Vendas externas do agro em junho somam US$ 8,34 bi; 46,3% da balança comercial do país

Publicado em 14/07/2019 18:49
A principal carne exportada foi a carne de frango, com US$ 629,95 milhões (+76,7%); vendas externas de carne bovina subiram 93%

As exportações do agronegócio em junho foram puxadas pelos embarques das carnes (bovina, suína e de frango) e milho. De acordo com a Secretaria de Comércio e Relações Internacionais (SCRI) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as vendas representaram US$ 8,34 bilhões, recuo de 8,9% nas divisas em relação a junho de 2018, em função da queda de 9,5% no índice de preço dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil. A participação do agronegócio na balança comercial brasileira de junho ficou em 46,3%.

As exportações de carne tiveram forte elevação em junho de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018. Foram exportadas US$ 1,32 bilhão em carnes (+84,8%). Grande parte dessa expansão ocorreu em função do aumento da quantidade de carne exportada (+72,2%) embora o preço médio de exportação das carnes também tenha subido (+7,3%). Todas os principais tipos de carnes exportadas pelo Brasil tiveram elevação no valor exportado, a exceção às carnes de peru (-20,2%).

A principal carne exportada foi a carne de frango, com US$ 629,95 milhões (+76,7%). As vendas externas de carne bovina subiram 93%, atingindo US$ 514,41 milhões (+93%). A carne suína teve o maior incremento dentre as carnes, subindo 112,1% e atingindo US$ 136,30 milhões.

O milho, com elevação de 932% nas vendas, alcançou US$ 272 milhões, com embarques de 1,4 milhão de toneladas do grão. Os principais países compradores foram Vietnã (US$ 85,1milhões), Irã (US$ 78,2 milhões) e Japão (US$ 24,4 milhões).

Resultado do semestre

No semestre, as exportações do agronegócio somaram US$ 47,69 bilhões, 3,6% inferior ao que foi registrado de janeiro  a junho de 2018, de US$ 49,48 bilhões. As vendas para o exterior de carnes (bovina, suína e de frango) e milho tiveram relevância no primeiro semestre do ano (janeiro a junho) com aumento do valor e da quantidade exportada.

Segundo o boletim elaborado pela SCRI, as exportações de carnes subiram de US$ 6,32 bilhões para US$ 7,42 bilhões (+17,5%), principalmente, para os destinos China (US$ 1,4 bilhão), Hong Kong (US$ 947 milhões) e Emirados Árabes Unidos (US$ 515,4 milhões).

O volume exportado de carne bovina registrou 826,1 mil toneladas ou o equivalente a US$ 3,11 bilhões em vendas externas (+16,3%) no primeiro semestre deste ano.

As exportações de carne de frango, principal carne exportada pelo Brasil em valor, foram de US$ 3,39 bilhões (+19%) entre janeiro e junho de 2019. Já as vendas externas de carne suína atingiram US$ 698,53 milhões (+26%) no mesmo período de análise.

O Brasil exportou 9,3 milhões de toneladas de milho no primeiro semestre, com divisas de US$ 1,7 bilhão (+100%), principalmente, para o Irã (US$ 470,3 milhões), Vietnã (US$ 288,2 milhões) e Taiwan (US$ 152,5 milhões).

As exportações do agronegócio no primeiro semestre foram de US$ 47,69 milhões, recuo de 3,6%. Trata-se do quinto maior valor exportado do agronegócio brasileiro para o período. O valor exportado entre janeiro e junho de 2019 foi ultrapassado somente nos seguintes anos: 2013 (US$ 49,55 bilhões), 2014 (US$ 49,10 bilhões), 2017 (US$ 48,13 bilhões) e 2018 (US$ 49,48 bilhões).

Houve queda de 7,1% no índice de preços dos produtos do agronegócio exportados pelo Brasil e houve expansão de 3,8% no índice de quantum das exportações no período em estudo. Para os analistas da SCRI, parte da queda dos preços foi compensada pelo incremento do volume dos produtos exportados pelo Brasil.

As importações de produtos agropecuários também diminuíram 1,2%, para US$ 6,96 bilhões no primeiro semestre deste ano. O saldo da balança do agro no semestre foi superavitário em US$ 40,7 bilhões. A participação ficou em 43,4% do total das exportações brasileiras.

