É preciso impedir de todo modo o contato de Dirceu e Delúbio com os criminosos comuns

Publicado em 13/11/2013 10:18 e atualizado em 20/02/2014 13:42
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

É preciso impedir de todo modo o contato de Dirceu e Delúbio com os criminosos comuns

Os nomes dos regimes de prisão não Brasil não ajudam muito, e deriva daí a confusão em que incorreu, diga-se, o próprio ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo, quando sugeriu que só regime fechado impede um parlamentar de exercer suas atividades. Vamos lá. O regime fechado é fechado mesmo. O sujeito entra em cana e, enquanto durar essa fase da prisão, não pode sair da cadeia, a não ser em situações especiais — saída no Natal, por exemplo, ou no Dia das Mães. Bandido também tem mãe. No geral, ela não responde pela safadeza do filho da mãe.

O regime dito semiaberto também é fechado. O que muda são as condições de vigilância, mais relaxadas do que as do regime fechado. Com autorização do juiz, os presos podem deixar a instalação prisional por algumas horas para, por exemplo, estudar. E o regime aberto é aquele em que o sujeito tem de dormir na cadeia, mas pode passar o dia fora.

Os regimes semiaberto e aberto acabam virando prisão domiciliar ou, pura e simplesmente, liberdade porque quase inexistem estabelecimentos próprios para esse tipo de prisão. Ninguém investe em cadeia no Brasil. Não dá muito voto. Governante que põe dinheiro nessa área fica com má fama. Os esquerdistas da imprensa acham que é coisa de fascista. Logo perguntam: “Por que não constrói escolas?”. Caso se responda que é porque escola não pode abrigar bandidos, eles pensam se tratar de uma ironia. Mas voltemos.

José Dirceu e Delúbio Soares, por exemplo, enquanto aguardam o resultado dos embargos infringentes (que podem inocentá-los do crime de formação de quadrilha), começarão a cumprir pena em regime semiaberto. Isso quer dizer que o juiz pode autorizar a saída da dupla para atividades especiais.

Em vez de estudar, eles têm tudo para ensinar, não é? Dirceu montaria um curso de Ética e Formação Política. Delúbio, professor de matemática,  ensinaria os truques de contabilidade para os que manejam “recursos não contabilizados”.

Necessário mesmo, por todos os meios, é  impedir que tenham contato com os bandidos comuns, com aqueles que ainda não descobriram as vantagens de ser um criminoso da política.

Por Reinaldo Azevedo

 

Longe da praia

dirceu

Volta a São Paulo

José Dirceu que até ontem estava em Itacaré, no Sul da Bahia, curtindo uma boa praia, conforme revelou O Estado De S. Paulo de hoje, já está em São Paulo.

Por Lauro Jardim

 

Prisão hoje? Improvável

Barbosa: jogo quase no final

Barbosa: jogo quase no final

As prisões  dos mensaleiros vão sair – não tem mais volta – mas é improvável que seja hoje. Duas assessoras de Joaquim Barbosa estão analisando os recursos neste momento.

Estima-se dentro do gabinete de Barbosa que não haverá tempo para que ele envie hoje os processos a um juiz de Brasília, que expedirá os mandados de prisão.

Como Barbosa já tem um compromisso em Belém na segunda-feira, há a possibilidade de as prisões só serem efetivadas entre terça-feira e quarta-feira que vem.

Por Lauro Jardim

 

Momento de decisão

Dirceu: momento de decisão

Dirceu: hoje?

Apesar de ser improvável que qualquer mandado de prisão saia hoje (leia mais aqui), a defesa de José Dirceu discute a possibilidade  de o mensaleiro – que já voltou da Bahia -  apresentar-se hoje mesmo a um juiz federal de Brasília para ser preso.

Por Lauro Jardim

 

Tensão pré-condenação

Nervoso e abatido

Nervoso e abatido

José Genoino está acompanhando o julgamento do mensalão em casa. Um deputado petista de São Paulo muito próximo a Genoino diz que agora a ficha caiu:

- Ele não está bem, não. Desde ontem à noite, está muito nervoso e abatido.

A propósito, sacramentada a condenação, a defesa de José Genoino deverá entrar com um recurso pedindo que, em virtude dos problemas cardíacos, ele possa cumprir a pena, ou parte dela, num hospital.

Por Lauro Jardim

 

Núcleo do PT da Papuda será o mais influente do país

O PT se organiza, como sabem todos, a partir de “núcleos”, que são grupos formados em bairros, comunidades, as ditas minorias etc. Se todos os condenados do mensalão ficarem mesmo reunidos no Presídio da Papuda, em Brasília — que já passou por reformas para receber visitantes tão ilustres —, estarão sob o mesmo teto José Dirceu, Delúbio Soares, José Genoino, João Paulo Cunha e Henrique Pizzolato.

Isso significa que o núcleo do PT da Papuda será, certamente, o mais influente do país. Lá de dentro, Dirceu poderá, como costuma acontecer nesses casos, mandar os seus “salves” para os “irmãos” que estão livres.

Por mais que o PT delibere isso e aquilo aqui do lado de fora, haverá certas decisões que só poderão ser tomadas com a concordância do chefão do núcleo da Papuda.

Por Reinaldo Azevedo

 

Lula promete dizer o que pensa sobre o mensalão. Esperamos: ele certamente sabe tudo a respeito

Lula está num encontro de militantes petistas em Campo Grande. Leio naFolha que ele se manifestou sobre o mensalão. Assim: “Tenho dito para todo mundo: eu, quando terminar toda a votação sobre o mensalão, aí eu quero falar algumas coisas que eu penso a respeito disso”.

Tenho a certeza de que Lula tem um monte de coisas a dizer sobre o mensalão. Na verdade, acho que ninguém conhece o assunto tão bem como ele. Tanto conhece que me parece absurdo que não seja um dos réus, né? Afinal, parte da lambança foi feita para pagar gastos de sua campanha eleitoral de 2002. Como o candidato é o responsável último pelas contas…

Você tem o direito de desconfiar disso, claro!, acreditando, então, que José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino mandavam no PT mais do que o poderoso chefão.

