As exportações brasileiras continuam cada vez mais dependente da China
Publicado em 04/02/2011 06:21
editorial de o Estado de S. Paulo
O resultado da balança comercial de janeiro, com saldo positivo de US$ 424 milhões, foi recebido com satisfação pelo fato de que, no ano passado, janeiro havia registrado um déficit de US$ 179 milhões. Além disso, as exportações, de US$ 15,215 bilhões, representaram um recorde para o mês. O resultado merece ser recebido, porém, com algum cuidado, pois esconde a grande fragilidade do comércio exterior.
É bom notar que, em relação ao mês anterior, as exportações retrocederam 20,3%, enquanto as importações aumentaram 4,2%, uma tendência que pode se manter o ano todo.
No entanto, é mais em relação às exportações que podemos falar em fragilidade do resultado. Os produtos básicos, em relação ao mesmo mês de 2010, acusam crescimento de 56,3%; os semimanufaturados, de 29,4%; e os manufaturados, de apenas 8,6%. O maior aumento (160,4%) foi de máquinas de terraplenagem que têm parte importante de componentes importados. As duas primeiras categorias representam 59,2% do total das exportações, o que indica como é limitada a participação da indústria nas exportações.
Em princípio, não haveria inconveniente em o País ser grande exportador de commodities, na medida em que as receitas dessas exportações tivessem um caráter permanente e não dependessem da conjuntura econômica de um número muito concentrado de mercados. Não é bem o que se observa com nossas exportações.
Das 23 principais commodities que o Brasil exporta, apenas 4 tiveram uma redução de preços em janeiro, relativamente ao mês anterior, enquanto outras tiveram aumentos de preços - de 32,7% para suco de laranja, de 11,7% para óleo de soja e de 12,1% para petróleo bruto. Em compensação, entre as 23 commodities, apenas 9 apresentaram um aumento do volume exportado. É um sinal eloquente de que nossa receita de exportação depende muito da evolução anormalmente favorável de preços nesses últimos meses, em razão especialmente das condições climáticas adversas que reduziram a oferta de produtos agrícolas, e do boom da indústria de alguns países asiáticos que não dispõem de minérios.
De outra parte, enquanto nossas exportações para a China acusaram crescimento de 49,8% em relação a janeiro do ano passado, as destinadas aos EUA aumentaram apenas 15,4% e para a União Europeia, 38,7%. Estamos cada vez mais dependentes do mercado da China, cuja economia vem dando sinais de arrefecimento de ritmo.
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Fonte:
O Estado de S. Paulo
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