Soja intensifica perdas em Chicago, testa limite de baixa e foca clima e queda dos derivados

Os grãos vêm intensificando suas baixas na Bolsa de Chicago nesta terça-feira (6), tendo ambos já testado seus limites de baixa, sendo 40 pontos para o milho e 100 pontos para a soja. Perto de 13h40 (horário de Brasília), as cotações da oleaginosa perdiam entre 93 e 95 pontos, com o julho valendo US$ 13,58 e o novembro, US$ 13,03 por bushel.
"O motivo da queda é o clima mais benbéfico para os próximos dez dias nos EUA. Modelo americano mostra queda das temperaturas e bons volumes de chuvas", explica a Agrinvest Commodities.
Os mapas do NOAA, o serviço oficial de clima dos EUA, mostram as condições esperadas para os próximos 6 a 10 dias, com temperaturas mais amenas e chuvas melhores para o oeste do país.
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Temperaturas mais amenas esperadas para 11 a 15 de julho - Fonte: NOAA
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Previsão de chuvas nos EUA para 11 a 15 de julho - Fonte: NOAA
Como explica Ginaldo de Sousa, diretor do Grupo Labhoro, o clima é o principal viés a ser monitorado neste momento e, "como as nuvens mudam de lugar, muita volatilidade nos preços ocorre". Sousa complementa dizendo que "o fim de semana prolongado foi quente e seco na parte oeste do Meio-Oeste e nas Planícies do norte, porém, ontem a noite um sistema inesperado trouxe chuvas para as Dakotas e agora esperam que nos próximos 10 dias esta área mais prejudicada receba até 64 mm de chuvas".
Além da questão climática, o mercado de biocombustíveis nos EUA e a possibilidade de uma redução do mandatório norte-americano também pesam sobre o mercado. Também perto de 13h40, os futuros do óleo de soja na Bolsa de Chicago recuavam mais de 5% e os de farelo mais de 6%.
Recentemente, a Suprema Corte dos Estados Unidos deu decisão favorável às pequenas refinarias ao retirar a obrigatoriedade da mistura nos biocombustíveis. "Essa decisão já está no mercado há duas semanas, entretanto, ainda não foi acatada pela Agência de Proteção Ambiental (EPA, na sigla em inglês), que é quem coordena a programa de biocombustíveis no país", explicam os analistas de mercado da Agrinvest Commodities.
A decisão final ainda depende de vários fatores, incluindo a sanção do presidente americano Joe Biden, que está bastante pressionado entre as refinarias, sua agenda ambiental, e agora a decisão judicial.
"Há uma pressão sobre Biden para que ele traga essa redução, o que ainda não está valendo, tanto que o USDA ainda coloca grande utilização de óleo de soja para a produção de biodiesel dentro do território norte-americano", complementa a consultoria.
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