Não é a primeira vez que Lula promete fazer revelações a respeito. O máximo que conseguiu foi acusar a oposição de ter participado de uma grande conspiração para derrubá-lo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Restos mortais de Jango chegam a Brasília para obscurecer ainda mais a história

Os restos mortais de João Goulart já estão em Brasília. A urna foi recebida pela presidente Dilma Rousseff, na companhia dos ex-presidentes José Sarney, Fernando Collor e Luiz Inácio Lula da Silva. FHC só não compareceu porque se recupera de uma diverticulite. Maria Tereza, a viúva de Jango, estava presente. Foram dispensadas ao líder deposto em 1964 honras militares próprias de chefe de estado. Dilma afirmou que o Brasil, assim, se reencontra com a sua história.

Urna com os restos mortais de Jango chega a Brasília (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Urna com os restos mortais de Jango chega a Brasília (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

As pessoas escrevam o que lhes der na telha, não é? Por enquanto ao menos, temos liberdade para isso. É bem verdade que há um monte de gente inconformada com tanta liberalidade. Sei bem do que falo. Fosse pela vontade de alguns patriotas, um comitê de sábios e de pessoas ideologicamente saudáveis diria quem tem direito à palavra.

Vai se investigar a causa da morte de Goulart. Andei conversando com algumas pessoas que entendem do assunto. Consideram praticamente impossível que, 37 anos depois, se encontrem substâncias que provem um eventual envenenamento. “As que resistiriam nesse tipo de material por tanto tempo dificilmente teriam sido usadas na forma de pílulas, como se supõe”, diz um deles. Pouco importa.

O que se busca é MENOS A EVIDÊNCIA DE QUE JANGO FOI ASSASSINADO DO QUE  A NÃO EVIDÊNCIA DE QUE NÃO FOI. Entenderam? Estão atrás da dupla negação. Será impossível comprovar, por exemplo, que a morte se deu mesmo por infarto. Basta que se conclua que nada se pode concluir. E já está de bom tamanho.

E não! O país não “se encontra com a sua história”, como diz a presidente Dilma. Para que se encontrasse, seria preciso que o evento de agora contribuísse para jogar luzes sobre o período Goulart. Mas o que se vai ter é o exato contrário. O que se está a construir é a figura de um notável democrata, que foi derrubado pelas forças da reação — aquelas, sabem?, que estão sempre conspirando contra o povo…

Vai se passar a impressão de que o Brasil tinha, de fato, um grande destino se continuasse sob os cuidados daquele líder. Mas ok. Se até Carlos Marighella, que pregava num livrinho sobre a guerrilha o assassinato sistemático de inocentes, entrou para o panteão dos heróis nacionais, por que não João Goulart?

Em 1964, todas as forças relevantes — muito especialmente Jango — acreditavam que a história poderia avançar na base de golpes contra a democracia. Jango perdeu. No fim das contas, tudo é compatível com uma história oficial em que um ditador como Getúlio Vargas, que liderou um dos períodos mais autoritários e sangrentos da história republicana, é considerado um do fundadores da pátria. Parte da fortuna laudatória que o embala foi construída matando os outros, e a outra parte, matando a si mesmo.

São os nossos heróis trágicos.

Por Reinaldo Azevedo

 

A exumação de Jango: em vez de pensar em 2064, país se volta para 1964. Vamos aplaudir um século de atraso!

João Goulart: desenterrando os mortos para servir ao baixo proselitismo dos muito vivos

João Goulart: desenterrando os mortos para servir ao baixo proselitismo dos muito vivos

Leitores cobram que eu escreva sobre a exumação dos restos mortais de João Goualart. Escrevo, sim, embora, confesso, certas coisas me provoquem uma imensa preguiça — e olhem que, como é sabido, esse não é um dos meus defeitos. Mas supero. Por vocês! É claro que se está tentando exumar a história para tentar, mais uma vez, recontá-la aos olhos dos vitoriosos e oportunistas de agora. Não é isso o que se pretende com a dita Comissão da Verdade? Nesse caso, reparem: as chamadas vítimas da ditadura — as reais e as criadas por mistificadores — já obtiveram (ou estão em vias de) a reparação. O estado já reconheceu as suas “culpas”. Notórios militantes de ideologias facinorosas posam por aí de heróis da resistência — quando seu repúdio à democracia era evidente. Assassinos ganham pensão. Não deixa de ser um desrespeito à memória das verdadeiras vítimas a vizinhança com aproveitadores. Mas não entrarei nessas minudências agora. O fato é que as reparações estão dadas. Mas isso não basta: é preciso inventar também uma narrativa oficial sobre aquele passado; é preciso escrever uma história que consagre a luta do Bem (as esquerdas e seus associados; o populismo doidivanas de Goulart é um “associado”) contra o Mal.

E então se vai lá desenterrar os ossos do ex-presidente. Não há um só indício crível, uma só nesga de evidência, um só elemento plausível — além do depoimento de uma figura suspeitíssima — que sugiram que Jango possa ter sido envenenado. Aliás, se foi — e isso teria se dado por intermédio da troca de remédios —, então se deve supor que alguém da sua intimidade compactuou com a tramoia. Remédios são coisas mais ou menos íntimas, não? Nota à margem: diga-se o mesmo, nesse particular, sobre Yasser Arafat. Se é verdade que foi envenenado com plutônio, certamente foi com o concurso das forças de segurança da Fatah, não é? Mas voltemos ao essencial.

Que risco real Goulart representava ao regime militar em 1976? Tinha planos de voltar para o Brasil? Pretendia retomar a luta política? Ele, que não se mobilizou para sufocar um golpe dado em câmera lenta — a fase aguda começou no dia 29 de março a só chegou ao ápice a 1º de abril —, pretendia retomar a um Brasil absurdamente diferente daquele que abandonara 12 anos antes? Não custa lembrar: o sindicalismo do ABC, que já se adensava, indicava a existência de outro país, com um operariado de classe média, formado de consumidores, que aposentara suas apostas nos políticos de perfil populista, como Jango. Vejam os fiascos acumulados por Leonel Brizola, seu cunhado, que encontrou em Luiz Inácio Lula da Silva, o “sapo barbudo”, o seu maior opositor. Quem pagou o pato da velharia ideológica do brizolismo, coitado!, foi o Estado do Rio… O que estou dizendo é que era preciso ter um motivo para a ditadura matar Jango. Qual é a hipótese?

