Na VEJA: Grupo de autodenominados tupinambás invadiu mais de sessenta fazendas na região de Ilhéus

Publicado em 19/08/2013 18:57
Força Nacional já está no sul da Bahia para conter conflito por terras

Tropas da Força Nacional de Segurança foram deslocadas para a região de Ilhéus, no sul da Bahia, para reforçar a segurança no local. A área tem sido palco de frequentes conflitos entre produtores rurais e um grupo de invasores que afirma descender de índios tupinambás – uma tribo considerada extinta no século XVII

Segundo os agricultores, há 63 fazendas invadidas na região – quarenta foram alvos de invasões no início do mês. Os indígenas não confirmam o número, mas admitem as invasões, como forma de pressionar o governo para demarcar áreas para os membros do grupo, que se auto denominam tupinambás de Olivença. 

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Eles reivindicam 47.300 hectares entre os municípios de Ilhéus, Una e Buerarema. Segundo a Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária, Irrigação, Reforma Agrária, Pesca e Aquicultura (Seagri), há cerca de 700 propriedades rurais e 18.000 habitantes nessa área. O contingente da Força de Segurança Nacional enviado ao local não foi divulgado.

Os conflitos entre as partes foram intensificados no começo do mês, quando as autoridades estaduais, em conjunto com a Polícia Federal, promoveram a reintegração de posse de quinze fazendas que estavam ocupadas por indígenas.

Os tupinambás, então, promoveram uma manifestação no centro de Ilhéus, reivindicando uma solução para a situação, e promoveram uma nova onda de invasões. O grupo é liderado por Valdenilson Oliveira, conhecido como “Val Tupinambá”, que em abril já havia liderado a invasão de um hotel de luxo na região, ocasião em que os índios saquearam bebidas e televisores do estabelecimento.

Ele afirma que as invasões vão continuar ocorrendo, até que o governo formalize a demarcação da área, incluindo as 700 propriedades rurais, como terra indígena. "Eles (fazendeiros) precisam sair e o governo tem de demarcar a área", disse.

No início da semana passada, duas fazendas da região foram invadidas por homens que se diziam indígenas. As sedes foram destruídas por fogo. Quatro moradores das propriedades sofreram agressões e precisaram receber atendimento médico.

Manifestações – Dois dias depois, produtores e trabalhadores das propriedades fizeram uma manifestação na BR-101, bloqueando a pista por dez horas e  causando mais de dez quilômetros de congestionamento. No protesto, quatro carros oficiais que tentaram furar o bloqueio foram incendiados. Depois, ainda houve depredação em uma agência do Banco do Brasil e saques em uma loja da Cesta do Povo em Buerarema.

Na sexta-feira, o governador Jaques Wagner (PT) pediu auxílio do Ministério da Justiça, por meio de envio de uma equipe da Força Nacional, para controlar os conflitos. Mesmo depois do anúncio do envio da tropa federal, mais uma invasão foi registrada na região, na tarde de domingo.

"Eles chegaram com lanças, facas e flechas, mandando todo mundo sair", conta o produtor de alface Antônio Aparecido Lopes, proprietário do terreno. Ele prestou queixa na sede da Polícia Federal em Ilhéus na manhã desta segunda.

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veja.com.br

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