Com aval de NY, Ibovespa sobe quase 2% puxado por salto de mais de 6% de Vale

Por Paula Arend Laier
SÃO PAULO (Reuters) - O Ibovespa subiu quase 2% nesta segunda-feira e fechou acima dos 117 mil pontos pela primeira vez desde 19 de fevereiro, puxado pela disparada de Vale após anúncio de recompra de ações e endossado por máximas em Wall Street em meio a perspectivas otimistas para a economia norte-americana.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa encerrou em alta de 1,97%, a 117.518,44 pontos. O volume financeiro da sessão somou 25,9 bilhões de reais.
As bolsas em Nova York começaram a semana com novos recordes para o S&P 500 e para o Dow Jones, após dados do mercado de trabalho e do setor de serviços nos Estados Unidos alimentarem expectativas de que o país pode ter em 2021 o melhor crescimento econômico anual em quase quatro décadas.
O Departamento do Trabalho norte-americano divulgou na sexta-feira que foram criados 916 mil postos de trabalho em março, em termos líquidos e fora do setor agrícola, acelerando o ritmo de contratações em relação a fevereiro (468 mil) e superando as expectativas (647 mil vagas).
Nesta segunda-feira, o índice de atividade do setor de serviços divulgado pelo Instituto de Gestão do Fornecimento (ISM, na sigla em inglês) se recuperou para uma leitura de 63,7 no mês passado - máxima histórica da pesquisa e depois de uma marca de 55,3 em fevereiro.
Na visão do chefe de renda variável da Speed Invest, Caio Rodrigues, principalmente os números sobre a criação de vagas de trabalho dos EUA mostraram que aquela economia está bem mais aquecida do que economistas esperavam, o que está sendo visto com "ótimos olhos".
"O mercado está bem forte lá fora, e isso está puxando também o mercado brasileiro."
DESTAQUES
- VALE ON disparou 6,16%, para nova máxima de fechamento de 103,39 reais. O conselho da mineradora aprovou na quinta-feira um programa de recompra de até 270 milhões de ações, que representam até 5,3% do número total em circulação. E o Ministério Público Federal decidiu arquivar um requerimento do empresário israelense Benjamin Steinmetz, que acusava executivos da empresa de práticas ilícitas ligadas ao projeto minerário de Simandou, na Guiné.
- ITAÚ UNIBANCO PN e BRADESCO PN avançaram 1,29% e 0,92%, respectivamente, beneficiados pelo clima generalizado de maior apetite a risco. Já BANCO DO BRASIL cedeu 0,13%, após renúncia de membros do conselho de administração, incluindo o presidente do colegiado. O presidente Jair Bolsonaro nomeou na semana passada Fausto de Andrade Ribeiro como novo presidente do BB.
- PETROBRAS PN fechou com acréscimo de 0,63%, em sessão marcada por queda dos preços do petróleo no exterior, com o Brent caindo mais de 4%. A companhia anunciou nesta segunda-feira que os seus preços para venda de gás natural a distribuidoras terão salto de 39% a partir de 1° de maio, quando aplicará reajuste trimestral previsto em contrato.
- YDUQS ON e COGNA ON subiram 8,67% e 5,99%, respectivamente, encontrando suportes no clima mais favorável na bolsa, além de expectativas ligadas à vacinação no país. Os papéis acumulam queda de cerca de 12% no ano, contra declínio ao redor de 1% do Ibovespa. A expectativa de reabertura da economia tem beneficiado papéis, assim como CVC, que encerrou com alta de 5,4%.
- CEMIG PN caiu 2,04%, em meio a ajustes, após subir quase 9% em março, na esteira de resultado trimestral e anúncio de que espera concluir a venda de sua participação na transmissora de energia elétrica Taesa ainda neste ano. A elétrica estatal estimou avaliou na semana passada que o resultado de 2021 deve ser apoiado por acordo fechado com o governo ano passado sobre o chamado "risco hidrológico".
- QUALICORP ON cedeu 1,28%, terceiro pregão seguido de perda após divulgação do resultado trimestral conhecido na semana passada, que mostrou queda em receitas, desempenho operacional e margens.
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