Caetano, a Soninha Toda-Pura dos black blocs, decide ser a Fada Sininho de Marcelo Freixo

Publicado em 17/02/2014 15:14 e atualizado em 24/04/2014 15:00
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br (+ Lauro Jardim)

Caetano, a Soninha Toda-Pura dos black blocs, decide ser a Fada Sininho de Marcelo Freixo

Caetano fantasiado de black bloc: ele apenas viu uma estética, sabem?

Caetano fantasiado de black bloc: ele apenas viu uma estética, sabem?

Mas os black blocs são também uma ética e fazem isto: Santiago Andrade ferido

Mas os black blocs são também uma ética e fazem isto: Santiago Andrade ferido

Caetano Veloso, o esteta dos black blocs, que se deixou fotografar fantasiado de bandido, resolveu, mais uma vez, fazer reflexões políticas. É aquele senhor que chegou a escrever certa feita que os “os black blocs fazem parte”. Infelizmente, não revelou o complemento nominal que tinha em mente para que soubéssemos, afinal de contas, parte de quê.

Neste domingo, em seu artigo no Globo, ele volta à carga com dois truques manjados, velhos, mas que têm eficácia: atacar o veículo em que escreve para a) demonstrar independência; b) fazer com que o jornal prove, então, que ele está errado. Sempre que veículos da grande imprensa são desafiados por esquerdistas e bocós (ou a soma das duas coisas) a provar que não são “de direita”, caem no truque. Até porque não faltam nas redações… esquerdistas e bocós (ou a soma das duas coisas).

Parafraseando uma deliciosa coluna de Diogo Mainardi, sobre outras personagens, noto que Peter Pan e os black blocs têm a fada Sininho. O deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) tem Caetano Veloso. Caetano é a fada Sininho de Freixo. Quando a bomba dos piratas está para estourar no colo de Freixo, providencialmente aparece Caetano, batendo as asinhas. Ele carrega a bomba para longe e – bum! – estoura junto com ela, sempre pronto a se sacrificar pela Terra do Nunca.

Leiam o texto de Caetano publicado no domingo. Volto depois.
*
Gosto de Freixo não porque ele é do PSOL. Acho que gosto um tanto do PSOL por ele abrigar Freixo. Sou independente, conforme se vê. Ser estrela é bem fácil. Nada importam as piadas dos articulistas reacionários que classificam minhas posições como Radical Chic. Desprezo a tirada de Tom Wolfe desde o nascedouro. Antigamente tentavam me incluir na chamada esquerda festiva. Isso sim, embora incorreto, me agradava: a expressão brasileira é muito mais alegre, aberta e democrática do que a de Wolfe. Mas tenho vivido para desmontar o esquema que exige adesão automática às ideologias da moda. Deploro o resultado das revoluções comunistas. Todas. E, considerando o Terror que se seguiu a 1789, sou cético quanto a revoluções em geral. Na maioria das vezes, a violência se dá, não para fazer a história humana caminhar, mas para estancar seu fluxo. Olho com desconfiança os moços que entram em transe narcisista ao quebrar vidros crendo que desfazem a trama dos poderes. Ainda hoje não consigo adotar a posição que considera Eduardo Gianetti, um liberal crítico, ou André Lara Rezende, o homem que põe em discussão o crescimento permanente, conservadores. Nem acho que o conservadorismo seja necessariamente um mal. A adesão de alguns colegas meus à nova direita me deixa nauseado, não por ser à direita, mas por ser automática.

Simplesmente me pergunto qual exatamente será a intenção do GLOBO ao estampar manchetes e editoriais induzindo seus leitores a ligarem Marcelo Freixo aos rapazes que lançaram o rojão que matou Santiago Andrade. A matéria publicada no dia em que saiu a chamada de capa com o nome do deputado era uma não notícia. Nela, a mãe de Fábio Raposo, o rapaz que entregou o foguete a Caio Souza, é citada dizendo acreditar que o filho “tem algum tipo de ligação com Freixo”. Isso em resposta a uma possível declaração do advogado Jonas Tadeu Nunes, que, por sua vez, partiu de uma suposta fala da ativista apelidada Sininho. O GLOBO diz que esta nega. Como então virou manchete a revelação da possível ligação entre o deputado e os rapazes envolvidos no trágico episódio? Eu esperaria mais seriedade no trato de assunto tão grave.

Li o artigo do grande Jânio de Freitas em que ele defende a tese de intenção deliberada de assassinar um jornalista, o que está em desacordo com as imagens exibidas na GloboNews. Sem falar na entrevista do fotógrafo, que afirma que o detonador do artefato tinha mirado os policiais. Claro que me lembrei, ao ver a primeira reportagem na GloboNews, dos carros de emissoras de TV incendiados durante as manifestações, o que me levou a participar da indignação dos âncoras do noticioso. Um vínculo simbólico entre aquelas demonstrações de antipatia e o ocorrido em frente à Central é óbvio: um rojão sai das mãos de um manifestante e atinge a cabeça de um jornalista. Mas parece-me abusivo ver nisso o propósito de matar o repórter. Nas matérias que se seguiram, O GLOBO, ecoando falas do advogado Jonas Tadeu, que diz não ser pago por ninguém para defender os dois réus mas conta que um deles diz receber dinheiro para ir às manifestações, insiste em lançar suspeita sobre Freixo, por ser o PSOL, seu partido, um possível doador do alegado dinheiro. Na verdade, as declarações do advogado, mesmo nas páginas do GLOBO, soam inconvincentes. O mesmo Jânio de Freitas, em artigo posterior àquele em que defende a tese de assassinato deliberado, se mostra desconfortável com o comportamento de Jonas Tadeu. Já O GLOBO, no qual detecto uma sinistra euforia por poder atacar um político que aparentemente ameaça interesses não explicitados, trata as falas de Tadeu sem crítica. Uma das manchetes se refere a vereadores do PSOL que teriam contribuído para uma ação na Cinelândia, na véspera de Natal, sugerindo ligação do partido com vândalos, quando se tratava de caridade com moradores de rua. O tom usado no GLOBO é, para mim, de profundo desrespeito pela morte de Santiago.

Freixo, em fala firme ao jornal, desmente qualquer ligação com os dois rapazes. Ele também lembra (assim como faz Jânio) que Jonas Tadeu representou o miliciano Natalino.

Quando Freixo era candidato a prefeito, escrevi artigo elogioso sobre ele. O jornal fez uma chamada de capa que, a meu ver, desqualificava meu texto. Manifestei minha indignação. A pessoa do jornal que dialogava comigo me assegurou não ter havido pressão dos chefes. Acreditei. Agora não posso deixar de me sentir mal ao ver a agressividade do jornal contra o deputado. Tudo — incluindo os artigos de autores por quem tenho respeito e carinho — me é grandemente estranho e faço absoluta questão de dividir essa estranheza com quem me lê.
*

Comento
Caetano Veloso acha que basta classificar de “colunistas reacionários” aqueles que criticam suas irresponsabilidades para que fique tudo bem. Não, senhor! A causa a que ele, em alguma instância, aderiu já tem um morto e é hoje a força que mais constrange a imprensa livre. Essa mesma onde ele vai posar de pensador alternativo.

