Polícia prende o segundo acusado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade

Publicado em 11/02/2014 18:04 e atualizado em 24/04/2014 13:51
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

Polícia prende o segundo acusado pela morte do cinegrafista Santiago Andrade

Caio em uma foto de arquivo e no video

Caio no vídeo e em uma foto de arquivo

Caio Silva de Souza, 23 anos, acusado de ter acendido o morteiro que matou o cinegrafista Santiago Andrade, foi preso às 3h desta quarta em Feira de Santana, na Bahia, segundo informou o plantão da GloboNews.

Informa o G1:
A prisão ocorreu por volta de 2h (3h de Brasília, já que na Bahia não há horário de verão). Ele estava na pousada Gonçalves, que fica perto da rodoviária. No momento da prisão, o suspeito não reagiu. A prisão foi efetuada pelo delegado que investiga o caso, Maurício Luciano de Almeida e Silva, da Polícia Civil do Rio de Janeiro, que estava acompanhado do advogado de Caio, Jonas Tadeu, que também defende outro rapaz envolvido no caso, Fábio Raposo, que está preso no Rio.
(…)
O mandado de prisão temporária de Caio Silva foi expedido na segunda-feira (10), no fim da noite. No documento, a Justiça informa que o indiciado foi apontado como responsável por acender e posicionar o artefato que, detonado na direção do cinegrafista, causou a sua morte.

O delegado que investiga o caso informou que foi Fabio Raposo quem apontou Caio Silva como responsável por disparar o rojão que atingiu o cinegrafista. O suspeito foi identificado através de uma foto mostrada a Fabio Raposo, que teria contado também que conhecia Caio de outros protestos e que ele tem um perfil violento.

Caio Silva de Souza tem quatro registros na polícia do Rio. Em 2008, deu queixa dizendo ter sido agredido pelo irmão. Em 2010, foi levado duas vezes à delegacia por suspeita de porte de drogas, mas não chegou a ser acusado. E, em 2013, foi à polícia dizer que tinha sido agredido em um protesto no Centro do Rio.

Caio e Fábio foram indiciados por homicídio doloso qualificado por uso de artefato explosivo e crime de explosão. Se forem condenados, podem pegar até 35 anos de prisão.

Por Reinaldo Azevedo

 

A cada enxadada uma minhoca! Ou: Está explicada a indignidade do Sindicato dos Jornalistas do Rio. Ou: Basta procurar um pouco, e sempre se chega a Marcelo Freixo

Paula Máiran: membro do PSOL preside sindicato que emitiu nota indigna sobre assassinato

Paula Máiran: membro do PSOL preside sindicato que emitiu nota indigna sobre assassinato. Com a palavra, os filiados à entidade

Ah, agoira entendi tudo. Critiquei aqui a nota bucéfala, absurda, estúpida mesmo, do Sindicato dos Jornalistas do Rio por ocasião do assassinato do cinegrafista Santiago Andrade. Em vez de pedir a prisão dos culpados, em vez de censurar os violentos, em vez de lastimar a ação dos bandidos que mataram Santiago, a entidade preferiu, vejam que coisa!, criticar as empresas de comunicação e o “estado brasileiro”. Não só isso.

Embora as provas materiais e uma confissão deixassem claro, sem sombra para dúvidas, a autoria do assassinato, o sindicato decidiu considerar essa questão irrelevante. Sua nota começa assim: “Independentemente de onde tenha partido o artefato explosivo que feriu gravemente o repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, que trabalha na TV Bandeirantes (…)”

Com todo o respeito aos meus colegas do Rio, continuar filiado a uma entidade como essa è rebaixar-se moralmente.

Tudo explicado
Mas está tudo explicado. O sindicato é presidido por uma senhora chamada Paula Máiran, que já foi assessora do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) e coordenadora de sua campanha à Prefeitura do Rio em 2012. Na verdade, ela é uma militante da legenda.

O PSOL é o partido de Freixo, aquele para quem a já notória Sininho (Elisa de Quadros Pinto Sanzi) ligou em busca de assistência jurídica para um dos assassinos de Santiago. Segundo o advogado de Fábio Raposo, ela lhe teria dito que os dois rapazes seriam ligados a Freixo, o que o deputado nega, é claro!

Parece que as afinidades eletivas explicam a nota asquerosa e covarde do sindicato — que, dados os termos em que se manifestou, não serve, obviamente, à categoria, mas a um grupo político.

Por Reinaldo Azevedo

 

A fadinha dos black blocs – “Sininho”, 28, não trabalha, tem dois endereços no Rio — um em Copacabana —, dois RGs, já chamou policial de “macaco” e foi presa duas vezes, acusada de formação de quadrilha

Sininho dois

“Sininho”, como vocês sabem, é o apelido, assim, chuca-chuca, “tinker bell”, de uma mulher de 28 anos chamadas Elisa de Quadros Pinto Sanzi (acima, em foto de Gabriel de Paiva, da Agência Globo). É aquela jovem sem ocupação conhecida — parece não precisar de emprego… — que se oferece, assim, para ser uma espécie de porta-voz, melhor amiga e relações púbicas dos black blocs. A nossa imprensa a chama de “ativista” — o contrário, creio, deve ser “passivista”. Os pobres do Rio não simpatizam com ela, mas ela quer falar em nome deles. Ontem, tentou pegar um ônibus, mas os passageiros não permitiram a entrada da “patricinha hipócrita” (leia post na home), embora ela ostentasse a palavra “favela” na camiseta.

Leio o seguinte trecho em de Sérgio Ramalho e Rubem Berta, no Globo Online:
(…)
Sininho acumula fichas na polícia desde o início das manifestações, em junho do ano passado. A última delas aconteceu em 19 de janeiro, quando foi levada à 5ª DP (Mem de Sá) sob acusação de ter chamado de “macaco” um policial militar durante discussão na Lapa. Antes desse episódio, onde acabou indiciada por desacato e foi liberada, Sininho já havia sido presa outras duas vezes por formação de quadrilha.

A ativista é natural de Porto Alegre e afirmou, ao ser presa em 2013, que não trabalhava. Mesmo assim tem dois endereços no Rio: um em Copacabana e outro no Rio Comprido. A Polícia Civil também descobriu que a ativista possui duas carteiras de identidade, com números diferentes.

O cinegrafista Santiago Andrade, de 49 anos, teve morte cerebral anunciada nesta segunda-feira. Ele foi atingido na última quinta-feira por um rojão lançado por manifestantes durante um protesto no Centro. Foi o primeiro caso de morte entre jornalistas atacados durante os protestos que, desde junho de 2013, acontecem no Rio e em outras cidades do país.

