Governo Dilma ameaça a Agricultura brasileira, por Ciro Siqueira

Publicado em 09/09/2012 18:36 e atualizado em 11/09/2012 02:22
por Ciro Siqueira, do blog www.codigoflorestal.com

Governo Dilma ameaça a Agricultura brasileira

Caríssimos leitores, peço-lhes perdão pelos excessos que cometerei neste post, mas nunca na história deste blog escrevi com tanta raiva de uma pústula.

Na quinta feira a noite, irritado por ter sido xingado de chantagista pelo Senador Jorge Viana, o Deputado Ronaldo Caiado deu a seguinte declaração ao colunista da revista Veja, Lauro Jardim: 

"Ontem à tarde, a Ideli chamou uns deputados no Planalto para negociar. Os parlamentares tentaram ponderar, mas ouviram da Ideli que não teria acordo, que a posição do governo era votar o texto original da medida provisória. Depois de falar isso, a Ideli disse que se a MP caducar, a partir do dia 8 ela vai soltar os “meninos do bloquinho” para sair distribuindo multas aos produtores rurais."

O vídeo acima foi recortado do Jornal das 10, da Globo News, exibido no dia da reunião de Ideli com os deputados, o dia em que, de acordo com Caiado, Ideli ameaçou espalhar o caos no Agro brasileiro mandando os "meninos do bloquinho" multar o setor setor rural a torto e a direito.(Não exibi o vídeo inteiro da Globo News porque me recuso a reproduzir aqui no meu blog as asneiras que o jonralista Gerson Camarotti disse em seu comentário ao vídeo de Ideli, mas você pode ver o vídeo na íntegra aqui).

Não sei quanto a vocês, mas eu ainda tenho a capacidade de ficar estarrecido com declarações como a do vídeo acima.

Essa senhora, que é responsável pela articulação política do Executivo junto ao Legislativo, tentou forçar os deputados que defendem o Agro a prejudicar o setor aceitando as exigências do governo fazendo ameaças contra os produtores rurais do país.

O setor rural brasileiro deveria exigir que Dilma demitisse essa senhora. Dilma deveria demitir essa senhora por iniciativa própria. A relação que o Governo vem estabelecendo com o setor é de parceria. O Agro vem sustentando PIB e a popularidade da presidente. Tenho certeza que a presidente Dilma não faria (ou permitiria) que esse tipo de ameaça fosse usada contra o setor. Mas Ideli não teve escrúpulo de fazê-lo. Essa senhora não merece respeito.

Essa ameaça não é aos "ruralistas". Blairo Maggi não se importa em "recuperar tudo" como diz Ideli. Ele é rico, ele pode "recuperar tudo". A ameaça de Ideli é contra os pequenos produtores. O governo sabe que são os pequenos que sofrem com a exigência de 30 metros de recuperação em APPs (beira de rios). Tanto sabe que criou o mecanismo da escadinha para proteger os pequenos produtores do ônus da recuperação. Até as ONGs sabem que 30 metros para pequenos é muito e reconheceram isso em documento oficial (Erramos ao exigir 30 metros, dizem ambientalistas).


Quando Ideli diz nesse tom de ameaça que "todos vão ter que recuperar tudo" são os pequenos produtores rural quem está ameaçando. Quando ela diz que os "meninos do bloquinho estão com sangue na boca" para multar o setor rural é dos 14 filhos da Dona Francisca a quem ela se refere; é de Dona Almerita que essa senhora está falando.

O setor não deve fazer acordo com essa Senhora. Deixem a MP cair. Deixem essa pústula mandar os meninos do bloquinho. Que venham. Quem muito se curva a bunda aparece. Paremos o Agro. Vamos para a desobediência civil. Não façam seus CARs. Não recuperem suas APPs, danem-se as Reservas Legais. Não façam nada até o governo tomar uma atitude em relação ao Código Florestal.

Quem acompanha o blog sabe que sempre trabalhei por um acordo. Mesmo sabendo que o texto resultante da reforma ainda causaria sérios problemas ao setor rural. Sofri críticas dos produtores mais radicais, mas sempre achei que um acordo seria melhor do que mais um impasse. Mas agora chega. Não é possível tolerar o tipo de chantagem que essa senhora tentou fazer.

Se é assim que esse governo quer arrancar concessões do Agro, esse governo que se dane. Vamos pro impasse enquanto essa senhora estiver a frente das negociações.


