Itália traz alívio momentâneo; bolsas oscilam
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) intercala pequenas altas e quedas, acompanhando a oscilação das bolsas americanas. Às 14h37, a queda era de 0,10%, com 52.777 pontos. Em Nova York, o índice Dow Jones subia 1,06% e a Nasdaq recuava 0,17%. As preocupações com a capacidade de pagamento da dívida dos países europeus, além da expectativa de forte desaquecimento nos Estados Unidos, continuam como pano de fundo para os investidores. Momentaneamente, porém, um certo alívio dominou os negócios por conta da possibilidade de um pacote de ajuda econômica para a Itália.
Berlusconi afirmou também que a Itália vai acelerar outras reformas, como a liberalização de setores fechados, a redução da burocracia e o afrouxamento das leis trabalhistas. Segundo fontes, as garantias de emprego devem ser negociadas em contratos, ao invés de asseguradas por normas nacionais, disse a fonte.
Os países da União Europeia estão preocupados de que a dívida pública da Itália se mostre insustentável se o crescimento econômico permanecer baixo no país. A ideia desse acordo é revigorar o potencial de crescimento da Itália.
No início do dia, o foco de atenção foi o mercado de trabalho nos Estados Unidos. Os EUA criaram 117 mil postos de trabalho no mês passado, melhor que a previsão de 75 mil vagas, o que levou a uma queda na taxa de desemprego, passando para 9,1%, de 9,2% em junho. Além disso, os dados americanos dos dois meses anteriores foram revisados em alta, ao mostrar a criação de 46 mil vagas em junho e 53 mil vagas em maio. Em reação à notícias, as bolsas americanas e a Bovespa abriram em alta.
Bolsas europeias fecham em queda
Na Europa, o Dax, de Frankfurt caiu 2,78%, o CAC 40,de Paris, cedeu 1,26% e Londres recuou 2,71%. Em Madri a baixa foi mais modesta, de 0,18% e em Portugal de 1,20%. A bolsa italiana caiu 0,62%.
Hoje o Banco Central Europeu (BCE) fez novas compras de bônus de Portugal e Irlanda, segundo fontes, numa tentativa de conter o pessimismo com a economia dos países da região. De acordo com informações de uma mesa de negociação, as aquisições foram de volumes significativos.
Entenda o temor dos investidores
Há dois fatores por trás do comportamento dos investidores: o risco de que grandes países da Europa, como Itália e Espanha, não consigam honrar suas dívidas, e o temor de que a economia dos Estados Unidos, responsável por cerca de um terço do Produto Interno Bruto (PIB) global , volte a entrar em recessão.
Esse último receio ganhou força após o acordo entre democratas e republicanos para elevar o teto da dívida americana. O governo de Barack Obama será obrigado a cortar despesas, medida que tende a tirar ainda mais combustível da atividade econômica.
Embora a realidade do Brasil seja totalmente distinta - a situação fiscal é confortável se comparada à maioria dos países desenvolvidos e a expansão econômica estimada para este ano esteja em 4% -, os ativos brasileiros sofrem por causa da integração dos mercados no mundo globalizado.