Os vereadores do PSOL não “teriam contribuído” com black blocs; eles contribuíram. É preciso ser Caetano Veloso para ter a cara-de-pau de afirmar que quem promove quebra-quebra num dia vai fazer caridade de Natal no outro. É do poeta já morto Wally Salomão a melhor expressão para designar esse lado falso sonso de Caetano: posa de “Soninha Toda-Pura”.

O “instituto”, ou algo assim, que fornece os advogados que livram da cadeia os black blocs são umbilicalmente ligados ao PSOL, a Freixo. Até outro dia, a página do partido trazia o texto de um membro da direção considerando a tática black bloc aceitável, parte do jogo político. Os covardes tiraram o texto do ar. A notícia, omitida por Caetano, saiu no Globo.

Ele também faz de conta que o Sindicato dos Professores do Rio, comandando pelo PSOL — e isso quer dizer “Marcelo Freixo” — não promoveu ações conjuntas com os black blocs, o que foi admitido até em nota oficial. A parceria é antiga.

Raramente li texto tão desonesto intelectualmente. E, se notarem bem, não ha um só lamento, uma miserável linha, nada, pela morte de Santiago Andrade. Vai ver isso também “faz parte”.

Eu achava que Caetano estava apenas decadente e que ninguém, à sua volta, por medo de perder o emprego, tinha coragem de dar um toque. Mas vejo que ele já morreu faz tempo.

Estou respondendo ao texto de um defunto moral. Vejam as duas imagens lá do alto. Caetano, nos últimos anos, vinha provocando em mim algo como repulsa intelectual. Desta feita, santo Deus!, é nojo físico mesmo. Não é assim que se lida com a morte de pessoas. Não é assim que se liga com sangue humano.

Seu irresponsável!

Por Reinaldo Azevedo

 

Jornalistas, artistas e até humoristas decidiram ser a Fada Sininho de Marcelo Freixo e do PSOL. Que tal canonizá-los? Ou Fascistas “do bem” querem esconder o cadáver

Estou pensando se devo entrar também no movimento em favor da canonização do deputado estadual Marcelo Freixo (RJ) e do PSOL, esse partido formado apenas de seres de luz que, por onde passam, deixam um rastro de clareza, de verdade e de apelo à racionalidade. Bastou que começassem a surgir as primeiras evidências — inclusive com o testemunho de um dos assassinos de Santiago Andrade — de que há organizadores e financiadores da violência para que viessem a público artistas, jornalistas e até humoristas em defesa do PSOL e de Freixo. Asseguram, contra as evidências e com a certeza dos farsantes, que eles não têm nenhuma relação com os black blocs. Não?

Bem, doações de vereadores do partido estão na planilha de um dos eventos “beneficentes” promovidos pela turma. Os advogados que se apresentam como defensores desses bravos pertencem a uma ONG ligada ao PSOL, comandada por um dos auxiliares de Freixo, que só pensa, claro, no bem da humanidade. A parceria entre o partido e os black blocs é de agora?

Ela se revelou de maneira escandalosa, por exemplo, na indecorosa, indecente e politicamente criminosa greve dos professores da rede municipal do Rio, organizada contra aquele que é apenas o melhor plano de carreira do país.

Humoristas, cantores e colunistas não precisam acreditar em mim. Acreditem no PSOL, que comanda o sindicato. Acreditem neste vídeo, em que uma representante sindical assume a parceria.

Como vocês podem constatar, além de demonstrar que estão juntos, o rapaz que discursa incita, na prática, a violência contra os policiais, comparando-os, adicionalmente, a nazistas. Para ele, os PMs são tão culpados por aquilo que chama “repressão” como os comandantes.

À época, em entrevista ao Jornal O Dia, o coordenador-geral do sindicato afirmou:“As manifestações dos profissionais de educação continuarão a ser organizadas pelo sindicato, mas os black blocs serão sempre bem-vindos. O sindicato não pode se responsabilizar por atos anteriores, mas, nos protestos dos professores, os causadores dos conflitos não foram os black blocs e sim a polícia”. Era mentira! Os mascarados é que deram início aos confrontos.

Corinho fascistoide
Vejo agora cantores, colunistas e humoristas, num corinho fascistoide, acusando os “reacionários” (claro!) de tentarem explorar a morte de Santiago Andrade. Por “explorar”, entendem a exposição nua e crua dos fatos, como eles se deram. Por “explorar”, entendem a reação de indignação; por “explorar” entendem a apuração das responsabilidades, também as políticas.

Que gente notável! Que grandes democratas! Como essa morte é, obviamente, incômoda à sua “causa”, então eles acham que se deve silenciar a respeito. O cadáver deveria ficar escondido.

É bem verdade que…
É bem verdade que o PSOL não precisa do auxílio de black blocs para aderir à selvageria. O partido comanda o DCE da USP, que decidiu invadir a Reitoria da Universidade no ano passado. Abaixo, os invasores quebram a porta do prédio com uma marreta, em fato de Danilo Verpa, da Folhapress.

USP reitoria 1 - Marreta

Nas duas imagens seguintes, de Leonardo Neiva, do G1, primeiro eles tentam arrombar a porta do Conselho Universitário com uma placa arrancada do estacionamento, que indicava a vaga de deficientes. Como não conseguiram, recorreram, então, a um pé de cabra e, de novo, à marreta.

USP - invasão placa de deficiente foto leonardo Neiva G1

USP invasão pé de cabra

Quando deixaram o prédio, o resultado era este (fotos de Nelson Antoine, Fotoarena).

Invasão USP 2013 5 - Nelson Antoine-Fotoarena

Invasão USP 2013 4 - Nelson Antoine-Fotoarena

Invasão USP 2013  - Nelson Antoine-Fotoarena

A questão me parece bastante simples. Vamos ou não admitir que há um patamar de civilização abaixo do qual não pode haver diálogo e convivência? O PSOL decidiu ser os black blocs sem máscara, e os black blocs são a versão mascarada do PSOL. Não por acaso, um membro da direção do partido assinava um texto, no qual deram sumiço, que fazia o elogio da tática dos vândalos. E não posso deixar de encerrar este post com uma homenagem e uma lembrança.

Caetano fantasiado de black bloc: ele apenas viu uma estética, sabem?

Caetano fantasiado de black bloc: ele apenas viu uma estética, sabem?

Agora as Fadas Sininho querem que nos esqueçamos deste rosto. Não vai acontecer. Quem apoiou a violência é corresponsável pela morte de Santiago Andrade

Agora as Fadas Sininho querem que nos esqueçamos deste rosto. Não vai acontecer. Quem apoiou a violência é corresponsável pela morte de Santiago Andrade

Por Reinaldo Azevedo

 

Os debochados – O delegado Zaccone no prêmio “Molotov de Ouro”

O delegado Zaccone e Sininho

O delegado Zaccone e Sininho: o representante da ordem e a da desordem

Por  Gabriel Castro e Daniel Haidar na VEJA.com:
O delegado de Polícia Civil Orlando Zaccone, titular da 31ª DP (Ricardo de Albuquerque), mentiu sobre a data em que conheceu a ativista Elisa Quadros, a Sininho. Incluído na lista de doadores para o evento “Mais amor, menos capital”, realizado em 23 de dezembro do ano passado, Zaccone confirmou ter contribuído com 200 reais, e explicou que só naquela noite esteve pessoalmente com Elisa. Uma fotografia publicada em um blog, no entanto, mostra os dois lado a lado em um evento em 20 de novembro, em outro evento: o “Prêmio dos Protestos de 2013”, promovido pelo humorista-militante conhecido como Rafucko. Nada demais se não fosse Zaccone uma autoridade policial e se não estivessem os manifestantes, naquela noite, festejando, entre outros eventos, o “Maior Ato de Vandalismo” do ano, premiado com o “Molotov de Ouro”. O ato ‘premiado’ foi a quebra dos manequins da Toulon – na noite de 17 de julho, no bairro do Leblon.