ACOMPANHE O DEBATE ENTRE RONALDO CAIADO, JORGE VIANA E IDELI SALVATTI EM TORNO DO ACORDO PARA VOTAR O NOVO CÓDIGO FLORESTAL


O jornalista Lauro Jardim, da sucursal de Veja em Brasilia, autor do blog RADAR, conta em capitulos a batalha travada entre o deputado Ronaldo Caiado, a ministra Ideli Salvatti e o senador Jorge Viana em torno da existencia do acordo pela aprovacao do Codigo Florestal: acompanhem: 

“Sem coragem para bancar”

"O problema foi o bilhete"

Nesse entrevero do Código Florestal, os ruralistas se divertem com as trapalhadas da articulação do governo. Depois de fecharem o acordo para votar o texto na comissão mista, os ruralistas não aceitam mudar o projeto e só topam derrubar a obstrução no plenário da Câmara se o governo emitir uma nota se comprometendo a votar o código como está: sem modificações no Congresso e sem vetos no Planalto.

Para quem conhece o estilo de Dilma Rousseff negociar, a resposta para as exigências dos ruralistas é mais do que negativa. Porém… Os ruralistas dizem que a pressa para votar é do governo (até os ambientalistas pensam assim). Por eles, fica tudo parado até que o Planalto volte atrás. Veja Ronaldo Caiado:

– O problema foi o bilhete. Depois que a Ideli viu aquele bilhete da Dilma, ela ficou sem coragem para bancar que quem fez o acordo com a gente foi ela. Agora eles que resolvam. Nós não vamos voltar atrás. A pressa é deles.

(Atualização, às 21h32: Ideli Salvatti entra em contato para dizer que não fez acordo com Caiado e para afirmar que o governo não irá negociar sob os termos apresentados pelos ruralistas. A posição do Planalto, segundo Ideli, continua sendo votar a MP do código sem modificações: “Não sei com que base o Caiado está falando que fez acordo comigo. Nunca falei com ele. Isso é uma forma de desvirtuar a lambança que eles fizeram. É por isso que o Caiado fica mentindo. Mas eu quero ver como é que ele vai fazer para se explicar na base. Eles criaram uma situação. Eles que resolvam. O governo não está fechado, mas o governo não se compromete com um acordo do qual não fez parte.”)

Por Lauro Jardim

Ficarão as multas

Próxima tentativa de votar será no dia 18

Para não perder a validade, a medida provisória do código precisa ser aprovada na Câmara e no Senado até 8 de outubro. Diante do impasse, os deputados tentarão votar (se houver acordo, claro) no próximo esforço concentrado, em 18 de setembro. O calendário está apertado porque os senadores se reúnem apenas na próxima semana durante o mês de setembro.

Se a MP perder a validade, as partes vetadas da nova lei ficarão sem previsão jurídica. Isso abrange partes polêmicas do texto, como a recomposição das áreas de preservação permanente de margens de rio, anistia a multas, e a competência para criar os programas de regularização ambiental. Para Ideli, os ruralistas terão de ser responsabilizados pelos efeitos do vencimento da MP.

– Não tem vácuo jurídico. Todos que desmataram até 2008, todos que têm multas… Tudo isso havia sido suspenso pelo decreto, que não existe mais, e seria resolvido pela MP. Agora, o que fica no lugar são as multas. É algo que não tem cabimento o que eles fizeram.

Por Lauro Jardim

“É muita petulância”

Ideli: governo não participou do acordo

Na linha de frente das negociações do Código Florestal, Ideli Salvatti diz que os ruralistas “caducaram a MP” ao tentar pressionar o governo a aceitar “um acordo do qual não participou” para mudar o texto do código. A votação da MP do código foi adiada hoje na Câmara por causa do impasse quanto ao texto aprovado na comissão mista.

Os ruralistas exigiam o compromisso do governo de manter o texto aprovado na comissão, incluindo eventuais vetos de Dilma Rousseff. Já o governo aceitava votar apenas o texto original da MP, sem as modificações da comissão. Diz Ideli:

– É muita petulância querer tirar a prerrogativa da presidenta vetar.

Por Lauro Jardim

“A Ideli tem que tomar gardenal”

A polêmica continua

Chamado de mentiroso por Ideli Salvatti, o deputado goiano Ronaldo Caiado reage, volta a dizer que Ideli patrocinou o acordo na comissão mista do Código Florestal e provoca:

– A Ideli tem que tomar gardenal. Ela está querendo dar uma de Pôncio Pilatos, está lavando as mãos de um processo que ela coordenou.

