Atenção brasileiros, Ciro Siqueira informa: "Este blog será descontinuado!!!"...

Publicado em 21/11/2012 20:59 e atualizado em 22/11/2012 21:41
O autor do blog codigoflorestal.com, Ciro Siqueira, um dos mais importantes defensores da produção de alimentos e da preservação ambiental, informa que vai desligar seu blog. Atenção brasileiros... (NR).

Este blog será descontinuado

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Pendurando as esporas
Caros, não há forma fácil de dizer isto. Este blog será descontinuado e, talvez, retirado do ar.

Nos últimos cinco anos tenho postado aqui algumas reflexões sobre o fundamentalismo ambiental, o Código Florestal e sobre a estratégia hegemônica de preservação das florestas da Amazônia através da desantropização e da asfixia das economias tradicionais apesar do problema social colateral. Os ecotalibãs buscam preservar a Amazônia extinguindo o amazônida.

O blog sempre foi pautado pela defesa dos produtores rurais brasileiros, pequenos, médios e grandes, e dos brasileiros que, como eu, vivem na Amazônia e pela defesa de uma ambientalismo alternativo, tácito, que possa ser parceiro do Agro.

Tudo isso existe desde antes da reforma do Código Florestal entrar na pauta nacional. Estudo e me manifesto sobre o Código Florestal desde 1996 quando veio ao mundo a primeira Medida Provisoria alterando a redação da Lei 4.771, o velho Código Florestal. Como profissional, trabalhei com intensificação de pecuária, reflorestamento e financiamento de atividades produtivas na Amazônia. Todas elas atividades imbricadas com a aplicação do Código Florestal. Fiz especialização e mestrado desenvolvendo estudos sobre a aplicação da velha lei florestal.

Criei este espaço em 2007 tentando amealhar alguma influência, primeiro na indução, depois no próprio processo, de reforma do velho Código Florestal. O espaço funcionou esporadicamente entre 2007 e 2009 quando intensifiquei as publicações em função do início da reforma da lei. Mal-e-mal consegui, com a ajuda dos meus leitores, alguma influência. Consegui jogar uma luz ao que, acredito, seja o melhor para o meu País.

Mas não foi apenas influência. Fiz também algumas grandes e boas amizades com pessoas com as quais descobri afinidades de valores, afinidades intelectuais, convergência de visão de mundo e por a vai.Algumas conheci pessoalmente, outras viraram “amigos virtuais”. Efeito inesperado e, talvez, ainda mais significativo do que o outro proporcionado pelo blog.

Penso que o espaço cumpriu seu papel. Temos hoje uma nova lei florestal, o ambientalismo canalha das ONGs enfraqueceu, o setor rural aprendeu que pode vencer a máquina de mídia das ONGs, embora o processo protofascista de desantropização da Amazônia continue como um câncer indolor. Essa batalha será travada em outro momento.

Manter as postagens quase diárias no blog tem um custo pessoal elevado para mim. Nos últimos anos tenho negligenciado minha carreira profissional, minha atualização intelectual e minha família. Nesse meio tempo tive que trocar de emprego duas vezes, de cidade duas vezes e tive duas filhas. Não tenho mais condição de assumir esse ônus pessoal.

Por outro lado, o www.codigoflorestal.com tornou-se um espaço importante na defesa do Agro nacional. Consegui, com a ajuda dos leitores, cavar uma trincheira importante na guerra de informação onde sempre fomos historicamente massacradas pela máquina de mídia das ONGs e sua fábrica de sofismas carismáticos. O blog teve mais de 2,5 milhões de acesso. Estou em primeiro lugar nos mecanismos de pesquisa na internet o que obrigou o ambientalismo fundamentalista a pagar ao Google para aparecer à frente do blog e a escrever um verbete canalha no Wikipedia mostrando apenas o lado deles da questão.

As ONGs não dominaram de forma absoluta a internet porque nós estávamos lá.

Há ainda mais de mil endereço de email inscritos no feed de atualizações do blog. Entre eles há links com atores importantes no debate agroambiental no Brasil, tanto do setor público, quanto do setor privado, gente ligada à imprensa, estudantes produtores rurais e etc. E outros tantos sintonizados em outros canais de divulgação nas redes sociais.

Acho que não é um decisão inteligente simplesmente abrir mão do espaço e abandonar essa trincheira e deixar os ecotalibãs das ONGs espojarem-se no campo de batalha abandonado.

Quase todas as pessoas com quem comentei a minha necessidade de interromper o blog lamentaram a perda desse espaço de defesa do Agro brasileiro e do povo da Amazônia pelas mesmas minhas razões.

A questão é que eu não poderei mais tocar o espaço, o que nos deixa uma única opção: encontrar alguém ou alguma instituição disposta a assumi-lo.

No topo do blog há um link onde se lê "Entre em Contato". Caso alguém esteja disposto a assumir o espaço deve me enviar uma mensagem para iniciarmos uma conversa. Entendo que haverá mudanças, mas preciso me certificar de que o espaço não será completamente corrompido no processo. Será necessário acertar também as questões técnicas de redirecionamento dos acessos, controle do feed e das páginas no Facebook, Twitter e Google+.

