Indicados do Fed dizem que foco é vencer inflação
![]()
Por Howard Schneider e Ann Saphir
WASHINGTON (Reuters) - Duas autoridades de política monetária do Federal Reserve e um economista indicado para se juntar a eles no conselho do Fed, sediado em Washington, disseram nesta terça-feira que seu foco está em reduzir a inflação excessivamente alta para que a economia dos EUA possa retomar um crescimento sustentável.
A inflação "começou a diminuir", mas o Fed continuará focado em retorná-la para a meta de 2%, disse o diretor e indicado a vice-chair, Philip Jefferson, em depoimento preparado para sua audiência de confirmação nesta quarta-feira, diante do Comitê Bancário do Senado.
"A economia passa por vários desafios, como inflação, estresse do setor bancário e instabilidade geopolítica. O Federal Reserve precisa continuar atento a todos eles", disse Jefferson, em seus breves comentários. "A inflação começou a diminuir e continuo focado em retorná-la para nossa meta de 2%."
A diretora do Fed, Lisa Cook, renomeada para um novo mandato de 14 anos quando o atual terminar, em janeiro, adotou um tom mais severo, classificando o momento atual como "crítico" para a economia norte-americana, observando que "será essencial que o Fomc (Comitê Federal de Mercado Aberto) aja da maneira necessária" para reduzir a inflação.
“Como disse ao comitê ano passado, a alta inflação é uma grave ameaça à sustentação da expansão da economia americana”, disse Cook, acrescentando que “se confirmada, continuarei focada na inflação até que o nosso trabalho esteja completo”.
Cook e Jefferson juntaram-se à votação unânime do Fed semana passada para manter a taxa básica de juros estável na faixa de 5% a 5,25%, uma decisão que, segundo Jefferson havia dito anteriormente, não deveria ser tomada como uma sinalização de que a campanha de aumento de juros havia terminado, mas como uma pausa para permitir que os formuladores de política vissem mais dados antes de decidir sobre a extensão de firmes políticas adicionais.
Ele não repetiu esses comentários em depoimento preparado. Nem ele e nem Cook disseram alguma coisa sobre o quanto o Fed ainda precisará aumentar a taxa de juros para reduzir a inflação, agora em um patamar mais do que duas vezes superior à meta do Fed.
Como um grupo, os responsáveis pela política do Fed sinalizaram semana passada que mais dois aumentos da taxa de juros são prováveis até o fim do ano.
O Comitê Bancário do Senado também publicou na terça-feira comentários preparados da indicada ao conselho do Fed, Adriana Kugler, que disse que levar a inflação à meta de 2% do banco central é chave para construir uma fundação forte para a economia norte-americana.
“Minha experiência pessoal e profissional guia meu entendimento de que a inflação alta machuca tanto trabalhadores quanto negócios, e eu acredito que é importante reduzir a inflação à meta de 2% do Fed, para estabelecer uma forte fundação para a construção de uma economia que apoia todos os norte-americanos”, disse Kugler, em comentários preparados, antes da sua confirmação.
Kugler, uma economista trabalhista que atualmente é a representante dos EUA no Banco Mundial, seria a primeira latina no Conselho de Diretores do Fed, atendendo a antigas reclamações do senador Bob Menendez, um influente democrata que criticou a histórica ausência de hispânicos na liderança do banco central dos EUA. Menendez faz parte do Comitê Bancário do Senado.
(Reportagem de Howard Schneider em Washington, Michael S. Derby e Dan Burns em Nova York e Ann Saphir em Berkeley, Califórnia)
0 comentário
Ibovespa fecha em alta e retorna aos 160 mil pontos com política e inflação no radar
Brasil vive pior crise institucional desde a democratização e 2026 ainda não deve trazer mudança profunda
Dólar tem baixa firme ante o real com cancelamento de entrevista de Bolsonaro
Taxas dos DIs fecham com baixas leves em reação positiva após Bolsonaro cancelar entrevista
STF autoriza cirurgia de Bolsonaro no dia 25 de dezembro
Ações europeias fecham em nova máxima recorde com impulso de Novo Nordisk a setor de saúde