Imaginem se, em 1995, em vez de cuidar do Plano Real, FHC estivesse dedicado a exumar os cadáveres do Estado Novo, que terminou em 1945. Sim, senhores! No ano que vem, o golpe militar completa CINQUENTA ANOS. À diferença do getulismo — de que Goulart era caudatário —, o regime militar não deixou herdeiros políticos; não se constituiu numa corrente de pensamento; não tem presença ativa nos debates e embates ideológicos; não detém lugares de poder. Nada! Se é que o atual PP pode ser considerado, por conta de umas duas três figuras, o herdeiro político da Arena, cumpre lembrar que o partido é um caro aliado do governo petista, com assento na Esplanada dos Ministérios. O czar da economia do regime militar, Delfim Netto, é um dos principais conselheiros econômicos do lulo-petismo. O maior herdeiro intelectual que os militares deixaram, no que concerne à concepção de economia e de estado, é mesmo o… PT!

Ocorre que exumar os restos mortais de Goulart alimenta a fantasia da luta das “forças populares” contra as “forças da reação”, do “nós, os bons”, contra “eles, os maus”; dos supostos defensores dos interesses nacionais (hoje, como na ditadura, fartamente financiados com dinheiro público) contra os vendilhões da pátria… Vale dizer: desenterram-se mortos, embalados por teorias conspiratórias meio alucinadas, para, de fato, servir aos interesses dos vivos — no caso, de vivaldinos.

Ademais, cumpre perguntar: o político João Goulart fazia mesmo o perfil do herói? O presidente de 1964 se encaixava no figurino de um defensor da democracia? Era zeloso com as instituições? Dosava, então, ousadia e prudência no melhor interesse da população? O líder deposto em 1964 respeitava as instâncias representativas e o estado de direito? Ora, tenham paciência, não é!? Ainda que não houvesse condições de se instaurar a tal República Sindicalista que muitos temiam, o fato é que investiu, com energia e determinação, na República Baguncista.

Afirmar que os militares deram um golpe para preservar a democracia é, obviamente, uma tolice. Sustentar, no entanto, que Goulart fosse um democrata é tolice de igual tamanho. Em 1964, a democracia foi abandonada à própria sorte. Faltavam forças relevantes que a defendessem.

O mais patético nessa conversa, caso nos fixemos na história das ideias, é que o petismo, que está a sustentar essa patuscada toda, se constituiu na contramão de tudo aquilo que Jango representava. Em algum momento da história, o PT representou um sinal de aggiornamento, de modernização, quando se toma o varguismo como referência. O partido, também nesse particular, mudou. E, como não poderia deixar de ser, para pior.

O Brasil deveria estar pensando em 2064. Mas está ocupado em rever 1964. Na prática, um século de atraso.

Por Reinaldo Azevedo

 

Maria do Rosário e Cardozo precisam comparecer a enterros…

Maria do Rosário, Ministra dos Direitos Humanos, e José Eduardo Cardozo, da Justiça, acompanharam a exumação dos restos mortais de João Goulart. Que bom! Deveriam, sei lá, comparecer a 10 enterros por mês — cinco para cada um — para homenagear as vítimas dos mais de 50 mil homicídios que acontecem a cada ano no país. Já que o governo federal corta a verba destinada à segurança púbica, ao invés de aumentá-la, seria, assim, um apoio simbólico ao menos… 

Por Reinaldo Azevedo

 

Kassab anuncia na 4ª apoio do PSD à candidatura Dilma; Haddad vai ter de se virar de outro jeito…

Escrevi aqui na terça-feira, dia 12, o que segue em azul. Leiam. Volto em seguida.
Desde mais ou menos as 3 da madrugada de ontem, está no ar um pesado contra-ataque do ex-prefeito Gilberto Kassab, presidente do PSD, a Fernando Haddad (PT), prefeito de São Paulo. Contestando uma entrevista concedida por seu sucessor, Kassab afirmou que descalabro mesmo é a atual gestão. Foi além: Prefeitura quebrada, deixou claro, quem encontrou foram os eleitos de 2004 — José Serra como prefeito, ele como vice. Kassab se referia, é claro!, à petista Marta Suplicy, hoje ministra da Cultura. (…) Haddad, como se diz em Dois Córregos, enfiou a viola no saco e sumiu. Não apareceu um só petista em seu socorro ou para dar um chega pra lá no ex-prefeito, nada! (…) A bancada do PSD na Câmara só é menor do que a do PT e a do PMDB. Dilma quer o tempo de seu fiel aliado — e isso, no que diz respeito à presidente e a Lula, Kassab é.
(…)
Haddad se comporta como se tivesse faltado ao nível “Massinha I” do curso “A Moralidade do Petista Exemplar”. É lá que se aprende, nos primeiros passos, que nem toda denúncia de corrupção interessa. Se ela atinge o PT ou um aliado, é coisa má; se pega um adversário, aí já vale como juízo de condenação. (…) Assim, Kassab faturou esse “round”. Falou um “Cospe aqui se for homem”, e Haddad teve de saltar de banda, fazer de conta que não era com ele, ainda que contra a vontade. (…) As prioridades do PT são a eleição de Dilma Rousseff e a campanha de Alexandre Padilha em São Paulo. Kassab é considerado uma importante linha auxiliar nos dois propósitos. Caso se candidate mesmo ao governo do Estado, conta-se com ele para levar a disputa para o segundo turno, quando, então, os petistas esperam o seu apoio, já que dificilmente alguém lhes toma o segundo lugar. E não será Fernando Haddad a atrapalhar.
(…)

Voltei
Pois bem. Agora leiam trecho da reportagem de Vera Magalhães, na Folha desta quinta:

O ex-prefeito de São Paulo Gilberto Kassab, do PSD, anunciará na próxima quarta-feira o apoio de seu partido à reeleição da presidente Dilma Rousseff no pleito do ano que vem. Kassab já convidou as bancadas do partido e os presidentes das seções estaduais para a reunião da Executiva Nacional do PSD, em São Paulo, na qual deve ser feito o anúncio. No mesmo dia, Kassab deve se reunir também com Dilma para dizer que, após consultas internas, mais de 90% do partido votou pela aliança com a petista em 2014. A data do anúncio foi antecipada pela coluna Monica Bergamo na Folha de ontem.

