IPCA tem maior alta para agosto em 21 anos e taxa dispara para perto de 10% em 12 meses
![]()
Os pacotes pesaram com força no bolso do consumidor e levaram o oficial brasileiro a maior alta para um mês de agosto em 21 anos, com a taxa em 12 meses se aproximando de 10% , em um momento de apreensão com a alta dos preços no país.
Em agosto, a alta do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi de 0,87%, depois de subir 0,96% no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira.
Apesar do enfraquecimento, foi a taxa mais elevada para o mês desde 2000 (+ 1,31%), e ficou bem acima da expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,71%.
O dado levou a taxa acumulada em 12 meses até agosto a 9,68%, de 8,99% no mês anterior, disparando bem acima do teto da meta oficial para este ano - Informação de 3,75%, com margem de 1 , 5 ponto percentual para mais ou menos.
A expectativa para o IPCA em 12 meses era alta de 9,50%.
“Trocamos uma taxa baixa e com isso (o IPCA em 12 meses) chegou a perto de 10%. É a maior taxa desde fevereiro de 2016 (10,36%) ”, disse o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida. "Vamos ver os próximos meses se é um movimento contínuo de alta", acrescentou.
“São vários fatores que influenciam a aceleração da informação: questões cambiais, crise hídrica, dólar que afeta as importações de produtos e insumos", disse.
O maior vilão no orçamento das famílias foi a gasolina, com alta de 2,80%. Etanol subiu 4,50%, gás veicular teve alta de 2,06% e óleo diesel, de 1,79%. Os como combustíveis um todo subiram 2,96%.
No ano, a gasolina acumula alta de 31,09%, o etanol de 40,75% e o diesel de 28,02%, segundo os dados do IBGE.
Com isso, o grupo Transportes registrou a maior variação em agosto de 1,46%, embora a taxa tenha enfraquecido de 1,52% em julho.
“O preço da gasolina é influenciado pelos reajustes divulgados nas refinarias de acordo com a política de preços da Petrobras. O dólar, os preços no mercado internacional e o encarecimento dos biocombustíveis são fatores que influenciam os custos, o que acaba sendo repassado ao consumidor final ", explicou Almeida.
Já o grupo Alimentação e bebidas acelerou com força a alta em agosto a 1,39% de 0,60% em julho. A alimentação no domicílio passou de 0,78% para 1,63%, afetada principalmente pelas altas da batata-inglesa (19,91%), café moído (7,51%), frango em pedaços (4,47%), frutas (3,90%) e carnes (0,63%).
Já a energia elétrica subiu 1,10% depois do salto de 7,88% em julho, levando o grupo Habitação a enfraquecer a alta a 0,68% em agosto de taxa de 3,10% no mês anterior.
A informação de serviços, grupo mais afetado pelas medidas de restrição durante a pandemia, teve alta de 0,39% em agosto depois de subir 0,67% em julho, em meio à reabertura da economia e maior demanda. O resultado mais fraco se deu devido à queda de 10,69% das passagens aéreas, depois de disparada de 35,22% em julho.
O BC vem intensificando o aperto monetário sob pressão inflacionária, elevando a Selic a 5,25%. A autoridade monetária volta a se reunir em 21 e 22 de setembro.
Na véspera, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, afirmou que a autarquia tem autonomia e vai agir de maneira independente com os instrumentos que tem a disposição para controlar a informação.
Para os economistas consultados semanalmente pelo BC na pesquisa Focus, a informe deve terminar este ano a 7,58% no acumulado em 12 meses, com a taxa básica de juros estimada a 7,63% na mediana das projeções.
0 comentário
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde
Dólar se firma em baixa ante o real após Bolsonaro cancelar entrevista
Indonésia prevê a assinatura de um acordo tarifário com os EUA em janeiro e afirma que todas as questões foram resolvidas
Confiança do consumidor dos EUA se deteriora em dezembro
Wall St tem pouca movimentação com alta de rendimentos de títulos após dados do PIB