Segundo Ideli, o acordo firmado com os ruralistas na comissão mista do código foi fechado pelos senadores Luiz Henrique da Silveira e Jorge Viana que, embora governistas, não falavam em nome do governo. Nas conversas que teve, por telefone, durante a negociação, Ideli diz que orientou os parlamentares a “manter o texto original da MP”.

Caiado não concorda com a versão de Ideli e diz que os ruralistas, em ampla maioria na comissão, só aceitaram realizar um acordo porque os senadores falavam em nome do governo.

– Esse processo foi produzido pelo Luiz Henrique e pelo Jorge Viana, mas foi conduzido pela Ideli. O tempo todo eles diziam que a posição era do governo, eles conversavam com a Ideli e depois apareciam com o texto pra gente. Agora, ela quer crucificar o Jorge e o Luiz Henrique. Não quer assumir. Está com medo do bilhete. Na discussão da LDO, a Ideli fez o acordo com a oposição, não cumpriu, e quase queimou o Chinaglia.

Por Lauro Jardim

O governo negociou

Assessores do governo participaram da redação da proposta

Apontados por Ideli Salvatti como mentores intelectuais do acordo firmado na comissão mista do Código Florestal, os senadores Jorge Viana e Luiz Henrique da Silveira têm versões diferentes para a negociação. Viana diz que o acordo com os ruralistas foi realizado apenas pelos parlamentares, sem o envolvimento de Ideli. Já Luiz Henrique, diz que o governo sabia de toda a evolução das negociações porque tinha assessores acompanhando o processo no dia. Diz Luiz Henrique:

– Não posso afirmar que a ministra Ideli tinha conhecimento das negociações. Agora, durante todo o dia em que houve esse vai e vem, eu tinha vários assessores do governo no meu gabinete acompanhando as conversas. Alguns até participaram da redação da proposta.

Quando ficou sabendo da declaração de Luiz Henrique, Viana pediu um tempo para conversar com o colega e, como não conseguiu, afirmou:

– Sou amigo e irmão do senador Luiz Henrique. Agora, se ele me disser que houve isso, que tinham assessores, vou dizer: não é verdade, senador.

Depois de conseguir falar com Luiz Henrique, Viana disse, então, que ambos concordavam que os assessores haviam participado das negociações durante o dia, mas ficaram de fora das polêmicas do plenário.

A guerra de versões sobre o entrevero do código começou ontem com Caiado dizendo que Ideli havia patrocinado o acordo na comissão mista (leia mais em Sem coragem para bancar).

Ideli negou envolvimento nas negociações da comissão e criticou Caiado e os ruralistas por tentarem privar Dilma Rousseff da prerrogativa do veto (leia mais em É muita petulância e emFicarão as multas). O caso continuou quente depois que Caiado voltou a criticar Ideli (leia mais em A Ideli tem que tomar gardenal).

Viana tomou as dores de Ideli (leia mais em Caiado chantagista) e foi respondido por Caiado (leia mais em “O Jorge Viana é um canalha”).

Por Lauro Jardim

Caiado chantagista

"Caiado vive da chantagem contra o governo"

Ainda nesse entrevero do Código Florestal (leia mais em Sem coragem para bancar e em A Ideli tem que tomar gardenal), o petista Jorge Viana toma as dores de Ideli Salvatti e vai para cima de Ronaldo Caiado ao dizer que o deputado goiano “trabalha contra os agricultores” ao “fazer chantagem contra o governo”. Diz Viana:

– Figuras como esse Caiado e outros parecem que vivem da chantagem contra o governo. Eles dizem que trabalham pelos agricultores, mas eles trabalham, na verdade, contra os agricultores. O Caiado é contra os agricultores.

A guerra de versões sobre o entrevero do código começou ontem com Caiado dizendo que Ideli havia patrocinado o acordo na comissão mista. Ideli negou envolvimento nas negociações da comissão e criticou Caiado e os ruralistas por tentarem privar Dilma Rousseff da prerrogativa do veto (leia mais em É muita petulância e em Ficarão as multas). O caso segue quente desde que Luiz Henrique da Silveira revelou que assessores do governo participaram das negociações (leia mais em O governo negociou).

Por Lauro Jardim

Jogo pesado

"Moleque de recados da Ideli"

Depois de mandar Ideli Salvatti tomar gardenal (leia mais em A Ideli tem que tomar gardenal), o deputado goiano Ronaldo Caiado levou o troco do petista Jorge Viana, que o chamou de chantagista (leia mais em Caiado chantagista) na discussão do Código Florestal. Como era de se esperar, Caiado não gostou das críticas do petista e resolveu revidar:

– O Jorge Viana, para mim, é um canalha. Eu estava discutindo, até aqui, um acordo que foi feito na comissão e o fato de que todos querem blindar a Ideli. Aí ele vem nesse tom? É um canalha. Pior: um senador da República aceitar fazer esse papel de moleque de recados de ministro? De ministro, não, da Ideli! Não tem estatura, é um moleque da Ideli.”