Com a iniciativa, o PSD será o primeiro partido a anunciar publicamente que fará parte da coalizão nacional do para tentar reeleger Dilma. Kassab quer sinalizar que sua recente rusga com o prefeito de São Paulo, o petista Fernando Haddad, não abalou sua aproximação com o PT, iniciada em 2011.
(…)

Retomo
Eis aí. Nada tira Kassab do governismo; nada o separa de Dilma Rousseff. Ou melhor: até poderia separar, caso o PT partisse com tudo pra cima dele, em apoio às acusações feitas por Fernando Haddad. Mas os petistas entenderam direitinho o recado que Kassab mandou e silenciaram.

A máquina petista pôs fim às plantações contra o ex-prefeito na grande imprensa, nas redes sociais e naquela coisa que se confunde com jornalismo às vezes, financiada por estatais e por gestões petistas. Em suma: a Al Qaeda Eletrônica parou de perseguir Kassab. Agora ele também pertence ao campo “progressista”.

E o ex-prefeito pode voltar a seu plano original: ser o primeiro partido a se declarar oficialmente com Dilma. Com essa solenidade toda, convenham, nem o PT aderiu. Haddad vai ter de tentar corrigir a sua imagem de outro modo. A partir da adesão oficial do PSD à candidatura Dilma, está sendo definitivamente cassada a licença para o prefeito atacar o antecessor.

Por Reinaldo Azevedo

 

Escândalo em SP: Poste municipal inventado por Lula ilumina ainda menos do que o poste federal. Vai que é sua, Haddad!

Antônio Donato, o homem forte da gestão Haddad, está oficialmente fora da Prefeitura. É preciso ver se os petistas estão apenas desligando um fio que pode gerar um curto-circuito ou se veem ainda mais desastres pela frente. O clima, também entre os companheiros, é o pior possível.  Mais o tempo passa, mais o escândalo se aproxima da atual gestão. O caso de Donato é eloquente:
1: foi ele quem indicou Ronilson Rodrigues, considerado chefe do esquema, para a diretoria da SPTrans;
2: quando Ronilson soube que estava sendo investigado, procurou a ajuda de Donato;
3: em depoimento ao Ministério Público, auditora diz ter ouvido de membros da máfia que Donato recebera doação eleitoral da turma;
4: ex-mulher de um dos membros da máfia diz em telefonema ameaçador que Donato recebeu R$ 200 mil do grupo;
5: nesta terça, a Folha revelou que Eduardo Horle Barcellos, suspeito de operar para o esquema, trabalhou três meses com Donato, a pedido do secretário;
6: em outra gravação, revelada nesta sexta pelo Estadão, Ronilson fala aos comparsas que vai marcar uma conversa com Donato. Mas não só com ele…

Tudo pode se complicar
As coisas podem se complicar ainda mais. Reportagem do Estadão traz o conteúdo de uma conversa gravada pelo auditor fiscal Luis Alexandre Magalhães, que fez um acordo de delação premiada. Ele é o mais aflito e o mais nervoso da turma. Transcrevo trecho da reportagem (em vermelho):

Magalhães diz que foi alertado por Leonardo Leal Dias da Silva. Ex-diretor de Arrecadação e Cobrança da gestão Haddad, sobre a investigação. Ele afirma para Rodrigues: “O Leo falou pra mim, é o corregedor vai botar pra f….. Precisa de um bode expiatório”. Silva sabia da investigação porque respondeu a requerimentos do MPE feitos neste ano. Ao Estado, por e-mail, ele afirmou que não tinha informação sobre o esquema. Rodrigues confirma que fala diariamente com o atual subsecretário da Receita, Douglas Amato. “Vamos trazer o Leo e o Douglas aqui. E nós vamos para o (Antonio) Donato também”, afirma Rodrigues.

Retomo
Como se vê, os hierarcas da gestão Haddad são tratados com intimidade. Sobre quais temas o tal Magalhães conversa “diariamente” com Douglas Amato, ninguém menos do que subsecretário da Receita Municipal? Futebol?

A operação deflagrada por Haddad para tentar minimizar o mal-estar gerado pelo reajuste escorchante do IPTU é uma das mais desastradas da história do PT. ATENÇÃO! DESMANTELAR A QUADRILHA ERA UMA OBRIGAÇÃO LEGAL E MORAL, AINDA QUE FOSSE PARA ESPIRRAR EM ALGUNS HOMENS DA PRÓPRIA GESTÃO. Mas há modos e modos. Haddad preferiu sair por aí batendo no próprio peito, como um moralista empedernido, apontando o dedo acusador para terceiros — muito especialmente para a gestão que o antecedeu. E quem era o titular da outra? O agora aliado — do Planalto ao menos — Gilberto Kassab.

Kassab, como num jogo de truco, “chamou seis”, e Haddad teve de recuar. O PT a tanto o forçou porque quer o apoio de Kassab na disputa presidencial e conta com ele para dividir o eleitorado antipetista em São Paulo. Ele pode ser um fato decisivo para empurrar a disputa para um segundo turno. Assim, no que concerne à questão política, a operação foi desastrada.

Mas também está saindo tudo pelo avesso no que diz respeito à opinião pública. Os petistas tentaram inicialmente mirar em Mauro Ricardo, ex-secretário de Finanças. Até agora, não há evidência contra ele. Quem acabou caindo foi Donato, este sim, tudo indica, muito próximo da turma. E outros já começam a entrar na mira. De quebra, descobriu-se que um dos envolvidos na lambança é sócio da mulher de Jilmar Tatto, secretário dos Transportes, que, por sua vez, não anda se entendendo com Donato.

