Súia Missú: Índios começam ocupação em fevereiro

Publicado em 10/01/2013 08:32
A ocupação da reserva indígena Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá), pelos xavantes que vivem na região só deve ser iniciada em fevereiro
A ocupação da reserva indígena Marãiwatsédé, em Alto Boa Vista (distante 1.064 quilômetros de Cuiabá), pelos xavantes que vivem na região só deve ser iniciada em fevereiro. Para o coordenador regional do Conselho Indigenista Missionário (Cimi), Gilberto Vieira, os cerca de mil índios se dividirão em aldeias menores ao longo dos 165 mil hectares do território. 

As estruturas deixadas para trás pelos invasores devem permanecer abandonadas. Segundo Vieira, nenhuma liderança Xavante demonstrou interesse em ocupar propriedades ou prédios construídos pelos produtores rurais que ocupavam a região. 

Ele explica que as aldeias são construídas em círculos e que ocupar imóveis já prontos poderia descaracterizar costumes da etnia. Além disso, a aldeia onde o grupo vive atualmente já possui escolas e outras estruturas de uso comunitário. 

Pelo menos 60 famílias ainda estão no distrito de Posto da Mata, localidade com maior concentração urbana dentro do território, porque não têm para onde ir. A expectativa é que a desocupação total se estenda até o final do mês. 

Vieira não acredita que parte da reserva delimitada pela Fundação Nacional do Índio (Funai) ficará subutilizada. “É uma área razoável. Só acho que eles vão esperar um período mais tranqüilo para se espalhar, porque nós sabemos que casos assim vão continuar acontecendo depois que a Força Nacional sair”, diz. 

Mesmo com a saída de maior parte dos posseiros, os índios ainda temem pela segurança. No início da semana, lideranças indígenas relataram a presença de um avião que pulverizou uma substância desconhecida nas proximidades da aldeia. Fato que foi encarado como um atentado pelas lideranças, já que muitas pessoas passaram mal logo em seguida. 

DOM PEDRO CASALDÁLIGA - No último dia 29, o bispo benemérito Dom Pedro Casaldáliga retornou à prelazia de São Félix do Araguaia. Ele havia deixado o município devido às ameaças que recebeu no início do processo de desintrusão. 

Segundo o padre Paulo Santos, que acompanhou o bispo, Casaldáliga passou por várias cidades de Goiás durante os 22 dias que esteve ausente. A decisão de retornar foi tomada quando o clima de tensão na região se acalmou. 
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Agência da Notícia

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2 comentários

  • João Alves da Fonseca Paracatu - MG

    O processo absurdo de desintrusão da gleba Suiá Missu no Mato Grosso só serve para refletirmos o quanto somos imparciais, desumanos e despreocupados com o próximo. Temos dó dos nossos irmãos Haitianos, Indianos, Africanos, sírios e por aí vai, eles estão longe, todavia aqui do nosso lado centenas de famílias trabalhadoras não estão vivendo uma vida nada diferente destes povos.

    Um crime de lesa pátria comandada pelo governo central através de seus órgãos está jogando ao relento pessoas honestas e trabalhadoras que só cometeram um pecado: OUSARAM SONHAR.

    Crianças, jovens, idosos, trabalhadores na sua maioria pobres, estão sendo tratados como bandidos numa região que tem tudo para ser um local de paz e boa convivência entre os diferentes (procure o depoimento de várias lideranças xavante de região).

    Onde está neste momento os que se dizem representantes das classes, sindicatos de produtores e trabalhadores CNA, CONTAG, OAB, Ministério público, lideranças políticas e principalmente a grande imprensa os grandes ensaístas que gostam muito de escrever e comentar sobre tragédias sociais.

    Será que o que vale para igrejas, ONGS, movimentos sociais são aquelas ações que dão ibope? Acordem, está acontecendo no centro do Brasil uma das maiores atrocidades já cometida por um homem sobre um homem.

    Se aqui tivéssemos verdadeira ideologia sobre paz social, este absurdo, em pleno século XXI não aconteceria. Ao morrer alguém, ao ocorrer uma tragédia comovente, ao aparecer uma situação que chama os olhos para foto, aparecerão também os tiradores de proveito da desgraça alheia.

    Acordem gente, pelo amor de Deus, o fato é gravíssimo e precisa de solução.

    João Alves da Fonseca

    CPF- 406.403.726-68

    [email protected]

    Em tempo: veja os vídeos em www.agênciadanotícia.com.br ou www.noticiasagricolas.com.br ou www.g1.com.br.

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  • Emanuel Geraldo C. de Oliveira Imperatriz - MA

    > A igreja catolica matou muita gente durante a Inquisição, queimadas vivas (como Joana Darc), guilhotinada, sob tortura, etc, mortes crueis e atualmente ela prefere matar tirando do homem seu local de trabalho, sua honra, sua auto-estima, o sustento da familia, seus remedios, transformou aqueles produtores de almentos do MT em miseraveis. Curioso é que a FAMATO se acorvadou, ate como instituição e mais curioso ainda é a expulsão daquelas familias antes do julgamento final da causa e se por acaso os produtores ganharem, quem arca com os prejuizos ja acontecidos e quem tira os indios de lá? A FUNAI?

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