Encerro
Deixo um conselho a Sininho: que parece de cutucar o povo com a sua varinha curta.

Por Reinaldo Azevedo

 

Passageiros de ônibus hostilizam “Sininho” e a impedem de entrar no veículo. Está provado: pobre não gosta de bagunça

Por Pâmela Oliveira, na VEJA.com:
Elisa Quadros, conhecida como Sininho, sentiu na própria pele a reação contrária da população às manifestações violentas que voltaram a tomar conta do Rio de Janeiro nos últimos dias. Ao deixar a 17ª Delegacia de Polícia (São Cristóvão) nesta terça-feira, ela fez sinal para um ônibus no ponto mais próximo, mas o motorista do coletivo se recusou a parar. O condutor não quis contrariar um grupo que, de dentro do coletivo, gritou: “Aqui você não entra”.

“Chega de hipocrisia”, gritaram alguns dos passageiros da linha 474 (Jacaré-Jardim de Alah), depois de vê-la vestida com uma camiseta com os dizeres “Favela não se cala”. A agora famosa black bloc também foi chamada de “assassina” por um homem que passava pela rua e precisou ser contido por um policial militar. Assustada, ela chegou a pedir até o auxílio de um profissional da imprensa que seu grupo tanto critica.

Sininho foi à delegacia prestar depoimento a respeito de uma oferta supostamente feita por ela em nome do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL) ao advogado de Fábio Raposo, preso sob a acusação de ter repassado o rojão que atingiu a cabeça de Andrade. O estagiário do defensor Jonas Tadeu Nunes afirma ter recebido uma ligação dela dizendo que os advogados do parlamentar poderiam auxiliar na defesa de Raposo.

Depoimento
Elisa chegou para depor às14h e saiu da delegacia por volta das 16h30. Ela se recusou a falar com a imprensa, apenas negou conhecer Caio Silva de Souza, suspeito de acender o rojão que matou o cinegrafista. Souza teve a prisão decretada pela Justiça no início da madrugada desta terça e já foi procurado pela polícia em sua casa, no município de Nilópolis, na Baixada Fluminense, e no Hospital Rocha Faria, na Zona Oeste da capital, onde trabalha como porteiro.

Sininho ficou famosa entre os black blocs por duas razões: ser destemida e bonita – quando não está com o rosto coberto. Recusou-se, justamente por isso, a dar entrevistas à ‘mídia tradicional’, basicamente incluídos nesse grupo todos os jornalistas de empresas de comunicação. Por não reconhecer imparcialidade, legitimidade e outras qualidades nesse grupo, no qual atuava o cinegrafista Santiago Andrade no momento em que foi atingido por um rojão na última quinta-feira, prefere falar com a imprensa “que não manipula”. Na véspera de prestar depoimento, e um dia depois de ter envolvido o nome do deputado Marcelo Freixo na confusão, ela gravou um depoimento sem cortes a um desses veículos. Falou por doze minutos ao jornal A Nova Democracia.

O depoimento está no YouTube. Sininho diz que toda a imprensa “manipula” e que “foca” nos black blocs, sem mostrar o resto das manifestações. Diz também não entender por que “a Globo não publica sua entrevista na íntegra”. “Não entendo o motivo dessa edição”, afirma, lançando a questão como um enigma. As duas perguntas ela mesma responde, mas não percebe. Sininho não deu entrevista à TV Globo – no vídeo exibido no Fantástico no domingo, ela olha para outra direção, ignorando a câmera da emissora. E o motivo da edição é evitar que o telespectador seja torturado por doze minutos de Sininho.

Como cineasta
Este é o crédito que o A Nova Democracia atribui à black bloc –, Sininho deveria saber o motivo de se editar um vídeo. E como black bloc ela não deveria afirmar que o advogado Jonas Tadeu Nunes, ao revelar a ligação entre ela e Freixo, tentou “incriminar os dois”. Não há crime em telefonar para Marcelo Freixo. E não há crime em atender a uma ligação de Sininho. O crime que deflagrou todos os outros movimentos é o de homicídio, pelo qual estão indiciados dois black blocs. Mas Sininho enxerga outros: no vídeo, chama o advogado Nunes de criminoso – sem dizer qual crime ele cometeu.

Por Reinaldo Azevedo

 

A que ponto chega a degradação profissional! Ou: Paulo Henrique Amorim debocha do cadáver do cinegrafista Santiago Andrade. É nojento!

Paulo Henrique Amorim há tempos perdeu a noção do limite, do ridículo, do grotesco. Virou uma caricatura até de si mesmo.

No dia seguinte à morte do cinegrafista Santiago Andrade, da Band, ele resolveu gravar um vídeo supostamente engraçadinho, que postou na Internet. Vejam. Volto em seguida.

Retomo
Este senhorzinho está, naturalmente, se referindo ao editorial do Jornal Nacional, que foi ao ar ontem. Escrevi a respeito. Discordo, como viram, de trechos do texto — discordância intelectual, respeitosa, até mesmo, a meu juízo, técnica no que diz respeito ao estado de direito.

Amorim debocha. E não debocha da Globo, não, mas do morto. Até porque cabe perguntar que trecho do editorial motivou essa personagem grotesca a fazer essa pantomima ridícula e sem graça. Nos fundamentos, o texto lido por William Bonner é impecável. Ou Amorim defende que jornalistas e cinegrafistas sejam mortos nas manifestações?

Num dado momento, ainda que de modo oblíquo, Amorim incita os bandidos disfarçados de balck blocs a atacar veículos da Globo. Aliás, ele também se disfarça de black bloc. Ora, como esquecer que foi a TV Record que teve um carro incendiado numa das arruaças?

A Record e a Abert
A propósito: a TV Record se sente representada pela Abert (Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão) ou está rompida com ela? Faço essa pergunta porque, nesta terça, um membro da associação se reuniu com José Eduardo Cardozo, ministro da Justiça, justamente para pedir garantias para o trabalho jornalístico.

Enquanto isso, o sr. Amorim, um assalariado da Record, fazia o que se vê acima.

Sei como é…
Escrevi nesta terça um post afirmando que os principais incitadores do ódio contra a imprensa integram a rede suja na Internet financiada por estatais e pelo governo federal.

Por Reinaldo Azevedo

 

Servidão voluntária – A categoria que enfrentou a ditadura para participar de um culto ecumênico em protesto contra o assassinato de Herzog é hoje obrigada a se esconder de black blocs. E, infelizmente, fica de boca calada!

