Mercado do açúcar registra leve alta nesta sexta-feira (17)

Publicado em 17/10/2025 09:18 e atualizado em 17/10/2025 09:58
Produção de açúcar no Centro-Sul supera as expectativas do mercado

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Nesta sexta-feira (17), o mercado do açúcar apresenta leve alta. Em Nova Iorque, os contratos futuros para março/26 são cotados a 15.82 cents de dólar por libra-peso (+0.13%), maio/26 a 15.31 cents (+0.26%) e julho/26 a 15.15 cents (+0.26%). Em Londres, o contrato dezembro/25 é negociado a US$441.10 por tonelada (+0.11%).

Segundo a Unica, a produção de açúcar no Centro-Sul atingiu 3,14 milhões de toneladas na segunda quinzena de setembro, um aumento de 10,76% em relação ao mesmo período da safra anterior. O resultado superou as expectativas do mercado, já que a pesquisa da S&P Global Commodity Insights previa 3,05 milhões de toneladas. No acumulado da safra até 1º de outubro, a produção soma 33,52 milhões de toneladas, frente a 33,24 milhões no mesmo intervalo do ciclo 2024/25.

Apesar do crescimento na produção, Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da Unica, destacou a continuidade da redução no mix açucareiro. O indicador caiu para 51,2% na segunda quinzena de setembro, contra 53,5% na quinzena anterior, marcando a terceira retração consecutiva.

Rodrigues também observou que, entre as unidades com capacidade de fabricar tanto açúcar quanto etanol, a queda no mix foi ainda mais acentuada: 2,5 pontos percentuais em São Paulo e 3,5 pontos no Centro-Oeste. “Essa tendência de retração mais intensa nos estados do Centro-Oeste reflete a menor atratividade relativa do adoçante naquela região e o maior estímulo para a produção de etanol nesses estados”, explicou.

De acordo com o relatório Agromensal, divulgado em outubro, os preços internacionais do açúcar caíram 1,6% em setembro, encerrando o mês a 16,10 cents por libra-peso. Desde junho, o mercado tem oscilado entre 15 e 17 cents, sustentado pela forte produção brasileira, que estabiliza os preços. Quando o valor se aproxima do limite inferior, a produção de etanol se torna mais vantajosa para os produtores.

A safra do Centro-Sul do Brasil segue com moagem acumulada de 450 milhões de toneladas até 15 de setembro, uma queda de 4% em relação ao mesmo período da safra anterior. A produção de açúcar chegou a 30,4 milhões de toneladas, com alocação recorde de 52,9% da cana para o açúcar. No entanto, a concentração de ATR caiu 4%, para 134,1 kg/tonelada.

No cenário global, a safra do Hemisfério Norte começou com boas perspectivas para Índia e Tailândia. Na Rússia, a colheita de beterraba está avançada, com produtividade 3,2% maior que a safra passada, mas com menor concentração de sacarose. Na União Europeia, chuvas em julho e agosto garantiram boa produtividade, mas a área plantada caiu 10%, reduzindo a produção esperada em 8,5%, para 15,7 milhões de toneladas.

O prêmio do açúcar em relação ao etanol no Brasil voltou ao terreno positivo em setembro, sustentado por um balanço global próximo do equilíbrio. Compras oportunistas da China e refinarias do Oriente Médio também ajudaram a recuperar os preços.

No mercado de etanol, o preço médio em Ribeirão Preto foi de 16,6 cents por libra-peso em setembro, com potencial de alta devido ao balanço apertado. No entanto, a queda nos preços internacionais de energia, especialmente da gasolina, pode pressionar os preços do etanol nos próximos meses.

O cenário aponta para menor competitividade do etanol frente à gasolina, levando produtores a acelerarem vendas antes de possíveis ajustes nos preços domésticos do combustível fóssil. Caso esses ajustes não ocorram, há potencial de alta para o etanol durante a entressafra.

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Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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