A nova face de Lula: contratado para proferir uma palestra destinada a motivar vendedores de eletrodomésticos!

Publicado em 06/03/2011 00:27
Da página de opinião de O Estado de S. Paulo


Não chega a ser novidade ex-governantes aceitarem contratos muito bem remunerados para falar para plateias selecionadas. O sucesso dessas palestras depende sempre, é claro, daquilo que o orador é capaz de oferecer e também daquilo que interessa ao contratante que seja dito a seus convidados. Normalmente essas palestras giram em torno de política internacional, comércio exterior, meio ambiente, economia - enfim, temas relevantes que costumam frequentar a agenda dos governantes. Pode parecer piada, portanto, a notícia de que um ex-presidente da República se tenha dado ao desfrute de ser contratado para proferir uma palestra destinada a motivar vendedores de eletrodomésticos! 

Pois foi exatamente o que fez Luiz Inácio Lula da Silva para inaugurar sua nova e promissora carreira de ex-presidente-palestrante. Por um cachê estimado em R$ 200 mil, Lula falou por cerca de 40 minutos (R$ 5 mil, ou mais de nove salários mínimos por minuto), em São Paulo, a uma plateia de cerca de mil pessoas anunciadas como empresários do setor varejista. Na verdade, a maior parte era composta de funcionários, geralmente vendedores, da patrocinadora do evento, a multinacional sul-coreana LG. 

O tema central foi o potencial de consumo dos novos segmentos da população brasileira incorporados ao mercado pela política social e econômica do governo petista: "Quando a gente distribui, as pessoas vão consumir. E vão comprar os produtos da LG, logo, logo", garantiu o ilustre palestrante. 

Haverá quem diga que não há nada de errado no fato de um ex-presidente transformar-se em garoto-propaganda de um fabricante de televisores. Mas, aparentemente, o próprio Lula não tem muita certeza disso. Não há outra maneira de explicar a precaução tomada por ele de só permitir que os jornalistas tivessem acesso aos minutos iniciais de sua fala, quando leu um texto de enaltecimento de seu governo. Em seguida os repórteres foram convidados a se retirar e Lula passou a fazer aquilo para o que estava sendo pago. Falou de improviso, fez piadas, contou casos e encheu a bola de sua contratante: "A LG apostou no Brasil". A cada menção ao nome da empresa, e foram muitas, a plateia aplaudia animadamente. Foi tudo testemunhado por um repórter da Folha de S.Paulo que conseguiu permanecer o tempo todo no recinto. 

Nos primeiros 15 minutos, limitando-se ao texto escrito, Lula repetiu frases de exaltação a seu governo, na conhecida linha do "nunca antes neste país": "Vinte milhões de pessoas saíram da pobreza e outros 36 milhões entraram para a classe média. É mais gente trabalhando e consumindo". E enfatizou que é preciso lutar para que o povo brasileiro "continue sendo governado por gente que pensa em todos, e não apenas em uma parte". Não deixou claro em que categoria incluía a plateia, supostamente de homens de negócios, que o aplaudia. 

Muito bem pago para falar bem de si mesmo, Lula não se fez de rogado e logo criou a oportunidade de repetir uma de suas proezas prediletas, a da "marolinha": "Quando veio a crise econômica de 2008, eu disse que ia ser uma marolinha e fui achincalhado porque estava menosprezando a crise". E arrematou, triunfante: "Quando chegou a crise, em 2008, já tínhamos lançado o Programa de Aceleração do Crescimento em 2007 e, portanto, já estávamos com um programa de desenvolvimento para o Brasil". 

Já na hora de vender o peixe da contratante, quando se imaginava que já não havia mais jornalistas presentes, visivelmente mais descontraído Lula demonstrou bom domínio da técnica de palestras motivacionais, entremeando textos lidos com improvisos bem humorados. Estabeleceu uma relação entre suas realizações no governo - no caso, a eletrificação rural - e o empenho da contratante em trabalhar com alta tecnologia, produzindo aparelhos de televisão de "ultima geração": "Você está trazendo a pessoa do século 18 para o século 21. Está tirando do candeeiro para ela comprar uma TV de três dimensões aqui!". E assim Lula passou aos vendedores de eletrodomésticos seu indiscutível know-how no trato com a classe média emergente.

Acusados de corrupção em comissões do Congresso ameaçam a democracia, diz Roberto Romano

Por Sérgio Roxo, no Globo Online:

A volta de personagens envolvidos em escândalos de corrupção aos holofotes da cena política é um atentado à ideia de República, para Roberto Romano, professor de ética e filosofia política da Unicamp. Ele atribuiu o fato ao “anacronismo absolutista” da sociedade brasileira, em que há diferenças de direitos entre o cidadão comum e os ocupantes de cargos públicos.