Confira a nota e o resumo da Balança Comercial do Agronegócio

I – Resultados do mês (comparativo Junho/2019 – Junho/2018)

As exportações do agronegócio foram de US$ 8,34 bilhões em junho de 2019. Esse número foi, em termos absolutos, US$ 815 milhões inferior aos US$ 9,16 bilhões exportações em junho de 2018 ou, em termos percentuais, 8,9% menor. A queda ocorreu em função da redução do índice de preço dos produtos agropecuários exportados pelo Brasil, que caiu 9,5% em junho de 2019 em relação ao mesmo período de 2018. Por outro lado, o índice de quantum das exportações teve uma elevação de 0,6%.

As importações do agronegócio também tiveram queda, passando de US$ 1,04 bilhão em junho de 2018 para US$ 984,18 milhões em junho de 2019.

I.a – Setores do Agronegócio

Em junho de 2019, os cinco principais setores exportadores do agronegócio foram: complexo soja (44,6%); carnes (15,8%); produtos florestais (13,2%); complexo sucroalcooleiro (6,4%); e café (4,4%). A participação desses setores nas exportações declinou de 87,0% em junho de 2018 para 84,4% em junho de 2019. Os vinte demais setores subiram a participação de 13,0% em junho de 2018 para 15,6% em junho de 2019, com elevação do valor exportado de US$ 1,19 bilhão em junho de 2018 para US$ 1,30 bilhão em junho de 2019.

O principal setor exportador do agronegócio brasileiro é o complexo soja. Os estoques globais de soja subiram de 80,4 milhões de toneladas em 2015/2016 para 112,8 milhões de toneladas em 2018/2019, segundo o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA). Essa elevação de estoques influencia na formação do preço internacional dos preços dos produtos do setor, reduzindo-os. A China, principal importadora mundial do produto, diminuiu as aquisições da soja em grão, passando de 94 milhões de toneladas na safra 2017/2018 para estimadas 87,0 milhões de toneladas na safra 2019/2020 (fonte USDA). Nesse cenário, as exportações brasileiras de soja em grão tiveram redução do preço médio de exportação para US$ 342 por tonelada em junho de 2019 (-15,1%). Para efeito de comparação, durante grande parte do ano de 2018 as cotações médias de exportação da soja em grão brasileira estavam acima de US$ 400 por tonelada.

Em junho de 2019, as exportações de soja em grão foram de US$ 3,10 bilhões (-26,1%), influenciadas pela queda na cotação internacional do produto, acima analisadas (-15,1%), e, também, pela redução no volume exportado, que passou de 10,4 milhões de toneladas em junho de 2018 para 9,07 milhões de toneladas em junho de 2019 (-13,0%). Essa redução do valor das exportações de soja em grão (- US$ 1,1 bilhão) suplantou a redução total do valor exportador pelo Brasil em produtos do agronegócio (- US$ 815 milhões), sendo um dos principais fatores que 

explicam a queda das exportações do agronegócio no mês de junho. Também no setor, houve queda nas exportações de farelo de soja (US$ 520 milhões; -17,5%) e nas vendas externas de óleo de soja (US$ 93 milhões; -0,4%).  

As exportações de carne tiveram forte elevação em junho de 2019 na comparação com o mesmo mês de 2018. Foram exportadas US$ 1,32 bilhão em carnes, o que representou uma elevação de 84,8% em relação aos US$ 713,77 milhões exportados em junho de 2018. Grande parte dessa expansão ocorreu em função do aumento da quantidade de carne exportada (+72,2%) embora o preço médio de exportação das carnes também tenha subido (+7,3%). Todas os principais tipos de carnes exportadas pelo Brasil tiveram elevação no valor exportado. A principal carne exportada foi a carne de frango, com US$ 629,95 milhões (+76,7%). As vendas externas de carne bovina subiram 93,0%, atingindo US$ 514,41 milhões (+93,0%). A carne suína teve o maior incremento dentre as carnes, subindo 112,1% e atingindo US$ 136,30 milhões.