IPTU
E o IPTU mesmo? Haddad arca com o desgaste do reajuste aprovado, embora, para todos os efeitos, hoje, ele não tenha validade porque obstada pela Justiça. Descobriu-se que os fiscais podem ter fraudado também a arrecadação desse imposto. Se confirmada a suspeita, tanto pior para a cidade. O prefeito não esperou. Saiu proclamando por aí que o imposto ao qual ele quer aplicar um reajuste brutal era alvo da rapinagem da gangue. Ocorre que parte do escândalo já caiu sobre o colo da sua gestão. Ora, por que alguém vai se conformar com o assalto a seu bolso sabendo que, segundo o próprio prefeito, parte desse dinheiro vai parar na mão de ladrões.

Concluo
Haddad se lançou nessa para criar a versão municipal da “Dilma faxineira”. Fosse mais hábil, dado o tamanho da roubalheira, a coisa poderia ter dado certo. Ocorre que o poste municipal inventado por Lula ilumina muito menos do que o poste federal. E olhem que a luz que vem do Planalto  já é fraquinha, bruxuleante até…

Ai, ai… No domingo, em entrevista à Folha, Fernando Haddad dizia ter encontrado a Prefeitura numa situação de descalabro. Na segunda, no próprio jornal, Kassab tasca o descalabro na testa do próprio prefeito. Na terça, cai o homem forte da gestão. Quando eu apelidei o petista de “Supercoxinha”, com aquela sua mania “deixa comigo”,  houve quem achasse uma indelicadeza. Não! Era só uma síntese. Era uma análise política quase poética: um mínimo de palavras para um máximo de significação.

Por Reinaldo Azevedo

 

O entusiasmo do ministro Padilha com Donato, o secretário defenestrado por causa da proximidade com fiscais da máfia

Façam aí uma cópia antes que tirem do ar. O que vai abaixo, como diria o rei da censura, é coisa mesmo de “amigo de fé, irmão, camarada”. O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, pede entusiasmadamente votos para Antônio Donato, secretário de governo da gestão Haddad, na Prefeitura de São Paulo, demitido nesta terça-feira por conta da, como chamar?, proximidade com membros da máfia dos fiscais. Vejam. Volto em seguida.

Como se nota, não é apenas a recomendação de um “companheiro” de partido. Nada disso! O que se vê acima é entusiasmo mesmo, recomendação franca, de coração, de companheiros de longa data. Há engajamento pessoal. Padilha, que vai disputar o governo de São Paulo pelo PT, está dando o seu testemunho da honorabilidade do outro.

Como vocês leem em post na home, o fiscal Eduardo Barcellos também fez um acordo de delação premiada. Segundo disse em depoimento ao Ministério Público, entre dezembro de 2011 e setembro do ano passado, pagou R$ 20 mil mensais a Donato, em dinheiro vivo. A grana, afirmou, era entregue no gabinete no vereador. Barcellos diz que Ronilson também fazia repasses ao petista. Padilha certamente está entre os que não acreditam em nada disso.

Por Reinaldo Azevedo

 

Quadrilha resgatou traficantes em presídios para fortalecer a guerra em favelas do Rio

Por Leslie Leitão, na VEJA.com:
Um dos grandes problemas da segurança pública no Brasil é o fato de, mesmo encarcerados, bandidos conservarem poder, com capacidade de tomar decisões e tramar novas ações criminosas. É desta forma que atua, por exemplo, o Primeiro Comando da Capital, o temido PCC, que, de São Paulo, articula o banditismo em várias partes do país. A ousadia das quadrilhas de São Paulo e do Rio mostra que, lamentavelmente, facções do crime também conseguem, sem muita dificuldade, resgatar os “cabeças” das quadrilhas nos presídios, como revelou a edição de VEJA desta semana, que trouxe com exclusividade o depoimento dado à polícia pelo traficante Rodrigo Prudêncio Barbosa, 35 anos, o Gordinho. Com medo de morrer, ele decidiu revelar à polícia e à Justiça informações preciosas, e detalhou como o Comando Vermelho, facção mais antiga e poderosa nos morros cariocas, conseguiu deflagrar uma série de operações de resgate para levar de volta às favelas alguns criminosos presos. Uma série de fugas ocorridas entre os meses de fevereiro e agosto deste ano ajudaram o CV a se reorganizar nas ruas. E as declarações de Gordinho indicam que o que está por vir é preocupante, com mais armas nas ruas e bandidos dispostos a entrar em guerra para recuperar territórios.

A cinematográfica fuga do presídio Vicente Piragibe, no Complexo de Gericinó, foi o pontapé inicial dos planos do Comando Vermelho. Vinte e sete detentos escaparam por uma galeria de águas pluviais e começaram a impor o terror em bairros das zonas Norte e Oeste do Rio de Janeiro. Estabeleceu-se, então, uma nova cúpula da quadrilha. Luiz Claudio Machado, o Marreta, um dos resgatados, tornou-se o general das guerras, comandando ataques a morros estratégicos para o faturamento e a manutenção do poder do grupo. Marcos Ferreira de Resende, o Playboy, outro “salvo” pela ação dos bandidos, voltou ao posto de homem de confiança de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, no despejo de armas e drogas. Já Claudino dos Santos Coelho, o Russão, um dos assassinos do jornalista Tim Lopes, ficou como responsável financeiro da quadrilha.

Em setembro, Russão foi morto por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) durante um tiroteio no Morro da Covanca, em Jacarepaguá. Quase simultaneamente, outra peça importante na hierarquia do bando ganhou a liberdade. Mesmo condenado a 73 anos de cadeia por assaltos, sequestros, tráfico e homicídio, José Benemário de Araújo, o Benemário, obteve o benefício da progressão de regime enquanto cumpria pena num presídio federal em João Pessoa, na Paraíba. De lá, sua primeira missão foi reestabelecer as boas relações com o Primeiro Comando da Capital. Como mostrou a reportagem de VEJA, a partir da quitação de dívidas do CV com o PCC foi restabelecido o canal de distribuição de armas e drogas entre São Paulo e Rio.