Zaccone tem direito de rir do que quiser. Mas, a partir do momento em que acha graça do crime de roubo, depredação do patrimônio público e privado e de atos de vandalismo, deixa de ter credenciais necessárias para chefiar policiais que deveriam, na verdade, investigar e prender quem roubou a Toulon. Em tempo: “Pichar a Alerj” e “Queimar ônibus” também estavam indicados ao prêmio.

 “Não fico vendo folha de antecedentes criminais das pessoas que conheço. Óbvio que, se tiver conhecimento que a pessoa tem mandado de prisão, teria que cumprir”, respondeu o delegado, por telefone, ao site de VEJA. Como os roubos foram praticados por mascarados, e Zaccone não reconheceu os manequins expostos como egressos da loja saqueada, a história ficou no riso – menos para a Toulon, que amargou o prejuízo, assim como outras lojas atacadas por baderneiros que percorreram as ruas do Leblon e de Ipanema.

Questionado sobre a foto, Zaccone explicou que foi convidado por Sininho, em outubro, para uma palestra em dezembro. O encontro na noite em que o vandalismo foi premiado foi ao acaso. De acordo com o delegado, ele apenas passou pelo evento na Cinelândia, onde encontrou algumas pessoas, e de lá seguiu para um show de Caetano Veloso e Marisa Monte no Circo Voador, na Lapa.

Zaccone reclama que se sente perseguido. “Me sinto como se estivesse passando por um processo de inquisição pelo fato de ter contato com pessoa que não existe nenhum processo contra ela. Estão me cobrando o fato de eu ter conhecido e estado com uma pessoa que nem sequer sofreu um processo”, disse Zaccone, sobre Sininho. “Eu tenho a liberdade de conhecer pessoas que não estejam foragidas, que não estejam condenadas. Mesmo assim, se a pessoa não está presa e não tem mandado de prisão, qual seria o meu crime por tê-la conhecido?”, reclamou Zaccone.

Doações
Além do delegado, aparecem na lista de doadores os vereadores do PSOL Renato Cinco e Jefferson Moura – ambos admitiram que seus gabinetes fizeram doações ao evento. O juiz João Damasceno, que figura na planilha, negou ter feito doações. Os doadores alegam, em seu favor, que o dinheiro foi usado apenas para a compra de uma ceia, com rabanadas, para a população carente. E ignoram o fato de o grupo ali acampado é o mesmo que organizou a ocupação do Palácio Pedro Ernesto.

A Polícia Civil abriu investigação, no âmbito da Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI), para descobrir se dinheiro doado por autoridades foi usado para financiar atos criminosos em manifestações. A unidade também foi designada para, a partir de cópias de documentos colhidos pela 17ª DP (São Cristóvão), investigar o aliciamento de manifestantes para atuar em ações violentas nos protestos.

Por Reinaldo Azevedo

 

Não é qualquer governo que produz estes resultados: é preciso ser muito ruim!

Convenham: não é qualquer governo que consegue produzir uma das taxas reais de juros mais altas do planeta (hoje, o Brasil deve estar em segundo lugar) e um crescimento abaixo de 2%, lutando bravamente para a inflação não sair do controle. E não custa lembrar que já está contratado: depois de 13 anos, o Brasil deverá ter déficit na balança comercial em 2014. Aliás, não fosse a contabilidade criativa de Guido Mantega — que fez uma mandracaria, computando como “exportação” plataformas da Petrobras que nunca saíram do país —, já teria havido um déficit de US$ 5,5 bilhões em 2013. Mas eles estão aí: reinventando o passado e senhores absolutos do futuro. Guido Mantega sabe como fazer. Se não for ele, há o risco de ser Aloizio Mercadante. Jesus! Leiam o que informa a VEJA.com.

Na VEJA.com:
Analistas do mercado financeiro consultados pelo Banco Central reduziram de 1,90% para 1,79% a expectativa de crescimento da economia brasileira em 2014, de acordo com pesquisa semanal Focus divulgada nesta segunda-feira. Para 2015, a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou de 2,20% para 2,10%. Há quatro semanas, as projeções eram, respectivamente, de 2,00% e 2,50%.

Já a projeção de inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para 2014 subiu de 5,89% para 5,93% – bem distante do centro da meta do governo, de 4,5%. Há quatro semanas, a estimativa estava em 6,01%. Para 2015, a projeção segue em 5,70%. Há quatro semanas, estava em 5,60%. A previsão de inflação para os próximos 12 meses subiu de 6,00% para 6,05%, conforme a projeção suavizada para o IPCA. Há quatro semanas, estava em 5,98%.

Nas estimativas do grupo dos analistas consultados que mais acertam as projeções, o chamado Top 5 da pesquisa Focus, a previsão para o IPCA em 2014 no cenário de médio prazo segue em 5,86%. Para 2015, a previsão dos cinco analistas se manteve em 5,80%. Há um mês, o grupo apostava em altas de 6,19% para 2014 e 6,00% para 2015. Entre todos os analistas ouvidos pelo BC, a mediana das estimativas para o IPCA em fevereiro segue em 0,65%. Há quatro semanas, estava em 0,65%. Para março, a projeção segue em 0,50% há oito semanas.

Ainda que a expectativa de inflação tenha crescido, os economistas mantiveram inalteradas suas previsões quanto a taxa básica de juros da economia, a Selic. Os analistas ouvidos pelo BC esperam a Selic em 11,25% ao ano ao fim de 2014. Para 2015, a mediana segue em 12,00% ao ano. A taxa está hoje em 10,50% ao ano. A previsão para a taxa na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) de fevereiro segue em 10,75% ao ano.

A previsão para a Selic média subiu de 10,94% para 10,97% ao ano para 2014 e de 11,75% para 11,79% para 2015. Há quatro semanas, estavam em 10,69% e 11,42% ao ano, respectivamente. No grupo Top 5 a previsão para a Selic no fim de 2014 segue em 11,75% ao ano. Para 2015, segue em 12,25% ao ano.

A projeção para o crescimento do setor industrial em 2014 segue em 1,93%. Para 2015, economistas preveem avanço industrial de 2,89%, ante 2,95% da pesquisa anterior. Um mês antes, a Focus apontava estimativa de expansão de 2,20% para 2014 e de 2,89% em 2015 para o setor. Os analistas reduziram a previsão para o indicador que mede a relação entre a dívida líquida do setor público e o PIB em 2014 de 34,95% para 34,80%. Há quatro semanas, estava em 34,80%. Para 2015, segue em 35,00% há nove semanas.