A guerra de versões sobre o entrevero do código começou ontem com Caiado dizendo que Ideli havia patrocinado o acordo na comissão mista (leia mais em Sem coragem para bancar).

Ideli negou envolvimento nas negociações da comissão e criticou Caiado e os ruralistas por tentarem privar Dilma Rousseff da prerrogativa do veto (leia mais em É muita petulância e emFicarão as multas).

O caso segue quente desde que Luiz Henrique da Silveira revelou que assessores do governo participaram das negociações (leia mais em O governo negociou).

(Atualização, às 18h25: Viana entra em contato para responder a Caiado o seguinte: “Ser atacado pelo Caiado, para mim, é um elogio. Ruim seria se o Caiado estivesse falando bem de mim.)

Por Lauro Jardim

“Meninos do bloquinho”

Caiado: Ideli ameaçou parlamentares no palácio

Ronaldo Caiado resolveu mostrar as armas contra o governo. Ele diz que Ideli Salvatti reuniu ontem à tarde, no Palácio do Planalto, um grupo de deputados para tentar chegar a um acordo e votar o Código Florestal. Segundo Caiado, como não obteve sucesso, Ideli disse aos parlamentares que o vencimento da medida provisória do código, em 8 de outubro, iria provocar sérias consequências para os desmatadores:

– Ontem à tarde, a Ideli chamou uns deputados no Planalto para negociar. Os parlamentares tentaram ponderar, mas ouviram da Ideli que não teria acordo, que a posição do governo era votar o texto original da medida provisória. Depois de falar isso, a Ideli disse que se a MP caducar, a partir do dia 8 ela vai soltar os “meninos do bloquinho” para sair distribuindo multas aos produtores rurais. Quer mais chantagem do que isso? Será que o Jorge Viana vai desmentir isso também?

A guerra de versões sobre o entrevero do código começou ontem com Caiado dizendo que Ideli havia patrocinado o acordo na comissão mista (leia mais em Sem coragem para bancar).

Ideli negou envolvimento nas negociações da comissão e criticou Caiado e os ruralistas por tentarem privar Dilma Rousseff da prerrogativa do veto (leia mais em É muita petulância e emFicarão as multas).

O caso continuou quente depois que Caiado voltou a criticar Ideli (leia mais em A Ideli tem que tomar gardenal). Viana tomou as dores de Ideli (leia mais em Caiado chantagista) e foi respondido por Caiado (leia mais em “O Jorge Viana é um canalha”).

A polêmica seguiu com Luiz Henrique da Silveira revelando que assessores do governo participaram das negociações (leia mais em O governo negociou).

Por Lauro Jardim

COMENTARIO DE CIRO SIQUEIRA, DO BLOG WWW.CODIGOFLORESTAL.COM

Não importa quem é o mentiroso. Importa quem é o incompetente.

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Essa discussão sobre a participação do Governo é completamente sem importância. Se o governo não participou das negociações que viabilizaram a votação na Comissão Mista foi por incompetência de Ideli.

O fato é que o Governo não queria que o texto da MP fosse alterado, mas não tinha voto para garantir o texto. A maioria queria mudança e nas democracias, felizmente, as coisas funcionam assim: quem tem maioria leva. Essa situação já seria de difícil solução nas mãos de um político hábil. Nas mãos de Ideli, que é uma articuladora política beócio, tornou-se impossível.

Ideli limitou-se a ordenar que a Comissão não alterasse o texto. Como ela não é um ditador, foi solenemente ignorada pelos deputados. Como o Governo não queria a queda da MP e diante da incompetência de Ideli em articular uma solução, parlamentares ligados ao governo o fizeram.

Se Dilma reconhecesse que sua articuladora política é um poste teria agradecido a solução encontrada pelos parlamentares na Comissão Mista, avaliado as consequências das alterações no texto com os técnicos dos ministérios envolvidos e buscaria uma solução. Mas ao interpelar Ideli publicamente através de um bilhete sobre um acordo que desconhecia a presidente provocou em sua ministra uma reação muito comum em pessoas incompetentes cobradas por seus chefes: negação tempestiva.