Caso não encontre alguém capaz e merecedor da tarefa, o blog será apagado tão logo eu encontre a força interior necessária para o ato extremo do bloguecídio.

Este será meu último post neste espaço. Gostaria de agradecer a atenção e a companhia de todos.

Forte abraço e boa luta.

Ciro Siqueira.

3 comentários:

ERNANI FARIAS disse...

Cumpriu bem seu papel e ajudou muito a desconstruir pensamentos demoníacos e medíocres. Defendeu bem sua turma e também os citadinos que estavam sendo usados como objetos de manobras políticas. Muito obrigado Ciro e muito sucesso no seu trabalho. abs =D

22 de novembro de 2012 19:35
Clauden Eye disse...

Eu não acredito nisso, alguma coisa aconteceu e não me digam que não!

22 de novembro de 2012 19:39
Paulo Fernando Pacheco Corrêa disse...

Desculpe colega mas não aceito. Esperamos continuar aprendendo com o seu trabalho.
Abçs
Paulo Corrêa

22 de novembro de 2012 20:49(abaixo os posts de ontem de Ciro Siqueira):


Questão indígena: A grande diáspora do Mato Grosso

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Com todo o respeito que os nossos índios merecem, não podemos e não devemos admitir que mais de 8 mil famílias (veja reportagem da Globo News) de brasileiros sejam desalojadas de suas casas e largadas à própria sorte, sob o pretexto de devolver suas terras aos Índios Xavantes. Nem as lavouras já plantadas eles poderão colher.

Não se corrige uma injustiça com outra.

São mais de 165 mil hectares de terras produtivas, a maioria ocupadas com pastos e lavouras de grãos, que serão entregues para menos de 2 mil índios que não possuem a mínima aptidão para a lavrar da terra. (Veja imagem).



Muitas das famílias ali assentadas possuem Títulos dos Imóveis adquiridos de boa fé há mais duas décadas. Gente que gastou a juventude numa região inóspita e sem atenção do Governo, lavrando a terra e produzindo alimentos. Gente que ajudou a construir o Brasil. Jovens que hoje se tornaram velhos e já não dispões dispõem da mesma força para reconstruir a vida em outro lugar.

Essas pessoas devem começar a serem expulsas de suas terras nos próximos dias.

Mas, você pode ajudá-los.

Através do link você poderá endossar um abaixo-assinado solicitando a suspensão dos despejos das famílias de Colonos do assentamento Posto da Mata.


Em tempo, recebi essa mensagem hoje de um leitor mato-grossense do blog. Acho que a causa é justa e me ocuparei mais dela nos próximos dias. Já assinei a petição e recomendo a assinatura. Entretanto, discordo do pedido de clemência. Aqueles pessoas precisam é de respeito e não de clemência.

Diáspora: [Do gr. diasporá, 'dispersão'.] S. f. (...) 2. P. ext. Dispersão de povos por motivos políticos ou religiosos, em virtude de perseguição de grupos dominadores intolerantes.


Fechem a Funai

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Ministro da Justiça: Índios tomam meu tempo
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje que os poderes Executivo e Legislativo, além de produtores rurais e índios, precisam encontrar uma decisão pactuada para a demarcação de terras indígenas. “Se conseguirmos pactuar, vamos resolver esse problema de uma vez por todas, dentro de uma legislação que resolva a questão dos povos indígenas”, afirmou.

De acordo com o ministro, o assunto é um dos mais tensos e difíceis da pasta. “Acredito que a prudência e a acomodação de interesses são a melhor forma de equacionar a questão”, afirmou. Cardozo disse que a questão indígena toma cerca de 60% do tempo dele de trabalho e o ministério busca ser prudente para evitar conflitos de violência.

O ministro participou de audiência pública da Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural para discutir a aplicação imediata da Portaria 303/12 da Advocacia-Geral da União (AGU), que estende para todo o País as 19 condicionantes definidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) na demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, em Roraima. O debate foi proposto pelos deputados Moreira Mendes (PSD-RO) e Giovanni Queiroz (PDT-PA).

Pela medida da AGU, as condicionantes adotadas no reconhecimento da aldeia Raposa Serra do Sol deverão ser utilizadas em todos os processos desse tipo. Dentre as limitações impostas consta a autorização para que o governo construa rodovias, hidrelétricas, linhas de transmissão de energia e instalações militares dentro das aldeias sem autorização da comunidade indígena que vive ali. A AGU também veta a ampliação de terras demarcadas. Estes são os dois pontos que mais incomodam os representantes dos índios.

