Cultivo de mandioca assegura ocupação territorial e segurança alimentar

Publicado em 18/11/2011 06:45
O fortalecimento da cadeia produtiva da mandioca como instrumento de ocupação territorial e segurança alimentar foi o destaque da abertura do XIV Congresso Brasileiro da Mandioca. O evento começou na quinta-feira (16), juntamente com a I Feira Brasileira da Mandioca, e vai até sábado (19), no Centro Cultural e de Exposições, em Jaraguá, Maceió. Na abertura, ontem, o ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, ressaltou a importância dessa cultura como garantia da ocupação do campo, da segurança alimentar e da economia brasileiras.

De acordo com estimativa do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), baseada em dados dados do IBGE, em 2010 a mandioca foi plantada em 1,8 milhão de hectares e gerou cerca de R$ 6 bilhões em renda aos agricultores familiares. "Em Alagoas, 92% da produção de mandioca vem da agricultura familiar. Mas precisamos avançar e garantir o aumento da produtividade, da área plantada e da competitividade. Assim, consolidaremos o arranjo produtivo da mandiocultura e geraremos mais renda e oportunidades para agricultoras e agricultores familiares do agreste e demais regiões do estado”, afirmou o ministro.

Um dos pontos relevantes deste congresso é o debate sobre o uso da mandioca como biocombustível e uma das propostas a serem implantadas a partir do evento é o fomento do intercâmbio de informações sobre a mandiocultura para impulsionar a produtividade do setor. O governador de Alagoas, Teotônio Vilela Filho, pretende reforçar parcerias com o Governo Federal para superar a produção atual de 18 toneladas de mandioca por hectare.

“Não podemos desperdiçar a grande potencialidade econômica da mandiocultura e, com foco no incremento da atividade, também trabalhamos com a Embrapa no desenvolvimento de seis novos cultivares. Ao somarmos iniciativas, por meio da implementação de políticas públicas voltadas para o bem-estar do agricultor, promovemos inclusão produtiva e cidadania nas comunidades rurais", afirmou o governador.

O presidente do Congresso, Eloízio Lopes Júnior, atribuiu à cultura da mandioca um papel estratégico para a economia de Alagoas. "Impulsioná-la é o objetivo de todos neste evento: pesquisadores, agricultores familiares, instituições de fomento, bancos, autoridades governamentais e entidades representativas", declarou. O presidente da Sociedade Brasileira de Mandioca, Sílvio Bicudo, lembrou da importância da cultura para o desenvolvimento da agricultura familiar, “em todos os rincões e até mesmo nos grandes centros se planta mandioca: ela tem importância social, econômica e cultural para a nossa população”, ressaltou.

De acordo com informações da Produção Agrícola Municipal (PAM) 2010, no ano passado, a agricultura familiar foi responsável por 87% da produção de mandioca no País, com 21 milhões de toneladas. Desde 2003, o MDA financiou, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), cerca de 540 mil contratos para a cultura da mandioca, totalizando R$ 1,5 bilhão. Na última safra, 2010-2011, foram financiados 50.787 contratos pelo Pronaf para essa importante cultura brasileira, o que totalizou o montante de R$ 186 milhões.

No evento, o ministro Florence afirmou que a agricultura familiar é o esteio do novo modelo de desenvolvimento no campo. "Com o Plano Safra para a Agricultura Familiar, que também será lançado em Alagoas, disponibilizamos para todo o País mais recursos com juros menores, assistência técnica, garantia de preços mínimos e mecanismos de comercialização para mercados institucionais, tais como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) e para o setor atacadista”, disse.

O secretário de Agricultura da Bahia e presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Agricultura, Eduardo Salles, destacou a atuação do Ministério do Desenvolvimento Agrária (MDA) no fortalecimento da organização produtiva dos agricultores familiares . “O MDA tem feito um trabalho voltado para o avanço da agricultura familiar no Brasil. O apoio ao segmento da mandiocultura vai agregar muito valor à organização econômica do campo”, garantiu.

A mandioca e sua importância na alimentação do brasileiro

No Brasil, a mandioca é consumida de várias formas, sobretudo, na Região Norte e Nordeste, onde seu consumo é muito comum nas culinárias regionais. Há diversas variedades de farinha resultantes da ralagem, prensagem e secamento da raiz da mandioca. O polvilho, por sua vez, é feito com o fino amido proveniente da decantação do caldo prensado da massa de mandioca.

Dela também são preparadas algumas bebidas destiladas. Pouco conhecida no restante do País, a aguardente de mandioca é muito comum no Maranhão. Durante a implantação do Programa Pró-Álcool, a mandioca foi estudada como possível alternativa de matéria prima para a produção de etanol.

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