Com o bando se recompondo, em agosto o CV deu sua mais importante cartada. Claudio José de Souza Fontarigo, o Claudinho da Mineira, e Ricardo Chaves de Castro Lima, o Fu, fugiram da penitenciária federal de Porto Velho, em Rondônia, para onde haviam sido transferidos. Ambos também receberam o benefício de visitar a família, mas não retornaram à cadeia.

Tiroteios
O retorno de chefões do tráfico ao comando das quadrilhas e o fortalecimento dos bandidos é sentido, no Rio de Janeiro, principalmente no aumento das atividades criminosas. Os tiroteios, que vinham se reduzindo desde o início do programa de Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) voltaram a ocorrer, mesmo em áreas chamadas de “pacificadas” pelo governo do estado. Uma das primeiras medidas de Claudinho da Mineira e Fu, assim que retornaram ao Rio, foi atacar o Morro da Mineira, no bairro Estácio, ocupado por uma UPP, mas também com forte presença de uma facção inimiga do CV, que controla a venda de drogas no local. Em um dos confrontos no local, no início de outubro, a equipe da UPP chegou a ficar encurralada e precisou de ajuda do Batalhão de Operações Especiais (Bope) para escapar da emboscada. Fu e Claudinho ainda não conseguiram tomar o controle das bocas de fumo. “Eles vão comandar a facção e, agora, com certeza, haverá a compra de armas para promover o ataque ao morro”, afirmou o traficante Gordinho, num trecho das duas horas de depoimento à polícia.

Entre as informações prestadas por Gordinho, um ex-gerente do tráfico do Morro da Fazendinha, no Complexo do Alemão, está o plano para reatar a aliança com o PCC. Mais de 9 milhões em dívidas de drogas e armas foram pagos. Se na Mineira a resistência é do estado e da própria facção rival, em outras áreas da cidade a conquista do território veio com as guerras, que se espalharam por São Gonçalo, favelas da Baixada Fluminense e, principalmente, nas zonas Norte e Oeste da cidade.

O foragido Marreta está por trás da maior parte das ações. De acordo com informações dos setores de inteligência da Polícia Civil, o criminoso foi o responsável pelas invasões. E numa delas acabou baleado no pé. Seu paradeiro, até hoje, é incerto. Mas o novo “estatuto” do CV deixa claro que os bandidos não vão dar trégua: “Quando nossas vozes não são ouvidas, o crime é a melhor razão para que ela venha fazer eco… seremos implacáveis dentro e fora dos presídios”, prega o grupo, numa espécie de mantra macabro que hipnotiza os jovens aliciados e transforma a guerra do tráfico em uma espécie de “causa”.

Por Reinaldo Azevedo

 

Honduras – Apoio de Lula à mulher de Zelaya, o maluco golpista, pega mal e pode prejudicar a candidata dos bolivarianos. Tomara!

Ai, ai… O Fórum de São Paulo ainda não desistiu e pretende tomar conta de Honduras de qualquer jeito. No próximo dia 24, o país realiza eleições gerais, inclusive para presidente. O Artigo 236 da Constituição estabelece que vence aquele que obtiver a maioria simples dos votos, num único turno. É claro que se trata de um modelo de risco. E o perigo já se anuncia. Há nove candidatos. Xiomara Castro Zelaya, mulher do ex-presidente e ainda maluco Manuel Zelaya, está entre os favoritos. É a candidata de um partido inventado e liderado por seu marido, o LIBRE (Libertad y Refundación). Uma das principais propostas de Xiomara é realizar uma Assembleia Constituinte, caminho que usam os bolivarianos para golpear as instituições. Até a presidente Dilma quer uma — mas só para fazer a reforma política… Ah, bom!

Muito bem! O ex-presidente Lula, uma dos chefões do Foro de São Paulo, decidiu gravar um vídeo em apoio à candidata de Xiomara, a exemplo do que que fez para Nicolás Maduro, aquele que fala com Chávez por intermédio de passarinhos e que vê a imagem do comandante até em reboco descascado. Aliás, o humor dos venezuelanos na Internet é impagável. Deram para descobrir o tirano morto nos locais mais, como direi?, escatológicos… Segue o vídeo. Volto em seguida.

Voltei
O vídeo de Lula em apoio a Xiomara pegou mais mal do que bem. Houve uma forte reação nos meios políticos hondurenhos, que consideraram a peça publicitária uma ingerência nos assuntos internos do país. O presidente do Tribunal Supremo Eleitoral, David Matamoros, encaminhou uma reclamação formal ao embaixador do Brasil no país, Zenik Krawctschuk. As TVs hondurenhas pararam de exibir o vídeo, e os adversários de Senhora Zelaya passaram a acusá-la de estimular a interferência de estrangeiros nas questões que dizem respeito apenas a Honduras. Imaginem se Barack Obama decidisse pedir votos para o candidato do PSDB ou do PSB em 2014. Pra começo de conversa, saiba,  a legislação eleitoral impediria que o vídeo fosse ao ar.

Não custa lembrar que Lula se meteu na eleição venezuelana, e Nicolás Maduro não perdeu por muito pouco. O Apedeuta, com a sua vocação para presidente do “planetinha” (como ele se refere à Terra), deve achar que o mundo mundo inteiro o vê com os olhos com que vê a si mesmo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo reduz investimentos em fronteiras e presídios

Por Gabriel Castro, na VEJA.com:
O governo federal desacelerou investimentos no programa de proteção às fronteiras e no apoio à construção de presídios estaduais em 2013. Segundo dados divulgados pelo próprio Ministério da Justiça nesta terça-feira, o ano deverá terminar com uma queda de 18,4% nos investimentos do Plano Estratégico de Fronteiras, e de 34,2% no valor destinado ao Plano Nacional de Apoio ao Sistema Prisional. O primeiro projeto recebeu 361,7 milhões em 2012, e terá 295,1 milhões neste ano. O segundo registrou uma queda de 361,9 milhões de reais para 238 milhões de reais. As duas áreas preteridas pelo governo são essenciais para o combate ao crime porque, pelas fronteiras, entram drogas e armas que abastecem o crime organizado nas grandes cidades. Além disso, sem a expansão adequada na construção de presídios, aumenta o número de criminosos colocados nas ruas por falta de vagas em unidades prisionais.