Por Reinaldo Azevedo

 

A 4 meses da Copa, capital do país está abandonada, sob a falta de cuidados do PT federal e do PT local

Ponto que interliga o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes lembra um museu a céu aberto por abrigar obras de importantes escultores, entre eles Bruno Giorgi, Oscar Niemeyer e Marianne Peretti. Um dos locais que mais deveria ser valorizado pelo governo local, porém, atualmente amarga total abandono: o piso está quebrado e cheio de mato, além dos bancos sujos. Além disso, o Espaço Cultural Lúcio Costa está fechado para obras de acessibilidade, conforme aponta um cartaz na entrada. O prazo para término: 26 de novembro de... 2012. Apesar disso, o GDF estipula a conclusão em abril deste ano. (Fotos Cristiano Mariz)

Ponto que interliga o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, a Praça dos Três Poderes lembra um museu a céu aberto por abrigar obras de importantes escultores, entre eles Bruno Giorgi, Oscar Niemeyer e Marianne Peretti. Um dos locais que mais deveria ser valorizado pelo governo local, porém, amarga total abandono: o piso está quebrado e cheio de mato, além dos bancos sujos. O Espaço Cultural Lúcio Costa está fechado para obras de acessibilidade, conforme aponta um cartaz na entrada. O prazo para término: 26 de novembro de… 2012!!!  O GDF promete concluir a obra em abril deste ano. (Fotos Cristiano Mariz)

Por Marcela Mattos e Gabriel Castro, na VEJA.com:
A quatro meses da Copa do Mundo, a capital do país-sede de um dos mais importantes eventos do mundo amarga o abandono. Ao contrário do esperado para a cidade que ergueu o estádio de futebol mais caro do país, quem visita hoje Brasília se depara com monumentos sujos, danificados e mal iluminados – o que, somado à dificuldade de utilizar o transporte público e à crescente onda de violência, acaba por decepcionar e afastar o turista.

Não é necessário ir longe para se constatar a falta de cuidado com os principais atrativos de Brasília, que abrigará sete partidas do Mundial de futebol e deverá receber 600.000 visitantes, segundo o Ministério do Turismo. Apenas nas proximidades da Esplanada dos Ministérios, a reportagem do site de VEJA enumerou sete pontos que integram o roteiro turístico, mas estão em situação deplorável – por falta de limpeza e manutenção inadequada – ou com as portas fechadas.

Roteiro certo de quem visita a capital, a Praça dos Três Poderes, que interliga o Supremo Tribunal Federal (STF), o Palácio do Planalto e o Congresso Nacional, tem mato crescendo entre as pedras que apoiam obras de Bruno Giorgi, Oscar Niemeyer e Marianne Peretti. Além disso, os bancos estão sujos, e o Espaço Lúcio Costa, um dos poucos atrativos da praça, está fechado desde outubro de 2012 – e com prazo de reabertura vencido há mais de um ano. Em nota, o governo do Distrito Federal prometeu que o museu voltará a funcionar em abril.

“Esperava algo mais ajeitado. Aqui é lindo, claro. Mas estamos na capital do país, e era para ser a menina dos olhos”, disse a advogada Juliana Aragão após conhecer a Praça dos Três Poderes. “As coisas estão sujas e bagunçadas”, continuou o administrador de empresas Flávio Ramos. Os dois são moradores de Olinda (PE) e visitaram a cidade nesta semana. No relato, os pernambucanos criticaram ainda a falta de policiamento e as obras inacabadas do aeroporto.

Também não passa despercebida a condição de outros cartões-postais de Brasília. A cúpula do Museu Nacional da República está suja, a rampa de acesso ao local apresenta rachaduras e a pintura descascando. Em situação similar, a Ponte Juscelino Kubitschek ainda está mal iluminada.

“Em Brasília, constroem-se coisas lindas, mas não há manutenção. Há lixo pela cidade toda. O turista vai ver isso e, junto com o retrato dos monumentos, vai levar essa paisagem”, diz a arquiteta Ana Helena Fragomeni, autora do livro Não vivemos em cartões postais. “Faltam lugares em que o turista saiba que vai ser recebido como pessoa. Esses lugares deveriam estar perto dos hotéis, com centro de turismo que forneça água, refrigerante e banheiros.”

Por ser de responsabilidade de diversas secretarias, o GDF afirma não ter como apresentar um valor total de quanto será investido para melhorar os pontos turísticos até a Copa do Mundo. Mas promete concluir a revitalização do Museu da República, da Torre de Televisão e da sua fonte luminosa antes do torneio de futebol. Além disso, o GDF afirma que estão em fase de instalação novas placas de sinalização para turistas.

Localizado entre a Catedral e o Congresso Nacional, o Museu Nacional da República é um dos monumentos mais recentes de Oscar Niemeyer e destaca-se como um dos pontos imprescindíveis no roteiro de turistas interessados nas obras do arquiteto. Ao chegar ao local, porém, os turistas vão se deparar com um ambiente inóspito: a cúpula do museu está imunda e a famosa rampa de acesso, além da sujeira, apresenta rachaduras. Pior: os arredores de uma das principais referências da capital do país virou ponto de tráfico de drogas e atrai usuários à luz do dia. “Às 15h já podemos ver os consumidores”, conta um dos seguranças, que preferiu não se identificar. Ele reclamou ainda da falta de segurança e da ausência de policiamento no local.

Localizado entre a Catedral e o Congresso Nacional, o Museu Nacional da República é um dos monumentos mais recentes de Oscar Niemeyer e destaca-se como um dos pontos imprescindíveis no roteiro de turistas interessados nas obras do arquiteto. Ao chegar ao local, porém, os turistas vão se deparar com um ambiente inóspito: a cúpula do museu está imunda, e a famosa rampa de acesso, além da sujeira, apresenta rachaduras. Pior: os arredores de uma das principais referências da capital do país virou ponto de tráfico de drogas e atrai usuários à luz do dia. “Às 15h, já podemos ver os consumidores”, conta um dos seguranças, que preferiu não se identificar. Ele reclamou ainda da falta de segurança e da ausência de policiamento no local

Brasília atualmente tem três Centros de Atendimento ao Turista – locais onde são entregues mapas e destinados a ajudar os visitantes –, mas nenhum próximo de onde eles se hospedam. Os dois CATs instalados nos setores hoteleiros foram desativados e serão transferidos para outro ponto, segundo o governo, de melhor visibilidade. No local, restou um painel de acrílico com um mapa surrado e um segurança que, além da vigilância, ganhou a atribuição de atender os turistas desavisados: “Vem muita gente pedindo um mapa e querendo informações. Mas falo para buscarem em outro CAT”, diz um dos vigias do centro da Asa Sul.

Brasília, atualmente, tem três Centros de Atendimento ao Turista – locais onde são entregues mapas e destinados a ajudar os visitantes –, mas nenhum próximo de onde eles se hospedam. Os dois CATs instalados nos setores hoteleiros foram desativados e serão transferidos para outro ponto, segundo o governo, de maior visibilidade. No local, restou um painel de acrílico com um mapa surrado e um segurança que, além da vigilância, ganhou a atribuição de atender os turistas desavisados: “Vem muita gente pedindo um mapa e querendo informações. Mas falo para buscarem em outro CAT”, diz um dos vigias do centro da Asa Sul.

Cartão-postal de Brasília, a Ponte Juscelino Kubitschek é uma das mais belas obras da cidade e pode ser vista minutos antes da aterrisagem na capital federal. De perto, porém, a ponte de mais de um quilômetro de extensão e que custou 186 milhões de reais aos brasilienses precisa de um reparo com urgência: os visitantes que optarem por completar o trajeto a pé vão se deparar com o corrimão torto e com um local mal iluminado – alguns dos postes inclusive estão sem os bocais das lâmpadas. O descuido também pode ser percebido na sujeira dos arcos e nas pichações de pontos próximos.

