Irrigação no escuro fica mais barata no Paraná

Publicado em 13/01/2009 17:31
Quatro anos depois de lançado, o programa de irrigação noturna (PIN) do governo do Paraná ganha a adesão dos produtores rurais. A definição mais clara das exigências para o licenciamento ambiental elevou a procura. Pelo menos 1,7 mil agricultores já usufruem do desconto de 60% a 70% na energia elétrica, oferecido para o consumo entre 9 horas e 6 da manhã.

Existem mais 800 pedidos em trâmite, conta o coordenador de Meio Ambiente do Instituto Emater, Benno Henrique Weigert Doetzer. Ele afirma que, depois que o produtor faz a solicitação, a instalação ocorre num prazo de 90 dias.

"As solicitações aumentaram nos últimos dois meses, pela regulamentação do licenciamento ambiental. Os equipamentos podem ser financiados pelo Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar), o que também facilita a adesão", explica. Isto porque o programa oferece juros de 1% ao ano, dependendo do tamanho da área e da renda do produtor.

A discussão sobre o impacto do uso da água levava meses. O licenciamento obrigatório envolve o processo de outorga de uso da água e o licenciamento ambiental propriamente dito. Agora, quando se inscreve, o produtor tem seu caso pré-avaliado tecnicamente de acordo com as exigências legais. Fica sabendo logo se terá ou não licença.

A maior parcela dos produtores que acessam o programa produz verduras. Esse grupo representa cerca de 50% do total de 1,7 mil, afirma Doetzer. Ficam atrás o cultivo de frutas (20%), pastagens (20%) e outras áreas (10%). Essa última parcela, que envolve lavouras de soja e milho, representa possibilidade de um salto no PIN.

O programa tem ajudado a derrubar mitos como o de que a irrigação custa caro e só é viável para quem tira muito dinheiro da área irrigada. Produtores familiares achavam que não valia a pena investir nos equipamentos. E donos de áreas acima de 200 hectares duvidavam do retorno para o cultivo em escala.

Infra estrutura

A viabilidade do investimento para a agricultura familiar e para o cultivo de grãos aumentou com o barateamento da energia e dos equipamentos. O custo, que ficava acima de R$ 5 mil por hectare, agora parte de R$ 3 mil/ha, incluindo instalação de canos.

Os equipamentos podem ser pagos em oito anos, com três de carência. Pelo PIN, o produtor é dispensado de pagar a extensão da rede de energia por até 200 metros. Se a distância entre a rede e o tanque de água for maior, paga R$ 50% do excedente.

"Eu jamais poderia arcar com os custos normais. Fiz um levantamento e vi que ia gastar R$ 15 mil com os equipamentos e a instalação da energia, puxando só 160 metros de rede. Agora gastei uns R$ 4,3 mil, para pagar em oito anos", afirma Felipe Suota, de São José dos Pinhais, que cultiva verduras a 40 quilômetros de Curitiba. O investimento foi na instalação de energia elétrica e em equipamentos que complementaram um sistema de irrigação instalado em 1981. A maior diferença é que agora ficou mais barato o custo de operação.

Fonte: Gazeta do Povo
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