Vladimir Herzog morto na cela do DOI-CODI; obra de bandidos

Vladimir Herzog morto na cela do DOI-CODI; obra de bandidos

Santiago Andrade agoniza  na calçada: obra de bandidos

Santiago Andrade agoniza na calçada: obra de bandidos

Caio Silva de Souza. É este o nome do parceiro de Fábio Raposo, o rapaz que já está preso, no ato criminoso que resultou na morte do cinegrafista Santigo Andrade, da Band. Souza também teve decretada a prisão temporária. Se não se apresentar nas primeiras horas de hoje, a polícia, então, passará a procurá-lo. Não sei, não… Mas tenho a impressão de que era isso o que os ditos “manifestantes” queriam evitar quando passaram a assediar Raposo, oferecendo-lhe ajuda, a exemplo do que fez a tal “Sininho”, a moça que acha que a imprensa é composta de “carniceiros” e que diz ter falado em nome do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ). Raposo e Souza serão indicados por homicídio qualificado e explosão. Se condenados, a pena pode chegar a 35 anos de cadeia — será bem menos, eu sei…

Nesta segunda, entidades profissionais as mais variadas pediram proteção a jornalistas. Ok. Acho que é sempre saudável debater as condições de trabalho. Mas que tipo de proteção esperam? Por mais rebarbativas e, às vezes, covardes que tenham sido as notas, nenhuma consegue ser tão asquerosa, tão moralmente delinquente, como a do Sindicatos dos Jornalistas do Rio. O texto é nauseabundo (íntegra aqui). Jornalistas com um mínimo de decoro profissional que ainda são associados deveriam pedir imediatamente para se desligar de uma entidade capaz de cometer tamanha indignidade.

A primeira palavra da nota pública do sindicato já é moralmente dolosa. Reproduzo um trecho:
“Independentemente de onde tenha partido o artefato explosivo que feriu gravemente o repórter cinematográfico Santiago Ilídio Andrade, que trabalha na TV Bandeirantes, em protesto na Central do Brasil contra o aumento das passagens de ônibus, nesta quinta-feira (06/02), as imagens revelam que o profissional, assim como a maioria dos jornalistas atuantes nas coberturas de manifestações desde junho passado, não estava preparado para enfrentar um risco como esse. (…)”

Como? “Independentemente de onde tenha partido o artefato (…)”??? O Sindicato dos Jornalistas do Rio ainda tem alguma dúvida a respeito? Ainda não está plenamente convencido, apesar das imagens e da confissão de um dos presos, obtida sob a proteção de todas as garantias legais? Se você tiverem paciência para ler a íntegra, verão que o sindicato elegeu como alvos “os patrões” e, claro, o estado. Não há uma só palavra censurando os assassinos de Santiago; não há uma vírgula contra a violência nas manifestações.

Ao afirmar que o cinegrafista “não estava preparado”, o sindicato, queira ou não, o torna uma espécie de coautor da próprio assassinato, entenderam? Os principais responsáveis, é evidente, são “os patrões e o estado”; secundariamente, Santiago deveria responder pela imprudência — ele e outros tantos que vão para a rua sem… capacete! O sindicato não gosta disso. A instituição que veio a público pedir a cabeça de uma profissional porque emitiu uma opinião com a qual o sindicato não concorda é incapaz de ser clara e inequívoca na censura aos assassinos de um cinegrafista e ainda parece duvidar um tanto da verdade escancarada.

Parece que o modelito imaginado pelo Sindicato dos Jornalistas do Rio para os profissionais de imprensa é o mesmo dos black blocs: capacete, máscara antigás, quem sabe alguns morteiros — mas só para se defender, é claro…

Perguntem
Perguntem a qualquer jornalista de grande veículo cujo rosto seja conhecido — e isso vale, é óbvio, especialmente para as TVs — se hoje eles têm coragem de cobrir manifestações. A resposta, obviamente, é não. A menos que usem, de fato, máscaras. Perguntem a esses mesmos jornalistas se é da polícia que eles têm medo. Pode até haver um outro; sabem que podem se ferir em confrontos; que há, sim, policiais que podem tomar decisões estúpidas, mas a verdade é que esses profissionais da imprensa não podem cobrir esses eventos porque seriam linchados por black blocs e delinquentes afins.

No dia 31 de outubro de 1975, ainda nos piores dias da ditadura, estima-se QUE PELO MENOS MIL JORNALISTAS estavam no culto ecumênico na Catedral da Sé, que denunciava o assassinato de Vladimir Herzog, ocorrido no dia 25 daquele mês nas dependências do DOI-Codi. Todos estavam, sim, como muito medo — como de resto as outras estimadas sete mil pessoas que lá se encontravam. Mas os jornalistas, ainda assim, enfrentaram o perigo.

Quase 40 anos depois, em plena vigência do regime democrático, a categoria que enfrentou a ditadura para participar de um culto ecumênico é obrigada a se esconder de fascistoides e baderneiros.

Texto publicado originalmente às 6h29

Por Reinaldo Azevedo

 

Esta é a foto de um dos assassinos de Santiago Andrade. Ele está foragido

Olhem aí. Esta é a foto de um dos assassinos do cinegrafista Santiago Andrade. A gente precisa perguntar agora para aquele funcionário do Marcelo Freixo, o candidato a santo do socialismo dos endinheirados da Zona Sul do Rio, se ele continuará a fornecer seus préstimos advocatícios para este patriota da causa popular. Caio Silva de Souza está foragido.

foto assassino de Santiago Andrade

Por Reinaldo Azevedo

 

Ou empresas da área de comunicação põem o dedo na ferida, ou encontro com Cardozo, da Justiça, é inútil: o governo federal continuará a financiar os linchadores da imprensa? Já temos um morto

Cardozo, da Justiça: ele já deveria ter pegado o paletó faz tempo. Mas está aí....

Cardozo, da Justiça: ele deveria ter pegado o paletó faz tempo. Mas está aí….

O governo quer proteger jornalistas? Que tal parar de financiar com dinheiro de estatais os pistoleiros do subjornalismo que incitam o ódio contra a imprensa? Leio na Folha Onlineo que segue. Volto em seguida:

Cadozo imprensa

O estado brasileiro, em qualquer de suas esferas, não pode pôr um guarda-costas para cada jornalista que queira trabalhar, não é? A federalização dos crimes contra jornalistas pode ter eficácia num caso ou noutro em que a agressão à imprensa está associada a poderes locais — mas não é isso que tem impedido o livre exercício da imprensa hoje em dia.

