SP: Preço da terra resiste à crise
Soja segura preço das terras da região de Itapeva. A firmeza no preço da soja garante a estabilidade do valor das terras na região de Itapeva e dá impulso na cotação da média nacional. Segundo a Cati - Coordenadoria de Assistência Técnica Integral, as terras do sudoeste paulista apresentam valor estável. Em Itapeva, o preço médio da terra nua de cultura de primeira é de R$ 35 mil o alqueire, cerca de R$ 14.450,00 o hectare. O valor do alqueire da terra de cultura de média fertilidade está em torno de R$ 27 mil, da terra de pastagem por volta de R$ 23 mil, da terra de reflorestamento é de R$ 12 mil e a de campo, altamente ácida e com baixa fertilidade, R$10 mil. “Estes valores dependem muito da localização e da dimensão das terras, variam de acordo com a proximidade com estradas, cidades e fontes de água”, explica Vandir da Silva, engenheiro Agrônomo da Cati em Itapeva.
“Os preços estão constantes há mais de um ano e meio, a única queda perceptível aconteceu logo depois que passou o pico da valorização das terras da nossa região. Na época, a terra de cultura de primeira chegou a valer R$ 40 mil o alqueire”, conta Vandir.
Os valores da terra são fortemente indexados às cotações da soja, o principal produto do agronegócio brasileiro, cujos preços estão firmes no Brasil não apenas por conta do mercado internacional, mas também pelo câmbio mais valorizado.
A média brasileira, de acordo com levantamento da AgraFNP (consultoria estratégica para o agronegócio), depois que sofreu uma queda no final do ano de 2008, voltou a subir. O preço médio foi de R$4.373 por hectare no bimestre janeiro-fevereiro de 2009, contra R$ 4.330 por hectare em novembro-dezembro de 2008. A valorização é pequena, mas indica que o mercado de terras, depois de perder fôlego com o agravamento da crise mundial no final do ano passado, dá sinais de resistência.
Em relação há 12 meses, quando a média brasileira era de R$ 4.135 por hectare, o valor atual é 5,7% maior, em termos nominais. Descontando-se a inflação no período, contudo, as terras perderam 1,7% de seu valor. Já na comparação com a média de 36 meses atrás (R$ 3.067 por hectare), o ganho nominal é de 42,7% no acumulado do período. A valorização real é de 6,5% ao ano.
Com a deflagração da crise internacional de crédito em setembro de 2008, tudo apontava que os preços das terras no Brasil também iriam sofrer os efeitos do “tsunami” ocorrido na economia mundial. Tanto é que no bimestre novembro-dezembro de 2008, o preço médio de terras no Brasil registrou sua primeira queda em decorrência da saída massiva dos investidores estrangeiros, especialmente nas fronteiras agrícolas.
Neste início de ano, contrariando as expectativas iniciais de baixíssima liquidez, o que se verificou foi a retomada do interesse da ponta compradora, que voltou ao mercado de terras em busca de áreas para a produção de grãos e até mesmo de cana-de-açúcar.
“A melhora nos preços da soja e a intensificação da procura nas fronteiras agrícolas deu sustentação ao preço da terra. Os estrangeiros, que estavam deixando o mercado, voltam em caravana para fazer prospecção de área”, afirmou Jacqueline Bierhals, analista do mercado de terras da AgraFNP.
Segundo ela, essa busca se dá especialmente no Nordeste e Norte, regiões com terras mais baratas. De acordo com a analista, áreas no Maranhão, Piauí e Tocantins, além do oeste baiano, são as mais procuradas.
Jacqueline diz, ainda, que os investidores talvez estejam buscando um ativo mais seguro. “E como a gente sabe que no futuro os preços das terras no Brasil devem continuar aumentando, talvez o negócio seja comprar agora antes que suba mais ainda.”
O levantamento da AgraFNP informou, também, que nos últimos 12 meses a região que apresentou a maior valorização de terras foi a Sul, subindo em média 12,8 por cento, seguida pelo Nordeste.
Fonte: Folha do Sul/Itapeva-SP
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