Os dados do Tesouro Nacional mostram que o principal fator que contribuiu para o crescimento da dívida pública no primeiro semestre deste ano foi a despesa com juros. Nos seis primeiros meses de 2011, a apropriação de juros somou R$ 97,8 bilhões.
Outro fator que pesou para o aumento da dívida pública no primeiro semestre de 2011, embora em menor intensidade, foi a emissão líquida de títulos público, ou seja, acima do volume de resgates. A emissão líquida do primeiro semestre somou R$ 13,41 bilhões.
Emissões e resgates de títulos públicos
As emissões total de títulos públicos, por sua vez, somaram R$ 267,2 bilhões no primeiro semestre deste ano, dos quais R$ 224,8 bilhões aconteceram por meio de ofertas públicas (leilões tradicionais de papéis, que são adquiridos pelo mercado financeiro e outros investidores).
Deste montante total, R$ 35,2 bilhões referem-se à emissões diretas para o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico Social (BNDES), sendo R$ 5,2 bilhões por conta da capitalização da Petrobras e outros R$ 30 bilhões, emitidos em junho, para que o banco público possa manter o Programa de Sustentação do Investimento (PSI) - que fornece empréstimos com juros subsidiados para investimentos das empresas em máquinas e equipamentos.
Ao mesmo tempo, os resgates de papéis totalizaram R$ 253,8 bilhões no primeiro semestre de 2011. Os resgates referem-se aos títulos públicos que venceram neste período.
Previsão para 2011
A expectativa da Secretaria do Tesouro Nacional para este ano é de um crescimento de até R$ 236 bilhões na dívida pública, para R$ 1,93 trilhão. O Plano Anual de Financiamento (PAF) da dívida pública em 2011 prevê um patamar entre R$ 1,8 trilhão, o que representaria um crescimento de R$ 106 bilhões, e R$ 1,93 trilhão (expansão de R$ 236 bilhões), para a dívida pública brasileira no fim deste ano.
Dívidas interna e externa
No caso da dívida interna, segundo informou o Tesouro Nacional, foi registrado um crescimento de 7,86% , ou de R$ 126 bilhões, no primeiro semestre deste ano, para R$ 1,72 trilhão. Em dezembro do ano passado, a dívida interna estava em R$ 1,6 trilhão.
Já a dívida externa brasileira, resultado da emissão de bônus soberanos no mercado internacional e de contratos firmados no passado, o governo contabilizou uma queda de 15,86%, ou de R$ 14,1 bilhões, nos seis primeirose meses de 2011, para R$ 75,9 bilhões. Em dezembro de 2010, o estoque da dívida externa estava em R$ 90,1 bilhões.