Economia e sistema financeiro têm bases mais sólidas do que 2008, diz BlackRock (Veja o Resumo da Semana):

Publicado em 13/03/2020 15:04 e atualizado em 15/03/2020 18:50
A escalada dos movimentos dos últimos dias no mercado financeiro levou a crescentes comparações com a crise de 2008. Mas a gestora de recursos BlackRock, a maior do mundo, com US$ 7 trilhões em ativos, não vê muitos paralelos com aquele momento e destaca, em análise na última segunda-feira, 9, que a economia e as instituições financeiras estão em nível muito mais forte e robusto agora do que em 2008. A empresa afirma ainda manter posição "benchmark" em ativos de risco.

O choque gerado pelo coronavírus será grande e pronunciado, mas a avaliação da gestora americana é que os governos vão agir e o importante é o investidor manter uma visão de longo prazo. A gestora não vê este evento do coronavírus como marcando o fim de um ciclo de expansão, desde que os governos deem respostas coordenadas. "E vemos sinais encorajadores de que as respostas de política econômica começam a vir juntas", ressalta o relatório, destacando que será preciso esforço de coordenação de políticas monetária e fiscal.

Uma das fontes de vulnerabilidades que precisam ser atacadas é a necessidade de caixa pelas empresas, especialmente as menores companhias, que podem encontrar dificuldade de financiamento por causa do aperto nas condições financeiras.

Para a BlackRock, a epidemia do coronavírus vai provocar uma desaceleração acentuada da atividade no curto prazo. Pelo lado positivo, a forte queda nos preços do petróleo, que hoje despencaram mais de 20%, pode ser positiva para o crescimento, mas ao mesmo tempo traz o risco de problemas financeiros e econômicos nos setores ligados a energia e mercados emergentes exportadores de commodities.

"Este é um momento para os investidores manterem uma perspectiva de longo prazo." O timing da duração do surto de coronavírus e a profundidade do impacto econômico é incerto, observa a gestora, mas a avaliação da BlackRock é que deve ser temporário.

A gestora neste momento fica em posição "benchmark" para ações e "overweight" em ativos mais defensivos e de menor volatilidade. A gestora prefere ainda posições em dinheiro e Treasuries americanos em relação a títulos de governos de outros países desenvolvidos.

 

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Resumo: Semana foi marcada por mercados em pânico também no Brasil

A Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República confirmou que o titular da pasta, o secretário Fábio Wajngarten, está com Covid-19. A infecção pelo novo coronavírus foi confirmada em exame de contraprova.

>> Presidência confirma que Wajngarten testou positivo para Covid-19

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impôs restrições abrangentes a viagens da Europa para o país, obrigando passageiros a remarcar voos e levando os mercados globais a recuaram novamente, com impacto sobre companhias aéreas que já enfrentam dificuldades.

>> Trump restringe viagens da Europa para os EUA como medida de combate ao coronavírus

O Congresso Nacional derrubou nesta quarta-feira veto presidencial a projeto que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC).

>> Em clima de disputa com Planalto, Congresso derruba veto sobre BPC com impacto de R$ 20 bi

Os frigoríficos brasileiros que atuam nas exportações de carne bovina seguem atentos ao avanço do coronavírus na China e para outros países, principalmente a Europa. De acordo com a análise Mensal do Itaú BBA, o problema logístico é grande na potência asiática e isso acaba comprometendo os desembarques de cargas e a fluidez do comércio em geral.

>> Avanço do coronavírus causa preocupação para os frigoríficos brasileiros exportadores

A Organização Mundial da Saúde (OMS) considerou o surto do novo coronavírus como uma pandemia pela primeira vez nesta quarta-feira, e Reino Unido e Itália mostraram crescente preocupação com o impacto econômico, anunciando pacotes multibilionários para combater o vírus.

>> OMS classifica surto de coronavírus como pandemia; Itália e Reino Unido anunciam medidas defensivas

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) trouxe seu novo boletim mensal de oferta e demanda sem mexer nos números da safra 2019/20 dos EUA. 

>> USDA mantém estoques finais e exportações de soja inalterados nos EUA, mas aumenta safra do BR

O pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV) e economista-sênior da LCA Consultores, Braulio Borges, avalia que a maior preocupação com o surto de coronavírus é o pânico que está ocorrendo no mercado financeiro. No seminário Perspectivas 2020 - 1º trimestre, evento realizado em parceria do Ibre/FGV com o jornal O Estado de S. Paulo, Borges destacou que o mundo está mais alavancado hoje e há menos espaço para políticas econômicas, já que boa parte das ferramentas foi usada na última crise global.

>> Maior preocupação com o surto de coronavírus é pânico do mercado, diz economista

A Arábia Saudita decidiu reduzir em 10% seus preços de exportação de petróleo, no que pode ser o começo de uma guerra de preços contra a Rússia, mas com repercussões também na Venezuela, no Irã e até em empresas americanas do setor. 

>> Novo choque de preços no mundo; petróleo chega a cair 30% e arrasta as commodities

 

Coronavírus x Mercados: Ansiedade e especulação ainda não terminaram, mas BR segue favorecido pelo dólar

 

Dólar chegar a bater R$ 5,00 nesta 5ª feira e pode testar níveis mais elevados antes de ajuste

 

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Entidades representativas do agronegócio gaúcho se reúnem para minimizar prejuízos causados pela estiagem

 

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Intensa aversão ao risco mantém dólar muito alto no Brasil e preços fortes da soja

 

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Tags:
Por:
Ericson Cunha
Fonte:
Notícias Agrícolas

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