Agro do BR: "Teremos que voltar a ser competitivos a preços normais", afirma Marcelo Prado
"Teremos que voltar a ser competitivos a preços normais", afirmou a mais de duas mil empresárias rurais o CEO da MPrado Consultoria, Marcelo Prado, no encerramento do ENMCOOP (Encontro Nacional das Mulheres Cooperativistas, que aconteceu, pela primeira vez em alto mar. A bordo do transatlântico MSC Preziosa, o executivo explicou sobre como o atual momento das economias mundial e brasileira estão impactando o agronegócio brasileiro e, mais ainda, a gestão dos produtores e o caminhar dos preços. "Precisamos ter atenção para preservar nossa competitividade e nossos bons resultados".
Reveja sua entrevista ao Notícias Agrícolas durante o evento:
Nos últimos 20 anos, a economia global cresceu, em média, 3,8% ao ano. A perspectiva para este ano é de que o crescimento seja de 3%; em 2024 de 2,9% e até 2030, o esperado também é de um avanço de 3%. Assim, embora o crescimento permaneça no radar, essa desaceleração da economia mundial também aparece no horizonte e deverá impactar nos preços das commodities, inclusive as agrícolas.
"Se a economia está desacelerando, mais dificuldade temos com empregos, vendas, na capacidade de compra do consumidor. Assim, se a capacidade de compra não cresce tanto quanto crescia, os preços das nossas commmodities, provavelmente, não vão explodir", explica Prado, ressaltando que mudanças ou ações no cenário político podem mudar o quadro, apesar dos fundamentos. "A tendência é de preços normais. Nos últimos três anos tivemos preços muito bons, e daqui para frente teremos que aprender a conviver com uma lucratividade, uma formação de preços normal. E quando as coisas estão normais, precisamos ser mais eficientes".

Para o Brasil, 2023 vai terminar garantindo que sua economia seja a nona maior do mundo, com um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 2,31 bilhões. Embora o número seja forte, ao ser comparado a outras economias, mostra que a nação ainda é pouco competitiva, tem um PIB bastante distante de outras economias menores - como é o caso da França, por exemplo - e precisa continuar buscando mais formas de intensificar sua competitividade nos mais distintos mercados em que o país atua.
"Temos que avançar muito ainda para sermos uma nação competitiva ainda em todos os setores, porque, até então, somente o agro tem dado competitividade ao nosso país", afirma o CEO da MPrado. Ele destaca ainda que, para 2024, o crescimento da economia brasileira também deverá ser mais contido, dando sinais importantes aos produtores e produtoras rurais, já que seus resultados impactarão imediatamente nas definições de suas gestões e no que colherão delas.
O que poderia equilibrar o quadro e garantir preços melhores às commodities agrícolas do Brasil é a atual relação de oferta e demanda. De acordo com dados da FAO - o braço para alimentação e agricultura da ONU (Organização das Nações Unidas) - a oferta de aliemtnos vai crescer cerca de 1,1% ao ano, nos próximos dez anos, ao passo, em que a demanda deve apresentar um incremento de 1,3%/ano, diante de uma população de oito bilhões de pessoas e que deve chegar aos 8,5 bilhões até 2030.
Em números gerais e metas ainda audaciosas para a produção brasileira. A demanda por alimentos deve crescer cerca de 14% nos próximos anos e só o Brasil tem de entregar 41% deste volume ao planeta. No caminho para a busca destes resultadodos, porém, os alertas vindos dos clima e seus impactos sobre a produtividade devem ser respeitados, para que a proteção da rentabilidade dos produtoras também possa ser garantida.
COMERCIALIZAÇÃO CONSCIENTE x CENÁRIO CLIMÁTICO
E para passar por momentos como estes, típicos de ciclo, a comercialização estratégica e consciente é determinante para que, de fato, a rentabilidade esteja garantida. O caminhar da safra de soja 2023/24 é um exemplo claro de como tem sido desafiador para o produtor brasileiro coordenar seus trabalhos de campo e suas vendas, de forma que não perca oportunidade dos dois lados. Para isso, ainda segundo Prado, é necessário que estes empresários e empresárias rurais estejam atentos ao ritmo em que as mudanças aparecem e se impõem para a atividade. Afinal, boa parte destas mudanças se dão pelo quadro climático, fora do alcance do produtor rural, o que exige ainda mais proteção.
"Estamos vivendo um momento de muitas mudanças e entre estas mudanças há muitas climáticas. Uma pesquisa recente mostra que 76% dos agricultores dos principais países agrícolas do mundo estão preocupados com as mudanças climáticas e 70% deles já estão sofrendo na pele os seus efeitos. E dados de diversos estudos as perdas têm sido de 15,7% ao redor do mundo", diz o executivo.
0 comentário

Alta de fertilizantes preocupa ainda mais em cenário com demora para anúncio de créditos do Plano Safra

Ação conjunta resulta na apreensão de carga irregular de farelo de soja em Paranaguá

Capacitações do Programa Arroz da Gente acontecem durante todo o mês de Junho

Crédito acessível e fazendas solares: conheça as oportunidades da RT Group

Simulador de deriva deixa visivelmente claro para o produtor qual a melhor e mais otimizada forma de aplicação no campo

Irã pede a países árabes do Golfo para que Trump pressione Israel por cessar-fogo imediato, dizem fontes