Cartão-postal de Brasília, a Ponte Juscelino Kubitschek é uma das mais belas obras da cidade e pode ser vista minutos antes da aterrissagem na capital federal. De perto, porém, a ponte de mais de um quilômetro de extensão e que custou 186 milhões de reais aos brasilienses precisa de um reparo com urgência: os visitantes que optarem por completar o trajeto a pé vão se deparar com o corrimão torto e com um local mal iluminado – alguns dos postes inclusive estão sem os bocais das lâmpadas. O descuido também pode ser percebido na sujeira dos arcos e nas pichações de pontos próximos.

Crise
O desleixo com os pontos turísticos de Brasília é mais um sintoma da crise permanente no governo de Agnelo Queiroz (PT). O governador do Distrito Federal tem o segundo menor índice de popularidade do país, atrás apenas de Rosalba Ciarnlini (DEM), do Rio Grande do Norte. Por isso, ao contrário de outros chefes do Executivo, ele ainda não definiu os planos de reeleição. Há partidários que defendem o lançamento de outro nome do PT ao governo neste ano.

Agnelo passou o primeiro ano de mandato tentando explicar os sucessivos casos de corrupção – novos e antigos –, que vieram à tona quando ele assumiu o Palácio do Buriti. Mesmo depois de passada a fase mais aguda dos escândalos, não mostrou serviço: as principais obras haviam sido planejadas pela gestão de José Roberto Arruda, que perdeu o cargo após a Operação Caixa de Pandora. A falta de eficiência na gestão gerou problemas na saúde e na segurança pública.

Recentemente, uma onda de violência atingiu a capital federal, em parte porque policiais militares insatisfeitos resolveram dar início a uma “Operação Tartaruga” para pressionar o governo a aumentar os salários. Foram mais de 70 assassinatos em janeiro, um aumento de 40% na comparação com o mesmo mês de 2013. Era uma rara oportunidade em que a população, refém dos policiais e dos criminosos, poderia dar um voto de confiança a Agnelo caso o governador reagisse com firmeza. Mas ele preferiu se omitir.

Não bastasse um serviço de transporte público insuficiente para atender a população brasilense – e que tende a piorar com a vinda de turistas durante a Copa do Mundo –, a Rodoviária de Brasília é um dos exemplos do descaso que assola a capital do país. Somada às longas filas de espera para tomar um ônibus, os passageiros ainda têm de lidar com um cenário de obras inacabadas, escadas rolantes interditadas, risco iminente de roubo e o consumo indiscriminado de drogas. Diante desse retrato, quem tem condições de pagar um pouco a mais opta por tomar um táxi.

Não bastasse um serviço de transporte público insuficiente para atender a população brasilense – e que tende a piorar com a vinda de turistas durante a Copa do Mundo –, a Rodoviária de Brasília é um dos exemplos do descaso que assola a capital do país. Somada às longas filas de espera para tomar um ônibus, os passageiros ainda têm de lidar com um cenário de obras inacabadas, escadas rolantes interditadas, risco iminente de roubo e o consumo indiscriminado de drogas. Diante desse retrato, quem tem condições de pagar um pouco mais opta por tomar um táxi.

Após passar por três anos em obras e sofrer uma sequência de atrasos, a Catedral de Brasília, também projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugurada há pouco mais de um ano e já apresenta sinais de abandono. Enquanto a fachada da igreja ainda está conservada, os arredores foram esquecidos pelo governo: os muros mais próximos estão pichados e sujos.

Após passar por três anos em obras e sofrer uma sequência de atrasos, a Catedral de Brasília, também projetada por Oscar Niemeyer, foi inaugurada há pouco mais de um ano e já apresenta sinais de abandono. Enquanto a fachada da igreja ainda está conservada, os arredores foram esquecidos pelo governo: os muros mais próximos estão pichados e sujos.

O governo corre para entregar um dos principais pontos turísticos da capital a tempo da Copa do Mundo. A torre de televisão está fechada para a instalação de elevadores para cadeirantes e de escadas rolantes. O prazo de entrega está atrasado em oito meses. O GDF promete a reabertura em junho – mas as obras ainda estarão incompletas. Ficam para depois a revitalização da estrutura metálica e a criação de um centro de exposições sobre a história da capital.

O governo corre para entregar um dos principais pontos turísticos da capital a tempo da Copa do Mundo. A torre de televisão está fechada para a instalação de elevadores para cadeirantes e de escadas rolantes. O prazo de entrega está atrasado em oito meses. O GDF promete a reabertura em junho – mas as obras ainda estarão incompletas. Ficam para depois a revitalização da estrutura metálica e a criação de um centro de exposições sobre a história da capital.

Por Reinaldo Azevedo

 

Imprensa livre, democracia e lei antiterror. Ou: Estados democráticos têm legitimidade para dizer o que os indivíduos NÃO PODEM fazer. E se fizerem? CANA!

Black blocs em ação: será que isso é permitido na democracia? Resposta óbvia: não!

Black blocs em ação: será que isso é permitido na democracia? Resposta óbvia: não!

Em dezenas de artigos neste blog e na minha coluna na Folha de sexta, acusei a omissão da imprensa e dos jornalistas, que não revelam a seu leitores, telespectadores ou ouvintes que são obrigados a se esconder nas manifestações. Um colete com a palavra “Imprensa” não seria uma boa ideia porque, em vez de proteger o jornalista, a vestimenta o exporia a riscos ainda maiores. Pode até ter a sua eficácia na Síria, não nas ruas de São Paulo ou do Rio. E a omissão continua. Por enquanto ao menos, homenagens à parte, no que concerne à reação dos profissionais de imprensa, Santiago Andrade morreu em vão. Aliás, note-se, em vez da justa indignação, começou foi o coro dos hipócritas do “deixa disso”. Há até alguns e algumas bacanas sugerindo que os jornalistas precisam evitar a reação “corporativista”. E assim é, vocês já perceberam, porque os assassinos de Santiago são dois manifestantes. Imaginem o escarcéu que se faria — e com razão, noto — se tivesse sido morto pela Polícia Militar.

Aliás, reações, estas sim, corporativistas, vimos e ainda vemos quando se trata de apontar o dedo contra as forças se segurança. É possível que um ou outro policiais tenham atirado balas de borracha contra jornalistas porque jornalistas — e, ficando evidenciado, têm de ser punidos porque o artefato deixa de ser dissuasivo para se transformar em arma de ataque. No mais das vezes, no entanto, jornalistas foram feridos no fogo cruzado. Infelizmente, a tal bala ainda é incapaz de distinguir profissões. Como os coleguinhas estão sempre fazendo a cobertura do ponto de vista do “manifestante”, nunca da polícia, a chance de ser atingido é grande. “Ah, está justificando!” Não estou. Digo como são as coisas.