Grupos contra a mídia
Desde que o PT chegou ao poder — e especialmente depois que Franklin Martins passou a ser o homem forte da área de comunicação do governo Lula —, a animosidade contra os jornalistas cresceu brutalmente. E não é só de black blocs, não! Vamos parar com essa mentira!

Jornalistas de grandes veículos não podem cobrir manifestações de sem-teto em São Paulo, por exemplo. A não ser escondidos. Atenção! Repórteres de TV com suas respectivas logomarcas foram hostilizados até na cobertura da vinda do papa ao Brasil.

Alguns dos grupos mais violentos que estão nas ruas se dizem partidários de “mídias alternativas” e coisas do gênero. Partem do princípio de que repórteres estão nas ruas para mentir. Quem deu início a essa caçada? Sim, senhores! Foi o governo federal petista, muito especialmente pelas mãos do sr. Franklin Martins.

O que temos?
Com dinheiro da administração direta e das estatais — Petrobras, Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, em particular —, sites, blogs e revistas promovem uma verdadeira guerra santa contra a imprensa independente, que acusam de estar a serviço de tucanos, da direita, dos conservadores, sei lá do quê.

A grande imprensa sabe disso e, infelizmente, se cala; não denuncia essa canalhice com a clareza com que deveria fazê-lo. Duvido que os representantes das associações que se encontraram com Cardozo vão tocar no assunto.

Vou insistir na questão porque é verdadeira. Vou insistir na questão porque os jornalistas que me leem sabem que é assim. ELES TÊM DE SE ESCONDER NAS RUAS DOS BLACK BLOCS, DOS DITOS MOVIMENTOS SOCIAIS, DOS GRUPOS CHAMADOS DE MÍDIA ALTERNATIVA. A qualquer momento, redes organizadas de difamação na Internet podem dar início a correntes de opinião para tentar destruir pessoas.

É o governo federal e sua “política de mídia” — que é como os canalhas agressores chamam o jornalismo — que estão obrigando a imprensa a trabalhar sob censura.

Se Cardozo quer mesmo “colaborar”, que fale com sua chefe, Dilma Rousseff, para que tome uma de duas providências:
a: cortar o dinheiro público que alimenta os canalhas incitadores;
b: já que financiam a opinião e garantem o pão, que esses palhaços perigosos parem de incentivar o ódio ao jornalismo independente.

Sem isso, tudo vira conversa mole. Mais: é bom ter claro que o feitiço pode se virar contra o feiticeiro, não é mesmo? À medida que a imprensa se acovarda — e, com raras exceções, ela se acovardou —, os bandidos ganham espaço. Sem que o jornalismo possa fazer com liberdade o seu trabalho, os violentos ganham espaço. E a Copa do Mundo está aí.

Vai melhorar?
Os sinais são ruins. A até agora mal explicada queda de Helena Chagas da Secretaria de Comunicação vem na esteira de um gritaria danada dos blogs sujos financiados, que queriam mais dinheiro — se terão ou não, isso vamos ver. Franklin Martins, o pai da estratégia de demonização da imprensa, será o homem forte da área na campanha de reeleição de Dilma. Isso faz supor que recuperou, desde já, o seu poder de influenciar a rede de difamação que hoje atua a sérvio do governo federal e do PT.

E ainda tenho outras lembranças a fazer a Cardozo, aquele que agora se apresenta com a solucionática da problemática.

Por Reinaldo Azevedo

 

Marcelo Freixo, do PSOL, este homem a cada dia mais santo! Ou: Assessor de deputado ajuda presos em badernas

Por Elenice Bottari e Luiz Ernesto Magalhães, no Globo Online:
Assessor parlamentar do deputado Marcelo Freixo (PSOL) na Assembleia Legislativa (Alerj), o advogado Thiago de Souza Melo também comanda uma ONG que presta assessoria jurídica gratuita a pessoas que são presas durante as manifestações por vandalismo e outros crimes. Thiago é um dos diretores do Instituto de Defensores de Direitos Humanos (DDH). Em outubro, um dos clientes atendidos pela entidade foi o tatuador Fábio Raposo, também conhecido como Fox, um dos acusados de envolvimento com a morte do cinegrafista Santiago Andrade, da TV Bandeirantes.

O vínculo de Thiago com manifestantes veio a público nesta segunda-feira, um dia após a polêmica envolvendo o advogado Jonas Tadeu Nunes e Marcelo Freixo. Advogado de Fábio, Jonas chegou a afirmar que os dois acusados de dispararem o artefato que matou o cinegrafista seriam ligados ao deputado. Freixo negou a informação e rebateu observando que Jonas Tadeu representou o ex-deputado Natalino Guimarães em um depoimento na Alerj durante a CPI das Milícias.

Presidente da Alerj critica acúmulo
Na vida profissional, Thiago teve outros vínculos com o PSOL. Em Niterói, por exemplo, prestou assistência jurídica para o partido. No gabinete de Freixo, ele recebe R$ 5.685,53 mensais (valor bruto) como assessor parlamentar. Para o deputado, não há conflitos de interesse. Freixo admitiu que já foi procurado por amigos e parentes de presos em manifestações solicitando ajuda. O deputado, porém, ressaltou que jamais pediu apoio à DDH para ajudar com detidos. “Thiago acompanha a pauta de votações e me presta assessoria jurídica no plenário. Como assessor parlamentar, trabalha muito. Mas não exijo dedicação exclusiva. Os funcionários podem atuar em outras atividades, se desejarem, fora do expediente. Não vejo conflito de interesses. Eu mesmo, no primeiro mandato, continuei a dar aulas. Além disso, nunca repassei qualquer caso para a DDH. Sempre que alguém me procura com uma demanda jurídica, encaminho à Defensoria Pública”, disse Freixo.

O advogado trabalha no gabinete de Freixo desde 16 de fevereiro de 2007. Naquele ano, ajudou a fundar a ONG, criada inicialmente para atender a parentes de vítimas de violência policial no Complexo do Alemão, expandindo suas atividades posteriormente. O advogado negou usar a estrutura do gabinete de Freixo na Alerj para ajudar os presos. Segundo ele, as atividades da ONG e seu trabalho na Alerj são independentes.

“No DDH, defendemos vários casos de pessoas contra as quais nada foi provado. Essa é uma atividade voluntária, sem vinculação política. Trata-se de iniciativa de um grupo de advogados que nada recebem para isso. Sou apenas um deles. Minha atividade principal é como assessor parlamentar. Nem sempre posso atender os manifestantes. Quando Fábio foi preso em outubro, por exemplo, estava viajando”, afirmou Thiago.

