Recursos para financiar custeio do algodão serão antecipados
A vantagem do "pré-custeio" ao produtor, segundo o BB, é a possibilidade de comprar insumos, como sementes, adubos e defensivos, antes do tradicional movimento de elevação dos preços em razão do aumento da demanda às vésperas do plantio.
O financiamento para pré-custeio do algodão não terá limite de recursos, garante o diretor de Agronegócios do BB, Ives Cézar Fülber. "O banco está disposto a atender a toda a demanda que chegar", afirma. Assim como acontece com o milho, o teto será de R$ 500 mil por beneficiário.
No caso do milho, o BB havia destinado R$ 810 milhões ao pré-custeio no ano passado. Agora, espera chegar a R$ 1 bilhão. Neste ano, os adiantamentos para a safra de verão somaram R$ 3 bilhões desde abril.
O BB informa que os preços dos insumos aumentaram, em média, 15% no período próximo ao plantio da safra atual. "Quando não tem dinheiro para antecipar a compra, o produtor tem que aguardar o financiamento", diz o vice-presidente Osmar Dias. "Com isso, o fabricante de adubo e de herbicida espera. Quando o banco vai liberar o recurso, ele dá uma puxada no preço. Aí, o agricultor pega o dinheiro e já está pagando mais caro".
O diretor Ives Fülber estima que o adiantamento pode proporcionar ao agricultor uma economia de até 10% na aquisição dos insumos. "Comprando antes da hora ele evita a forte procura e consegue negociar. É uma simples ação que resulta em uma coisa muito boa para o produtor", afirma Fülber.
O vice-presidente Osmar Dias diz que, apesar dos juros, "fica mais barato" tomar o crédito adiantado. A decisão de contratar mais cedo é uma aposta. "Mas, como regra, tem sido vantajoso antecipar o financiamento. Apesar de pagar mais juro, pelo fato de pegar o empréstimo antes, o valor total a ser pago é muito menor do que o aumento que o produto vai ter", afirma Dias.