Aviões líbios atinge Ras Lanouf; Kadafi nega suposta saída do governo

Publicado em 08/03/2011 11:14
De acordo com informações divulgadas pelo estadao.com.br, a rede de TV CNN está divulgando que Kadafi estaria negociando um acordo para deixar o governo da Líbia; representantes do ditador disseram que proposta é 'absolutamente nonsense'

RAS LANOUF - Aviões líbios realizaram, ao menos, quatro novos bombardeios em direção aos rebeldes que se encontram nas proximidades da cidade portuária de Ras Lanouf, nesta terça, 8. Um dos ataques atingiu uma área residencial. As ações são parte da contra-ofensiva do ditador Muamar Kadafi para evitar que a oposição avance em direção à capital Trípoli.


Segundo a rede de TV CNN, Kadafi estaria negociando um acordo para deixar o governo da Líbia. Ele teria solicitado aos rebeldes garantia de segurança para sair do país, junto de sua família, e também uma quantia em dinheiro, além do pedido de não ser processado. O grupo rebelde, porém, teria dito não à oferta do ditador. "Nossa posição é clara. Não há negociação com o regime de Kadafi", disse um porta-voz do rebelde Conselho Nacional de Transição.


De acordo com a rede de TV Al Arabiya, representantes do governo líbio negaram que o líder tenha feito qualquer oferta aos rebeldes. O porta-voz ainda afirmou que uma proposta dessas é 'absolutamente nonsense' e que os rebeldes não mereciam nenhuma resposta.


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Ataques em Ras Lanuf

"Um bombardeio atingiu uma casa em Ras Lanuf. Há um grande buraco no teto", disse um correspondente da Reuters. "Uma nuvem de fumaça e poeira surgiu na área do ataque. Homens correram para lá gritando 'Allahu Akbar' (Deus é grande)", afirmou, acrescentando que muitas casas ao redor tiveram de ser evacuadas. 


De acordo com um outro repórter, da Associated Press, que também viu os ataques, aparentemente ninguém foi atingido. 


O regime de Muamar Kadafi tem usado, cada vez mais, a vantagem aérea para checar o avanço rebelde em direção a Trípoli. Essa vantagem deixa as forças rebeldes mais vulneráveis em sua marcha rumo à costa do Mediterrâneo.


Em outras cidades


Segundo testemunhas que vivem na cidade, havia tanques e veículos de guerra localizados a cerca de 50 quilômetros a oeste da capital atirando em direção às casas locais. A pessoa não quis se identificar com medo das represálias.


Em outro front, uma testemunha contou que os soldados de Kadafi tinham recapturado a cidade de Zawiya, a mais próxima de Trípoli - que antes estava nas mãos dos rebeldes.


Segundo relatos, eletricidade, telefone e serviços de internet de Zawiya foram todos cortados. As pessoas estão tentando escapar através das fazendas para tentar chegar ao outro lado da cidade, onde celulares ainda podem ser usados.


"A cidade está em ruínas", disse. "Alguns prédios estão inteiramente destruídos. Há muitos feridos, mas os hospitais estão sofrendo com falta de suprimento", disse uma testemunha, descrevendo as condições da cidade após a contra-ofensiva acontecida nesta segunda, 7.


Ação internacional


Os Estados Unidos e os aliados da Otan afirmaram nesta segunda que podem iniciar uma resposta militar à crescente violência na Líbia. A Europe, por outro lado, já começou a solicitar a instalação de uma zona de exclusão áerea para tentar conter a onda de violência que cresce no país.

Os rebeldes estão lutando para tirar Kadafi do poder depois de mais de 41 anos, um marco em comum com os protestos que derrubaram ditadores nas vizinhas Tunísia e Egito. Entretanto, o levante na Líbia tem sido muito mais violento.

Como os conflitos continuam, o regime de Kadafi também deve sentir pressão por parte das nações árabes, que se juntaram aos pedidos europeus de uma zona de exclusão aérea.

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Fonte:
O Estado de S. Paulo

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