Venda de insumos teve redução de 3% em 2010

Publicado em 18/02/2011 06:30
Em dólar, o setor apresentou alta de 9%; diferença é causada pela valorização do real. Para 2011, expectativa é de crescimento de 5%.
Em 2010, com a safra de grãos atingindo a marca de 149 milhões de toneladas, o setor de defensivos agrícolas apresentou queda de 3% nas vendas. No acumulado do ano, o valor total das comercializações chegou a R$ 12,4 milhões, frente aos R$ 12,8 milhões de 2009. Os dados foram apresentados pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Agrícola (Sindag) e pela Associação Nacional de Defesa Vegetal (Andef).

Em dólar, o setor apresentou alta de 9%, com US$ 7,2 bilhões comercializados no ano passado. Em 2009, as vendas atingiram a marca de US$ 6,6 bilhões. A variação entre os dados em real e em moeda americana é justificada pela valorização da moeda brasileira ao longo de 2010. ''O Brasil aumentou a produção sem ampliar a área plantada. Isso requer tecnologia, com o uso de defensivos agrícolas e biotecnologia'', ressalta o diretor executivo da Andef, Eduardo Daher.

O presidente do Conselho Diretor da Andef, João Sereno Lammel, explica que, em dólar, todos os segmentos tiveram alta nas vendas em 2010. ''Esse foi um ano de melhorias. Houve recuperação no preço das commodities e no poder de compra do agricultor'', afirma.

Além da questão cambial, o vice-presidente executivo do Sindag, José Roberto Da Ros, argumenta que a redução dos preços da maioria dos defensivos agrícolas, ocorrida em 2010, também interferiu no resultado negativo em real. Somente o glifosato, utilizado na formulação dos herbicidas, teve redução de 41% no último ano.

Consumo

O Paraná é o segundo Estado que mais consome defensivos agrícolas no País. Em 2010, ficou atrás apenas do Mato Grosso, primeiro colocado pelo sétimo ano consecutivo. No Paraná, foi comercializado US$ 1 bi em insumos ao longo de 2010, o que corresponde a 15% do mercado nacional.

As culturas que mais utilizam defensivos são soja, cana-de-açúcar e milho, que, sozinhas, representam 67% do mercado de insumos no País. Somente em produtos para soja, foram comercializados US$ 3,3 bilhões em 2009. Em relação ao segmento, os herbicidas, fungicidas e inseticidas respondem por 95% do mercado. Em reais, o setor que apresentou a maior redução foi o de herbicidas (-10%), em contraposição, o único segmento que apresentou aumento de vendas foi o de fungicidas (5%).

O professor da Unesp de Ilha Solteira-SP, Geraldo Pappa, explica que a redução do uso de herbicidas deve-se, em grande parte ao aumento do uso de cultivares transgênicas de soja. Já o resultado positivo dos fungicidas se deve a demanda por produtos para controle da ferrugem asiática da soja.

Quanto à distribuição dos insumos, dados do Sindag apontam que 49% dos produtos são comercializados através de revendas, 24% por meio de cooperativas e 27% por venda direta dos fornecedores a grandes corporações.

De acordo com Eduardo Daher, o custo com defensivos não é o mais preponderante na agricultura e fica abaixo de 20% no caso das culturas anuais. Em relação ao índice de aplicações, ele diz que não há um cálculo geral. Mas, segundo o diretor, dados da Embrapa indicam que a média de aplicações de fungicidas para controle da ferrugem foi de 2,5 em 2010.

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Fonte:
Folha de Londrina

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