Dólar dispara e açúcar cai mais de 1% nas bolsas de NY e Londres nesta 2ª feira
As cotações futuras do açúcar encerraram esta segunda-feira (24) com queda expressiva nas bolsas de Nova York e Londres. O mercado teve pressão do câmbio, além de ainda acompanhar perspectivas positivas para a safra indiana 2022/23.
O mercado norte-americano, inclusive, testou os menores níveis em duas semanas.
O vencimento mais negociado do açúcar bruto na Bolsa de Nova York teve queda de 1,36%, cotado a 18,13 cents/lb, com máxima de 18,37 cents/lb e mínima de 18,10 cents/lb. Em Londres, o primeiro contrato baixou 1,28% no dia, a US$ 526,20 a tonelada.
O dólar subia mais de 2% ante o dólar nesta tarde de segunda-feira em meio às expectativas de que o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, possa desacelerar o ritmo de aumento da taxa de juros norte-americana.
Uma moeda estrangeira mais valorizada tende a encorajar as exportações das commodities e pesa sobre os preços externos, o que acontece com o adoçante.
A Associação Indiana de Usinas de Açúcar anunciou no início desta semana que prevê que a produção de açúcar da Índia em 2022/23 aumentará 2%, para 36,5 milhões de toneladas neste ciclo que começa nesta mês, com alta de 5% na área.
A Índia é o segundo maior exportador de açúcar do mundo. Apesar disso, há atenção para um possível anúncio nos próximos dias pelo país de novas cotas de exportação. No cenário global, um excedente na produção também está no radar.
"Revendedores disseram que o mercado continua pressionado pelo potencial de um superávit global substancial na temporada 2022/23, em parte por causa de um aumento esperado na produção brasileira", destacou a agência de notícias Reuters.
Por outro lado, o mercado ainda monitora as informações climáticas no Centro-Sul do Brasil, com melhores perspectivas para a safra do ano que vem, apesar de algum impacto das chuvas na finalização da moagem do ciclo atual.
MERCADO INTERNO
Os preços do açúcar têm avançado nos últimos dias no Brasil. O Cepea vê esse movimento acompanhando uma demanda mais aquecida para os tipos do cristal Icumsa até 180, além da menor produção do adoçante na última quinzena.
No último dia de negociação, o Indicador CEPEA/ESALQ do açúcar, cor Icumsa de 130 a 180, mercado paulista, teve alta de 0,14%, negociado a R$ 128,46 a saca de 50 kg.
Já nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, o açúcar ficou cotado a R$ 140,50 a saca - estável, segundo dados da consultoria Datagro. O açúcar VHP, em Santos (SP), tinha no último dia de apuração o preço FOB a US$ 19,88 c/lb e desvalorização de 0,05%.
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