Recebido com festa na Bahia, Serra descarta favoritismo

Publicado em 08/10/2010 20:07


José Serra discursa no centro de Vitória da Conquista (Foto: Carolina Freitas)

Em meio a uma multidão, de pé no capô de uma caminhonete, o candidato do PSDB à Presidência, José Serra, deu a partida de sua campanha neste segundo turno. O primeiro destino do candidato foi Vitória da Conquista, uma das duas cidades da Bahia onde ele venceu nas urnas no 3 de outubro. O nome da cidade emprestou um trocadilho à fala do candidato. De microfone em punho e em meio a gritos de apoio, Serra agradeceu os votos e conclamou: “Vim a Vitória da Conquista para começar aqui o caminho para a conquista da vitória.”

Serra prometeu, se eleito, levar à cidade uma universidade federal, melhorar o abastecimento de água e ampliar o aeroporto. Ele chegou a Vitória da Conquista pouco antes das 16 horas. Foi recebido por lideranças locais no aeroporto e, ao lado delas, seguiu em carro aberto até o centro da cidade. Mais de cem veículos o acompanharam em carreata com bandeiras da campanha.

No centro, antes da chegada do candidato, eleitores de Serra vaiaram carros que passavam com material de campanha do PT. Eles chegaram a descolar adesivos dos automóveis que passavam pela rua. Ao chegar, a comitiva do presidenciável foi cercada por mais de mil pessoas. Após discursar, o candidato pediu que os populares dessem “um espacinho” para ele falar com a imprensa. E foi na caçamba da caminhonete que ele concedeu uma inusitada coletiva.

Questionado se via a adversária Dilma Rousseff (PT) como favorita neste segundo turno, Serra jogou a resposta para os eleitores. “Quem decide o favorito é a população, no dia votação. É como no primeiro turno. Nada foi decidido por pesquisa. Até a pesquisa de boca de urna falhou, estava errada”, disse. “No segundo turno, vai ser a mesma coisa. No dia de votar o povo é soberano.”

O candidato voltou a falar sobre a polêmica do aborto, que, para ele, foi trazida para o debate nestas eleições pela sociedade. “Os candidatos colocam as propostas, mas as pessoas fazem perguntas, querem saber o que o candidato pensa, qual foi sua vida e quais são seus valores”, afirmou. “O aborto não é uma pauta fixada pelos candidatos, mas pela população. Eu estou pronto a falar tudo o que penso, não tenho nada secreto, não mudo de ideia de um dia para o outro. Quando a gente muda, chama a atenção.”

Serra ainda fez uma breve e tumultuada caminhada pelo centro e parou para tomar um cafezinho. Ele deixou Vitória da Conquista às 18h30, em um avião fretado, e segue para Chapecó, em Santa Catarina, onde faz campanha no sábado de manhã. À tarde, o candidato vai a Blumenau para participar dos festejos da Oktoberfest.

Aécio convoca 300 prefeitos

Aécio Neves está convocando deputados e prefeitos mineiros para uma grande reunião na quinta-feira que vem em Belo Horizonte – com a presença, claro, de José Serra. Pretende levar para o encontro pelo menos 300 prefeitos de vários partidos.

Por Lauro Jardim

A Petrobras já foi privatizada

Na edição desta sexta-feira, O Globo publicou na primeira página o texto abaixo reproduzido:

Diretor de gestão corporativa da Empresa de Pesquisas Energéticas (EPE), estatal ligada ao Ministério de Minas e Energia, Ibanês César Cássel tem a Petrobras como cliente de sua empresa particular de eventos. Cássel é ligado à candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, desde que ela foi secretária de Energia do Rio Grande do Sul. Sua empresa, a Capacità Eventos Ltda., assinou com a Petrobras, em 2008, dois contratos no valor total de R$ 538,755,65. Cássel está na EPE desde 2005, a convite da então ministra Dilma. Cássel disse que tem 1% de participação na Capacità. A mulher dele, Eliana Azeredo, é diretora-geral da empresa. Ontem, rumores acerca da publicação de reportagens sobre irregularidades na Petrobras derrubaram ações da companhia na Bovespa. A ação ordinária fechou em queda de 2,98%.

Confrontada com o noticiário sobre a lucrativa parceria, Dilma Rousseff não viu nada demais. Acha que qualquer empresário pode fazer negócios com o governo a que pertence. Para justificar as relações perigosas, lembrou que dois ministros do governo Lula também confundiram a fronteira entre o público e o privado. Na cabeça de Dilma, a impunidade é o resultado da soma de muitos crimes.

O primeiro debate entre os dois candidatos à Presidência está marcado para domingo. Tomara que Dilma acuse José Serra de querer privatizar a Petrobras. Ouvirá que é impossível: já não pertence ao Estado o que é explorado por amigos dos donos do poder. Foi assim com a Casa Civil. Se Dilma for eleita, assim será com a Petrobras.

por Augusto Nunes


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Fonte:
Veja.com

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