Bayer adquire Monsanto por US$ 66 bi e cria líder global de agricultura

Publicado em 14/09/2016 09:33

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Por Greg Roumeliotis e Ludwig Burger

NOVA YORK/FRANKFURT (Reuters) - A companhia de produtos químicos e de saúde Bayer adquiriu a companhia de sementes norte-americana Monsanto com uma oferta de 66 bilhões de dólares, terminando uma disputa de meses após aumentar sua oferta pela terceira vez.

O negócio de 128 dólares por ação, acima da oferta anterior da Bayer, de 127,50 dólares por ação, é o maior do ano até agora e a maior oferta em dinheiro já registrada.

O acordo criará uma empresa que dominará mais de um quarto do mercado mundial combinado para sementes e pesticidas em uma rápida consolidação da indústria de insumos agrícolas.

No entanto, os órgãos antitruste poderão examinar o negócio minuciosamente, e alguns dos próprios acionistas da Bayer têm sido altamente críticos sobre a aquisição, apontando riscos sobre o alto pagamento e uma possível negligência sobre o negócio farmacêutico da empresa.

A transação inclui o pagamento de uma multa de 2 bilhões de dólares a ser paga pela Bayer à Monsanto caso não haja autorizações regulatórias. A Bayer espera que o acordo seja concluído até o fim de 2017.

Os detalhes confirmaram o que uma fonte próxima ao assunto disse à Reuters anteriormente.

A consultoria Bernstein Research afirmou nesta terça-feira que vê apenas uma chance de 50 por cento do negócio conseguir autorizações regulatórias, embora tenham citado uma pesquisa entre com investidores que apontou a probabilidade de 70 por cento, em média.

"Acreditamos que há políticas contrárias à realização desse negócio que vão desde a insatisfação de fazendeiros com todos os seus fornecedores consolidando em face de baixos rendimentos líquidos agrícolas à insatisfação com a Monsanto deixando os Estados Unidos, que poderia fornecer atrasos e complicações significativas", disseram em uma nota.

"CASAMENTO DOS INFERNOS"

Alguns acionistas da Bayer criticam abertamente o plano de compra da Monsanto, afirmando que há risco de supervalorização da gigante de sementes e de negligenciar o negócio farmacêutico da companhia. O negócio, chamado pelos opositores de "casamento dos infernos", foi aprovado pelos conselhos de administração da Bayer e da Monsanto. O valor final representa um prêmio de 44% sobre o preço de fechamento da ação da Monsanto de 9 de maio, antes que a empresa de produtos químicos fizesse a primeira proposta pela gigante de sementes.

 

Aplicativo para agricultor é adaptado para funcionar sem internet (na FOLHA)

Lançado há três anos nos Estados Unidos e utilizado por mais de 100 mil agricultores americanos, o aplicativo da Monsanto que promete colher informações da lavoura em tempo real teve de se adaptar à baixa conectividade das fazendas brasileiras.

Depois de um teste com 35 produtores no início do ano, a empresa precisou tornar o sistema off-line, como uma alternativa à falta de internet no campo.

"A gente tropicalizou a plataforma", afirma Mateus Barros, líder das operações na América do Sul da Climate Corp —braço da Monsanto para tecnologia e agricultura digital.

Os engenheiros da empresa passaram cerca de três meses trabalhando para que o sistema captasse as informações de plantio e colheita direto do trator, como já faz na versão norte-americana, mesmo sem conexão com a internet.

"O sensor captura e armazena a informação e, assim que estiver conectado a uma rede, seja 3G ou wi-fi, o aplicativo sincroniza os dados", afirma Barros.

Segundo um levantamento da OpenSignal, apenas 10% das lavouras brasileiras têm 3G ou wi-fi no campo —ante 90% no "cinturão do milho" dos Estados Unidos.

Para Barros, a falta de conexão pode ser um empecilho à expansão da agricultura de precisão no Brasil, mas é preciso desenvolver alternativas. "Mais de 80% das fazendas, por exemplo, têm internet no escritório. Não é mais uma barreira."

O aplicativo da empresa, chamado FieldView, ainda está em fase de testes e deve ser lançado no Brasil em dois anos. Não há estimativa de preço —nos Estados Unidos, o kit inicial custa US$ 500 (cerca de R$ 1.500).

O software promete entregar mapas detalhados da propriedade em tempo real, com informações sobre produtividade e teor de nitrato do solo, por exemplo, auxiliando o agricultor a tomar decisões sobre o plantio e a colheita.

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Fonte:
Reuters +Folha

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