Marina: Fim da reeleição e alinhamento na economia e meio ambiente antes do apoio a Aécio
Marina corre para fechar apoio e não 'perder perdendo'
A questão é o tempo – agora são vinte dias até o segundo turno. "Marina não pode 'perder perdendo'", diz um aliado, em referência ao "ganhar ganhando", expressão que ela usou no primeiro turno para justificar sua resistência em rebater os ataques do PT. Os aliados afirmam que optar pela neutralidade seria prejudicial para a vida política da ex-senadora, derrotada nas duas últimas eleições presidenciais.
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Um membro da Executiva Nacional avalia que o PSB caminha para o apoio formal a Aécio, mas descarta a possibilidade de Marina negociar cargos e ministérios em eventual futuro governo do PSDB. "A Marina não é de negociar ministério, ela está interessada em propostas."
A declaração formal de Marina e do PSB deverá ser feita na quarta ou quinta-feira. Até lá, o presidente do PSB, Roberto Amaral, está consultando governadores eleitos do partido e os candidatos que disputam o segundo turno. No PSB, Amaral é considerado o principal entrave para um acordo com Aécio. Ontem, após a consolidação do cenário do segundo turno e as declarações de Marina, ele chegou a afirmar que seu partido tem um alinhamento natural com siglas de esquerda. A frase foi recebida como um recado claro de que Amaral resistirá em fechar a aliança. O contrapeso, contudo, são os líderes regionais que já defendem publicamente o apoio, especialmente dos diretórios de São Paulo, Pernambuco e do Paraná. Nas palavras de um coordenadores da campanha de Aécio, "é onde o apoio realmente importa no segundo turno".
Marina sinaliza apoio a Aécio — mas não vai sair barato
Ex-senadora não quis confirmar apoio ao candidato tucano, mas sinaliza que discutirá movimentar-se de forma 'coerente' com seu programa de governo
Marina ficou de fora da disputa presidencial após receber 21% dos votos neste domingo.Durante o discurso de encerramento do primeiro turno,voltou a se posicionar como líder da Rede Sustentabilidade, partido que não conseguiu cumprir todas as formalidades de criação a tempo de disputar as eleições deste ano. "Eu faço parte de um partido, ainda que seja um partido clandestino", disse Marina. Só depois ela mencionou a coligação, encabeçada pelo PSB, que lhe deu apoio na corrida presidencial: "Temos uma aliança com vários partidos e o que decidimos é que queremos tomar uma decisão conjunta. Que terá como base o nosso programa."
Emissários tucanos já se movimentam para abordar lideranças da Rede e do PSB. O economista Eduardo Giannetti, um dos principais conselheiros de Marina, já declarou apoio a Aécio. Outro "marineiro" que pode ajudar a costurar um entendimento com o PSDB é o deputado federal Walter Feldman, ex-tucano.
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No PSB, a viúva de Eduardo Campos, Renata Campos, pode dar testemunho da amizade entre seu marido e Aécio, e abrir um palanque para o PSDB em Pernambuco — onde o candidato socialista, Paulo Câmara, venceu com 68% dos votos, e a própria Marina obteve a marca expressiva de 48%. Beto Albuquerque, vice na chapa de Marina, e Márcio França, vice de Geraldo Alckmin, governador reeleito de São Paulo, são outros socialistas que devem advogar por uma aliança com o candidato tucano.
"Nossos eleitores não foram eleitores de voto útil, mas foram eleitores de um programa de governo. Nós vamos manter isso", disse Albuquerque. "Meu partido vai se reunir e nós vamos discutir isso para saber para onde vamos, mas, pessoalmente falando, eu teria muita dificuldadeem votar numa candidatura que desferiu todo tipo de golpe contra nós, que é a candidatura da Dilma."
Presidente interino do PSB (e amigo de longa data do ex-presidente Lula), o pernambucano Roberto Amaral preferiu não se manifestar sobre os rumos do partido no segundo turno, mas deixou claro que as discussões começam imediatamente. "As pressões podem vir, mas quem vai decidir pelo PSB é o PSB, a partir de uma consulta que eu começo amanhã", disse.
O aceno de Aécio —Em sua coletiva à imprensa em Belo Horizonte, uma das primeiras frases proferidas pelo presidenciável tucano foi em homenagem a Eduardo Campos. Para o tucano, seu desempenho eleitoral na casa dos 33% revelou “números muito acima das melhores expectativas”. E ele emendou: "É hora de unirmos as forças. A minha candidatura não é mais a candidatura de um partido político ou de um conjunto de alianças. É o sentimento mais puro de todos os brasileiros que ainda têm a capacidade de se indignar, mas principalmente a capacidade de sonhar. Vamos acreditar que é possível, como sempre acreditei, dar ao Brasil um governo que una decência e eficiência.” Sonhático. Ou quase.