Vejo associações de empresas e de jornalistas cobrando “garantias” à polícia. Quais garantias? O instrumento mais eficaz, nesses casos, é haver a clara identificação dos profissionais de imprensa. Ou deem outro! Mas assim não pode ser porque eles estão com medo — e com razão. No Rio, no dia 13 de junho, policiais foram literalmente linchados. Então a coisa não começou agora, certo? Um grupo foi sitiado na Assembleia, com vândalos dispostos a botar fogo no prédio. Em São Paulo, um coronel da Polícia Militar teve a clavícula quebrada e poderia ter sido morto não fosse a intervenção de homens do serviço reservado. E o coronel estava lá para negociar. Imaginem se esses canalhas cercam um repórter de TV cuja cara é conhecida. Um carro da TV Record foi incendiado — apesar disso, um gigante moral como Paulo Henrique Amorim usa seus dotes momescos para fazer graça com a violência, tripudiando sobre o cadáver de um colega de sua ex-profissão.

Por que a Globo, a Band ou a Record não mandam para as ruas, com a devida identificação no microfone e nas câmeras, seus profissionais conhecidos, justamente os mais experientes e, em tese ao menos, mais aptos a coberturas com esse grau de complexidade? Porque seriam linchados! Ainda que as empresas fossem irresponsáveis o bastante para convocá-los, eles não iriam. Se conhecerem alguns, perguntem a eles se teriam coragem de enfrentar a parada. Não são doidos. Aliás, os repórteres de TV que me leem agora sabem que falo a verdade. As TVs estão recorrendo a estratégias editoriais: o jornalismo atua de modo clandestino, colhendo imagens. Depois, os mais experientes se encarregam de “amarrar” uma reportagem final. E ninguém está se escondendo da polícia. É vergonhoso que isso não tenha sido denunciado ainda:
a: pelas emissoras;
b: pelas associações profissionais de jornalistas;
c: pelas associações profissionais das empresas de comunicação;
d: pela Ordem dos Advogados do Brasil. Esta, então, por intermédio de sua seção no Rio, está, na prática, justificando a violência, como já demonstrei aqui. A atuação da entidade nesse particular tem sido vergonhosa.

Tim Lopes, sim!, mas pior
Mesmo assim, apesar de todas as evidências de que os jornalistas estão sendo caçados nas ruas, prevalecem o silêncio e a reação, esta sim hipócrita, de culpar os dois lados. Por quê? Porque estão todos com medo dos milicianos organizados das redes sociais.

Leio um texto em que se sustenta que Santiago Andrade não pode ser comparada a Tim Lopes porque, nesse caso, os traficantes sabiam quem estavam matando e se tratou de um agressão explícita à liberdade de imprensa. Já a dupla que atacou Santiago, bem, o rojão não estava destinado a ele; teria havido um acidente. A consideração é de uma imoralidade asquerosa. É claro que não era “para ele”. Como confessou um dos agressores, o objetivo era atingir os policiais. E que se note: fosse o morto um fardado, a reação teria sido ainda mais discreta.

Certas ocorrências, ainda que infinitamente menores do que emblemas de tragédias humanitárias, trazem a memória pura da indignidade. Hitler matou seis milhões de judeus. E encontrou um lugar justo na história, sendo cultuado não mais do que por meia dúzia de lunáticos. Stálin responde pela morte de uns 40 milhões na União Soviética — quase nunca, mas também, matava alguém por pertencer a este ou àquele grupos. A vocação homicida do Bigodão era menos seletiva do que a do Bigodinho. É evidente que o Holocausto judeu merece um lugar único na história porque o ódio a uma etnia, a um grupo social, a um povo reveste-se de particular gravidade. Hitler matava judeus porque eram judeus. Mas como explicar que partidos comunistas mundo afora e esquerdistas em penca ainda hoje cultivem a memória de Stálin — e, mais genericamente, do socialismo — como um reformador?

A sobrevivência, diga-se, das ideias de esquerda decorre, em grande parte, desse dar de ombros para os crimes cometidos pelos socialistas. Admite-se, em larga medida, que a violência é um instrumento aceitável da luta política, daí um certo Marcelo Chalreo, presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, ter citado alegremente numa nota — num daqueles momentos em que a ignorância se cruza com a truculência — que “a violência é a parteira da história”. Não se enganem: se as organizações judaicas não fossem tão vigilantes e não se empenhassem, ainda hoje, em lembrar quem foi Hitler e o que foi o nazismo, também essa besta-fera já teria sido reciclada para consumo. Afinal, se “a violência é a parteira da história”, então tudo é permitido. Os canalhas intelectuais que acusam os judeus de alimentar “a indústria do holocausto” deveriam atentar para o mal que fizeram os liberais por não terem alimentado a “indústria do morticínio socialista”.

O caso Santiago Andrade, na verdade, é mais grave do que o de Tim Lopes. Sim, os traficantes sabiam quem estavam matando. Mas notem: Tim estava infiltrado no “movimento”, numa operação que sabia de altíssimo risco, para fazer a denúncia por dentro. Fosse um policial ou religioso, uma vez descoberto, teria morrido do mesmo jeito. É tolice achar que o assassinaram porque era um jornalista. Os facínoras que o mataram não estavam se manifestando contra a liberdade de imprensa. Só não queriam ser denunciados. Duvido que Elias Maluco já tenha pensado a respeito da liberdade de informação ou que chame o jornalismo de “mídia conservadora”, com esgar de nojo. Ele habita outro planeta.

Nestes dias, a coisa é bem diferente.  Fato: a dupla não tentou matar Santiago — o artefato era para a polícia… Mas Santiago pertencia a uma categoria que não pode se identificar e mostrar a cara porque grupos organizados, que odeiam o jornalismo livre, que se manifestam abertamente contra a liberdade de imprensa, não permitem.

Vagabundos financiados
Entrem nas páginas dos black blocs e afins na Internet para ver o que eles pensam da imprensa, que acusam de “distorcer” as reais intenções do seu glorioso “movimento”. A tal “Sininho”, que apareceu como animadora de torcida de depredadores, chamou de “carniceiros” os cinegrafistas que, trabalhando, cobriam o depoimento de Fábio Raposo, um dos assassinos de Santiago. Um de seus amigos apontou o dedo para eles: “Vocês serão os próximos”. Levou uma “camerada” na cabeça de um dos cinegrafistas — um gesto que mereceu o meu aplauso. Simples assim.

Façam um exercício: comparem o que os black blocs e outros violentos dizem do jornalismo livre com o que vai em páginas do subjornalismo governista-petista, financiadas pelo governo federal e por estatais. O texto é o mesmo. As acusações são as mesmas. A mesma é a vocação persecutória. O que os facinorosos que matam pessoas pensam do jornalismo não é diferente da pregação de Franklin Martins. Não é diferente do que dizem os documentos da Executiva Nacional do PT.

Em razão de tudo o que expus até aqui, escrevi assim na minha coluna de sexta na Folha:
(…)
Eu acuso Franklin Martins de ser o chefe de uma milícia oportunista contra a imprensa livre.
Eu acuso o governo federal e as estatais, que financiam páginas e veículos que pregam o ódio ao jornalismo independente, de ser corresponsáveis por essa morte.
Eu acuso o ministro José Eduardo Cardozo de ser, querendo ou não, na prática, um dos incitadores da desordem.
Eu acuso o ministro Gilberto Carvalho de especular com o confronto de todos contra todos.
Eu acuso jornalistas de praticar a sujeição voluntária porque se calam sobre o fato de que são caçados nas ruas pelos ditos “ativistas” e obrigados a trabalhar clandestinamente.
Eu acuso empresas e jornalistas de se render a milicianos das redes sociais e de se preocupar mais com “o que elas vão dizer de nós” do que com o que “nós temos de dizer a elas”.
Eu acuso uns e outros de se deixar pautar por dinossauros com um iPad nas patas.
(…)

A lei anterrorismo
O Brasil não tem uma lei antiterrorismo. Não posso afirmar com absoluta certeza porque não fiz o levantamento em todos os países do mundo, mas certamente é dos poucos a ter esse vazio legal. O Chile tem. A Colômbia tem. Os EUA têm. A Alemanha, a França, a Itália e Inglaterra têm. Ah, sim, a Venezuela, Cuba e China também — nesses três casos, diga-se, tão apreciados pelas nossas esquerdas, basta defender a democracia para ser enquadrado como terrorista.

