Grãos: Clima adverso nos EUA deve promover novas altas ao mercado
O avanço da soja e do milho deverá encontrar suporte no clima frio e úmido do meio oeste norte-americano, o qual já provoca um atraso no plantio do cereal no país, reduzindo os índices de produtividade.
Já as cotações do trigo se sustentam na severa estiagem que compromete a produtividade nos Estados Unidos, na China, no Canadá e também em alguns países da Europa.
Analistas pesquisados pela agência Bloomberg apostam em novos ganhos para os grãos na CBOT. Entretanto, na semana passada, os futuros do milho tiveram um recuo de 0,7% - o que surpreendeu o mercado - e a soja caiu 3,5%.
Seguindo a tendência prevista, soja, milho e trigo encerraram o pregão noturno desta segunda-feira em alta. Além do clima adverso que prejudica as lavouras norte-americanas, o mercado encontra suporte também na alta do petróleo em Nova York e na queda do dólar frente ao euro.
O recuo da moeda norte-americana torna as commodities agrícolas mais atrativas para os investidores, oferecendo sustentação ao mercado de commodities em geral.
No caso da soja, porém, as altas são limitadas ainda pela incerteza sobre a demanda chinesa no curto prazo e por um possível aumento da área de soja nos EUA por conta do atraso do plantio do milho.
"A firmeza dos grãos e a fraqueza do dólar trazem suporte as cotações, mas a incerteza para com a demanda chinesa no curto prazo, combinado a expectativa de que o tempo chuvoso impedindo o plantio do milho nos EUA resulte na expansão da área a ser cultivada com a oleaginosa nos EUA, facilitando a recuperação dos estoques na temporada 2011/12", diz Ricardo Lorenzet, analista de mercado da XP Investimentos.
Apesar dessa expectativa de novas altas para os grãos em Chicago nesta semana, a soja registrava uma queda na abertura do pregão diurno em Chicago desta segunda-feira.
Pesam sobre os preços o desaquecimento da demanda chinesa por conta das margens de lucro reduzidas da indústria esmagadora do país.
Por conta dos cancelamentos da última semana, a previsão de importações da oleaginosa pela nação asiática devem ser reduzidas de 57 para algo entre 53 e 54 milhões de toneladas.
O gráfico abaixo aponta a precipitação para os Estados Unidos nos próximos cinco dias: