Mercado de café: ESTRANHA TRANQUILIDADE DE QUEM VENDE OPÇÕES

Publicado em 06/07/2014 11:27
por Rodrigo Costa*

O número de postos de trabalhos criados nos Estados Unidos no mês de junho foi bem mais alto do que estimado, ajudando a taxa de desemprego baixar para 6.1% – o menor patamar desde setembro de 2008.

O Banco Central Europeu manteve as taxas de juros inalteradas, e o presidente Mario Draghi disse que não deve alterá-las por um longo período. Não houve novidades da autoridade Européia no que tange aumento e liquidez adicional.

As principais bolsas de ações encerraram a semana em alta, respondendo à situação americana, e com o índice Dow Jones rompendo pela primeira vez na história os 17,000 pontos.

Os índices de commodities no mesmo período cederam, empurrados pelos grãos e pelas matérias-primas energéticas. A expansão da indústria chinesa em junho, dado divulgado na segunda-feira, conseguiu ajudar apenas os metais industriais, mas não o suficiente para neutralizar a queda dos outros produtos que compõe as cestas dos três principais indicadores de commodities.

O café em Nova Iorque deu sequência às perdas da semana anterior de forma mais tímida, com pouco volume, e por ora se mantendo acima de US$ 170 centavos por libra. Londres por outro lado teve um fortalecimento dos spreads, e com isso o contrato de setembro ganhou US$ 1.32 por saca e estreitou um pouco a arbitragem para US$ 78.54 centavos.

A movimentação do mercado físico tanto nas origens como no mercado secundário em geral foi pequena, muito embora com a colheita no Brasil atingindo quase 50% o fluxo no principal produtor mundial é melhor. No hemisfério norte com as férias de verão chegando, os torradores fazem apenas o estritamente necessário, mesmo porque sazonalmente a demanda é menor durante esta época.

O feriado da Independência dos Estados Unidos, no dia 4, encurtou a semana do arábica, e o começo do Ramadã torna a atividade lenta em países como a Indonésia.

Estoques no porto de Ho Chi Minh no Vietnã continuam altos, e com os embarques elevados devemos ver um aumento dos certificados da LIFFE – o que em teoria não justificaria uma estrutura mais apertada para o terminal.

Este tom mais forte do robusta dá suporte para ambas as telas, mas o arábica precisa de alguma novidade para estimular novas compras.

A volatilidade implícita das opções escorregou para 37%, menor nível desde o começo de fevereiro, que foi justamente antes dos preços darem a segunda pernada do movimento forte de alta que vimos no ano.

A leitura é que os agentes apostam em um mercado mais calmo, sem grandes oscilações, e os participantes estão tentando extrair valores vendendo opções – algo perigoso dada as incertezas que só serão dissipadas na florada brasileira, ou seja, daqui há dois ou três meses.

A estratégia está mais focada no verão americano e europeu, de calmaria, e também em prognósticos de que o inverno não será perigoso para as plantações no Brasil, mas é curioso pois indica que a preocupação com as perdas das secas diminuem ainda mais.

Os altistas ficam bem receosos com este movimento, e sua resiliência é colocada em teste. Por outro lado, comprar proteções de baixa, para quem está comprado (seja em futuros ou no físico), fica mais barato, o que é uma boa notícia para os produtores.

O gráfico mostra uma consolidação dos preços, com risco de novas baixas caso Nova Iorque feche abaixo de US$ 170.00 centavos, e eventualmente atraindo novos compradores caso o nível de 175.80 seja rompido. 

Boa semana e muito bons negócios a todos.

(*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting).

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Fonte:
Archer Consulting

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