O advogado também afirmou não ter recebido qualquer ligação da ativista Elisa Quadros Pinto Sanzi, a Sininho, pedindo apoio jurídico para Fábio. O presidente da Alerj, Paulo Melo (PMDB), criticou o acúmulo de funções de Thiago. Segundo ele, a prática pode não ser ilegal, mas não seria ética: “Não é recomendável que uma pessoa que exerça cargo público e ganhe dinheiro com isso defenda pessoas, em muitos casos, acusadas de depredar esse patrimônio. A própria Alerj já foi alvo de vandalismo por parte de alguns desses manifestantes”, disse Melo.

Freixo lamentou ontem a morte de Santiago e afirmou que a violência nas manifestações tem que cessar. Ele disse ainda que estava tentando contato com o novo chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso, para pedir rigor e prioridade na investigação. Segundo o deputado, as manifestações são importantes e devem continuar, mas sem violência e sem impedir o trabalho de jornalistas. “Eu quero, de forma muito sincera, lamentar profundamente esse ato, que levou à morte uma pessoa querida, conhecida, o Santiago trabalhou com minha mulher. E é inaceitável que a gente, diante de uma manifestação que é um instrumento de cidadania, de democracia, que faz parte da história do Rio de Janeiro e do Brasil, ter de se deparar com a morte de um trabalhador no exercício de sua profissão. O que aconteceu é muito sério. E também quero dizer que eu repudio qualquer forma de violência, seja de quem for. A gente precisa dar um basta na escalada de violência, de todos os lados. Tivemos vários profissionais de comunicação feridos nessas manifestações, e agora a sociedade está enterrando um. Essa escalada de violência precisa cessar. Isso é péssimo para todos, não há vencedor quando se tem violência no meio de uma manifestação. Seja que grupo for, eu repudio violentamente essa possibilidade de uma ação violenta, que nos traz dor e não nos traz nenhum avanço.” Freixo defendeu ainda o trabalho jornalístico nas manifestações: “É fundamental o papel da imprensa”, afirmou o deputado.

Para mãe, filho conhecia Freixo
A dona de casa Marise Raposo, mãe de Fábio Raposo — preso sob a acusação de que que teria participado do ataque ao cinegrafista Santiago Andrade —, disse, no domingo para um repórter do GLOBO, por telefone, achar que o filho conhecia o deputado Marcelo Freixo (PSOL). Quando foi perguntado se sabia em que circunstância o filho conhecera o parlamentar, ela afirmou que não poderia falar porque não morava com ele. Os pais de Fábio Raposo moram no Recreio e ele vive sozinho num apartamento no Méier, onde a polícia chegou a fazer uma busca e apreensão. Na mesma ligação telefônica, Marise disse que, naquele dia, havia recebido uma ligação de Elisa Quadros, conhecida como Sininho, por volta da hora do almoço. Ela, no entanto, não quis informar o teor da conversa que tivera com a manifestante.

Por Reinaldo Azevedo

 

O editorial do Jornal Nacional, o que está certo e o que está muito, mas muito errado

Enquanto o pau voltava a comer no Centro do Rio — E NÃO POR CULPA DA PM, QUE SE SAIBA —, o Jornal Nacional levou ao ar um editorial, com o qual, em parte, concordo. Mas também há passagens das quais discordo radicalmente. Segue o texto na íntegra. Os destaque em vermelho ficam por minha conta. Volto depois.
*
Não é só a imprensa que está de luto com a morte do nosso colega da TV Bandeirantes Santiago Andrade. É a sociedade.

Jornalistas não são pessoas especiais, não são melhores nem piores do que os outros profissionais. Mas é essencial, numa democracia, um jornalismo profissional, que busque sempre a isenção e a correção para informar o cidadão sobre o que está acontecendo. E o cidadão, informado de maneira ampla e plural, escolha o caminho que quer seguir. Sem cidadãos informados não existe democracia.

Desde as primeiras grandes manifestações de junho, que reuniram milhões de cidadãos pacificamente no Brasil todo, grupos minoritários acrescentaram a elas o ingrediente desastroso da violência. E a cada nova manifestação, passaram a hostilizar jornalistas profissionais.

Foi uma atitude autoritária, porque atacou a liberdade de expressão; e foi uma atitude suicida, porque sem os jornalistas profissionais, a nação não tem como tomar conhecimento amplo das manifestações que promove.

Também a polícia errou — e muitas vezes. Em algumas, se excedeu de uma forma inaceitável contra os manifestantes; em outras, simplesmente decidiu se omitir. E, em todos esses casos, a imprensa denunciou. Ou o excesso ou a omissão.

A violência é condenável sempre, venha de onde vier. Ela pode atingir um manifestante, um policial, um cidadão que está na rua e que não tem nada tem a ver com a manifestação. E pode atingir os jornalistas, que são os olhos e os ouvidos da sociedade. Toda vez que isso acontece, a sociedade perde, porque a violência resulta num cerceamento à liberdade de imprensa.

Como um jornalista pode colher e divulgar as informações quando se vê entre paus e pedras e rojões de um lado, e bombas de efeito moral e bala de borracha de outro?

Os brasileiros têm o direito de se manifestar, sem violência, quando quiserem, contra isso ou a favor daquilo. E o jornalismo profissional vai estar lá – sem tomar posição a favor de lado nenhum.

Exatamente como o nosso colega Santiago Andrade estava fazendo na quinta-feira passada. Ele não estava ali protestando, nem combatendo o protesto. Ele estava trabalhando, para que os brasileiros fossem informados da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e pudessem formar, com suas próprias cabeças, uma opinião sobre o assunto.

Mas a violência o feriu de morte aos 49 anos, no auge da experiência, cumprindo o dever profissional.

O que se espera, agora, é que essa morte absurda leve racionalidade aos que contaminam as manifestações com a violência. A violência tira a vida de pessoas, machuca pessoas inocentes e impede o trabalho jornalístico, que é essencial – nós repetimos – essencial numa democracia.

A Rede Globo se solidariza com a família de Santiago, lamenta a sua morte, e se junta a todos que exigem que os culpados sejam identificados, exemplarmente punidos. E que a polícia investigue se, por trás da violência, existe algo mais do que a pura irracionalidade.

