Venezuela, López se entrega à polícia de Maduro e é levado para fora de Caracas

Publicado em 18/02/2014 21:21
na veja.com.br

Opositor Leopoldo López se entrega à polícia na Venezuela

Na VEJA.com:
O opositor Leopoldo López se entregou na tarde desta terça-feira a integrantes da Guarda Nacional, pouco depois de fazer um discurso aos que integravam a marcha contra o governo de Nicolás Maduro em Caracas. López foi acusado de incitação ao crime, depois das manifestações da última semana, que terminaram com três mortos e dezenas de feridos. A deputada María Corina Machado também foi detida, segundo seu porta-voz.

Ao falar com os participantes do ato, López pediu que não houvesse confrontação no momento de sua entrega. “Peço, por favor, que tenhamos prudência, sem confrontação”. Defendeu que é preciso construir uma saída “pacífica, dentro da Constituição, mas nas ruas”. “Já não nos resta na Venezuela meios livres para podermos nos expressar e se os meios calam, devemos ir às ruas”. López foi arrastado para dentro de um blindado e levado para uma prisão para fora de Caracas, segundo informações do governo Maduro.

Mais um estudante morre – Nesta semana morreu mais um estudante venezuelano que estava em manifestação contra o governo de Nicolás Maduro. De acordo com o jornal venezuelano El Nacional, o jovem estudante de Engenharia Naval, José Ernesto Mendez, de 17 anos, foi atropelado – propositalmente, segundo testemunhas  –  na noite desta segunda-feira por um veículo da companhia estatal Petróleo de Venezuela S.A. (PDVSA). O jovem é a quarta vítima fatal em decorrência dos protestos, que se iniciaram na semana passada. 

Mendez e outros jovens foram atropelados enquanto participavam de uma manifestação na cidade de Carúpano no estado de Sucre, no extremo norte do país. Segundo relatos de testemunhas, os estudantes foram atropelados por um veículo modelo Ford Runner identificado com o logotipo da PDVSA.  As vítimas estavam bloqueando a Avenida Perimetral, no centro de Carúpano. Mendez sofreu graves ferimentos na cabeça e foi levado para o centro cirúrgico da Policlínica de Carúpano, mas não resistiu. Outra vítima ainda não identificada teve as pernas fraturadas no atropelamento.

O opositor Leopoldo López é colocado dentro de veículo da Guarda Nacional depois de se entregar à polícia em Caracas, na Venezuela

O opositor Leopoldo López é colocado dentro de veículo da Guarda Nacional depois de se entregar à polícia em Caracas, na Venezuela (Jorge Silva/Reuters)

Nesta terça, o local de concentração para a marcha foi a praça Brión, no limite entre o município de Chacao, comandado pelo opositor Ramón Muchacho, e o de Libertador, que tem como prefeito o oficialista Jorge Rodríguez – que havia dito na segunda-feira que não havia autorizado o protesto. O plano inicial de López era ir até o Ministério do Interior, mas a polícia bloqueou várias ruas, impedindo o acesso ao local. O porta-voz da deputada María Corina Machado chegou a dizer que ela também havia sido detida, o que não se confirmou.

Ao falar com os participantes do ato, López pediu que não houvesse confrontos no momento de sua entrega. “Peço, por favor, que tenhamos prudência, sem enfrentamentos”. Defendeu que é preciso construir uma saída “pacífica, dentro da Constituição, mas nas ruas”. “Já não nos resta na Venezuela meios livres para podermos nos expressar e se os meios calam, devemos ir às ruas”. (Continue lendo o texto)

 

 
 

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Milhares de manifestantes participam de um protesto convocado pelo líder da oposição venezuelana Leopoldo Lopez, em Caracas - (18/02/2014)

Milhares de manifestantes participam de um protesto convocado pelo líder da oposição venezuelana Leopoldo Lopez, em Caracas - (18/02/2014) - Miguel Gutierrez/EFE

López reiterou que é inocente e disse que estava se apresentando para uma justiça corrupta, mas diante das pessoas que o apoiam.