Setores da imprensa brasileira já detonaram o Projeto de Lei do Senado nº 499 SEM LER. A íntegra está aqui. Como é óbvio, não pune manifestantes ou tolhe a liberdade de expressão. Pune com severidade quem infunde terror em massa e quem ataca instalações e bens públicos, incluindo meios de transporte, pondo em risco a segurança de milhares de pessoas. Aliás, a Lei de Segurança Nacional, a 7.170, que está em vigor, poderia já ter mandado para a cadeia alguns dos bandidos que estão por aí aterrorizando as pessoas.

A esquerda do PT saiu gritando contra o Projeto de Lei do Senado. Imediatamente, algumas vozes do jornalismo resolveram fazer eco à gritaria. Confunde-se a violência terrorista com simples distúrbios; confunde-se a repressão ao terror com o cerceamento à liberdade de expressão, o que é, obviamente, um absurdo.

É evidente que o estado brasileiro não pode definir O QUE SE PODE FAZER NUMA MANIFESTAÇÃO, O QUE SE PODE DIZER, O QUE SE PODE REIVINDICAR. Mas o estado tem legitimidade para definir, sim, O QUE NÃO SE PODE FAZER: explodir bombas, recorrer a coquetéis molotov, incendiar ônibus, infundir terror nas ruas e em aparelhos públicos, o que pode pôr em risco a segurança de milhares.

Só a mais escancarada má-fé ou a burrice mais saliente podem confundir o ataque a direitos fundamentais de todos os indivíduos como um pressuposto da liberdade de manifestação de alguns indivíduos. Não se trata de ser “progressista” ou “reacionário”, mas de admitir ou não o  crime como instrumento de luta política.

Por Reinaldo Azevedo

 

Zavascki e Barroso vão decidir o tempo de cadeia das estrelas do mensalão

O Supremo começa a votar na quinta-feira os embargos infringentes. É uma nova votação, não um novo julgamento. Os advogados de defesa encaminham seus argumentos aos ministros e têm 15 minutos para defender seu ponto de vista. Mas não podem apresentar testemunhos ou álibis novos ou desqualificar provas que serviram à condenação.

A questão principal diz respeito à formação de quadrilha. Para os ministros do Supremo que absolveram desse crime José Dirceu, Delúbio Soares e José Genoino, a quadrilha só existe quando há um grupo estruturado, permanente, organizado para delinquir, com distribuição de tarefas e uma hierarquia. Já a coautoria não. Ela é apenas eventual. Um grupo pode cometer um crime e se desfazer depois. Os advogados dirão que seus clientes são apenas coautores.

Será que os mensaleiros serão bem-sucedidos? Tudo indica que sim.

Tome-se o caso de José Dirceu: recebeu quatro votos absolvendo-o de formação de quadrilha. Qual será o papel do relator — no caso, Luiz Fux? Ele pode recusar a argumentação da defesa, julgando-a descabida, defendendo o resultado do julgamento, ou aceitá-la, votando, então, pela absolvição. Aí os demais ministros se posicionam. Só para lembrar: não pode haver revisão de pena, por exemplo. Ou se mantém a condenação ou se absolve.

Dirceu foi absolvido do crime de quadrilha por quatro ministros, que permanecem na Corte: Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli, Rosa Weber e Cármen Lúcia. Cinco dos seis que o condenaram também continuam lá: Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Celso de Mello.

Se todos mantiverem seus respectivos votos, o placar começa com 5 a 4 contra Dirceu. A decisão ficará com os dois mais recentes ministros da casa: Teori Zavascki e Roberto Barroso. Zavascki já deu a entender mais de uma vez que discorda da condenação por quadrilha. Então já se pode dar  como certo um empate: 5 a 5. Barroso já afirmou mais de uma vez que considerou o Supremo severo demais no julgamento do mensalão. O mais provável, então, é que Dirceu, condenado por 6 a 4 na primeira votação, seja agora absolvido do crime de quadrilha por 6 a 5.

Delúbio Soares e José Genoino estão em situação idêntica, também pelo crime de quadrilha.

O caso de João Paulo Cunha começa diferente, mas termina igual. Ele foi condenado por corrupção passiva, peculato e formação de quadrilha. Neste último crime, a condenação se deu por 6 a 5. Dos que o absolveram, quatro continuam no tribunal: Lewandowski, Rosa Weber, Dias Toffoli e Marco Aurélio. Dos seis que o condenaram, cinco continuam: Joaquim Barbosa, Luiz Fux, Cármen Lúcia, Gilmar Mendes e Celso de Mello. Se ninguém mudar de ideia, o placar contra ele começa com 5 a 4: também ele precisará do voto dos dois novos ministros, que não participaram da primeira votação: Teori Zavascki e Roberto Barroso.

Para arrematar: os ministros não estão obrigados a repetir o voto da primeira rodada. Em tese ao menos, ministro que antes condenou pode absolver, mas quem absolveu também pode condenar, o que dificilmente aconteceria porque os embargos infringentes são um recurso da defesa e não faria sentido o réu ser prejudicado por uma mudança de voto contra si.

O resumo da ópera é o seguinte: o mais provável é que Dirceu, Genoino e Delúbio se livrem do crime de quadrilha, cumprindo pena só por corrupção ativa, e que João Paulo se livre do crime de lavagem de dinheiro, permanecendo preso por peculato e corrupção passiva. Mas todos em regime semiaberto.

Assim, os que apostaram na enrolação de olho na mudança de composição do tribunal foram ao menos parcialmente bem-sucedidos. É claro que essa possível mudança de placar só se dará em razão da decisão desastrosa do STF, que, por 6 votos a 5 (com o desempate decidido por Celso de Mello),  declarou a sobrevivência dos embargos infringentes.

Por Reinaldo Azevedo

 

Os que estão nas ruas na Venezuela querem é democracia; os black blocs no Brasil são é bandidos

Milhares de estudantes voltam às ruas na Venezuela (Foto: Christian Veron/Reuters)

Milhares de estudantes voltam às ruas na Venezuela (Foto: Christian Veron/Reuters)

Recebi aqui de um leitor um arrazoado bastante capenga, afirmando que uso “dois pesos e duas medidas” para avaliar os protestos na Venezuela e no Brasil. Eu seria favorável às manifestações lá e contrário aqui. Pra começo de conversa, peço um favor: vamos usar a expressão com correção. O certo para indicar o que o rapaz tentou dizer é “um peso e duas medidas” — porque desequilibraria a balança, entenderam? Quem diz que o outro usa “dois pesos e duas medidas” só o está acusando de ter sido justo… Não sei se me fiz entender. Mas sigamos.