A reação histérica de Ideli ao bilhete de Dilma criou o impasse que derrubou a MP do Código Florestal. O Governo saiu derrotado e as consequências se abaterão sobre os produtores rurais.

Se a Presidente quer salvar a MP deve começar entregando a cabeça de Ideli ao Legislativo. A partir daí talvez seja possível construir um acordo que salve a reforma do Código Florestal.


Se a MP cair será o caos: Corregedoria de Justiça se aproveita de falha no Novo Código Florestal e aterroriza setor rural

Começaram os achaques da justiça contra a agricultura brasileira se aproveitando de falhas na Lei do Código Florestal (Lei nº 12.651) que estão sendo resolvidas através da MP do Código Florestal.

A Corregedoria Geral de Justiça (CGJ) publicou recomendação na última quarta feira segundo a qual qualquer alteração de domínio em imóveis deverá ser acompanhada da averbação da Reserva Legal. A averbação da RL à margem da matrícula foi dispensada pela Lei 12.651, mas em função de uma falha na redação da lei, a justiça está interpretando que a averbação ainda é necessária.

Essa falha de redação está sendo corrigida pela MP 571, mas enquanto ela não for aprovada os ecotalibãs da justiça continuarão a aterrorizar os produtores rurais com a lei velha. 

A lei 12.651 dispensou a averbação de RL, mas diz que o registro da reserva deve ser feito no CAR. Como o CAR ainda não está operando, a justiça vem interpretando que a averbação ainda é necessária enquanto o CAR não estiver disponível.

A MP do Código revoga o item da Lei de Registros Pùblicos que exige averbação para os casos listados pela Corregedoria Geral de Justiça resolvendo esse imbróglio. Mas a MP ainda não foi aprovada e pode cair caso não haja tempo para a votação nas duas casas do Legislativo.

Segundo o Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES), a indicação vale para as áreas que ainda não possuem comprovante junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR).
Reserva Legal

Eis aí um exemplo do que acontecerá com a agricultura brasileira caso o governo permita que a MP do Código Florestai caia por decurso de prazo.


RELEMBRE A COBERTURA DO ACORDO COSTURADO NA COMISSAO MISTA (RELATO DA AGENCIA BRASIL, OFICIAL):

Código Florestal: ambientalistas e ruralistas se dizem satisfeitos
29 de agosto de 2012  18h43  atualizado às 19h06

"Foi uma negociação duríssima porque a causa ambiental tem sempre poucos votos aqui. Mas foi o melhor possível, porque se essa MP cai no dia 8 (de outubro, quando perderia a validade por decurso de prazo), ela deixaria os pequenos agricultores em uma situação muito difícil", disse o senador Jorge Viana (PT-AC).

O deputado Ronaldo Caiado (DEM-GO) também classificou o acordo final como um ganho para os produtores rurais. Segundo ele, antes o texto da MP previa que a definição das áreas de preservação permanentes a serem recompostas seria definida pelo governo federal. Agora, são os Estados que irão definir quanto cada produtor terá que recompor.

"O impasse era exatamente esse. Agora nós temos um parâmetro mínimo, mas a partir daí serão os planos de regularização dos Estados que vão definir o critério para cada bioma, e não uma regra única que inviabilizaria 100% dos produtores rurais", disse Caiado.

O presidente da comissão, deputado Bonh Gass (PT-RS), que é ligado ao setor ambientalista, também se declarou satisfeito com o resultado da votação. "Os ruralistas queriam todas as áreas (já desmatadas) consolidadas, queriam poder derrubar mais, queriam anistia das multas (ambientais). Nós conseguimos ampliar as áreas de reservas entorno de nascentes, não ter anistia e trazer de volta as áreas de preservação em rios intermitentes. Então nós tivemos grandes avanços".

A revisão da emenda aprovada no início de agosto que acabava com a obrigatoriedade de preservar as margens dos rios chamados intermitentes - que secam durante um período do ano e depois voltam a existir na época das chuvas - era o ponto mais preocupante para os ambientalistas.

Para retirar a emenda, que já havia sido aprovada, eles precisavam de unanimidade na votação de hoje, o que dependia do apoio dos ruralistas. Foi em troca da revisão desta emenda que os ambientalistas concordaram em modificar as diretrizes sobre a recomposição das áreas desmatadas.

Com a finalização da votação das emendas hoje, a MP segue agora para ser votada na Câmara dos Deputados na próxima semana, e na semana seguinte no Senado. O cronograma prevê um esforço concentrado para a votação nas duas semanas, por causa das campanhas eleitorais, que tradicionalmente esvaziam o Congresso. (publicado pelo Terra.com.br).