Liderança opositora
O ex-candidato presidencial Henrique Capriles anunciou em sua conta no Twitter que estava se incorporando à marcha convocada por López. “A este governo interessa um país dividido, e nosso dever como venezuelanos é o de unir o país”, afirmou. Mais tarde, outro post: “Fomos à concentração pacífica em apoio a Leopoldo López. Nossa solidariedade e respaldo. Fez o que devia ser feito, enfrentar a perseguição”.

Como uma das figuras de maior relevo da oposição venezuelana, Capriles discordava dos colegas em relação a lançar mão de caminhos além dos eleitorais para enfrentar o oficialismo. Depois de perder a eleição presidencial para Hugo Chávez em outubro de 2012 e, seis meses depois, ser derrotado por Maduro por uma margem irrisória de votos, Capriles tentou anular o pleito, apresentando uma série de irregularidades. Esforço que se mostrou em vão em um país no qual as instituições são alinhadas ao chavismo.

Oficialismo
Capriles ressaltou ainda que a luta opositora “não é com o povo oficialista”, mas “contra o poder corrupto, repressivo, destruidor do país”. Do lado oficialista, o ministro de Relações Exteriores, Elías Jaua, foi o primeiro a se manifestar a respeito de López, dizendo que a “firmeza do Estado Venezuelano e a vontade de paz do povo obrigaram o chefe da violência a se entregar à Justiça. Sem mais impunidade!”

Por Reinaldo Azevedo
 

A declaração de apoio a Maduro informa: o Mercosul começou a agir na clandestinidade e está com cara de organização criminosa

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Às vésperas da sessão de abertura, o presidente venezuelano Nicolás Maduro amparou-se na cirurgia a que foi submetida Cristina Kirchner para adiar por um mês a reunião de cúpula do Mercosul que começaria no dia 17 de dezembro, em Caracas. Em 5 de janeiro, invocando a necessidade de preservar a saúde da colega argentina, o herdeiro de Hugo Chávez resolveu transferir o início do encontro para o último dia do mês. Em 16 de janeiro, misteriosos “problemas de agenda” serviram de pretexto para o terceiro adiamento. E a celebração bolivariana ficou para “meados de fevereiro”.

Como fevereiro vai chegando ao fim, é certo que vem aí o quarto adiamento. O encontro dos sócios do bloco econômico mais raquítico do mundo será provavelmente transferido para março. É possível que fique para quando Deus quiser, avisam os desdobramentos da crise venezuelana e os indícios veementes de que os quatro parceiros de Maduro querem distância de Caracas. Fazem muito bem, concordam as cenas perturbadoras agrupadas no vídeo abaixo (gravado durante os protestos da última quinta-feira, dia 13) e as fotos  que documentam a gigantesca manifestação promovida nesta terça-feira.

Um comunicado divulgado neste domingo pelo Ministério das Relações Exteriores da Venezuela atesta que a turma do Mercosul decidiu combater ao lado de Maduro, mas à distância e por escrito. Num texto cuja autoria foi atribuída por muitos adversários ao sucessor do bolívar de hospício, “os Estados membros do Mercosul, diante dos recentes atos violentos na irmã República Bolivariana da Venezuela e as tentativas de desestabilizar a ordem democrática, repudiam todo tipo de violência e intolerância que busquem atentar contra a democracia e suas instituições, qualquer que seja sua origem“.

E a prisão do líder oposicionista Leopoldo Lopez? E a retomada das perseguições à deputada Maria Corina Machado? E os manifestantes (dois oposicionistas e um chavista) assassinados com tiros na cabeça? O documento que ninguém assinou não perdeu tempo com tais detalhes, como deixa claro o restante do texto. Confira a continuação do palavrório:

Os  Estados membros reiteram seu compromisso com a plena vigência das instituições democráticas e, neste contexto, rejeitam as ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como uma ferramenta política. Expressam seu mais forte rechaço às ameaças de ruptura da ordem democrática legitimamente constituída pelo voto popular e reiteram a sua posição firme na defesa e preservação das instituições democráticas, de acordo com o Protocolo de Ushuaia sobre compromisso democrático no Mercosul (1998)”.

