Organização de agricultores é fundamental para enfrentar lagarta Helicoverpa armigera

Publicado em 29/07/2013 09:33
Características da praga exótica que está causando perdas nas lavouras brasileiras vai demandar a realização de um manejo regional. Condições de clima do País devem favorecer o desenvolvimento da nova espécie em território nacional.

A lagarta da espécie Helicoverpa armigera já causa problemas e perdas em vários países e deve se instalar de vez no Brasil. A opinião é da pesquisadora Silvana Paula Moraes, da Embrapa Cerrados (Brasília, DF), uma das integrantes da equipe que identificou a nova praga. “Numa condição tropical, como é o Brasil, a expectativa é que essa espécie não vai ter problema nenhum em se desenvolver, pelas características de temperatura alta que nós temos”, explica. “Infelizmente, ao que parece, é uma praga que veio para ficar”, conclui.
 
A pesquisadora destacou o poder destrutivo da H. armigera. Estudos internacionais registraram que a praga pode atacar mais de 100 espécies de plantas e é capaz de se deslocar por distâncias que chegam a mil quilômetros. Essa mobilidade e a capacidade de atacar várias hospedeiras vai exigir um manejo diferenciado por parte dos produtores. “Ela não é um problema local. Agricultores têm que se organizar em nível regional [...] a ideia é de um manejo que tem que atingir toda uma região para ele ser sustentável”, frisou ao ressaltar a importância do apoio da Defesa Sanitária, da assistência técnica e da pesquisa para auxiliar os produtores. “O agricultor vai ter que estar atento e toda essa organização que a gente está observando vai contribuir muito para esse manejo em nível de paisagem agrícola.”
 
Histórico
Silvana Moraes explicou que dificilmente será possível determinar com certeza como a H. armigera entrou no Brasil. Segundo ela, em dezembro de 2012, a Embrapa foi notificada por produtores do Oeste da Bahia, que reportavam problemas no controle de uma lagarta com as estratégias tradicionais.  O primeiro trabalho da pesquisa foi identificar qual era a fonte do problema. Para isso, foram feitas coletas da praga em vários estágios de desenvolvimento. A identificação foi possível graças a análises taxonômicas e de DNA.
 
Com a identificação da praga, a pesquisa está se debruçando nas formas de controle. Em abril, especialistas na área reunidos em Brasília elaboraram o documento “Ações emergenciais propostas pela Embrapa para o manejo integrado de Helicoverpa spp. em áreas agrícolas” (https://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa/Manejo-Helicoverpa.pdf/view#) com propostas de ações emergenciais, além de estratégias de transferência de tecnologia e pesquisa.
 
Esse documento e outras informações sobre a H. armigera estão disponíveis em uma página especial dedicada ao tema no Portal da Embrapa (https://www.embrapa.br/alerta-helicoverpa/#). Nesse espaço é possível encontrar informações sobre manejo, notícias, vídeos e respostas às principais dúvidas sobre essa praga.
 
Seminário
Na próxima terça-feira (30/07), será realizado, na cidade de Luiz Eduardo Magalhães, na Bahia, o Seminário Brasileiro sobre Helivoverpa, Bicudo e Mosca-Branca, com a participação de técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, pesquisadores e produtores. O evento, promovido pela Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Instituto Brasileiro do Algodão (IBA) e Associação de Irrigantes da Bahia (Aiba), vai trazer um panorama da situação dessas pragas no Brasil.
 
Conexão Ciência
A íntegra da entrevista da pesquisadora Silvana Moraes ao programa Conexão Ciência está disponível na internet (https://www.youtube.com/watch?v=S__SOlHNJ38). O Conexão Ciência é uma produção da Embrapa e da NBR exibido todas as terças-feiras, às 20h30, pela emissora do Governo Federal. O programa discute os principais assuntos sobre o desenvolvimento científico relacionado à agropecuária, pesquisa, meio ambiente e tecnologia.

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Fonte:
Embrapa

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