Suspiros da MP: Governo negocia aprovação da MP do Código Florestal

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Trombadas Institucionais: A incompetente
e a vítima.
Preocupado com a possibilidade de perder o controle na definição das regras que definirão APPs, o Palácio do Planalto e as ONGs de meio ambiente começaram a se movimentar para abrir espaço na agenda do Senado para uma semana de esforço concentrado adicional antes do primeiro turno das eleições municipais, que permitirá a votação da medida provisória sobre o Código Florestal.

“Estamos conversando para alterar a data do esforço concentrado. Dessa forma, poderíamos esperar a decisão da Câmara para nos reunirmos e votar em seguida”, conta o líder do PT no Senado, Walter Pinheiro (BA). Segundo ele, a ideia seria transferir o debate para a semana entre os dias 18 e 20 de setembro. Há ainda a possibilidade de fazer o esforço em dois período — ou seja, entre os dias 12 e 14, como já estava marcado e na seguinte. O acordo está sendo costurado e a articulação tem sido feita com o presidente da Casa, José Sarney (PDMB-AP).

O Governo está acordando para a grande cagada que fez sua Ministra de Trombadas Institucionais, Ideli Savaltti. A histeria de Ideli em reação ao bilhete da presidente Dilma cobrando informações sobre o acordo que viabilizou a aprovação da MP na Comissão Especial criou um impasse e resultou numa fragorosa derrota do Governo do Congresso.

Uma nova interpretação da lei feita pelo Deputado Bernardo Santana de Vasconcelos, do PR de Minas Gerais, está aterrorizando o governo. De acordo com a interpretação da lei feita pelo Deputado Bernardo Santana, a queda da MP e do Artigo 61-A remeteria a definição das metragens de recuperação nas margens de rio aos estados através do PRA. Segundo Bernardo a consolidação de áreas agrícolas em APPs estaria garantida pela definição do Capítulo da lei que agasalha o Artigo 61-A, Capítulo este que consta da Lei 12.651 vigente e que não seria afetado pela queda da MP.

Conversei longamente por telefone com o Deputado Bernardo Santana ontem a noite. De forma bastante solícita, o Deputado, que é advogado além de agricolino e tem vastíssima experiência e proximidade com o setor rural de Minas Gerais, me explicou seu ponto de vista sobre a queda da MP 571. A leitura do Deputado Bernardo Santana parece ter assustado o Governo que agora tenta achar uma forma de não deixar a MP do Código Florestal.

Por outro lado, a postura de Ideli de desautorizar o acordo feito na Comissão Mista do Código Florestal deixou muita gente do próprio PT descontente. O líder do Governo na Câmara, Arlindo Chinaglia, o líder do governo no Congresso, José Pimentel (que votou a favor do texto alterado na Comissão Mista) e o próprio presidente da Câmara, Marco Maia, se irritaram com a postura de Ideli. Os três dependem da credibilidade dos acordos que o Governo faz com a base e a recuada de Ideli minou essa credibilidade. A Ministra das Trombadas Institucionais de Dilma está a beira de criar uma crise institucional entre Executivo e Legislativo colocando em situação difícil Chinaglia, Pimental e Maia.

Acorda, Dilma. Quer resolver o imbróglio do Código Florestal? Tira a Ideli da SRI. Ela não tem perfil. Tem gente melhor, mais competente, para ocupar o lugar. O acordo feito na Comissão Mista não é tão ruim. Ouça o João de Deus Medeiros, que ajudou a redigir o inciso; ouça sua Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira; ouça sua área técnica. Seu problema, presidente, é político, é a Ideli, não é Código Florestal.

A foto é de Antônio Cruz, da Agência Brasil.

Em tempo, veja aqui o entendimento do Deputado Bernardo Santana de Vasconcelos que está assustando o Governo:

Dividir para conquistar: a triste “estória” da queda MP 571, por Bernardo Santa de Vasconselos

O processo legislativo depende de quórum. Não é meia dúzia de deputados e/ou senadores que aprovam uma lei. No caso do novo Código Florestal (Lei nº 12.651/12), todas as votações alcançaram quórum qualificado na sua aprovação, ou seja, suficiente para aprova uma lei complementar, mesmo sendo ela lei ordinária e aprovada como tanto.

