Marina defende diálogo com agronegócio para modificar Código Florestal

Publicado em 12/08/2011 08:41 e atualizado em 12/08/2011 10:02
Debate promovido pelo Estadão, por Jair Stangler e Karina Ninni, do Estadão.com.br
Nesta quinta-feira (11), a ex-ministra Marina Silva participou do Econtros Estadão&Cultura, em São Paulo, e defendeu um diálogo com o agronegócio para que seja feita a alteração do Código Florestal em tramitação no Congresso.

Marina disse ainda ser um "desserviço" tratar o assunto como se todo o agronegócio esttivesse alinhado à lei aprovada na Câmara dos Deputados. ALém disso, a ex-ministra disse ainda não temer o embate com a bancada ruralista. “Proteger floresta será tão difícil que dificilmente nós manteremos os 60% de cobertura florestal que nós temos hoje.”, disse ela.

A ambientalista criticou também o argumento de que ONGs de países que destruíram suas florestas seriam as responsáveis pelo financiamento da proteção das florestas e meio ambiente no Brasil. “Um dos desserviços da discussão equivocada do Código Florestal foi tentar pintar a legislação brasileira como fruto de interesses externos”, diz.

Segundo o relator do projeto do Código Florestal na Comissão de Constituição e Justiça, o senador Luiz Henrique (PMDB/SC), afirmou que a votação deve acontecer até o dia 31.

Abaixo, veja alguns trechos do debate:

13h39 – Em suas considerações finais, Marina exibe um cartaz com os dizeres: “O ar que você respira podia ser melhor se tivesse floresta mais perto”

13h37 – “Proteger floresta será tão difícil que dificilmente nós manteremos os 60% de cobertura florestal que nós temos hoje”, afirma.

13h29 – Respondendo a pergunta enviada por leitor via Twitter, Marina explica que “existem áreas que devem ser preservadas, existem áreas que vão ser manejadas e existem áreas que precisam ser consolidadas. Impacto zero não existe. Mas precisamos diminuir o impacto sobre as florestas. Existem milhões de áreas abandonadas na Amazônia. O uso dessas áreas nos permitiriam aumentar a produtividade. São 230 mil km² abandonadas.”

13h25 – Marina volta a defender “a nova política”. “As pessoas não querem mais ser só espectadoras”, argumenta. “‘Estamos tentando administrar o que deu certo’. Se você pensa assim, já é um conversador. O que é novo é a inclusão social. O que vai ser gerado de tudo isso aqui, daqui a 10, 20, 30, 40 anos, só no futuro nós vamos saber. O movimento feito por Lula, Fernando Henrique, por Darcy Ribeiro, Florestan Fernandes, foi uma transição para este momento, eu sou o resultado disso”, afirma.

13h16 – Marina critica o argumento de que a defesa das florestas e do Meio Ambiente é financiada por ONGs de países que destruíram suas florestas e agora querem se meter em assuntos do País. “Um dos desserviços da discussão equivocada do Código Florestal foi tentar pintar a legislação brasileira como fruto de interesses externos”.

13h15 – “Essa discussão só vai prosperar se nós evitarmos os rótulos”, setencia.

13h12 – Marina diz não ser contra agronegócio e hidrelétricas e critica os rótulos, que desqualificam o debate. “Eu poderia ser rotulada de ‘agroflorestal’”, ironizou. “Pode ter hidrelétrica, desde que respeite os índios”, afirma.

13h01 – Marina diz não temer o enfrentamento com a bancada ruralista, a mais forte no Congresso. Ela diz acreditar na capacidade de convencimento dos parlamentares, inclusive os da bancada ruralista. “Não podemos deixar a presidente em uma situação complicada”, afirma, dizendo que a presidente Dilma terá de vetar o Código se ele passar como está.

12h56 – “Se nós tratarmos o agronegócio como estando todo ele alinhado com essa posição é um desserviço”, afirma.

12h55 – “Foi criado um comitê a exemplo do comitê das Diretas Já. Esse comitê quer colher um milhão de assinaturas contra o Código”, diz.

