Café: Setor vive crise de escassez de mão de obra e mecanização se intensifica como alternativa nas lavouras
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O café é uma cultura que ainda demanda uma mão de obra intensiva, principalmente na colheita. O atraso nesta etapa pode compromer o vigor das plantas, a qualidade dos grãos e contribuir para maior incidência de pragas e doenças.
"O Brasil já importou muita mão de obra para desenvolver a cultura cafeeira no país", destaca o analista e diretor da Pharos Consultoria, Haroldo Bonfá. Mas, atualmente, conseguir mão de obra safrista está no topo da lista dos desafios enfrentados pelos produtores brasileiros de café de diversas regiões.
Para o produtor de café e diretor administrativo da Grancafé, Josemar Moro, o grande problema está no fato que muitas pessoas não querem mais trabalhar com carteira assinada. "Aqui na região do Espírito Santo, muitos recebem benefícios do governo e como CLT, com registro em carteira, eles perdem estes benefícios. Como a área do café é uma área muito fiscalizada pelo Ministério do Trabalho, os produtores evitam a contatação informal para não terem problemas. Se for contratação informal, têm mão de obra. Fora isso, a situação está bem complicada", explica o produtor.
Ainda segundo o produtor, se não tivesse o gargalo da mão de obra, seria muito maior o plantio, "o pessoal aqui não está querendo plantar porque não consegue cuidar, né? Nós temos área para plantar, mas a gente não planta porque não vai conseguir tocar a mão de obra, então melhor não plantar", completa.
Diante dessa realidade, a mecanização surge como uma solução para otimizar o uso da mão de obra disponível. "Para o produtor tem ficado mais barato investir em maquinários, em tecnologia, para o manejo das lavouras. Além de diminuir a necessidade de mão de obra intensiva, o uso destes meios otimizam muito o trabalho no campo", reforça Haroldo Bonfá.
Mesmo com algumas dificuldades, mecanizar as lavouras tem sido a única alternativa para muitos cafeicultores da região do ES. "Então, assim, não é um negócio que tá funcionando a todo vapor. Aquelas máquinas recolhedoras elas ajudaram bastante, porque consegue reduzir 50% da mão de obra. A gente vai se ajustando. Eu acho que no futuro breve a gente vai ter a mecanização funcionando em todo plantio", conta Josemar.
De acordo com o presidente da Cooabriel - Cooperativa Agrária dos Cafeicultores de São Gabriel, Luiz Carlos Bastianello, através de práticas como a pulverização via drones ou tratores, fertirrigação e outras atividades, o produtor consegue mitigar os impactos causados pela falta de trabalhadores no campo. "É fundamental que os produtores repensem seus processos e busquem formas de integrar essas tecnologias nas propriedades, buscando a maximização da mão de obra e a sustentabilidade da produção", explica o presidente.
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