Ir contra tamanha demonstração democrática, editando uma medida provisória que altera vontade de quórum qualificado, tem efeitos que deveriam ser esperados, mas nossa noviça democracia pouco experimentou. Na análise soberana do Congresso Nacional sobre uma medida provisória três serão as possibilidades: aceitar o teor da MP, trocá-la por projeto de lei sobre a matéria ou optar pela simples rejeição.

Poucos pensam nessa última hipótese. Entretanto, é a mais lógica quando um texto foi referendado por quórum qualificado. Chega a ser ilógico querer alterar texto referendado por maioria absoluta. É buscar crise institucional e constitucional.

Necessário dizer que esse “novo” Código Florestal, manteve todo o “status quo” do anterior, inclusive com alterações absurdas implementadas por uma MP que, de tão ruim, não conseguiu ser votada em 17 anos. Abissal a falta de sensibilidade de intervir em lei aprovada com quórum qualificado. Miopia de alto grau é editar MP em legislação editada para corrigir exatamente os excessos de 17 anos de outra MP (1511/95 até 2166-67/2001).

Que o produtor não se iluda: a única grande vitória do novo Código Florestal foi garantir, ainda que com reservas, a manutenção de áreas que foram tornadas agricultáveis na forma da lei da época. Reconhecido o ato jurídico perfeito da construção do solo agrícola. Para o futuro, manteve-se a mesma lógica da legislação passada, por mais que se tenha provado ineficaz.

Ainda mais ilógicas as acusações de que a perda de vigência da MP 571 – instrumento de alteração de vários pontos do novo Código Florestal – causaria um caos no sistema jurídico, objeto de possível “vácuo de regulamentação”, privando os produtores rurais da tão almejada segurança jurídica. Toda essa linha de alegação para criticar os que se mantiveram vinculados ao teor aprovado por quórum qualificado pelas duas casas do Congresso Nacional, como se isso lesasse o produtor rural.

Nada mais longe da verdade. Qual o efeito prático da “queda” da MP 571? A resposta está na própria Lei nº 12.651/12.

A mencionada inovação da lei está em um único capítulo, iniciado no artigo 59, específico para tratar o passado, retroativo em reconhecer a lei do tempo da abertura da área, excludente, inclusive, das demais determinações do resto do texto.

Este artigo 59 trata do Programa de Regularização Ambiental – PRA, instrumento escolhido para o reconhecimento da licitude das aberturas conforme a lei do tempo, bem como o meio de equalizar eventual excesso e respectivo passivo, tanto que para realizar essa cisão de tratamento, o que se estabelece nesse capítulo não se comunica com o resto do texto e vice-versa, como expresso na sua parte final: 

“...implantar Programas de Regularização Ambiental- PRAs de posses e propriedades rurais, com o objetivo de adequá-las aos termos deste Capítulo” (g.n.).

No parágrafo 5º do artigo 59, isso é reafirmado pelo reconhecimento da regularização do “... uso de áreas rurais consolidadas conformedefinido no PRA”.

Entre os artigos 60 a 68 estão as limitações de poderes do PRA, ou seja, o limite até onde as unidades da federação poderão ir para regularizar as áreas consolidadas.

A partir do artigo 61 (vetado)estão inseridas as alterações mais significativas da MP 571, cujo efeito prático seria a dificuldade quase absoluta de aplicação da lei no tempo e respectiva regularização das áreas rurais consolidadas, ou seja, o PRA pouco ou nada regularizaria.

Com a queda da MP 571, esses requisitos de regularização deixam de ser genéricos, para serem tratados diretamente pelo PRA, considerando o estabelecido no §1º do artigo 59, o qual atribui “...aos Estados e ao Distrito Federal o detalhamento pormeio da edição de normas de caráter específico, em razão de suaspeculiaridades territoriais, climáticas, históricas, culturais, econômicase sociais, conforme preceitua o art. 24 da Constituição Federal”.

Com eventual perda de vigência da MP 571, todos os dispositivos entre os artigos 60 e 68 e modificados pela MP, deixam de existir. Da mençãoao artigo 24 da Constituição Federal (§1º, art. 59), bem como o estabelecido no §5º do mesmo artigo 59, se extraio o efeito prático de que o detalhamento geral e específico do PRA será realizado por cada unidade da federação, que o exercerá dentro dos parâmetros remanescentes entre os artigos 60 e 68 da Lei 12.651/12. Poderá tratar com autonomia os demais temas que ali não estão expressos, sempre dentro da lógica do direito intertemporal e do conceito de área rural consolidada.

Desdobrando: não haverá o “caos” prometido, mas simples troca de competência para regulamentar a regularização que com a MP 571 adiantava alguns parâmetros, sem ela fica aos Estados identifica-los em virtude das peculiaridades regionais.

