Na VEJA: Criação de vagas de trabalho é a pior para maio em 22 anos

Publicado em 24/06/2014 20:42
Segundo o Ministério do Trabalho, foram abertas 58,8 mil vagas formais no mês passado ante 105 mil em abril -- (O 'inferno astral' de Dilma às vésperas da campanha).

O Brasil abriu 58.836 vagas formais de trabalho em maio, pior resultado para o mês desde 1992, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira. Trata-se de uma queda de 18,3% em relação a maio de 2013. Em abril, haviam sido criados 105.384 postos com carteira assinada.

Pesquisa da Reuters com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 93 mil vagas, com as projeções variando entre 52 mil e 100 mil novos postos. Em maio de 1992, haviam sido abertas 21.533 vagas com carteira assinada.

O saldo do mês passado é resultado de 1.849.591 admissões e de 1.790.755 demissões. Com o resultado de maio, a geração de empregos no governo Dilma Rousseff ficou acima de 5 milhões de contratações formais.

No acumulado do ano até maio, houve criação líquida de empregos formais de 543.231 vagas, queda de 18,8% frente ao mesmo período do ano passado, quando o país registrou 669.279 vagas. Trata-se ainda do pior resultado para os cinco primeiros meses de um ano desde 2009. No mesmo período daquele ano, as empresas contrataram 250.395 trabalhadores.

Indústria — O desempenho ruim do mercado de trabalho foi fortemente influenciado pelas elevadas demissões na indústria da transformação, que registrou o desligamento líquido de 28.533 operários, em meio à perda de fôlego da economia. Em igual mês de 2013, a indústria da transformação havia registrado admissão líquida de 15.754 pessoas.

O mercado de trabalho é uma das âncoras do governo, mas tem mostrado sinais de perda de dinamismo diante da economia fraca neste momento em que a presidente Dilma Rousseff tenta a reeleição.

Mesmo assim, a taxa de desemprego no país continua em níveis baixos, em parte por conta da menor procura por vagas de trabalho.

Depois de crescer 2,5% em 2013, as projeções de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano rondam 1%, ainda mais num cenário de inflação perto do teto da meta oficial, de 4,5% pelo IPCA, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

(com agência Reuters)

O avesso da Copa – Não há nenhuma contradição entre o evento e a baixa criação de empregos

Os idiotas e o subjornalismo dos áulicos — aqueles que jamais irão parar na lista negra do PT, claro! — criaram mistificações às pencas sobre a criação de empregos por causa da Copa do Mundo. O mês de maio, como vocês viram (ler post anterior) foi o pior nessa área em 22 anos. Não deveria ter havido uma explosão de empregos, às vésperas da Copa do Mundo?

Se a economia fosse outra, sim. Com os juros já na estratosfera, inflação em alta e indústria na pindaíba, não existe Copa que faça milagre. Onze dos 12 setores industriais mais desempregaram do que empregaram — a única exceção foi o químico, que nada tem a ver com a competição. O setor mais virtuoso da economia, para não variar, foi o agronegócio, que é também o mais perseguido: gerou 44.105 vagas.

Mas a Copa não cria empregos? Cria alguns nas cidades-sede, mas o Brasil é um pouco maior do que as 12 capitais que abrigam os jogos. Ora, ora… Vamos pegar o caso de São Paulo, que sempre tem um peso importante nas estatísticas. Não tenho as contas, mas creio que a demanda maior pela Copa não chega a compensar a desaceleração brutal que houve no chamado “turismo de negócios”, que parou — e isso tem a ver com a estagnação da economia brasileira, que, numa perspectiva ainda otimista, pode crescer neste ano em torno de 1,5%. Isso quer dizer o óbvio: a Copa do Mundo não tornou o governo Dilma mais competente ou ofereceu respostas para o que resposta não tinha.

Este mês de junho e o seguinte devem apresentar uma melhora na geração de empregos, sobretudo por causa da contratação de mão de obra temporária no setor de turismo. A questão é saber o que vai acontecer depois. E, depois, não vai acontecer nada…

Por Reinaldo Azevedo

Eleições 2014

O 'inferno astral' de Dilma às vésperas  da campanha

Perda de palanques, aliados divididos, vaias e popularidade em queda: a dez dias do início da campanha, surgem dores de cabeça de última hora

Gabriel Castro, de Brasília
Em Brasília, Dilma Rousseff aguarda a chegada do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no Palácio do Planalto

INFERNO ASTRAL – A presidente Dilma Rousseff aguarda a chegada do presidente angolano, José Eduardo dos Santos, no Palácio do Planalto, na semana passada (Ueslei Marcelino/Reuters)

Em dezembro do ano passado, quando o Datafolha realizou sua rodada final de pesquisas sobre a sucessão presidencial em 2013, a presidente Dilma Rousseff marcava 47% das intenções de voto no cenário contra seus futuros adversários Aécio Neves (PSDB) e Eduardo Campos (PSB). Como o porcentual de brancos, nulo e indecisos atingia 23%, era possível afirmar que a petista seria reeleita no primeiro turno. Mais: na época, as sondagens mostravam que Dilma recuperava aos poucos a popularidade perdida na esteira das manifestações que tomaram o país nos meses anteriores. No último levantamento de campo feito pelo instituto, em junho, Dilma marcou 34%. Seus oponentes ainda patinam para subir, mas o desempenho da petista já não assegura a vitória no primeiro turno. Há menos de duas semanas, Dilma ouviu xingamentos e vaias das arquibancadas durante a abertura da Copa do Mundo em São Paulo e, no último sábado, teve seu nome oficializado na corrida eleitoral em uma tensa Convenção Nacional do PT. No evento, coube ao presidente do partido, Rui Falcão, verbalizar a preocupação que aflige dez entre dez dirigentes petistas às vésperas do início da campanha: "Já se tornou lugar comum dizer que esta eleição será a mais dura, a mais difícil de todas. E os fatos mostram que sim".

Rui Falcão estava certo. Nos últimos dias, até arranjos que a equipe de Dilma dava como garantidos começaram a ruir. Em menos de uma semana a presidente-candidata foiabandonada pelo PTB, que anunciou apoio a Aécio Neves, foi surpreendida pelo movimento "Aezão", no Rio de Janeiro, e agora tenta desatar nós que colocam em risco o apoio de siglas como PP e PR. O primeiro realizará sua convenção amanhã, mas sequer convidou Dilma para o evento, num sinal claro de que ela não é unanimidade. O segundo adiou a decisão para o próximo dia 30 e já deixou claro seu recado: o apoio à chapa petista está condicionado a mais cargos em seu quinhão predileto no governo federal, o ministério e as autarquias dos transportes.

Nem mesmo o PMDB facilitou a vida da presidente: a convenção do partido que definiu apoio a Dilma teve votação foi muito mais apertada (59% a favor) do que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB), planejava. Nesse caso, os entraves estarão em palanques estaduais importantes, como Bahia e Ceará.

Não é por acaso que os próprios petistas veem nessa a disputa eleitoral mais difícil desde 2002.

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Fonte:
veja.com.br

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