Nos últimos dias, réus em processos foram nomeados para comissões na Câmara . João Paulo Cunha (PT-SP), acusado no mensalão, foi eleito presidente da Comissão de Constituição e Justiça , uma das mais importantes da Casa. Paulo Maluf (PP-SP), procurado pela Interpol, Valdemar da Costa Neto (PR-SP), também réu no mensalão, e Eduardo Azeredo (PSDB-MG), réu no processo do mensalão mineiro, foram escolhidos para integrar a comissão da reforma política. “Quem faz a lei não pode responder por uma acusação de desrespeitar a lei”, afirma Romano.

Tais nomeações, diz, geram uma “ameaça ao Estado democrático de direito”: “A situação mostra a fragilidade da nossa República. É uma República quase de fachada.” Para o cientista político Cláudio Couto, professor do Departamento de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas, essas nomeações mostram que os partidos “estão se lixando” para a opinião pública: “É uma conduta comum a todos os partidos, tanto de oposição como situação. Não sobra ao eleitor escolher alguém que não esteja envolvido nesse tipo de situação.” Couto acredita que episódios como os das nomeações já foram banalizados pela avalanche de escândalos: ” É até difícil dizer que é um escândalo, porque se tornou algo tão rotineiro essa desfaçatez da classe política com a população. Escândalos, por definição, não podem ser coisas rotineiras. “

Por Reinaldo Azevedo

Investimento no Brasil é o terceiro menor entre 20 países emergentes

Por Érica Fraga, na Folha de hoje:
A taxa de investimento brasileira está entre as mais baixas do mundo emergente e, segundo pesquisa recente do Banco Central com analistas, permanece muito aquém do necessário para garantir crescimento de 5,5% ao ano. Depois de crescer a um ritmo recorde de 21,8% em 2010 (apesar de forte desaceleração no último trimestre), investimentos em máquinas e instalações produtivas atingiram o equivalente a 18,4% do PIB. Essa taxa de investimento representa recuperação em relação aos 16,9% de 2009, mas seguiu abaixo do nível pré-crise, de 19,1% em 2008.

Entre um grupo de 20 países considerados emergentes pela Bolsa eletrônica S&P, o Brasil está entre os três que menos investem (na frente apenas de Egito e Filipinas). De acordo com Robert Wood, analista de Brasil da consultoria EIU (Economist Intelligence Unit), na América Latina, países como Peru, Chile e Colômbia têm conseguido aumentar suas taxas de investimento para níveis próximos a 25% do PIB. Já China e Índia atingiram taxas de investimento próximas de 47% e 32% do PIB, respectivamente, em 2010.

A taxa de investimento do Brasil -baixa em comparação com a de seus pares- limita a capacidade de expansão econômica do país. O BC fez um levantamento recente com analistas do mercado financeiro em que perguntou que taxa de investimento seria “condizente com um crescimento potencial de 5,5%”. Em média, a resposta foi 24%, quase seis pontos percentuais acima do patamar atual. Aqui

Por Reinaldo Azevedo

“Era dentro de nós que estava a alegria,/ - A profunda, a silenciosa alegria…”

Tive - tivemos: eu e as moças - uma tarde e parte da noite à moda After Hours, o filme de Martin Scorsese. É bem verdade que, ali, o bizarro se casa com o imprevisível para infernizar a vida do rapaz. Acho que eu sabia o que me esperava quando decidi pegar a estrada. E o previsível… se deu! Mas cheguei ao meu descanso, longe, tanto quanto possível - porque, de fato, é impossível - do ziriguidum, do balacobaco, do telecoteco…

Até falar mal do Carnaval é aborrecido, não é? Sempre aquela melodia, sempre aquele baticumbum, sempre aquela subantropologia açucarada dos “especialistas”, tentando nos explicar que o tal “enredo” é um “roteiro” com começo, meio e fim, que remete à nossa brasilidade, àquela velha vocação, vocês sabem, para sair no sapatinho e chacoalhar o traseiro. Não há nada de novo no Carnaval nem no nosso tédio.

Resolvi descansar um pouquinho. Como vocês notaram, voltei das férias de fim de ano com ainda mais disposição para desafinar o coro dos contentes. Se a “Era Lula” merecia uns 10 ou 12 posts de minha própria lavra por dia, a “Era Dilma” tem merecido o dobro porque muitos aspectos do petismo que estavam esboçados no governo do Apedeuta agora ganham contornos mais definidos no reinado da Soberana, o que enseja ainda mais trabalho. Mas há mais disposição do que braços. E os meus tendões estão um tanto estropiados, revelou uma ressonância magnética, naquela sua maldita sinfonia. Assim, enquanto o Brasil samba, meu esforço máximo deve ser segurar um livrinho e, eventualmente, erguer um copo de caipirinha. Com um pouco de sorte, o sol faz a sua parte.

