definição como o povo conduz a supervisão da administração pública brasileira. Quero ver o tratorado agora?! Quero ver os caminhoneiros fazerem greve definindo contra quem estão se manifestando. Quero ver se definem realmente contra quem estão se revelando. Deveriam colocar o nome de políticos como Rodrigo Maia e João Doria. Isso é muito importante para nós, brasileiros.

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