Commodities podem levar o Brasil a um futuro promissor

Publicado em 12/04/2012 07:44
Analisando as tendências de um mundo em rápida transformação e tomando decisões no momento certo, o produtor pode conseguir resultados cada vez melhores. Essa foi a tônica da palestra “Tendências do Mercado de Commodities”, ministrada nessa quarta-feira (11) por Steve Cachia, renomado consultor e analista internacional de commodities. Segundo ele, a nova realidade dos mercados tem como tripé a forte globalização, alta tecnologia e grande influência dos fatores climáticos. “Hoje tudo está interligado e vários fatores integram o mercado. É importante o empresário rural ficar atento aos ciclos de preços porque o mercado, que sempre foi e será muito complexo, acaba por confundir”, explicou o palestrante, lembrando que hoje fundos especuladores dominam as ações.

Cachia destacou a forte atuação dos fundos de investimento, que atuam sempre visando o lucro e na verdade nem sabem como está a produção e comercialização do produtor na ponta de toda a cadeia produtiva. “No futuro, haverá mais presença desses fundos, deixando a comercialização mais rápida, porém mais arriscada”, ressaltou. Mas estes mesmos fundos, com a crise, ficam retraídos, então é importante o produtor ficar atento aos comportamentos do mercado – não agir nem com euforia nem com medo. “É preciso observar as taxas de câmbio. O governo brasileiro agora está agindo para deixar o dólar num nível que seja bom para as exportações, que por sinal estão indo bem.”, afirmou o consultor, lembrando que o Brasil é hoje o maior exportador de soja no mundo.

Novo consumo

Observando as demandas de consumo dos próximos 50 anos, quando a população passará de 9 bilhões de pessoas, Cachia destacou a necessidade de o Brasil se adequar para atender demandas principalmente da China e da Índia. Segundo ele, a “Chíndia” - como denominou a junção dos dois países mais populosos do mundo - , terá um terço da população mundial e sem espaços para expandir o plantio. “O Brasil vai alimentar estes países, lá fora ele já é chamado celeiro do mundo”, informou o analista. Assim, é preciso que o país mude em vários pontos. “É preciso maior investimento em infraestrutura, menos carga tributária, mais investimentos em novas tecnologias, ser mais competitivo cortando custos sem depender demais das reações de preços mundiais, lutar por créditos mais acessíveis.

Clima, outro fator

O clima é uma característica tradicionalmente importante para tomada de decisões acertadas. “Os mercados precisam de mais dados e pesquisas, pois existe muito dúvida nesta questão do aquecimento global. Há indícios que este ciclo já passou que já estamos entrando num esfriamento e sobre isso praticamente não temos estudos para orientar os produtores”, analisou. Cachia apresentou vários gráficos mostrando a interferência dos climas extremos nas produções de vários países como os da Europa, regiões sul do Brasil e Estados Unidos, Argentina e destacando que a produção do trigo, por exemplo, no Reino Unido pode elevar ou abaixar os preços da soja. “Os fundos especulativos não investem em commodities em separado, mas em cestas de commodities, então a mudança no preço de um produto interfere nos outros”, explicou.

Nem euforia, nem pânico

Ao final, Steve Cachia ressaltou a importância de se manter a calma em relação ao mercado. “No mercado todo mundo erra. A estratégia é errar menos e para isso é preciso observar o fator psicológico do mercado”, explicou. Segundo ele não se pode ter pânico nem euforia, pois com o segundo, o produtor se empolga com a grande demanda e espera os preços ficarem cada vez mais altos. Mas aí ele pode perder o tempo certo de venda e entrar num momento de indecisão, quando a oferta começa a aumentar e os preços tendem a cair, é quando o mercado entra num estado de pânico.
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Fonte:
Tecnoshow Comigo 2012

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