Associação Internacional dos Produtores de Tabaco cobra diálogo entre governo brasileiro e produtores
A inclusão dos produtores de tabaco nas discussões sobre o futuro da produção no Brasil, que serão levadas para a 6ª Conferência das Partes (COP-6) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), é a principal reivindicação da Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA). Integrantes de sete países das Américas participaram da reunião regional da entidade na sede da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) em Santa Cruz do Sul - RS.
Para o diretor-executivo da ITGA, António Abrunhosa, a posição de segundo maior produtor e principal exportador mundial de tabaco credencia o Brasil à condição de elemento estratégico no rumo das discussões. “Hoje é impossível imaginar o mercado mundial de tabaco sem o Brasil. Caso o país se posicione de forma mais equilibrada, envolvendo os produtores, certamente inibirá iniciativas mais radicais contra a cultura do tabaco e trará os debates para um patamar mais conciliador”, diz ele.
De acordo com o dirigente, em países nos quais a produção de tabaco é relevante, como na União Europeia, os governos estão incluindo os produtores nas discussões, tornando o processo mais transparente. No Brasil, no entanto, o clima é de incerteza quanto ao posicionamento que o governo terá em relação aos artigos 17 e 18, que impõem regras sobre a diversificação e proteção ao meio ambiente e saúde das pessoas.
Abrunhosa defende que pontos importantes das discussões, como a inserção de culturas alternativas nas propriedades e o impacto ambiental das lavouras precisam ser tratados também com o homem do campo. “Por mais que existam estudos e teses, ninguém conhece melhor a realidade desta cultura do que o produtor rural. Fala-se muito sobre o consumo de cigarro, mas é necessário também lembrar que estas discussões impactam no futuro de centenas de milhares de famílias”, argumenta, lembrando que muitas vezes não é feita uma análise da cadeia de valor que envolve a cultura do tabaco.
A grande questão, segundo ele, é quanto à posição que o governo brasileiro manterá em Moscou, em outubro, quando será realizada a COP-6, diante da pressão de entidades e organizações antitabagistas brasileiras e internacionais. “Hoje há um movimento orquestrado com o objetivo de prejudicar as discussões através de posições extremadas. Estes grupos contam com forte apoio financeiro e fazem um lobby muito efetivo. Esperamos, sinceramente, que exista uma canal de diálogo com as mais de 160 mil famílias que produzem tabaco no Brasil”, comenta.
DISCURSO ÚNICO
No evento que reuniu cerca de cem representantes do setor, o presidente da ITGA, François Van der Merwe, falou sobre a importância de uma atuação conjunta com as autoridades de cada país em preparação às discussões da COP-6. “A ferramenta mais poderosa é a sensibilização dos governos, pois somente os governos têm voz nas conferências. Produtores e indústrias precisam trabalhar juntos e ter um único discurso”, enfatizou o sul-africano.
Os cinco principais pontos defendidos pela Associação Internacional dos Produtores de Tabaco (ITGA):
1) O sustento dos produtores deve receber atenção prioritária;
2) As tentativas de diversificação nas propriedades precisam ser sensatas e viáveis;
3) Os trabalhos positivos que a cadeia realiza, como a erradicação do trabalho infantil, ações ambientais e de responsabilidade social devem ser valorizados;
4) Políticas locais para o cultivo do tabaco precisam respeitar as particularidades de cada região;
5) Os governos devem usar o conhecimento que o setor já possui para tratar destas questões.
Sobre a ITGA – A ITGA (International Tobacco Grower’s Association) é uma organização sem fins lucrativos fundada em 1984 com o objetivo de representar as causas de milhões de produtores de tabaco em mais de 28 países. A entidade centraliza seus esforços no desenvolvimento do relacionamento entre produtores de tabaco em todo o mundo e de estratégias para fortalecer a produção e o mercado de tabaco.
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