“Sugerem que as partes a continuem a aprofundar o diálogo sobre as questões nacionais, dentro do quadro das instituições democráticas e do Estado de direito, como tem sido promovido pelo presidente Nicolás Maduro nas últimas semanas, com todos os setores da sociedade, incluindo parlamentares, prefeitos e governadores de todos os partidos políticos representados. Finalmente, expressam suas sinceras condolências às famílias das vítimas fatais, resultado dos graves distúrbios causados, e confiam totalmente que o governo venezuelano não descansará no esforço para manter a paz e plenas garantias para todos os cidadãos”.

Os cinco patetas que dividem o fiasco do Mercosul acabam de operar um milagre e tanto. Pela primeira vez, uma declaração conjunta foi aprovada sem que se perdesse tempo com reuniões, debates, sugestões de acréscimos, propostas de cortes e outras miudezas. Pela primeira vez, um documento que traduz o ponto de vista de um punhado de países foi divulgado sem rubricas nem assinaturas. Pela primeira vez, continuam no baú dos segredos de Estado o nome do redator, a identidade dos envolvidos nos trabalhos de parto e o local de nascimento da peça histórica.

A gestação do texto reforça a suspeita de que o Mercosul caiu na clandestinidade e resolveu agir nas sombras. Pelo prontuário da turma, ninguém ficará surpreso se acabar transformado em organização criminosa.

O adiamento da reunião do Mercosul na Venezuela avisa que Dilma Rousseff começou a pagar a conta da política externa da canalhice

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O engajamento na aliança golpista que tentou manter na presidência do Paraguai o reprodutor de batina Fernando Lugo, o apoio militante  ao governo em decomposição de Nicolás Maduro, os donativos bilionários (e secretos) do BNDES à ditadura cubana, a importação de escravos de jaleco que rende à ilha-presídio mais de 23 milhões de dólares por mês e tantas outras iniquidades enterraram a esperança de que Dilma Rousseff ao menos retocasse a política externa da canalhice inaugurada em janeiro de 2003. O repulsivo comportamento do Planalto no caso do senador boliviano Roger Molina informa que a afilhada fez mais que preservar a herança maldita. Conseguiu torná-la mais repulsiva, provou a descoberta do plano forjado para entregar ao algoz Evo Morales o homem enclausurado na embaixada brasileira em La Paz.

Até dezembro de 2002, o Brasil liderou a América do Sul sem bravatas nem bazófias. Hugo Chávez, por exemplo, tratou de comportar-se desde o dia da posse em 1998: não provocou nenhum país nem embarcou em delírios beligerantes. Ao fim de complicadas negociações conduzidas pessoalmente por Fernando Henrique Cardoso, o acordo entre o Equador e o Peru encerrou um dos mais antigos conflitos de fronteira do subcontinente. O Paraguai abrandou a choradeira pela revisão do Tratado de Itaipu. A Bolívia entendeu que o preço do gás vendido ao vizinho tinha de levar em conta que o comprador havia bancado sozinho a construção do gasoduto bilionário. Até a Argentina pareceu criar juízo, e o Brasil não foi desafiado por ninguém.

As coisas começaram a mudar em janeiro de 2003, com o parto da política externa da canalhice. Fruto do cruzamento de stalinistas farofeiros que controlam o PT com terceiromundistas de galinheiro que infestam o Itamaraty, nasceu com 200 anos de idade. O aleijão teria morrido de velhice na primeira semana se não fossem os cuidados que lhe dispensaram o padrinho que imagina que o Oriente Próximo tem esse nome por ficar logo ali e a dupla de babás formada por Celso Amorim e Marco Aurélio Garcia. Não teria chegado aos 211 anos sem a permanência de Garcia, sempre disfarçado de Assessor Especial para Assuntos Internacionais, no cargo de chanceler.

Nos oito anos de Lula, o Brasil fez concessões vergonhosas ao Paraguai e ao Equador, suportou com passividade bovina as bofetadas desferidas pela Argentina e pela Bolívia, hostilizou a Colômbia democrática enquanto afagava os narcoterroristas das FARC, curvou-se à vontade e aos caprichos da Venezuela chavista, deixou de ser sinuelo para virar mais um no rebanho. Simultaneamente, fantasiou-se de “potência emergente” para intrometer-se nos assuntos internos de outras nações. Reduzido a braço internacional da seita lulopetista, o Itamaraty decidiu aposentar valores morais e princípios éticos irrevogáveis. E não perdeu nenhuma chance de escolher o lado errado.

