Pobre Venezuela! Terá de piorar muito antes de melhorar!

Publicado em 19/02/2014 11:43 e atualizado em 24/04/2014 15:15
por Reinaldo Azevedo, de veja.com.br

OS ESQUIZOFRÊNICOS – Enquanto Dilma dizia em Alagoas que pode chamar as Forças Armadas para manter a lei e a ordem, Gilberto Carvalho, em Brasília, incentivava a baderna e a luta contra… a lei e a ordem!

Carvalho, o gravata vermelha: discurso desta quarta incentiva a baderna

Carvalho, o gravata vermelha: discurso desta quarta incentiva a baderna

Sempre que, no Brasil, governantes anunciam que pretendem cumprir a lei, sinto-me algo pacificado. Quando, então, eles o fazem, chego quase a ficar contente. Só não sou tomado de alegria genuína porque não há como não achar estúpido que o cumprimento da lei no país seja notícia. Entenderam a ironia da coisa?

Em entrevista a rádios de Alagoas, a presidente Dilma Rousseff afirmou, nesta quarta, que, se preciso, poderá recorrer às Forças Armadas para conter eventuais distúrbios. Afirmou: “A Polícia Federal, a Força Nacional, a Polícia Rodoviária, enfim, todos os órgãos do governo federal estão prontos e orientados para agir dentro de suas competências. Se e quando for necessário, nós mobilizaremos também as Forças Armadas”.

A afirmação está gerando certo barulho, como se houvesse nisso algo de excepcional. Ora, ora, ora… Absurdo, isto sim, é o clima de insurreição e revoltada que certos cretinos pretendem emprestar a movimentos de reivindicação. Uma presidente da República afirmar que vai apelar a um dispositivo constitucional não deveria surpreender ninguém. Só está anunciando que, se necessário, fará cumprir o Artigo 142 da Constituição, a saber:
“Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.”

O que vai acima é claro, inequívoco, não permite ambiguidades: as Forças Armadas podem atuar também na segurança interna, na garantia da “lei e da ordem”. Assim, se as respectivas Polícias Militares dos estados se mostrarem incapazes de garantir a segurança, a Constituição da República Federativa do Brasil diz o que fazer. Bem, eu prefiro uma presidente que cumpra a Carta Magna a uma que não cumpra, não é? Eu prefiro uma presidente que siga as leis a uma que as ignore. Esta que falou em Alagoas cumpre o que dela se espera. Aquela que recebeu o MST no dia seguinte à pancadaria fez o que não devia e incentivou a violência.

É claro que essa conversa de Forças Armadas busca criar alguma intimidação e envia um recado aos extremistas: se passarem da medida, a mão pode pesar — segundo, reitero, o que determina a Constituição.

Nada disso precisaria estar sendo dito, e o anúncio de que a Constituição será cumprida seria uma desnecessidade se o governo Dilma não tivesse sido entre palerma e irresponsável diante das chamadas manifestações. Foi palerma porque tardou — e ainda é confuso a respeito — a deixar claro que a desordem não seria tolerada — e ela está sendo, como sabem. E foi irresponsável porque, por intermédio de alguns ministros, não resistiu à tentação de incentivar a bagunça. E como não falar de Gilberto Carvalho?

Discurso irresponsável
Carvalho participou nesta quarta de um evento no Ministério da Justiça sobre mediação de conflitos fundiários e urbanos. E, segundo informa a Folha, saiu-se com esta conversa:

 fala de Carvalho desordem

Carvalho está apelando à velha arenga marxista sobre a falta de neutralidade do estado, que estaria, então, a serviço de uma classe e dos interesses estabelecidos. Ora, isso é música para os ouvidos da turma do pega-pra-capar. Mais: notem o tom da fala. Um ministro de estado lamenta que o governo seja obrigado a cumprir a lei — e, como se sabe, cumpre mal e porcamente.

É compreensível que as áreas do país afeitas à pasta de Carvalho passem a impressão de que o país está à beira da insurreição — vejam, por exemplo, os confrontos entre produtores rurais e índios.

Este senhor, não faz tempo, tentou fazer dos rolezinhos uma espécie de ensaio de guerra racial no país. É por isso que afirmei em coluna recente que Carvalho é aquele que especula com a guerra de todos contra todos.

Então ficamos assim: enquanto, em Alagoas, Dilma dizia que pode, se necessário, chamar as Forças Armadas, em Brasília, Carvalho incentivava a baderna, demonizado o estado, a lei e a ordem.

Mas Dilma deve achar bom e correto. Ou não o manteria no ministério, certo?

Por Reinaldo Azevedo

 

Pobre Venezuela! Terá de piorar muito antes de melhorar!

