Pragas já causaram prejuízos de US$ 250 bilhões no mundo

Publicado em 30/12/2014 10:48

Neste ano, a Secretaria de Defesa Agropecuária, por meio do Departamento de Sanidade Vegetal (SDA/DSV) compilou dados de impactos de algumas das principais pragas nas culturas brasileiras a fim de justificar a equalização de Recursos Humanos e Financeiros para a execução das políticas fitossanitárias. As informações abordadas no texto escrito por Luís Rangel, diretor do DSV, trouxeram uma nova visão sobre os principais impactos econômicos e sociais de pragas quarentenárias no Brasil.

De acordo com levantamentos realizados nos EUA, no Reino Unido, na Austrália, África do Sul, Índia e no Brasil, com dados do Ministério do Meio Ambiente, os danos econômicos anuais das pragas introduzidas nas culturas, pastagens e áreas florestais são de aproximadamente US$ 250 bilhões. 

Segundo Rangel, “é difícil estimar as perdas provocadas por pragas nas culturas agrícolas e na pecuária, e, principalmente, as decorrentes da entrada de espécies quarentenárias”. Deste modo, os impactos relacionados aos prejuízos provocados sobre a produção dependem de vários fatores, como espécie, número de indivíduos, de hospedeiros envolvidos, dentre outros. 
 
Controle – Neste sentido, a SDA/DSV vem se esforçando para analisar o risco de pragas e promover ações eficazes para seu controle. Como exemplo recente, houve o caso da emergência fitossanitária para a Helicoverpa armigera, que segundo as associações de agricultores, provocou perdas de mais de 10 bilhões de reais nos últimos dois anos. A declaração da emergência trouxa ferramentas para diversificar a gama de produtos utilizados no controle das lagartas e evitar que as pragas se tornem resistentes a determinado princípio ativo em curto espaço de tempo.
 
A utilização indiscriminada de inseticidas podem provocar fenômenos que levam a um amento de dose de até 70%, sem eficiência. A estimativa é de que os custos com defensivos cresceram 30% por conta da Helicoverpa, chegando a R$ 374 por hectare. Ressalta-se que o custo para o desenvolvimento de moléculas químicas como estas é estimado em mais de US$ 200 milhões.
 
Nos últimos anos, podem-se citar novas pragas que causaram prejuízos de grande monta aos setores do citros, como por exemplo: Huanglongbing (HLB) ou Greening; das diferentes palmas: o ácaro-vermelho-das-palmeiras Raoiella indica e a lagarta Helicoverpa armigera: nas culturas da soja, o milho e o algodão, que sem dúvida foi uma dos maiores impactos.
 
Benefício-custo – Para Rangel, a aplicação da técnica de análise benefício-custo, deve sempre ocorrer previamente à adoção de políticas de defesa agropecuária, porque considera variáveis tangíveis e, muitas vezes, aquelas intangíveis; com avaliação de efeitos diretos e indiretos, envolvidos nas ações a serem implementadas.
 
“Na prática, criam-se cenários quanto à extensão geográfica de disseminação da praga, às culturas atingidas, às variáveis afetadas no âmbito interno e/ou no externo, para cada cenário traçado, e quanto às políticas e ações adotadas. O nível de profundidade desta análise e as necessidades de interação institucional transformam essa atividade em uma das mais complexas, importantes e impactantes do Governo Federal”, afirma Rangel. 
 
As preocupações para a consolidação de políticas fitossanitárias não param por ai. O estabelecimento de estratégias viáveis e sustentáveis de manejo das pragas presentes de preocupação nacional também motivou o DSV a trabalhar temas como o refúgio para tecnologias transgênicas (Bt) e estimular esta discussão de maneira mais ampla nos fóruns internacionais.

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3 comentários

  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Leandro, fui informado que de tres tipos de semente de milho usadas aquí, uma sofre ataques da lagarta , como no meu caso;;;É bom se informar sobre isto, porque as sementes estão se diferenciando com relação a ataques de pragas... Acho que seria um bom assunto pra ser explorado por este Informativo...

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  • leandro frizzo São Miguel das Missões - RS

    ESSA SIM É UMA NOTICIA DE INTERESSE DO PRODUTOR, E O COMENTÁRIO ABAIXO DA MESMA FORMA.

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  • victor angelo p ferreira victorvapf nepomuceno - MG

    Eu plantei milho no lugar do café e que arranquei...A semente era transgênica, quer dizer que seria livre de pragas, mas não foi o que ocorreu, pois a lagarta quase tomou conta da plantação que foi acudida com aplicação de herbicidas...Os transgênicos já estão sendo atacados por pragas geneticamente modificadas para tal...Quer dizer que além da semente ser modificada geneticamente aparece a praga também modificada? Por favor expliquem esta situação, porque aonde vai parar esta tecnologia?

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