Preços do açúcar em NY e Londres voltam a fechar com baixas nesta 5ª feira (10)
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Os preços do açúcar voltaram a cair nesta quinta-feira (10), após as altas da última sessão. Segundo Marcelo Filho, analista da StoneX, o recuo de hoje pode ser uma correção da alta anterior, influenciada também pela valorização do dólar — em meio a tensões comerciais — e pela expectativa em torno da divulgação dos dados da Unica, esperada até a próxima terça-feira.
“Hoje, especificamente, a gente tem o açúcar caindo, pode ser uma correção, acho que uma correção da alta de ontem, um dólar que está subindo bastante hoje por conta das questões das tarifas do Trump. E também pode ser o mercado esperando a divulgação da Unica, que deve vir entre amanhã e a terça-feira no máximo, semana que vem”, afirmou.
Para Marcelo, o movimento atual ainda é reflexo das oscilações iniciadas na quinta-feira passada, quando os preços dispararam mais de 5% em um único dia. A reação foi motivada pela forte queda acumulada anteriormente, que levou os contratos em Nova York a níveis abaixo de 16 centavos de dólar por libra-peso. “Abaixo dos 16 é um patamar muito baixo, pensando nos últimos anos, pensando em custos de produção”, explicou.
A recuperação dos preços, no entanto, não ganhou força no início da semana. “O início da semana foi mais de correção, esse movimento de alta não ganhou força, então segunda e terça caiu, ontem voltou a subir e ontem a gente teve fundamentos que, como eu mencionei, a alta vem num escopo de preços atrativos para compra”, detalhou o analista.
Entre esses fundamentos, estão anúncios concretos de retomada da demanda: o Paquistão confirmou uma cota de importação de 500 mil toneladas de açúcar refinado; as Filipinas anunciaram compras superiores a 400 mil toneladas para a próxima safra; e a China registrou, em junho, a maior importação trimestral desde 2018.
Na Bolsa de Nova Iorque, o vencimento outubro/25 recuou 0,30 cent (1,81%), encerrando o dia a 16,26 cents/lbp. O março/26 caiu 0,27 cent (1,57%), cotado em 16,95 cents/lbp. O maio/26 perdeu 0,26 cent (1,53%), para 16,67 cents/lbp. Já o julho/26 também teve recuo de 0,26 cent (1,56%), fechando a 16,61 cents/lbp.
Em Londres, os contratos do açúcar branco acompanharam o movimento de baixa. O agosto/25 caiu 1.000 pontos (2,03%), cotado a US$ 482,50 por tonelada. O outubro/25 recuou 820 pontos (1,71%), para US$ 472,20. O dezembro/25 perdeu 600 pontos (1,28%), negociado a US$ 461,50, e o março/26 encerrou o dia a US$ 463,90 por tonelada, com queda de 590 pontos (1,25%).
Tarifa dos EUA sobre produtos do Brasil deve ter impacto limitado no mercado de açúcar, avalia analista
A decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de impor uma tarifa de 50% sobre as importações de produtos brasileiros deve ter efeito marginal sobre o mercado de açúcar, segundo Marcelo Filho.
“O impacto maior será sobre o etanol. No caso do açúcar, o efeito é mais limitado”, afirma. Os Estados Unidos consomem cerca de 15 milhões de toneladas de açúcar por ano, mas produzem apenas 8 milhões, o que os obriga a importar anualmente grandes volumes do produto.
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Embora o Brasil seja um dos principais exportadores globais, sua participação nas importações americanas é relativamente modesta, respondendo por cerca de 20% do total. Os principais fornecedores dos EUA são o México, que responde por cerca de 40% das compras, e países da América Central — ambos com vantagens logísticas.
Segundo Marcelo, os estoques americanos estão elevados devido às importações robustas do ano passado, o que deve reduzir a necessidade de compras externas nesta safra. “Mesmo com um possível encarecimento do açúcar brasileiro por causa da tarifa, os EUA têm condição de buscar o produto em outras regiões — ou até mesmo não comprar, dada a oferta interna”, diz. “Por isso, não vejo um impacto muito significativo para o açúcar neste momento.”
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