Invasão do MST paralisa centro de pesquisa da Ceplac na Bahia e causa danos à infraestrutura
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As ações promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) desde o último domingo (20) reacenderam o debate sobre a insegurança jurídica no campo. Com o pretexto de marcar o Dia Internacional da Agricultura Familiar, celebrado em 25 de julho, cerca de 17 mil integrantes do movimento iniciaram uma série de invasões e atos em 22 capitais brasileiras, além de diversas cidades do interior.
Os alvos incluem propriedades privadas, prédios públicos e centros de pesquisa, como a Estação de Zootecnia do Extremo Sul da Bahia, em Itabela – referência internacional em estudos sobre mitigação de gases do efeito estufa, manejo de pastagens e sequestro de carbono no solo. O local, vinculado à Comissão Executiva do Plano da Lavoura Cacaueira (Ceplac), já havia sido invadido em outras ocasiões, e agora volta a sofrer com a interrupção de suas atividades científicas.
Funcionários da Ceplac relataram que integrantes do movimento invadiram o local e cortaram cercas e realizarem ligações elétricas clandestinas, o que resultou em curtos-circuitos e danos a equipamentos. Além disso, os servidores foram impedidos de acessar as instalações, paralisando pesquisas científicas em andamento e comprometendo projetos de relevância nacional e internacional.
Confira as imagens da invasão de 350 integrantes do MST que ocuparam a CEPLAC, órgão vinculado ao ministério da agricultura em Itabela (BA)
Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam a CEPLAC, órgão vinculado ao ministério da agricultura em Itabela (BA)
Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam a CEPLAC, órgão vinculado ao ministério da agricultura em Itabela (BA)
Cerca de 350 trabalhadores e trabalhadoras Sem Terra ocuparam a CEPLAC, órgão vinculado ao ministério da agricultura em Itabela (BA)
As invasões atingem os estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraíba, Alagoas, Ceará, Maranhão, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Norte, além do Distrito Federal. No Rio Grando do Norte, manifestantes bloquearam completamente a BR-101, na altura da passarela de Potilândia, em Natal, prejudicando a mobilidade urbana e o transporte de cargas. A Federação da Agricultura e Pecuária do Estado (Faern) alertou que as ações são desproporcionais, desconectadas da atual realidade fundiária e ameaçam propriedades produtivas e legalmente estabelecidas.
O presidente da Faern, José Vieira, também apontou que a intensificação das ações do MST pode estar ligada ao calendário eleitoral de 2026 e à atuação de figuras políticas próximas ao movimento. “Essas invasões geram instabilidade para quem produz e emprega no campo”, destacou ao veículo Tribuna do Norte.
Apesar do caráter ostensivo das ações, representantes do MST foram recebidos nesta quarta-feira (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em reunião no Palácio do Planalto. Entre as pautas do grupo, está a reivindicação por um plano de assentamento de 65 mil famílias que vivem em acampamentos há décadas.
Em nota de repúdio, o Sistema FAEP (Federação da Agricultura do Estado do Paraná) classificou as invasões como um atentado ao diálogo democrático. Para o presidente interino da instituição, Ágide Eduardo Meneguette, a ocupação de prédios e terras públicas ou privadas compromete a imagem do país e desestimula investimentos no setor agropecuário. “Essas ações promovem insegurança jurídica, afugentam investidores e ferem o princípio da propriedade privada, que é a base de qualquer Estado democrático de direito”, afirmou.
Especialistas alertam ainda para o impacto que as invasões causam ao ambiente de inovação no campo, especialmente quando atingem centros de pesquisa que prestam serviços à agropecuária brasileira. A paralisia dessas instituições afeta diretamente a geração de conhecimento, o desenvolvimento tecnológico e, por consequência, a competitividade do Brasil no mercado internacional de alimentos.
Enquanto as lideranças do MST buscam apoio institucional para suas pautas, o setor produtivo e entidades representativas defendem o fortalecimento da segurança jurídica e do respeito à lei. “Reforma agrária deve ser conduzida com base em critérios técnicos, dentro da legalidade, e não por meio da força ou ocupações ilegais”, reforça Meneguette.
1 comentário
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Henrique Afonso Schmitt blumenau - SC
E quem pinta com batom uma estátua sofre pena de 13 (é 13 mesmo?) anos de cadeia. Isso que é justiça. Justiça Suprema!!!
Nada mais e nada menos do que o Governo agindo contra o Agro. Simples assim..