Produtores debatem estratégias para combater o bicudo-do- algodoeiro na Bahia

Publicado em 18/03/2015 15:53
Presente em algumas lavouras de algodão da Bahia, o bicudo-do-algodoeiro (Anthonomus grandis), é uma grande preocupação nesta safra. Para tentar intensificar o combate à praga, a Associação Baiana dos Produtores de Algodão (Abapa), levantou junto aos produtores, pesquisadores e consultores, as principais causas dos altos índices de bicudos, tanto nas lavouras de algodão da Bahia como nos outros estados e apresentaram  propostas para supressão do bicudo-do-algodoeiro para a safra 2014/2015, no dia último dia 07, em Luís Eduardo Magalhães.
 
“Temos observado nos relatórios do Programa Fitossanitário da Abapa uma média de 18 de aplicações e essa situação tem aumentado consideravelmente os custos de produção. Precisamos entrar com algumas medidas o mais rápido possível”, disse o presidente da Abapa, Celestino Zanella.
 
O coordenador técnico do Programa Fitossanitária da Bahia, engenheiro agrônomo, Celito Breda, sugeriu aumentar a orientação e conscientização, no sentido de instruir como o produtor deve proceder e também para esclarecer dúvidas, como por exemplo: destruir soqueiras corretamente, eficiência dos produtos, dentre outras. “O Programa Fitossanitário, é orientativo e não punitivo, a Abapa se propõe a ouvir a opinião dos produtores para saber o que poderá fazer, além das ações que já estão sendo realizadas. Atualmente, o produtor está gastando 350 dólares por hectare/ano , incluindo produtos/custo de aplicações/prejuízos da praga. Com esse número é possível concluir que o prejuízo passa de 1,5 bilhão de dólares. Numa situação de crise, preço baixo e custo alto, a Abapa, que já vem fazendo um bom trabalho, identifica a necessidade de intensificar e implementar novas ferramentas que contribuam para  que o produtor  solucione o problema com o bicudo”, enfatizou Breda, e ressaltou que é fundamental, e prioritário melhorar a destruição de soqueiras e tigueras.
 
A reunião contou com a presença do pesquisador da Embrapa, José Ednilson Miranda, que além de sugerir propostas, falou sobre a importância da tomada de consciência do problema. “A presença do bicudo, no estado da Bahia, não é um fato novo, é crítico e cada vez mais grave, uma vez que o bicudo é bem adaptado ao sistema de produção brasileiro, que tem uma realidade bem complexa com plantas hospedeiras no cerrado, plantas de algodão por oito a nove meses no ano, dentre outros fatores. A Bahia precisa adotar medidas e atividades comprometidas com o todo e corajosas, que precisam ser coladas de forma clara”, disse o pesquisador, que ressaltou sobre a importância do controle de final de safra. “Esse é um dos principais pontos fracos e as aplicações precisam ser feitas no finalzinho de safra para que tenha redução da população”, orientou.
 
Durante a reunião, o produtor e presidente da Aiba, Júlio Cézar Busato, falou do risco e do perigo do bicudo, e reforçou a importância do envolvimento de todos os produtores para que as ações sejam feitas de forma coletiva. “Essa praga já acabou com o algodão em vários estados e o corremos o risco de acontecer com a Bahia, se não forem tomadas providências urgentes. Temos que encontrar meios para que isto não aconteça no futuro. Estamos seguindo o Programa Fitossanitário de uma forma regular, mas isto não está sendo efetivo porque temos um número de aplicações muito alto e isso significa risco e custo. Precisamos fazer mais. As associações e produtores devem buscar novas pesquisas e sistemas de controle desta praga e nos organizarmos para fazer os investimentos necessários”, ressaltou Busato.
 
A partir dessas propostas, a Abapa irá montar um projeto com uma série de ações que serão apresentadas aos produtores.

 

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Abapa

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