Deputado quer salvaguarda para trigo nacional
Os produtores vivem atualmente entre a falta de recursos por parte do governo e os efeitos da política das grandes indústrias nacionais, que privilegiam a compra do produto vindo do mercado externo.
Entre as salvaguardas que o deputado julga necessárias, estão a proibição de importações do cereal de agosto a dezembro, período de safra nacional.
Na avaliação dele, é necessária, ainda, a imposição de TEC (Tarifa Externa Comum) de 35% sobre o produto importado. A taxa é de 10% para importações fora dos países do Mercosul.
O deputado critica o governo ao afirmar que falta uma política de comercialização, o que causa grande gargalo no setor. Foi o que ocorreu nas duas últimas safras, quando os produtores não conseguiram vender o trigo colhido.
Da parte da indústria, o congressista afirma que há uma preferência pelo cereal importado, devido à conjugação de uma série de fatores como facilidade de crédito, boa oferta internacional, disposição do produto o ano todo e, neste momento, câmbio favorável às importações.
Na opinião de Micheletto, as salvaguardas de mercado são necessárias porque "trigo deve ser uma política de Estado, e não apenas de um governo".
Sem essas medidas, o produtor fica à mercê das leis de mercado. O trigo deve ter, no entanto, tratamento diferenciado dos demais produtos porque é uma questão de segurança alimentar, diz ele.
Quando o trigo foi desregulamentado e houve a desestatização dos setor, no início da década de 1990, já se previam cláusulas e salvaguardas na nova legislação, o que não ocorreu até hoje, afirma Micheletto.
Gerson Luiz Bandeira Assis Chateaubriand - PR
Deputado Micheletto, é isso aí, temos que ter essa certeza na comercialização do nosso trigo, a qualquer preço, daí o agricultor pode planejar se planta ou não! De nada adianta preço mínimo, e não ter quem compre ou pague esse ou qualquer outro preço. O governo (CONAB) compra mas não paga!