Os produtos florestais tiveram queda nas exportações de junho, registrando US$ 1,10 bilhões em exportação (-16,8%). O principal produto de exportação do setor é a celulose, cujas vendas externas atingiram US$ 661,48 milhões (-20,5%). Ainda no setor, as vendas de madeiras e suas obras foram de US$ 274 (-12,4%) e as exportações de papel foram de US$ 166 (-6,9%).

As vendas externas do complexo sucroalcooleiro foram de US$ 535,40 milhões (-17,4%). O açúcar responde por grande parte do valor exportado pelo setor, registrando US$ 447,68 milhões (-21,8%) em exportações em junho de 2019. É interessante observar que grande parte da queda das vendas externas do açúcar ocorreu em função da redução na quantidade exportada do produto (-20,1%) nesse mês de junho de 2019. O cenário internacional nos últimos anos é de uma oferta internacional superior à demanda, fato que gerou uma redução dos preços internacionais do açúcar.

Nesse contexto, a produção brasileira de açúcar teve uma redução de 38,7 milhões de toneladas na safra 2016/2017 para 29,0 milhões de toneladas na safra 2018/2019 (fonte CONAB). Diminuição explicada por safras mais alcooleiras, em que a produção do etanol subiu de 27,8 bilhões de litros na safra 2016/2017 para 33,14 bilhões de litros na safra 2018/2019. Com o aumento da produção de etanol, as vendas externas do produto também aumentaram, passando de US$ 74,6 milhões em junho de 2018 para US$ 86,8 milhões em junho de 2019. Aliás, o consumo interno de etanol hidratado também aumentou, passando de 13,6 milhões de metros cúbicos em 2017 para 19,4 milhões em 2018. Nesses cinco primeiros meses de 2019, entre janeiro e maio, o consumo doméstico de etanol hidratado aumentou cerca de 35% em relação a 2018 (fonte ANP).

O café ficou na quinta posição dentre os maiores setores exportadores do agronegócio. O setor bateu recorde na quantidade exportada de café verde (167,9 mil toneladas; +29,7%) para os meses de junho. O Brasil teve uma produção recorde de café em 2018, com 61,7 milhões de sacas de 60kg. Em 2019, ano de bienalidade negativa, a previsão é que a safra também será recorde levando em consideração essa bienalidade, com 50,9 milhões de sacas de 60 kg[1].

A produção mundial também foi recorde em 2018/2019, atingindo, segundo o USDA, 174,5 milhões de sacas, o que significa uma expansão de 9,8% em relação à safra anterior. A demanda, por sua vez, possui projeção de crescimento de 2,1%, chegando a 163,6 milhões de sacas. Essa grande oferta de café pressiona para baixo os preços internacionais do produto, que recuaram para menos de US$ 2.000 por tonelada, ficando em US$ 1.892 por tonelada exportada de café brasileiro em junho de 2019 (-21,1%). Este preço médio de exportação é o menor para os meses de junho desde 2004. 

Já as exportações de café solúvel foram de US$ 43,18 milhões (+18,3%), também com forte aumento de quantidade exportada (33,1%) e queda no preço médio de exportação (-11,2%).

O resultado da expansão das exportações de café verde e café solúvel foi uma elevação das exportações do setor em 3,9%, atingindo US$ 368,73 milhões em exportações.

As importações diminuíram de US$ 1,04 bilhão em junho de 2018 para US$ 984,18 milhões em junho de 2019 (-5,5%). O principal produto responsável pela redução das importações foi o trigo. As compras internacionais do grão diminuíram de US$ 131,67 milhões em junho de 2018 para US$ 98,86 milhões em junho de 2019 (-24,9%). Outros produtos importados com registro de importação acima de US$ 30 milhão foram: papel (US$ 63,24 milhões; -17,4%); salmões (US$ 39,45 milhões; -9,2%); vestuário e outros produtos têxteis de algodão (US$ 37,23 milhões; -19,7%); malte (US$ 37,0 milhões; +26,5%); e álcool etílico (US$ 34,48 milhões; +20,0%).  


[1] Relatório da CONAB, Acompanhamento da Safra Brasileira de Café, Safra 2019, segundo levantamento, maio de 2019.

Confira o Agrostat - Sistema de Estatísticas de Comercio Exterior do Agronegócio Brasileiro

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MAPA

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