Lei complementar

O advogado-Geral da União, Luís Inácio Adams, também defendeu a edição de uma lei complementar para regulamentar situações de demarcação de terras indígenas, com possibilidades de indenização integral para produtores rurais ou permanência deles na área. “A portaria não é suficiente porque não resolve o cerne do problema. Como eu compatibilizo direitos em áreas objeto de demarcação? Basta o Congresso estabelecer quais são os títulos jurídicos em área indígena que são preservados em face de necessidade da União”, esclareceu.

Segundo Adams, a definição de quem deveria permanecer na terra, se produtores rurais ou índios, poderia ser feita a partir do tempo de ocupação da área ou de certidão de posse dada pelo Executivo.

Proposta suprapartidária 

O deputado Domingos Sávio (PSDB-MG), que presidiu o debate, defendeu uma proposta suprapartidária para solucionar o conflito. “Vamos redigir juntos esse texto e contar com o apoio do ministro para uma redação que seja do interesse do País”, disse.

Segundo o deputado Bohn Gass (PT-RS), é preciso um critério rigoroso para separar quem fez grilagem de quem recebeu a titulação do Estado. “No caso de boa-fé do Estado, que permitiu que alguém comprasse a terra, este caso precisa ser trabalhado diferentemente”, disse.

A Funai foi muito criticada pelos deputados durante a audiência. “Qualquer antropólogo terceirizado tira a terra de um brasileiro com escritura há mais de cem anos”, reclamou o deputado Valdir Colatto (PMDB-SC). Na opinião dele, a demarcação de terras indígenas é o maior problema atual do Brasil e os índios são os grandes latifundiários do País.

De acordo com o coordenador da Frente Parlamentar da Agropecuária, deputado Homero Pereira (PSD-MT), a Funai traz insegurança para o campo. “Os antropólogos (que orientam quais áreas devem ser demarcadas) pautam a Funai e ela pauta o ministro da Justiça”, afirmou.

O deputado Giovanni Queiroz (PDT-PA), criticou a falta de ação da Funai na reserva indígena de Apyterewa, na beira do rio Xingu (PA). “Decisão judicial a Funai não obedece nem questão judicial. Eu conheço a Funai e o Incra [Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária] há muito tempo. Eles assumem compromisso para não cumprir”, afirmou o parlamentar, um dos autores do requerimento para a audiência.

Na opinião do deputado Moreira Mendes (PSD-RO), que também propôs o debate, a maior parte da população brasileira é desinformada sobre a questão indígena. “É romântico defender a comunidade indígena. Temos 940 mil índios no País e mais da metade (60%) são aculturados. O que vamos fazer com os outros brasileiros?”, questionou.

Com informações da Agência Câmara de Notícias e foto de Antônio Cruz, da Agência Brasil.


Adeus, Marina Silva! Adeus, ecotalibãs: Novo Código Florestal começa a ser incorporado ao ensino de graduação

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Assuntos são abordados em sala de aula por professores de Agronomia e Engenharia Ambiental

O cumprimento de normas ambientais é uma necessidade da agricultura brasileira. Entre as bases que norteiam essas leis está o Novo Código Florestal Brasileiro, que passou por reformulação e foi promulgado agora em 2012, pela presidente Dilma Rousseff. Para estar de acordo com as exigências legais é preciso entendimento.

A Unoeste forma profissionais para atuação nas áreas agrícola e ambiental, por meio dos cursos de Agronomia e Engenharia Ambiental. Como o embasamento relacionado ao assunto é fundamental, as graduações ofertam disciplinas que orientam e informam os acadêmicos sobre esses aspectos legais.

Luiz Kazuomi Yamamoto ministra a disciplina de Legislação Agrária e Perícias Rurais. “A intenção é esclarecer o que as leis do novo código querem dizer, bem como as peculiaridades de cada capítulo. Vale ressaltar que os universitários já devem estar cientes de que existem muitos entraves e trâmites para a aplicação das regras, por parte dos órgãos ambientais competentes”, informa.

O professor do curso de Agronomia, que atua como perito judicial e ambiental há mais de 30 anos, destaca que esse campo é muito promissor. “Dos milhares de agrônomos que se formam por ano no Brasil, nem 1% entende de questões ambientais e fundiárias. Aquele que se dispuser a trabalhar no segmento, com certeza, obterá êxito no mercado”, completa.

Leila Maria Esturaro é advogada e docente do curso de Engenharia Ambiental. Entre as disciplinas que ministra na graduação ela é responsável por Legislação Ambiental. “As leis são ferramentas imprescindíveis para que se faça o uso dos recursos naturais de maneira correta conciliando a parte produtiva com o meio ambiente. Oferecemos aos alunos um importante suporte para que eles entendam essas resoluções, que exigem uma leitura que vai além das palavras. Vale destacar que uma grande dificuldade no cumprimento das normas é aplicabilidade real e cotidiana. As pessoas acreditam que as regras são boas só para os outros, por isso, educamos os nossos alunos a respeito disso”.

Serviço – A matéria completa está disponível na última edição do Caderno Unoeste, na página 16.

Notícia disponibilizada pela Assessoria de Imprensa da Unoeste.


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Fonte:
blog codigoflorestal.com

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