Ibrafe: Feijão-carioca fechou o mês de fevereiro com queda de 29% nos preços
Em meio aos desafios que o brasileiro enfrenta para pôr comida na mesa, o Feijão está ajudando a amenizar o impacto da inflação nos alimentos. O Feijão-carioca fechou o mês de fevereiro com preços 29% abaixo do mesmo período do ano passado, e o Feijão-preto, 42% abaixo. Se, por um lado, o consumidor tem a possibilidade de escolher entre os dois com essa redução de preço, o produtor, por outro lado, amarga um momento difícil.
Foi o efeito manada. Esse fenômeno psicológico ocorre quando seguimos a opinião ou ação de um grupo de maneira irracional, sem a devida análise dos fatos. O raciocínio "de manada" foi: se a exportação de Feijão-preto foi lucrativa para alguns no ano passado e todos estão plantando, então será bom de novo. E muita gente, mas muita gente mesmo, preferiu não buscar mais informações e plantou Feijão-preto em excesso. Resultado: preço 42% menor do que no ano passado.
A perspectiva de exportação para o Feijão-preto, até agora, não é a mesma de 2024. O México recebeu lotes com cultivares diferentes misturadas. Como utilizam panela aberta para cozinhar, a boa impressão inicial se desfez ao perceberem a desuniformidade dos grãos após o cozimento: cores misturadas (roxo, preto e marrom), variação na espessura da casca e tempos de cozimento diferentes.
Há cultivares que não são recomendadas para determinados usos. Feijão para consumo com arroz e caldo, por exemplo, tem características diferentes das variedades usadas para os "refritos" mexicanos. Converse com exportadores e fique atento às orientações sobre as cultivares com dupla aptidão, que atendam tanto ao mercado interno quanto ao externo.
Outro fator que impacta o mercado é a Argentina. Até agora, o país já plantou 80% da área pretendida, e as chuvas começam a se regularizar. Se a colheita for boa, os argentinos terão preferência no mercado internacional e manterão os preços mais baixos globalmente. No ano passado, a Argentina perdeu parte da produção devido a uma geada 30 dias antes da colheita. Mas nem todos os produtores brasileiros estão enfrentando essa situação, pois muitos seguiram o alerta feito desde agosto/setembro do ano passado: só plantar com contratos firmados com exportadores.
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