Comento
Endosso o que não está em destaque. Mas vamos ao que não vai bem:
1: Infelizmente, desde o início, as manifestações já foram notavelmente violentas, e não é verdade que se tratasse de grupos minoritários. Os três primeiros protestos contra o reajuste de passagens em São Paulo, nos dias 6, 7 e 11 de junho, já foram brutais, com depredação, coquetéis molotov e tentativa de linchamento de policiais. ESSA NÃO É A MINHA OPINIÃO. São os fatos. Está tudo devidamente documentado. De resto, nessas manifestações, nem se podia falar em minoria violenta porque eram protestos por si minoritários.

2: Por que a polícia está apanhando num editorial que lamenta a morte de um cinegrafista, quando todos sabem quem são os assassinos? O que ela tem com isso? Parece-me que o expediente ajuda a diluir as responsabilidades. O jornalismo tem de ser isento, claro!, mas não em relação ao estado de direito. Se e quando a polícia cometer seus exageros, falhas, omissões crimes, que seja criticada por isso.

3: Parece-me que há aí uma tentativa de justificar um erro lamentável de apuração cometido por um jornalista da GloboNews. Um jornalista, em circunstâncias assim, terá de colher a verdade justamente em circunstâncias adversas. Há jornalismo de guerra, mas não de monastérios. Incomoda-me que “paus, pedras e rojões de um lado” sejam igualados a “bombas de efeito moral e balas de borracha de outro”. Essa formulação é falsa. O uso de instrumentos de contenção e de repressão da desordem são disciplinados por lei; estão previstos no estado democrático e de direito — o de paus, pedras e rojões não! Sim, a polícia já errou. Que tivesse merecido o seu editorial. Mais: quando é que se deu a omissão? Quando tardou a recorrer aos instrumentos que estão sendo equiparados às armas de delinquentes? Enquanto prevalecer a ideia de que policiais e bandidos disfarçados de manifestantes são forças beligerantes equivalentes, cidadãos estarão correndo riscos desnecessários — inclusive jornalistas.

4: Eu não acho que a manifestação fosse contra o reajuste da passagem, não. Mas aí a divergência é mais funda e vou deixá-la de lado. Eu temo é pelo risco embutido na formulação “para que os brasileiros fossem informados da manifestação contra o aumento das passagens de ônibus e pudessem formar, com suas próprias cabeças, uma opinião sobre o assunto”. Numa leitura imediata, parece apenas sensato. Com um pouco mais de rigor, é preciso deixar claro que a imprensa não pode ser nem isenta nem neutra quando protestos desrespeitam de forma manifesta os fundamentos da democracia, ainda que seja convocada por monges budistas. Como costumo dizer, se tocadores de oboé decidirem promover a desordem no centro da cidade e impedir o direito de ir e vir, os tocadores de oboé têm de ser reprimidos. Se pegarem paus e pedras para atacar a polícia — ou mesmo seus oboés —, terão de ser contidos. Se preciso com bomba de gás, que não é pau. Se preciso com bomba de efeito moral, que não é morteiro. Se preciso, com bala de borracha, que não é pedra. Temos é de exigir que a polícia use com sabedoria, parcimônia e rigor técnico os instrumentos de que dispõe para manter a ordem pública. Ou vamos ignorar que estes que se dizem “black blocs”, em suas páginas das redes sociais, pregam o ataque aos policiais?

Se a policia apanha da imprensa quando erra e apanha da imprensa também quando aqueles que ela reprime cometem um homicídio, então se tem que bater na polícia, por definição, é um princípio civilizador. E eu não acho que seja.

Encerro
Enquanto o editorial era lido, vândalos mascarados, mais uma vez, procuravam provocar a barbárie no Centro do Rio. É uma gente tão asquerosa que nem mesmo teve o bom senso de suspender o protesto no dia em que foi anunciada a morte de Santiago Andrade. Cadáveres fazem parte de sua lógica.

Por Reinaldo Azevedo

 

À sua maneira, a morte de Santiago foi cuidadosamente planejada. Ou: Um vídeo com estrelas globais e um juiz que exalta a tática black bloc, que matou o cinegrafista

Como eu sou contra a censura; como eu me oponho ao cerceamento da imprensa; como eu acho que estamos lidando com fascistas asquerosos, que odeiam a liberdade, eu vou lembrar todos aqueles que ajudaram a criar o clima que resultou na morte de Santiago Andrade.

No dia 28 de outubro, escrevi um post sobre a convocação que descoletesglobais e outros faziam para novos protestos no Rio. Vejam no arquivo quantas vezes este cão danado aqui apontou que, em Banânia, artista é tratado como pensador — e, infelizmente, muitas vezes, pensadores anseiam a fama de artistas. Os que deveriam buscar aplausos querem ser reconhecidos como filósofos, e alguns “filósofos”, por sua vez, só querem ser aplaudidos…

Abaixo, há um vídeo em que alguns rostos muito conhecidos, outros menos, convocam a população para um protesto. Assistam. Volto em seguida.

Voltei
1:
 Como vocês viram, um dos alvos da insatisfação é a tal “mídia”. Vocês sabem a quem pertence a agenda que, no fim das contas, criminaliza mesmo é a imprensa. Aliás, o maior “grupo de mídia” do país são as Organizações Globo, que detêm concessões de TV aberta, por assinatura e de rádio, jornal, revista etc. Assina a carteira de trabalho de boa parte dos bacanas. Isso não quer dizer que não possam e não devam dizer o que pensam e discordar. Mas, então, que deem nome aos bois. Qual “mídia” trata de modo inadequado os “manifestantes”? Como sabe toda gente, ao contrário do que se anuncia acima, A IMPRENSA TEM SE NEGADO A CRIMINALIZAR ATÉ MESMO OS CRIMINOSOS.

2: Quem não faz a distinção entre manifestantes e bandidos são os atores globais e os outros dois ou três que se manifestam. Notem:
a) não há uma só palavra de censura às depredações;
b) a polícia é vista como a única responsável pelos confrontos;
c) pessoas detidas depredando a cidade são chamadas de “presos políticos”.

3: Uma jovem chamada Bianca Comparato — nunca vi, mas parece ser atriz —, aos 3min23s, defende, as palavras fazem sentido, o quebra-quebra. Transcrevo sua fala (em vermelho):
“[órgãos de imprensa] só reportam o que é que foi quebrado, o que foi destruído. E eu também acho que tem de parar para pensar o que é que está sendo destruído. São casas de pessoas, como (sic) a polícia joga uma bomba de gás dentro de um apartamento? Não! São lugares simbólicos”.