12h54 – Para Marina, a discussão sobre o Código Florestal tem de ser de toda a sociedade. “80% da população é contra o novo Código”, afirma. Paradoxalmente, afirma, 80% da Câmara votou a favor.

12h50 – “Quando o Código Florestal foi feito em 1934 a ideia de preservação de matas ciliares já estava inscrita”, diz. Ela critica as propostas de diminuição das áreas de preservação das matas ciliares e de anistia a desmatadores presentes no novo Código. Defende que se lance mão de novas tecnologias para aumentar o ganho de produtividade.

12h44 – Para Marina, a proposta aprovada na Câmara e que tramita no Congresso, parte de premissas equivocadas e da falta de visão estratégica. “A proteção passa a ser exceção e a regra passa a ser a flexibilização que levará à destruição”, continua.

12h42 – “Em 1934, quando foi pensado, o quando foi pensado (o primeiro Código Florestal) partiu do próprio Ministério da Agricultura, que via que o uso do solo estava indo por um caminho errado”, afirma

12h39 – “Essa discussão (do Código Florestal) é uma discussão que vem vindo de muito tempo. Desde o início do meu primeiro mandato. Em 1995, o desmatamento foi de 29 mil km quadradados”, afirma Marina, ao abrir o evento.

Clique no link abaixo e confira a notícia na íntegra:

>> Marina defende diálogo com o agronegócio para o Código Florestal

Nesta sexta-feira (12), o senador Eduardo Braga (PMDB/AM) publicou um artigo no jornal Folha de S. Paulo relatando a importância do equilíbrio na discussão sobre o Código Florestal.

Para Braga, a matéria mais importante do Senado Federal neste semestre deverá ser a apreciação da lei já aprovada na Câmara dos Deputados.

"Na discussão dessa matéria, três pontos são importantes: primeiro, promover um debate sem conflitos e sem emoções; segundo, perseguir o equilíbrio entre três elementos essenciais: coerência entre as políticas para a produção agrícola, a proteção das florestas e a mitigação dos efeitos das mudanças climáticas; terceiro, é necessário agregar mais uma contribuição a esse debate: o olhar da ciência", afirma o senador.

No artigo, Eduardo Braga lembra da importância de se rediscutir também o dispositivo que libera de recomposição as propriedades rurais com até quatro módulos fiscais.



Representantes do agronegócio cobram pressa na votação do novo Código Florestal

Representantes do agronegócio brasileiro se reuniram com o presidente do Senado, José Sarney, na quinta-feira (11), para pedir a rápida aprovação do projeto de reforma do Código Florestal . Eles alegam que a demora na votação da proposta acarretaria uma série de problemas na produção agrícola. 

- Estamos pedindo para que haja um processo acelerado. Viemos contar o que está acontecendo com as usinas no campo, que são problemas que outros setores também têm, como orçamentos travados, ações civis, multas - explicou Marcos Jank, presidente da União da Agroindústria Canavieira do Estado de São Paulo. 

Segundo o representante do setor sucroalcooleiro - que preferiu não se manifestar a respeito do teor do projeto - o presidente José Sarney se mostrou sensível aos problemas dos produtores, mas explicou que a proposta ainda precisa ser examinada por três comissões no Senado antes de ser encaminhada para votação no Plenário. Conforme Jank, Sarney não estabeleceu prazo para a votação da matéria na Casa. 

Também fizeram parte da comitiva Cesário Ramalho da Silva, presidente da Sociedade Rural Brasileira; Luis Roberto Pogetti, presidente da Cooperativa dos Produtores de Cana-de-Açúcar e Álcool do Estado de São Paulo, e Clésio Antonio Balbo, presidente do Grupo Balbo. 

Aprovado pela Câmara em maio, o projeto do novo Código Florestal (PLC 30/2011) será examinado no Senado pelas comissões de Agricultura e Reforma Agrária (CRA); Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT); e Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA).

Fonte: CNA

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Tags:
Por:
Carla Mendes
Fonte:
Notícias Agrícolas/CNA

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