Governo do Canadá barra oferta da BHP Billiton pela PotashCorp

Publicado em 04/11/2010 06:40
Tony Clement, ministro da Indústria do país, que anunciou o veto à proposta: "No Canadá, nossos recursos naturais são um importante motor da economia"

O governo do Canadá vetou na noite de ontem a oferta hostil de US$ 39 bilhões da multinacional anglo-australiana BHP Billiton pela PotashCorp, a maior produtora de fertilizantes do mundo.

De acordo com o ministro canadense da Indústria, Tony Clement, a proposta não parecia trazer um benefício real ao país, como exigido pela legislação canadense. Segundo ele, a empresa terá 30 dias para fazer representações adicionais ao governo do Canadá antes da decisão final.

"No Canadá, nossos recursos naturais são um importante motor da economia", disse Clement. "E cheguei à conclusão de que a proposta da BHP não apresenta um benefício ao Canadá". As ações da Potash caíram mais de 4% nas operações "after-market" em Nova York, após o anúncio do governo.

A decisão foi tomada em meio à forte oposição da província de Saskatchewan, base da Potash, que teme perder bilhões de dólares em impostos e royalties. Nas últimas semanas, outros três Estados haviam se juntado a Saskatchewan - Alberta, Quebéc e Manitoba.

Esta não é a primeira vez que o governo veta a compra de uma empresa. Sob o Ato para Investimento do Canadá, aquisições estrangeiras têm que trazer benefícios reais ao país, tanto em termos de empregos, exportações, produção como investimento.

A proposta da BHP Billiton foi feita no momento em que a população e o crescimento da renda de países em desenvolvimento, como a China e a Índia, criaram um cenário preocupante para o mercado de fertilizantes e a produção de alimentos no longo prazo. De qualquer forma, a venda do controle da Potash necessitaria da aprovação das autoridades reguladoras de Saskatchewan e dos acionistas da empresa. A direção da Potash rejeitou a oferta por considerá-la baixa.

"Foi um revés, mas temos de esperar para ver se o impasse pode ser resolvido nos próximos 30 dias", disse Tim Schroeders, da Portfolio Manager em Pengana Capital, da Austrália. "Tudo dependerá muito de quais são os pontos em desacordo. É difícil saber neste momento o que a BHP Billiton está preparada para oferecer e o que o governo canadense está preparado para aceitar", acrescentou.

O premiê do Canadá, Stephen Harper, havia afirmado anteriormente que o "critério será claro e a decisão será tomada no melhor interesse de longo prazo da economia canadense". Os liberais, de oposição, pediram ao governo para rejeitar a oferta da BHP. A múlti não quis comentar a decisão.

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Fonte:
Valor Econômico

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