Feijão Caupi em Rondônia
O feijão caupi em Rondônia tem sua origem com a imigração nordestina, que incorporou a mão-de-obra, inicialmente da extração de borracha e, posteriormente, do garimpo. Esta imigração trouxe consigo parte dos costumes e da culinária nordestina, que tem o caupi como um de seus principais ingredientes.
Atualmente, a produção de caupi no Estado de Rondônia não tem números muito significativos. A atividade hoje está concentrada em poucas centenas de produtores e fortemente associada à agricultura familiar. Estes agricultores situam-se em sua maioria, às margens do rio Madeira, o que dá uma aspecto de singularidade a essa cultura em Rondônia. São diversas comunidades que vivem as margens do Madeira Dentre essas, a maior é a comunidade do Cujubim, formada por 1455 habitantes, reunidos em 453 famílias, que residem em 15 localidade ao longo do lago do Cujubim, situa-se à margem direita do Rio Madeira, a 35 km de Porto Velho, em Rondônia. A população local constitui-se principalmente de ribeirinhos, os quais têm na pesca, na produção de farinha e no extrativismo a sua principal fonte de renda. A agricultura de subsistência é praticada como atividade complementar pela maioria dos moradores da comunidade, sendo o caupi (Vigna unguiculata L.) e a melancia (Citrullus lanatus) algumas das principais culturas. Durante seis meses, por ano, o nível das águas do Rio Madeira, baixa, trazendo à tona uma grande extensão de terras, as quais têm por característica a alta fertilidade, umidade constantemente próxima à capacidade de campo e isenção de propágulos de plantas daninhas. Também, numa menor proporção, o plantio é realizado na faixa acima do leito, próximo às margens do rio. O uso agrícola dessas áreas dispensa o uso de adubação, irrigação e aplicação de herbicidas, o que favorece ao cultivo orgânico de caupi e melancia, a um custo de produção consideravelmente baixo. Segundo a Secretaria de Agricultura de Rondônia (SEAGRI), a área plantada tem variado entre 50 e 300 ha/ano, em função da disponibilidade das “praias” às margens do Madeira bem como, do preço alcançado pelo produto em cada safra. As áreas de produção atingem entre 0,5 e um ha por família, característica da agricultura de subsistência. Em alguns casos, os produtores associam-se e fazem plantio conjunto, manejando e dividindo os esforços do trabalho e da colheita. A produtividade varia entre 500 e 1200 kg/ha, estando em função do tipo de cultivar usada e das características do solo a cada baixa do rio.
Até recentemente, a semente plantada pelos produtores vinha de aquisições em feiras-livres ou de misturas de plantios anteriores, o que gerava grande desuniformidade de colheita e produção. Desde 2004 a MNC 00-553d-8-1-2-3 (atualmente com o nome da cultivar BRS Novaera). Embrapa Rondônia vêm, junto com essas comunidades ribeirinhas, promovendo a avaliação de cultivares mais adaptadas para as condições do Estado. Nesses resultados, alguns materiais se destacaram e tem sido adotados pelos pequenos produtores. São eles: BRS- Guariba, BRS- Patativa,
Os plantios são realizados com matraca ou, na maioria das vezes, apenas com um pedaço de madeira, com a ponta afilada (como um grande lápis) que é fincado no solo a espaços regulares de 0,5m x 0,8m. Em cada cova, com profundidade média de 5 cm, os produtores colocam de três a cinco sementes que são cobertas com uma camada fina de solo.
O plantio é normalmente realizado entre os meses de junho e agosto, embora o rio Madeira tenha a sua fase de baixa a partir de meados de abril. Entretanto, devido ao processo de degelo dos Andes, ocorrem fenômenos de cheias efêmeras, chamadas “repiques”. Estes fenômenos tendem a se reduzir a partir de início de maio. Em dezembro, com o início das chuvas o rio torna a subir, algumas vezes vários metros num só dia, o que finaliza a “safra” no leito do rio.
O solo, por ser de leito do rio, apresenta alto teor de água e matéria orgânica, o que torna desnecessária adubação. Também é desnecessária a irrigação pois, a 10 cm o solo está constantemente úmido e, por ser um solo de textura médio-argilosa, as raízes se dese
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