Pretendo voltar ao trabalho só na quarta-feira. Se eu não for traído pela conexão 3G, continuarei ligado ao que acontece no Brasil e no mundo. No caso de um evento excepcional, é claro que a gente tem um encontro marcado aqui. Como sempre, não estou bem certo de que cumpra a minha promessa. Tendo um tempinho, cliquem aí no “favoritos”. Pode ser que eu compareça aqui com o meu samba-enredo.

Farei a mediação dos comentários nesses dias - mas não com aquela habitual presteza, né? Vocês certamente compreenderão. Pode demorar um pouco, mas daremos conta de todos.

Acho que já publiquei o poema aqui. Se é assim, faço-o de novo: “Sonho de Uma Terceira-Feira Gorda”, de Manuel Bandeira, que está no livro “Carnaval”. Que importa a gritaria que o cerca, leitor? Só o indivíduo é livre.

SONHO DE UMA TERÇA-FEIRA GORDA

Eu estava contigo. Os nossos dominós eram negros,
[e negras eram as nossas máscaras.
Íamos, por entre a turba, com solenidade,
Bem conscientes do nosso ar lúgubre
Tão contrastado pelo sentimento de felicidade
Que nos penetrava. Um lento, suave júbilo
Que nos penetrava… Que nos penetrava como uma
[espada de fogo…
Como a espada de fogo que apunhalava as santas extáticas.

E a impressão em meu sonho era que se estávamos
Assim de negro, assim por fora inteiramente de negro,
- Dentro de nós, ao contrário, era tudo tão claro e luminoso.

Era terça-feira gorda. A multidão inumerável
Burburinhava. Entre clangores de fanfarra
Passavam préstitos apoteóticos.
Eram alegorias ingênuas, ao gosto popular, em cores cruas.
Iam em cima, empoleiradas, mulheres de má vida,
De peitos enormes - Vênus para caixeiros.
Figuravam deusas - deusa disto, deusa daquilo, já tontas e
[seminuas.
A turba ávida de promiscuidade,
Acotovelava-se com algazarra,
Aclamava-as com alarido.
E, aqui e ali, virgens atiravam-lhe flores.

Nós caminhávamos de mãos dadas, com solenidade,
O ar lúgubre, negros, negros…
Mas dentro em nós era tudo claro e luminoso.
Nem a alegria estava ali, fora de nós.
A alegria estava em nós.
Era dentro de nós que estava a alegria,
- A profunda, a silenciosa alegria…

Até a volta!

Por Reinaldo Azevedo

Celso Arnaldo e o palavrório de Irecê: Dilma decidiu que todas as brasileiras são mães

Se cada palavrório cretino fosse punido com 10 chibatadas, Lula e Dilma Rousseff  atravessariam aos urros os intervalos entre uma e outra discurseira. Lula, por exemplo, acha que só sua mãe nasceu analfabeta.  E acredita que, como a Terra é redonda e gira, o Brasil fica às vezes em cima e às vezes embaixo do Japão. Dilma, entre outros hinos ao absurdo, enfiou na cabeça que as mulheres brasileiras, que somam 52% da população brasileira, são mães dos 48% restantes.

Como se baseia no último censo do IBGE, que só conta gente que não morreu, Dilma transformou o Brasil num enigma indecifrável. Aqui, todas as mulheres são mães, incluídas as recém-nascidas, as estéreis e as carmelitas descalças. Todos os filhos são homens. Todos os homens têm mães vivas, incluídos os maiores de 90 anos, e são órfãos de pai, incluídos os bebês de colo. Falta apenas resolver um pequeno problema aritmético: mesmo que todas as mães sejam viúvas e tenham um filho único, uma diferença de quatro pontos percentuais separa 52 de 48. É muita mãe para pouco filho.

Alheia a tais miudezas, Dilma reapresentou em Irecê, pela terceira vez, a tese amalucada, como comprova o vídeo que ilustra o texto do jornalista Celso Arnaldo Araújo. Foi só o começo da sequência de espantos capturados pelo nosso grande caçador de cretinices. A performance no interior da Bahia é, como sempre, tão divertida quanto assustadora. Só um país sem juízo pode eleger uma presidente assim. (AN)

É NO PRÓLOGO QUE A COISA PEGA
Celso Arnaldo Araújo

Na história da oratória política, há antológicos começos de discursos presidenciais:

“Há oito décadas e sete anos, os nossos pais deram origem neste continente a uma nova Nação, concebida na Liberdade e consagrada ao princípio de que todos os homens nascem iguais”. (Abraham Lincoln, no célebre discurso de Gettysburg)