 O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, não quis comentar os números e disse apenas que o governo está atento às fronteiras. “Estamos aumentando contingente nas fronteiras, sem prejuízo para a aquisição de equipamentos”. Cardozo também foi evasivo ao tratar dos presídios: “No ano que vem, teremos muitas entregas. E o que não for entregue estará pronto em 2015″.

Aumento
Ao todo, os investimentos em segurança pública do Ministério da Justiça devem ter um aumento, de acordo com estimativa divulgada nesta terça-feira. Se a previsão da pasta se cumprir, o ano encerrará com 4,2 bilhões de reais empenhados para o setor, em um cálculo que inclui investimentos e custeio, mas não inclui o pagamento de salários. Em 2012, o total foi de 3,5 bilhões de reais. Até agora, entretanto, o total empenhado é bem menor: cerca de 2,5 bilhões de reais – 60% do total previsto. O Ministério da Justiça informa que os gastos costumam se acelerar nos dois últimos meses do ano, o que justificaria a previsão mais elevada. Os programas que tiveram mais acréscimo de recursos em 2013 foram o de preparação para grandes eventos, como a Copa do Mundo de 2014, e o enfrentamento ao crack.

 A secretária-executiva do Ministério da Justiça, Márcia Pelegrini, disse que o aumento de 7,6% na taxa de homicídios em 2012 não significa que o governo esteja adotando uma estratégia errada de combate ao crime. “Não podemos dizer, hoje, que há aplicação de recursos de forma errada. Temos que monitorar para ver o resultado num prazo um pouco maior”, disse.  Ela também afirmou que o corte nos planos de proteção fronteiras foi “pequeno” e que, de 2011 para 2012, o valor aplicado ao programa passou de 70 milhões de reais para 361 milhões de reais. Sobre a construção de presídios, a secretária afirmou que o compromisso de aplicação de 1,1 bilhão de reais entre 2011 e 2014 está assegurado.

Por Reinaldo Azevedo

 

USP: invasores abandonam a reitoria depois de destruir móveis e sumir com equipamentos

Segundo a USP, diversos equipamentos e móveis foram danificados pelos estudantes durante os 42 dias de ocupação - Nelson Antoine/Fotoarena

Na VEJA.com: Os alunos que ocupavam há 42 dias a reitoria da Universidade de São Paulo (USP) liberaram o prédio nesta terça-feira. E deixaram para trás um rastro de destruição que, segundo a instituição, é o pior das três ocupações recentes do local, que também foi tomado em 2007 e2011. Após a perícia realizada nesta manhã pela polícia, funcionários da USP contabilizam os prejuízos. Além das pichações em todo o edifício, diversos equipamentos, como computadores, sumiram e há lixo espalhado por toda a parte. Os manifestantes também quebraram mesas e cadeiras.

A polícia cercou o prédio volta das 5h30 desta terça para cumprir a ordem de reintegração de posse emitida pela Justiça. Os manifestantes deixaram o prédio pacificamente e não foram registrados confrontos.

Histórico – O prédio foi invadido pelos estudantes no dia 1º de outubro como forma de protesto por eleições diretas para o cargo de reitor. João Grandino Rodas foi transferido para o prédio conhecido como Antiga Reitoria.

No mesmo mês, a USP solicitou à Justiça a reintegração de posse do local. No dia 15 de outubro, contudo, uma decisão judicial deu prazo de 60 dias para que o grupo de manifestantes desocupasse o prédio. Descontente, a universidade entrou com novo recurso para a retomada do edifício. Desta vez, a decisão foi favorável à instituição: no último dia 5, desembargador Xavier de Aquino, do 1º Grupo de Direito Público do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) proferiu a favor de reintegração de posse. Aquino argumentou que o caso era “extremamente grave” e que “alunos e pseudo-alunos” estavam atrapalhando o bom andamento da universidade.

Por Reinaldo Azevedo

 

Eis a Reitoria da USP depois da invasão. A conversa é com o juiz Laroca, não com bandidos e ladrões

A minha conversa não é com delinquentes que invadem a USP. Não falo com bandidos.

A minha conversa não é com os delirantes de extrema esquerda, uma minoria que se alimenta da própria estupidez. Não falo com dinossauros.

A minha conversa não é com os que roubaram equipamentos públicos. Não falo com ladrões.

A minha conversa é com um juiz chamado Adriano Marcos Laroca. Ele se diz um “juiz para a democracia”. Ele pertence a uma associação chamada “Juízes para a Democracia”.

É ao juiz Laroca que eu apresento esta foto (todas as imagens são de autoria de Nelson Antoine, da Fotoarena).

educacao-reintegracao-reitoria-usp-20131112-04-original

É ao juiz Laroca que eu mostro esta outra foto.

Invasão USP 2013 5 - Nelson Antoine-Fotoarena

É ao juiz Laroca que eu exponho esta terceira foto.

Invasão USP 2013 4 - Nelson Antoine-Fotoarena

É ao juiz Laroca que eu exibo mais uma foto.

Invasão USP 2013 - 2 - Nelson Antoine-Fotoarena

É ao juiz Laroca que eu revelo uma quinta foto.

Invasão USP 2013 3 - Nelson Antoine-Fotoarena

Essa é a reitoria depois que os invasores do PSOL, do PSTU e de outros grupelhos de extrema esquerda a ocuparam. Já invadi a reitoria. O Demétrio Magnoli também — não custa lembrar, já que estamos na moda. Nunca largamos uma guimba no chão. Refiro-me ao conjunto dos militantes de então. Se o professor deixasse o comando de greve entrar na sala, bem, entrava-se e se dava o recado; se não, então era não. Havia um professor de alemão que não permitia nunca. A gente pedia sempre. Ele sempre dizia não. A gente não engrossava nunca: “Obrigado, professor!”. E ia embora. O Brasil era uma ditadura. Achávamos que era preciso acabar com a ditadura. Mas não com a hierarquia do saber. E para contestar o saber? Há os espaços que reservados pelo próprio… saber.