Nunca vi a PM jogando bombas de gás dentro de apartamentos, mas Bianca viu. Ok. Mas isso não é o mais importante. É evidente que ela está defendendo a ação de destruição dos black blocs, mas só a dos “lugares simbólicos”. Do quê? Que eu saiba, quebram bancos, lojas, prédios públicos, praças, estações de trem, de metrô… Lugares simbólicos da civilização?

4: Algumas estrelas do vídeo merecem breves considerações:
a) Wagner Moura, hoje, é o líder dos engajados no Brasil. Tornou-se uma espécie de garoto-propaganda do PSOL, em especial da linha freixista (de Marcelo Freixo);
b) Marcos Palmeira é genericamente a favor de coisas boas, belas e justas, especialmente as ligadas à natureza. Foi uma das estrelas daquele vídeo patético contra Belo Monte. Palmeira sabe como cuidar da questão energética brasileira e, como se vê, é um profundo pensador da democracia. Eduardo Campos o quer como candidato ao governo do Rio pelo PSB.
c) Camila Pitanga é militante petista e garota-propaganda da Caixa Econômica Federal, em especial do programa Minha Casa Minha Vida. Já está engajada na candidatura de Lindbergh Farias ao governo do Rio.

No dia 17 de junho, no Rio, aconteceu isto aqui, vejam:

Os “artistas”, evidentemente, não disseram uma só palavra de censura ao comportamento dos manifestantes. Linchar policias pode. Mas o silêncio não é o mais grave. No vídeo que convoca um novo protesto, a violência dos vândalos não só é negada como chega a ser bem-vista e estimulada por uma das participantes. Se quem editou as falas manteve a de Bianca Comparato e se todos concordam com o produto final, então é evidente que a endossam. Eu sou, claro!, um rottweiler feroz. Mansas são as pessoas que acham que “destruir lugares simbólicos”, num protesto, é coisa de gente que só quer um país melhor.

Um juiz na turma
Há algo ainda mais escandaloso no vídeo acima. Ali está também um juiz, conforme contei aqui no dia  30 de outubro:

Aqui está ele.

juiz manifestação

A personagem em questão é o juiz João Damasceno, da 1ª Vara de Órfãos e Sucessões, no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Tento de novo: temos um juiz, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, que participa de um vídeo que convoca manifestações e que acolhe as ações dos black blocs, que, afinal de contas, só depredam o que tem de ser mesmo depredado, segundo se entende….

O juiz Damasceno pertence a tal entidade “Associação Juízes para a Democracia”, como se fosse possível haver uma outra, em que juízes fossem contra a democracia. Esse grupo, declaradamente de esquerda (e sabemos como países socialistas foram verdadeiros reinos de justiça) tem noções muito particulares de direito. Já entrei em alguns embates com eles aqui. Um de seus membros resolveu que, se me ofendesse bastante, elucidaria os absurdos escritos num documento da entidade.

Não pensem que Santiago Andrade morreu por acaso. À sua maneira, essa morte foi cuidadosamente planejada.

Por Reinaldo Azevedo

 

Justiça veta doação de terreno da cidade de São Paulo para Lula erguer o seu museu. É o certo!

O juiz Adriano Marcos Laroca, da 12ª Vara da Fazenda Pública, concedeu uma liminar contra a doação de um terreno de 4,3 mil metros quadrados, no Centro de São Paulo, ao Instituto Lula, que quer erguer ali o que pretensiosamente chama de “Museu da Democracia”. O tal museu, ora vejam!, pretende contar a história de Lula — e, claro, do PT. A doação do terreno foi aprovada pela Câmara dos Vereadores de São Paulo em 2011, por iniciativa do então prefeito Gilberto Kassab (PSD).

Ora, por que Lula deveria ter o direto de receber um terreno de graça? Por que o seu instituto, que é um ente privado, merece esse benefício? Escrevi a respeito no dia 15 de fevereiro de 2011. As minhas questões seguem as mesmas.

1: Constituição – A negativa dos petistas em participar da sessão homologatória da Constituição de 1988, uma das atitudes mais indignas tomadas até hoje por esse partido, fará parte do “Memorial da Democracia”, ou esse trecho sumirá da história? 

2: Expulsões – A expulsão dos três deputados petistas que participaram do Colégio Eleitoral que elegeu Tancredo Neves, pondo fim à ditadura – Airton Soares, José Eudes e Bete Mendes – fará parte do “Memorial da Democracia”, ou isso também será omitido?

3: Governo Itamar – A expulsão de Luíza Erundina do partido porque aceitou ser ministra da Administração do governo Itamar, cuja estabilidade era fundamental para o país, entra no Memorial da Democracia, ou esse fato será eliminado?

4: Voto contra o Real – A mobilização do partido contra a aprovação do Plano Real integrará o acervo do Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que sempre apostaram na estabilidade do país?

5: Guerra contra as privatizações – As guerras bucéfalas contra as privatizações — o tema anda mais atual do que nunca — e todas as indignidades ditas contra a correta e necessária entrada do capital estrangeiro em setores ditos “estratégicos” merecerá uma leitura isenta, ou o Memorial da Democracia se atreverá a reunir como virtudes todas as imposturas do partido?

6: Luta contra a reestruturação dos bancos – A guerra insana do petismo contra a reestruturação dos bancos públicos e privados ganhará uma área especial no Memorial da Democracia, ou os petistas farão de conta que aquilo nunca aconteceu?

7: Ataque à Lei de Responsabilidade Fiscal – Os petistas exporão os documentos que evidenciam que o partido recorreu à Justiça contra a Lei de Responsabilidade Fiscal, tornada depois cláusula pétrea da gestão de Antônio Palocci no Ministério da Fazenda?

8: Mensalão – O Memorial da Democracia vai expor, enfim, a conspiração dos vigaristas que tiveram o desplante de usar dinheiro sujo para tentar criar uma espécie de Congresso paralelo, alimentado por escroques de dentro e de fora do governo?

9: Duda Mendonça na CPI – Haverá no Memorial da Democracia o filme do depoimento de Duda Mendonça na CPI do Mensalão, quando confessou ter recebido numa empresa no exterior o pagamento da campanha eleitoral de Lula em 2002?

10: Dossiê dos aloprados – O Memorial da Democracia trará a foto da montanha de dinheiro flagrada com os ditos aloprados, que tentavam fraudar as eleições em 2006?

11: Dossiê da Casa Civil – Esse magnífico Memorial da Democracia trará os documentos sobre o dossiê de indignidades elaborado na Casa Civil contra FHC e contra, pasmem!, Ruth Cardoso, quando a titular da pasta era ninguém menos do que Dilma Rousseff, e sua lugar-tenente, ninguém menos do que Erenice Guerra?