“Muitos são os caminhos para a conquista do Poder. Viciosos, porém, se me afiguram todos aqueles que se apartam do voto do povo, deitado nas urnas soberanas”. (Discurso de posse de Jânio)

“Venho somar minha esperança à esperança de todos neste dia de congraçamento. Permitam que, antes do Presidente, fale aqui o cidadão que fez da esperança uma obsessão, como tantos brasileiros. Pertenço a uma geração que cresceu embalada pelo sonho de um Brasil que fosse ao mesmo tempo democrático, desenvolvido, livre e justo”. (Discurso de posse de Fernando Henrique Cardoso)

“Não é possível traduzir em palavras o que sinto e o que penso nesta hora, a mais importante de minha vida de homem público. A magnitude desta solenidade há de contrastar por certo com o tom simples de que se reveste a minha oração” (Juscelino, na inauguração de Brasília)

“Esses republicanos, não satisfeitos em atacar a mim, minha esposa ou meus filhos, agora incluem meu pequeno cão Fala em seus ataques. Eu não me incomodo com esses ataques, minha família não se incomoda com esses ataques. Mas Fala se incomoda” (Franklin Roosevelt, no famoso Discurso de Fala, sua cadelinha Scottish Terrier)

“Primeiro eu queria desejá boa tarde a todos. Boa tarde. Todos nós estamos aqui até agora, né, sem almoçá, mas tamo aqui firmes. Eu queria também dá um boa tarde especial às mulheres baianas aqui presentes. Com isso eu não estou preterindo os nossos companheiros homens, mas é porque hoje é o primeiro dia do mês da mulher, o mês em que se comemora o dia 8 de março, o Dia Internacional da Mulher. E aí também porque, apesar de nós sermos 52% da população, e portanto as mulheres serem maioria, os outros 48% são nossos filhos e aí fica tudo em casa. Então, ao comprimentar as mulheres eu estendo também um comprimento a todos os companheiros aqui presentes” (Dilma Rousseff, no discurso de Irecê, Bahia, depois de assinar o reajuste do Bolsa Família, 01/03/2011)

Quem assistiu a “O Discurso do Rei” notou que a grande agonia de George VI, o rei disfêmico da Inglaterra, era o preâmbulo da fala, o prefácio, as primeiras palavras. Dilma tem enormes dificuldades com o resto também, mas é no prólogo de seus discursos que a coisa realmente pega. Uma saudação que deveria ser simples e natural, para beneficiários do Bolsa Família, transforma-se num pastiche do pastiche. Aquele célebre “Primeiro eu queria comprimentar os internautas. Oi internautas” aqui virou “Primeiro eu queria desejá boa tarde a todos. Boa tarde”.

Dilma, obcecada com esse negócio de ser a primeira “presidenta”, cismou de fazer gênero com a mulherada – mas de um modo sempre desastroso. Dar “um boa tarde especial às mulheres baianas aqui presentes”, como se fosse possível dá-lo às dinamarquesas ou não devesse incluir as não-baianas ali presentes, só não é mais ridículo que o complemento: desde quando dar boa tarde às mulheres, no “mês da mulher”, é preterir “os companheiros homens”? Fazer média com gênero é sempre detestável, porque tão demagogo e antinatural quanto o “Queridos brasileiros e queridas brasileiras” do discurso de posse que enlevou a companheirada.

O pior é que, nesses momentos, Dilma tenta ser leve, arrisca uns truquezinhos de comunicador de auditório – mas seu repertório é constrangedor. E inclui, desde a campanha, onde foi repetido dezenas de vezes, esse monstruoso apedeutismo dos 52% de mulheres-mães dos outros 48%, que ela ouviu falar não sabe onde e repete sem noção de lógica e sem contestação. Como em Irecê.

Todos os homens que fazem parte dos 48% são filhos de mulheres, mas não necessariamente dessas mulheres da cota dos 52% – que naturalmente estão vivas, pelo menos no último censo do IBGE. Minha mãe já morreu — portanto eu, que faço parte dos 48, não sou filho de nenhuma dos 52. Entre os 52, há também as que não têm filhos – por imaturidade, infertilidade, decisão pessoal ou perda. Nenhum dos 48 evidentemente é filho dessas.

Válido o esdrúxulo raciocínio de Dilma, é só inverter a equação: os 52% são nossas filhas, o que, no meu caso, que tenho duas filhas, é um pouco mais verdadeiro que o inverso. Nós homens temos mais filhas que elas, filhos. E estamos todos em casa.

É possível confiar um PIB de 3,675 trilhões de reais, um “Pibão bão”, nas palavras da presidente, a uma pessoa com essa dificuldade de raciocínio?

(por Augusto Nunes) 

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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