Com expectativas para safras na Índia e na Tailândia, mercado do açúcar continua tendência de queda nessa sexta (1)

Publicado em 01/08/2025 09:00 e atualizado em 01/08/2025 10:04

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O mercado internacional do açúcar mantém a tendência de queda nos principais contratos, influenciado por expectativas de safras expressivas na Índia e na Tailândia, além da colheita da safra brasileira. Em Nova Iorque, o contrato outubro/25 é negociado a 16,24 cents de dólar por libra-peso, com queda de 0,67%, enquanto o março/26 é cotado a 16,88 cents, recuo de 0,53%. Em Londres, o contrato outubro/25 do açúcar branco recua 0,45%, sendo negociado a US$ 465,70 por tonelada.

Segundo a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia), na primeira quinzena de julho as usinas do Centro-Sul processaram 49,82 milhões de toneladas de cana-de-açúcar, um aumento de 14,77% em relação ao mesmo período da safra anterior. No entanto, no acumulado da safra 2025/26 até 16 de julho, a moagem soma 256,14 milhões de toneladas, representando uma retração de 9,61% frente às 283,36 milhões de toneladas do ciclo 2024/25.

Durante esse período, 257 unidades produtoras estavam em operação na região, das quais 237 processam cana, 10 produzem etanol a partir do milho e outras 10 são usinas flex. Em igual quinzena do ciclo passado, operaram 259 unidades. A qualidade da matéria-prima também preocupa. O ATR (Açúcares Totais Recuperáveis) médio na primeira quinzena de julho foi de 133,66 kg por tonelada de cana, queda de 6,82% frente aos 143,45 kg registrados em 2024. No acumulado da safra, o indicador marca 124,37 kg de ATR por tonelada.

Segundo Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, o clima mais chuvoso e as condições adversas ao desenvolvimento das lavouras têm impactado a concentração de açúcares. “A queda de ATR já soma 4,81% no acumulado da safra e, apenas na última quinzena, chegou a 10 kg por tonelada. Isso compromete o rendimento industrial e agrava o cenário para a safra 2025/26”, explica.

A produção de açúcar nas duas primeiras semanas de julho totalizou 3,41 milhões de toneladas, enquanto o acumulado da safra registra 15,66 milhões de toneladas, retração de 9,22% frente às 17,25 milhões de 2024. Já a produção de etanol no período atingiu 2,19 bilhões de litros, sendo 1,33 bilhão de hidratado (+1,93%) e 865,66 milhões de anidro (+3,01%). No acumulado da safra, foram fabricados 11,62 bilhões de litros, queda de 12,02% na comparação anual.

Do total produzido em julho, 17,55% tiveram origem no milho, com 384,93 milhões de litros, avanço de 23% sobre igual quinzena do ano passado. No acumulado, o etanol de milho soma 2,56 bilhões de litros, aumento de 22,25%.

No cenário externo, a expectativa de uma safra robusta na Índia adiciona pressão ao mercado. Com boas condições climáticas e aumento da área plantada, a produção pode atingir 32 milhões de toneladas, segundo estimativas da Hedgepoint. A monção avança bem, com níveis satisfatórios de água nos reservatórios. No entanto, os volumes exportáveis ainda dependem de decisão governamental prevista apenas para o fim da temporada.

Na Tailândia, embora existam preocupações climáticas pontuais, principalmente na região central, as perspectivas são otimistas. A produção da safra atual já alcançou 10,1 milhões de toneladas, frente aos 8,8 milhões de 2023/24. A previsão para 2025/26 é de uma recuperação para cerca de 11,5 milhões de toneladas, com exportações podendo ultrapassar 8 milhões de toneladas, conforme projeções da consultoria.

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Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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