É com o juiz Laroca “para a democracia” que se tem de conversar. Ao negar uma liminar de reintegração de posse, ele escreveu:
“A ocupação de bem público (no caso de uso especial, poderia ser de uso comum, por exemplo, uma praça ou rua), como forma de luta democrática, para deixar de ter legitimidade, precisa causar mais ônus do que benefícios à universidade e, em última instancia, à sociedade. Outrossim, frise-se que nenhuma luta social que não cause qualquer transtorno, alteração da normalidade, não tem força de pressão e, portanto, sequer poderia se caracterizar como tal.”

Ao escrever “nenhuma luta que não cause”, maltratou a Inculta & Bela. Mas quem apanhou mesmo foram as ideias.

Dado o resultado, ele poderia dizer — será? — que o “ônus é maior do que os benefícios” e que isso é muito feio. A ressalva, em sua decisão, parece-me, é apenas prudencial. O certo é que o meritíssimo endossou um método de luta que afronta não uma ordem ditatorial, mas uma ordem democrática.

Quem vai pagar por isso, juiz Laroca?

Por Reinaldo Azevedo

 

Médico cubano quer saber: quantas “embarazadas” há no posto em que trabalha?

Por Daniel Carvalho, na Folha:
O cubano Nivaldo Rios, 48, terá a ajuda de uma “intérprete” para realizar as primeiras consultas pelo programa Mais Médicos, em Jaboatão dos Guararapes, na região metropolitana do Recife. Como Rios, no Brasil desde 1º de outubro, ainda está pouco familiarizado com a língua portuguesa, a coordenação da Unidade de Saúde da Família de Dois Carneiros escalou uma agente de saúde para acompanhar os atendimentos do médico nas primeiras duas semanas.

A agente Gilceia Moura dos Santos diz que a principal dificuldade dele é com os idosos. Ontem, no primeiro dia de trabalho com o cubano, ela também passou por sufoco. “Ele perguntou quantas embarazadas’ havia [no posto] e eu não sabia. Fiquei realmente embaraçada. Aí ele me explicou com mímica que embarazada’ é grávida”, diz. “Com o tempo vou me comunicar muito melhor”, afirma o médico cubano. Ontem, Rios chorou ao ser cumprimentado pelos ministros da Saúde Alexandre Padilha (Brasil) e Roberto Morales Ojeda (Cuba), durante visita ao posto de saúde.
(…)

Por Reinaldo Azevedo

 

Filho do Rei Lula I passa a ser tratado como plebeu e perde passaporte diplomático! Estão confundindo Banânia com uma república! Assim não dá!

Na VEJA.com:
A Justiça Federal de Brasília anulou o passaporte diplomático concedido a Luís Cláudio Lula da Silva, um dos filhos de Luiz Inácio Lula da Silva, três dias antes do término do mandato do ex-presidente. A decisão do juiz Jamil Rosa de Jesus Oliveira, da 14ª Vara Federal em Brasília, rejeitou recurso impetrado pela defesa do filho de Lula para reverter o cancelamento do documento já determinado pela Justiça em julho do ano passado. A medida atendeu à ação civil pública movida pelo Ministério Público Federal em 2012, após investigar irregularidades na concessão do passaporte especial, estendida ilegalmente a parentes do ex-presidente, autoridades religiosas, políticos e ex-ministros. As acusações levaram o Ministério das Relações Exteriores (MRE) a adotar regras mais rígidas para liberar o documento.

O advogado de Luís Cláudio, Cristiano Zanin Martins, afirmou que vai recorrer. Segundo o defensor, a sentença “não acrescenta nada” porque o passaporte diplomático já tinha sido cancelado. Martins acrescentou que, em setembro do ano passado, a Justiça Federal de Brasília já havia concedido uma liminar para proibir a apreensão do documento. Nesse recurso, Luís Cláudio ganhou direito de usar o passaporte como se fosse um passaporte comum por ter obtido um visto de entrada nos Estados Unidos com validade até dezembro de 2020.

“A questão do cancelamento (do passaporte) já foi feita administrativamente”, afirmou o advogado do filho de Lula. Martins disse que a troca do passaporte diplomático pelo comum será uma providência a ser tomada futuramente. Na decisão, o juiz federal destacou que o passaporte diplomático será apreendido em juízo para, em seguida, ser devolvido ao Itamaraty.

O passaporte diplomático do filho de Lula virou alvo de ação civil pública proposta em junho de 2012 pelo Ministério Público Federal depois que o Ministério das Relações Exteriores (MRE) confirmou que Luís Cláudio era o único que não havia devolvido o documento dentre os sete parentes do ex-presidente beneficiados. Um mês depois, a Justiça concedeu liminar para suspender o passaporte dado a ele. O passaporte diplomático de Luís Cláudio tinha validade até dezembro de 2014.

Na sentença emitida em 3 de outubro do ano passado, o juiz Jamil Rosa de Jesus Oliveira, da 14ª Vara Federal em Brasília, mencionou que o Itamaraty já havia cancelado o documento em razão da nova regulamentação de concessão. “Em verdade, não há nada a acrescentar em matéria de mérito, uma vez que o passaporte diplomático concedido ao réu foi absolutamente irregular, de modo que a consequência deve ser o cancelamento, definitivo, do documento, e respectiva apreensão, se não houver devolução espontânea”, decidiu o magistrado.

Descoberta a farra da distribuição de passaportes diplomáticos a parentes do ex-presidente, em 2012, a Procuradoria da República no Distrito Federal passou um pente-fino para avaliar a regularidade de 328 passaportes emitidos pelo Itamaraty entre 2006 e 2010, em caráter excepcional. Apenas sete passaportes concedidos aos parentes de Lula foram considerados irregulares, por não apresentarem justificativas pertinentes.

Regalias
O passaporte diplomático dá ao seu portador uma série de regalias, como passagem livre pela fiscalização no embarque e desembarque em países com os quais o Brasil tem relação diplomática. De emissão gratuita, o documento também torna dispensável, em alguns países, a exigência do visto de entrada. Fazem jus ao passaporte diplomático, segundo o Itamaraty, aqueles que desempenham ou vão desempenhar missão ou atividade continuada de especial interesse do país.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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