Entre os Estados Unidos e qualquer obscenidade que se opusesse ao imperialismo ianque, preferiu invariavelmente a segunda opção. Subordinado aos napoleões de hospício que proliferam nos grotões sul-americanos, Lula rebaixou a embaixada em Honduras a Pensão do Companheiro Manuel Zelaya. Para prestar vassalagem a Fidel Castro, comparou os que discordam dos donos da ilha-presídio aos bandidos encarcerados em São Paulo e aprovou a deportação dos pugilistas Erislandy Lara e Guillermo Rigondeaux.

Entre a civilização e a barbárie, o fundador do Brasil Maravilha afrontou o país que presta ao bajular, com derramamentos de galã mexicano, o faraó de opereta Hosni Mubarak, o psicopata líbio Muammar Kadafi, o genocida africano Omar al-Bashir ou o iraniano atômico Mahmoud Ahmadinejad. Coerentemente, o último ato de um  presidente que se achava capaz de resolver os conflitos do Oriente Médio com meia dúzia de conversas de botequim foi promover a asilado político o assassino italiano Cesare Battisti.

As punições aplicadas à médica cubana Ramona Rodriguez, agora proibida de exercer a profissão, e a demora na concessão do status de refugiado a Roger Molina atestam que, com o mandato de Dilma perto do fim, continua em vigor a política externa da canalhice. Pior para a presidente: a conta acumulada nos últimos 11 anos começou a chegar. Como a decisão sobre o caso do senador boliviano, também a reunião do Mercosul acaba de ser adiada pela terceira vez em dois meses. Motivo: o encontro tem de ocorrer na Venezuela, e a ideia de passar algumas horas na terra conflagrada apavora os parceiros que premiaram Hugo Chávez com a carteirinha de sócio do clube. A turma prefere esperar que Caracas pareça mais acolhedora.

Convém esperar sentada.

Reynaldo-BH: Os onze anos de Lula e Dilma confirmam que caminhar para trás é sempre mais fácil do que avançar

REYNALDO ROCHA

Nada tenho contra a pessoa de Dilma Rousseff, que me é indiferente. Não costumo perder meu tempo ─ que é cada vez mais escasso ─ com anãs morais e idiotizadas de qualquer natureza.

O sorriso eternamente plastificado, que substituí por vezes a carranca de quem comeu e não gostou, já faz parte da paisagem brasileira. Como o Pão de Açúcar ou o lixão de Xerém.

 

As platitudes recitadas como dogmas e teses supostamente acadêmicas são somente risíveis. A falta de cultura e de lógica, o espancamento do idioma pátrio e a estupidez nas comparações e tentativas de discursos já são aceitáveis. Dilma é assim. Será sempre assim. E creio que foi assim para quem a conheceu no passado.

Talvez por isso acabou transformada em poste presidencial.

Não me acostumo é com os onze anos. Com o esquema mafioso que a mantém, como um boneco de casa do terror, na posição que ocupa.

Cada vez mais ─ e este ano mais intensamente ─ Dilma não fala: repete o que lhe foi ordenado. Por Lula, Franklin, Dirceu ou João Santana.

Dilma sabe-se menor. A peça decorativa que está onde está por comodidade e sem nenhum merecimento.

A corajosa que humilha subalternos e é humilhada pelas dezenas de chefes aos quais obedece.

São onze anos. De Lula e Dilma. Caminhar para trás é sempre mais fácil que avançar.

Teremos mais do mesmo? Teremos 16 anos de bolivarianismo? De submissão ao que de mais fétido e antiquado se tem no mundo?

Quantos outros mensalões serão necessários? Quantas bolsas misérias serão criadas? Até onde vai nossa educação que anda a passos largos em direção ao passado? Até onde vai a cubanização de nosso sistema de saúde? Quantos novos cargos serão criados para abrigar imbecis que sequer sabem assinar o nome, todos em funções públicas de mando? Quantos Malufs e Sarneys ainda faltam para compor a nau dos piratas?

Não são meses. São anos. Onze.

Fica a pergunta: já não basta?

Façam um exercício de lógica: exceto os subjugados por regimes ditatoriais, quantos países têm por tanto tempo uma seita sectária e desonesta no comando de seu povo?

Resposta em outubro.

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