A Venezuela, técnica e praticamente, é uma ditadura, e o Brasil, felizmente, é uma democracia plena. Ainda é, e vamos lutar para que continue assim. Neste domingo, milhares de estudantes voltaram às ruas de Caracas para protestar contra o governo e contra encapuzados que têm se infiltrado nas manifestações — aquelas, sim, pacíficas — para promover a violência e o caos. Uma nova convocação foi feita para esta segunda.

Na semana passada, três pessoas morreram a tiros em manifestações de rua, dezenas ficaram feridas, e há nada menos de 200 presos — três deles são jornalistas. Os tumultos foram promovidos, já está mais do que claro, por milícias chavistas armadas, que se infiltraram entre os que protestavam para promover o quebra-quebra e a depredação. Isso forneceu ao ditador Nicolás Maduro o pretexto para uma onda repressiva sem precedentes, com ordem para prender políticos de oposição. Um deles, Leopoldo López, está foragido, e a polícia o caça país afora. Maduro o acusa, acreditem, de terrorismo e de tramar um golpe no país. É um lunático. Neste domingo, anunciou a expulsão de três diplomatas americanos, que, segundo ele, estariam envolvidos em conspiração. É o velho truque dos malandros latino-americanos: quanto tudo vai mal, basta culpar os EUA.

Maduro é ditador mesmo tendo sido eleito? É. Para começo de conversa, foram eleições sujas, feitas sob a ação terroristoide das milícias e sem que a oposição tivesse acesso à televisão — hoje um monopólio estatal. As TVs oficiais, diga-se, se negaram a transmitir os protestos. Nota à margem: o marqueteiro que fez a campanha de Maduro é João Santana, o mesmo que cuidou da reeleição de Lula, da primeira campanha de Dilma e que vai agora se encarregar da segunda.

O presidente da Venezuela tem traços claros de psicopatia. Diz conversar com passarinhos, que lhe transmitiriam mensagens de Hugo Chávez, e vê a imagem do ditador morto em rebocos de parede. Seria só um bufão folclórico se não estivesse conduzindo a nação para o caos. A Venezuela é hoje um dos países mais violentos do mundo. Em Caracas, há mais de 100 homicídios por 100 mil habitantes. No Brasil, com toda a escandalosa violência, são 26 — em São Paulo, 10,5. Isso dá conta do que vai pelas ruas da capital venezuelana.

A economia está destruída: de comida a papel higiênico, falta tudo nas prateleiras dos supermercados — inclusive daqueles estatais, criados pelo modelo chavista para supostamente garantir o abastecimento. A inflação no país é a mais alta da América Latina: se a nossa foi de 5,91% em 2013, a venezuelana foi de 56,2% — 8 vezes e meia a mais.

Os estudantes que vão às ruas na Venezuela se insurgem contra um país em que a liberdade de expressão é limitada, o Judiciário e o Parlamento estão submetidos às gangues chavistas, o tal “Socialismo do Século XXI” condena a população à miséria e ao atraso, e líderes da oposição estão sendo encarcerados. Mesmo o jornalismo impresso, mais independente, sofre terríveis pressões porque o governo ameaça cortar a cota de papel.

Assim, comparar os protestos que ocorrem lá com os que ocorrem aqui, como querem fazer alguns, é uma tremenda bobagem. Os critérios com que se avaliam as lutas contra uma ditadura não podem servir de baliza para manifestações de descontentamento num regime democrático. De resto, os estudantes venezuelanos promovem protestos realmente pacíficos e saíram às ruas neste domingo justamente para repudiar a violência, obra de delinquentes a serviço do governo.

Um lamento adicional é saber que, desrespeitando o protocolo do Mercosul — que não aceita governos ditatoriais —, Dilma Rousseff e Cristina Kirchner, presidente da Argentina, promoveram a entrada da Venezuela no bloco. O Brasil decidiu ser sócio de um governo que censura a imprensa, prende opositores e mata seu próprio povo.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo

Em campanha

Tudo pronto para a campanha

Rodando o país

Na sexta-feira, Lula esteve em Minas Gerais para o lançamento da candidatura de Fernando Pimentel ao governo. Fez campanha como faria Dilma Rousseff.

Hoje, Dilma passa o dia em Minas Gerais naquele estilo de governante-fazendo-campanha, ou seja, participando de formatura de alunos e entregando retroescavadeiras para prefeitos.

A dobradinha de campanha já está funcionando a todo vapor.

A propósito, além dessa viagem de hoje, Dilma vai nesta semana a  Teresina, Maceió e Caxias do Sul  na base do governante-fazendo-campanha. A energia do Brasil pode estar acabando, a de Dilma aparentemente, não.

Por Lauro Jardim

 

Brasil

Térmicas a todo o vapor

Termelétricas em ação

Termelétricas em ação

O governo autorizou para a semana que se inicia o acionamento de 16 026 megawatts-hora a partir da geração de termelétricas. Trata-se de um recorde histórico – ou para ficar na frase que Lula imortalizou: nunca antes neste país…

Em fevereiro, até ontem, o acionamento das termelétricas  foi de 14 976 megawatts-hora, o que representa 22% de toda energia consumida no país.

O próprio governo  prevê oficialmente que fechará o mês com o segundo pior fevereiro dos últimos 84 anos nos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste. Nos reservatórios do Nordeste, será o pior fevereiro desde 1931.

Choveu no final de semana. Que tenha chovido nos lugares certos. Agora, o governo conta mesmo é com a boa vontade de São Pedro e do pensamento positivo do Cacique Cobra Coral.

Por Lauro Jardim

 

Judiciário

A exemplo de Dilma

dilma

Servindo de inspiração

Uma advogada de São Paulo embasou seu pedido de habeas corpus ao STJ com a trajetória de Dilma Rousseff durante luta armada. Os ministros negaram o recurso.

A advogada acusa um grupo de policiais de lhe negarem o direito ao pleno exercício da profissão por causa de seu passado. Em 1974, ela foi acusada pelo DOPS de corrupção de menores, subversão política e posse de remédios controlados. Acabou condenada apenas por possuir os tais medicamentos e ficou presa por sete meses.

Anos mais tarde, já formada pela USP, em 2011, a advogada diz que um delegado da cidade de Paulínia, interior de São Paulo, a impediu de obter as informações de um inquérito policial envolvendo um de seus clientes. Segundo ela, a razão era sua ficha criminal.

Os policiais, por sua vez, afirmam que a advogada teve acesso ao documento, mas só não pôde retirá-los por não haver na ocasião um agente público para acompanhá-la. Resultado: a processaram por denúncia caluniosa. A briga chegou ao STJ.

Para engrossar sua defesa, a advogada achou uma boa dar o exemplo de Dilma e, como argumento de sua tese, escreveu:

- Em 1970, Dilma Rousseff foi presa e condenada a seis anos de prisão, por assalto a banco e terrorismo, tendo ficado presa durante três anos. Em 2010, Dilma foi eleita Presidente da República Federativa do Brasil, com poderes para nomear ministros de Tribunais Superiores, Procurador-Geral da República, além de ser Comandante Supremo das Forças Armadas. A folha de antecedentes criminais de Dilma não impediu que ela se elegesse e assumisse a Presidência.

Não colou…

Por Lauro Jardim

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Fonte:
Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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