12: Censura à imprensa – o Memorial da Democracia reunirá as evidências das muitas vezes em que o PT tentou censurar a imprensa, seja por meio do Conselho Federal de Jornalismo, seja por intermédio no Plano Nacional de Direitos Humanos?

13: Imprensa comprada e vendida – Teremos a chance de ver os contratos de publicidade do governo e das estatais com pistoleiros disfarçados de jornalistas, que usam o dinheiro público para atacar a imprensa séria e aqueles que o governo considera adversários nos governos dos estados, no Legislativo e no Judiciário?

14 – Novo dossiê contra adversário – O Museu da Democracia do Instituto Lula reunirá as evidências todas das novas conspiratas do petismo contra o candidato da oposição em 2010, com a criação de bunker para fazer dossiês com acusações falsas e a quebra do sigilo fiscal de familiares do candidato e de dirigentes tucanos?

15 – Uso da máquina contra governos de adversários – A mobilização da máquina federal contra o governo de São Paulo em episódios como o da retomada da Cracolândia e da desocupação do Pinheirinho entrará ou não no Memorial da Democracia como ato indigno do governo federal?

16 – Apoio a ditaduras – O sistemático apoio que os petistas empenham a ditaduras mundo afora estará devidamente retratado no Memorial da Democracia? Veremos Lula a comparar presos de consciência em Cuba a presos comuns no Brasil? Veremos Dilma Rousseff a comparar os dissidentes da ilha a terroristas de Guantánamo?

Fiz acima perguntas sobre 16 temas. Poderia passar aqui a noite listando as vigarices, imposturas, falcatruas e tentativas de fraudar a democracia protagonizadas por petistas e por governos do PT. As que se leem são apenas as mais notórias e conhecidas.

Não! Erram aqueles que acham que quero impedir lula — e o PT — de contar a história como lhe der na telha. Quem gosta de censura são os petistas, não eu! O Apedeuta que conte o mundo desde o fim e rivalize, se quiser, com Adão, Noé, Moisés ou o próprio Deus, para citar alguém que ele deve julgar quase à sua altura, mas não há de ser com o nosso dinheiro.

Por Reinaldo Azevedo

 

Dilma Red Block decide entrar no clima palanqueiro, rebaixa um pouco mais o decoro e chama oposição de “cara de pau”

A presidente Dilma Rousseff participou nesta segunda da festa de aniversário dos 34 anos de criação do PT. Discursou. Também falaram Alexandre Padilha, pré-candidato do partido ao governo de São Paulo, e Rui Falcão, presidente do partido. Decoro foi matéria escassa.
Afirmou a presidente:
“Eles têm a cara de pau de dizer que o ciclo do PT acabou, que nós demos o que tínhamos de dar. São os mesmos que diziam que haveria uma debandada de empresários com a eleição do ex-presidente Lula e que, a cada crise, dizem que o Brasil vai afundar. O fim do mundo chegou, sim, mas chegou para eles.”

Ai, ai… Eu até acho que existe certa tensão injustificada em alguns setores, mas quem é que está dizendo que o Brasil vai afundar? Ninguém! Debandada de empresários? Santo Deus! Dilma está voltando a uma frase que Mário Amato, então presidente da Fiesp, disse em… 1989 — há um quarto de século: “Se Lula ganhar a eleição, 800 mil empresários deixarão o Brasil!”.

E que se note: se Lula tivesse realmente vencido naquele ano, dadas as porcarias que pensava, o cenário antevisto por Amato não era implausível. Aliás, o próprio Apedeuta admitiu que não estava preparado para governar. Mas isso não é o mais engraçado: hoje, a Fiesp, a quem Dilma alude, é aliada do PT — e Paulo Skaf é uma das pessoas com quem os petistas contam para ajudar a derrotar Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. Não só isso: Collor, que derrotou Lula naquela ocasião, é hoje um fiel aliado do petismo.

Então, Dona Dilma, não são os mesmos coisa nenhuma! Aqueles “mesmos”, hoje, estão com o PT.

Cara de pau?
Já lhes contei a história do nhenhenhém de FHC, que deu pano pra manga. Quem ler o texto vai saber por que, de algum modo, participei da origem da coisa no que diz respeito ao efeito jornalístico. Criticando seus adversários, o então presidente tucano afirmou que eles ficavam com “nhenhenhém”. O mundo veio abaixo. Foi um deus nos acuda. Ele seria arrogante; não respeitaria a oposição; julgava-se o dono do mundo etc. e tal.

Em 2010, delicado como de hábito, o então presidente Lula referiu-se ao presidente do principal partido de oposição como… “babaca”. Isto mesmo: “babaca”! Quase todo mundo achou muito normal. Não houve gritaria. Nesta segunda, na cerimônia do PT, Dilma decidiu emular com o seu antecessor e, como vocês leem acima, chamou o oposição de “cara de pau”.

Falcão
Num ambiente em que se falta com o decoro, Rui Falcão jamais fica para trás. Ele resolveu partir mesmo para a baixaria. Reproduzo trecho de reportagem do Estadão (em vermelho):
O presidente nacional do PT, Rui Falcão, fez as críticas mais duras aos prováveis adversários da presidente na eleição deste ano. Sem citar nomes, Falcão criou dois termos para se referir a eles: “neopassadista” e o “novovelhista”. Segundo pessoas próximas a Falcão, o discurso se refere ao senador Aécio Neves (PSDB-MG) e a Eduardo Campos. Em seu discurso, disse que os dois são “partes do mesmo corpo”. “O neopassadismo e o novovelhismo parecem farinha do mesmo saco. Assemelham-se em quase tudo”, afirmou o presidente do PT.
Em seu ataque mais pesado, sugeriu que os adversários de Dilma fecharam os olhos para as denúncias de corrupção no Metrô e na CPTM durante os governos tucanos em São Paulo e para o episódio da apreensão de cocaína no helicóptero do deputado estadual Gustavo Perrella (SDD-MG). “O algo ‘novo’ é fechar os olhos, e, quem sabe até, esquecer-se de tapar o nariz, para carregamentos exóticos em helicópteros?”, disse.

Volto
O caso foi investigado pela Polícia Federal, cuja chefe, em último caso, é Dilma, ali presente. Tentar ligar as oposições a tráfico de drogas vai muito além do chute na canela. Desde 2002, essa pode ser a disputa mais difícil para o PT porque o ambiente social e político nunca se mostrou tão instável. Eles estão deixando claro que o jogo vai ser pesado e que não têm mesmo limites.

Por Reinaldo Azevedo

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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