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Plantio da soja ainda é contido no Paraná com chuvas apenas pontuais e baixa umidade do solo

Publicado em 08/09/2025 06:55 e atualizado em 08/09/2025 08:53
Localidades sofrem com mais de 45 dias sem chuvas; temperaturas estão elevadas

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O Paraná, segundo maior produtor de soja do Brasil, enfrenta condições climáticas, ao menos por agora, que ainda não são as mais adequadas para o início do plantio da soja, apesar do fim do vazio sanitário ter sido registrado nos últimos dias. Há regiões onde não chove há mais de 40 dias e os produtores já relatam preocupações com possíveis atrasos no plantio não só da soja, mas também do milho. 

E os próximos dias deverão ser de precipitações apenas pontuais no estado, ainda insuficientes para recompor os níveis de umidade dos solos, criando um cenário adequado para o início da semeadura 2025/26. Afinal, a temporada tem sido marcada por custos de produção bastante elevados e os trabalhos de campo exigem atenção redobrada dos sojicultores.

Mapa Metsul
Mapa: Metsul

"Aqui estamos sem chuvas há mais de 45 dias, sem chuvas significativas. Passaram umas frentes frias próximas, até a região de Londrina, Rolândia, Arapongas, mas aqui só chuvisco, e com isso não conseguimos fazer os trabalhos de campo, principalmente as dessecações", afirma o produtor rural Marilson Dorigon, da região de Sertanópolis, no estado paranaense. "Estamos sem umidade no ar, com temperaturas altas, um pouco de vento e, principalmente a falta de umidade no solo não permitem a gente fazer as aplicações, porque fazendo nestas condições não vamos atingir aquilo que a gente quer". 

Dorigon afirma que esta é uma etapa fundamental, uma vez que daninhas como caruru pé-de-galinha, amargoso, buva, amendoim-leiteiro e outras daninhas têm sido de difícil controle e são responsáveis por perdas significativas e severas entre as lavouras de soja.

A preocupação de Dorigon, que se assemelha a de outros produtores do Paraná neste momento, não fica só em torno de um leve e possível atraso no início do plantio da soja, mas também a frente com a possibilidade de que haja ainda um atraso na colheita e, na sequência, ao plantio da segunda safra de milho, tal qual também tem sido a apreensão do produtor de Mato Grosso. 

E segundo a Earth Daily Agro, também assim como se dá em Mato Grosso, o nível de umidade no solo do Paraná também pode registrar o patamar mais baixo da década nas próximas semanas, em especial na região do Norte Pioneiro, "o que pode levar produtores a adiar tanto a semeadura da soja quanto a do milho de verão".

"Embora a semeadura da soja esteja autorizada a partir da próxima semana em algumas regiões, a persistência do déficit hídrico no solo pode resultar em atraso no início dos
trabalhos de campo, já que muitos produtores tendem a aguardar condições mais favoráveis de umidade para garantir uma germinação uniforme”, explica Felippe Reis, analista de
cultura da EarthDaily.

Essa heterogeneidade nas condições climáticas para o Paraná tende a continuar nesta semana que se inicia, segundo informa a Climatempo. 

"A chuva retorna no final do dia sobre a região de Foz do Iguaçu e cidades do sudoeste do PR com até forte intensidade. O norte do Paraná, ainda começa a semana com padrão de tempo firme e umidade baixa", afirma a empresa. 

Além das chuvas irregulares, as altas temperaturas também tendem a se manter no Paraná, sendo este mais um fator que deixa os produtores mais cautelosos para dar início efetivo ao plantio. Além disso, uma segunda frente fria que deverá atuar no país nesta semana, segundo a Metsul, não deverá trazer chuvas ao estado nos próximos dias. 

"Durante o período diurno, a radiação solar incidente promove o aquecimento da superfície terrestre. No período noturno, é esperada a perda de calor para a atmosfera, resultando no resfriamento da superfície. No entanto, a presença contínua de nebulosidade atua como uma barreira à perda de energia térmica, dificultando a dispersão do calor acumulado ao longo do dia. Como consequência, as temperaturas permanecem relativamente elevadas durante a madrugada, o que reduz a variação térmica", explica a meteorologista do Simepar, Bianca Pinheiro de Angelo.

Temps Simepar
Mapas: Simepar

Para as próximas 24 horas, ainda segundo o sistema, "as instabilidades seguem atuando de forma isolada na metade sul paranaense, em especial na divisa com Santa Catarina ao longo do dia. As temperaturas sobem rapidamente no noroeste, norte e parte do oeste do Paraná, podendo chegar aos 35 graus".

Tempo 07-09
Mapas: Simepar

E para as próximas 48, o Simepar afirma que "na madrugada e manhã da terça-feira, as instabilidades avançam para as demais regiões paranaenses (centro/norte/leste), com rajadas de vento, raios e chuva pontualmente intensa. À medida que a chuva se afasta, o Sol volta a dar as caras e predomina entre algumas nuvens. As temperaturas ainda ficam elevadas no noroeste e norte, na faixa dos 27 °C. Nos demais setores (oeste, sul e leste) as máximas ficam ao redor dos 20 °C".

Assim, os produtores paranaenses evitam largar o plantio 2025/26 da soja, ainda cautelosos com o cenário climático em uma temporada de custos tão elevados. A mudança do padrão esperada para a segunda quinzena do mês de setembro pode também mudar o planejamento dos sojicultores, permitindo um avanço mais expressivo dos trabalhos de campo. 

O Deral (Departamento de Economia Rural) do Governo do Paraná estima que o estado cultive 5,79 milhões de hectares de soja, o que traria um tímido aumento de 0,6% em relação à safra anterior. “Normalmente as largadas das últimas safras sempre têm um ganho pequeno de área, em geral é sobre pastagens, mas este ano ganhou um pouco sobre feijão também”, disse o técnico Edmar Gervásio, analista da cultura no Deral. 

Assim, a produção de soja no estado poderia alcançar 22,05 milhões de toneladas, 4,23% maior do que há um ano. 

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Por:
Carla Mendes | Instagram @jornalistacarlamendes
Fonte:
Notícias Agrícolas

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