Nem mesmo momentaneamente haverá prejuízos, considerando o que expresso no §4º do mesmo artigo 59 da Lei 12.651/12, determinando expressamente a suspensão de aplicação de sansão até a edição do PRA, seja federal ou estadual. Confira-se:

§4ºNo período entre a publicação desta Lei e a implantação do PRA em cada Estado e no DistritoFederal, bem como após a adesão do interessado ao PRA e enquanto estiver sendo cumprido o termo decompromisso, o proprietário ou possuidor não poderá ser autuadopor infrações cometidas antes de 22 dejulho de 2008, relativas à supressão irregular de vegetação em Áreas de Preservação Permanente, deReserva Legal e de uso restrito.

Ora, se as autuações JÁ ESTÃO suspensas e assim ficarão até a implantação do PRA de cada Estado, cai por terra a tese dos defensores do caos, do apocalipse rural. Não há motivo para se evitar o debate inerente ao processo legislativo.

Cai por terra até mesmo a alegação de urgência constitucionalnecessária à edição de medida provisória, pois se esta mesma lei estabelece suspensão de sansões até que haja contrapartida do poder público (implantação do CAR e do PRA), na efetiva trilha da regularização, as quais não conseguirão se implementar antes de 2 anos (sem considerar qualquer prorrogação), o máximo que se pode alegar é que daqui a 2 anos vislumbrar-se-á dificuldades a serem adequadas. Onde está a urgência?

Nesse contexto, a alegação de caos e apocalipse rural de uns, por nós pode ser interpretada como “entreguismo”, “corpo mole” e outras condutas reprováveis, em especial quando o reflexo será sobre a obra de vida dos produtores rurais, muitas oriundas da soma do trabalho de gerações.

Quem edita uma medida provisória sobre texto aprovado por quórum qualificado, deve esperar resistência. Por não implicar em prejuízo ao produtor rural, a MP 571 pode cair. Deve cair!


O que as ONGs não dizem e os jornalões do sul maravilha não vêem sobre o desmatamento na Amazônia

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Matéria publicada no jornal Washington Post mostra que a maior ameaça à floresta amazônica encontra-se fora do Brasil. O texto chama a atenção para o fato de que mais de 40% da Amazônia não está no Brasil, estendendo-se através de oito países num tapete verde de tamanho seis vezes maior do que a Califórnia. Esses países são mais pobres e menos estabilizados do que o Brasil, com menor capacidade de controlar o desmatamento.

Segundo o texto, embora as campanhas ambientais tenham focado durante décadas a parte da Amazônia localizada no Brasil, hoje na América do Sul é essa enorme extensão da floresta amazônica, abrangendo desde a Bolívia para a Colômba e, ao leste, para a Guiana Francesa, que enfrenta sua mais grave ameaça, com camponeses devastando a floresta para culturas de subsistência e produtores de soja. O jornal diz que a Bolívia tem hoje a maior taxa de desmatamento na Amazônia e que esse dado, pouco conhecido pelos ambientalistas, deve servir de alerta para o Mundo.

Leia a matéria original em inglês: Amazon forest threat is greater outside Brazil (Ameaça à floresta amazônia é maior fora do Brasil)

Pergunta se eles têm Código Florestal? Pergunta se a indústria das ONGs é tão rica lá quanto é aqui no Brasil?

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Fonte:
blog codigoflorestal.com

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5 comentários

  • luiz carlos marialva - PR

    Ola caro amigo João Mauricio ela vai comendo pela berada e conseguiu chegar la no que ela queria agora nos só se ferra.

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  • joão marcos dadalto Alta Floresta - MT

    Naquele palácio do planalto só tem vaca.

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  • Maurício Carvalho Pinheiro São Paulo - SP

    Que negócio é esse de vincular a votação à Lei da Copa ?

    Outro toma lá da cá ?? Tipo mensalão ??? Quem vai receber verba em troca ??? Isso não acaba nunca ???

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  • Maurício Carvalho Pinheiro São Paulo - SP

    Essa mulher entrou pela porta do fundo do senado, pois era suplente. Não ganhou uma eleição siquer e ainda foi beneficiada em candidatura para governadora do Paraná por grana do mensalão ou do Cachoeira !!! O que pode vir dessa besta ????

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  • luiz carlos marialva - PR

    Caro Dalzir tem razão em comentar isto,esses caras só querem mamar na teta e são uns cordeiros do governo esses que dizem,defender os produtores só querem o deles e mais nada.

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