Pobre Venezuela! Terá de piorar muito antes que melhore! Sofrerão mais, como sempre, os pobres e os vulneráveis. O leitor fique atento: tudo aquilo que as esquerdas reivindicam por aqui — inclusive as esquerdas do PT — foi rigorosamente cumprido na Venezuela: a radiodifusão foi estatizada; o estado decide plenamente os rumos da economia e determina o preço até do papel higiênico; os produtores rurais foram considerados sabotadores do socialismo, e o país praticamente parou de produzir alimentos; a esmagadora maioria dos pobres vive da caridade oficial disfarçada de programas de redistribuição de renda; o Poder Judiciário obedece às determinações do bando chavista, reunido num partido; leis eleitorais restritivas impedem que a oposição dispute a eleição em igualdade de condições com as forças do governo, e os pleitos nada mais são do que simulacros de eleições livres; há milícias ditas “populares” armadas, que mataram pelo menos três pessoas em manifestações recentes; mesmo o jornalismo impresso vive sob o chicote do governo, que controla o papel.

Observem como não há forças de esquerda no Brasil — pouco importa a sua coloração — que critiquem o modelo venezuelano. Se, por aqui, PSOL e PT vivem às turras para disputar fatias da opinião de esquerda, no que concerne à Venezuela, estão todos juntos. Tanto uns como outros sabem que o que se tenta construir por lá é “socialismo pela via eleitoral”, como se isso fosse possível. Como não é, o resultado é o que vemos.

A Venezuela quebrou, foi para o vinagre. A economia do país está destroçada. Os canais políticos de representação desapareceram. O esforço sistemático do chavismo para eliminar seus adversários acabou dando resultado: uma parte enorme da população se tornou estrangeira no seu próprio país. O poder se sustenta ainda na caridade oficial e se ancora em milícias armadas e nos setores mais corruptos das Forças Armadas, comprovadamente ligados ao tráfico internacional de drogas.

O país não está muito pior do que na reta final de Chávez. Mas agora não há nem mesmo a força encantatória (para quem se encantava, claro!) do “líder”. Nicolás Maduro é só um bronco, que tem o carisma de um joelho de porco. E exibe traços evidentes de psicopatia. Antevi certa feita que Chávez ainda terminaria amarrado em praça pública, pelos pés, como um Mussolini latino-americano. O destino se encarregou dele primeiro. Se Maduro continuar nessa toada, é o que acontecerá com ele — embora rescenda a certa covardia; talvez fuja primeiro.

Não custa lembrar: não fossem a fraude e a impossibilidade das oposições de ter acesso aos meios de comunicação, Maduro teria perdido a eleição.

A prisão do líder oposicionista Leopoldo López indica que as chances de haver uma saída política estão se estreitando. Reitero que qualquer tentativa de estabelecer conexões entre o que se passa na Venezuela e o que se dá no Brasil é uma tolice. Se a relação existe, é de contraste: os que hoje vão às ruas naquele país lutam justamente contra forças similares que tentam promover por aqui a baderna porque querem que os esquerdistas que estão no poder sejam ainda mais radicais.

Os estudantes venezuelanos, ao contrário, estão pedindo democracia, economia de mercado, instituições republicanas, respeito aos direitos individuais, pluralidade política e civilidade — tudo aquilo que a esquerda é incapaz de garantir porque não reconhece tais valores.

Por Reinaldo Azevedo

 

Delinquência chavista continua – Estudante de 22 morre com um tiro na cabeça durante protesto na Venezuela

ASSASSINATO VENEZUELA

Na VEJA.com. Volto no próximo post.
Uma jovem estudante venezuelana de 22 anos morreu nesta quarta-feira após ser baleada na cabeça durante uma manifestação contra o governo de Nicolás Maduro na terça-feira, informou a agência de notícias Reuters. Segundo o jornal La Nación, Génesis Carmona (foto), aluna de Marketing da Universidade Tecnológica do Centro, no Estado de Carabobo,também era modelo e foi eleita, no ano passado, Miss Turismo de Carabobo. Ela foi levada ao hospital em uma motocicleta e chegou a ficar internada em coma. Mas, de acordo com a família, a estudante não resistiu aos graves ferimentos.

Carmona é a quinta vítima fatal decorrente dos protestos contra o governo venezuelano. Na terça-feira, um estudante morreu após ser atropelado por um veículo da companhia estatal Petróleo de Venezuela S.A. (PDVSA). Outras três mortes foram registradas na última quarta.

Carmona participou nesta quarta de uma marcha em Valência, cidade a 170 quilômetros de Caracas, para apoiar o líder da oposição Leopoldo López, que foi preso em Caracas em meio a um clima de forte tensão no país. Em determinado momento, um grupo de motoqueiros armados invadiu a área em que a jovem e seus companheiros protestavam pacificamente e começou a atirar, disseram testemunhas.

Nove jovens foram atingidos pelos disparos, mas apenas Génesis corria o risco de morrer. Médicos da clínica Guerra Mendez disseram que a bala estava alojada na parte traseira do crânio da jovem. Um edema formado pelo trauma dificultava uma intervenção cirúrgica.Segundo o jornal argentino, a notícia da miss baleada foi ignorada pelos meios de comunicação do governo venezuelano, mas correu rapidamente através do Twitter e outras redes sociais. Fotos e vídeos de Génesis sendo socorrida e carregada foram compartilhados para criticar a violência das milícias que defendem o governo e pedir doação de sangue para a estudante.

Por Reinaldo Azevedo

 

Governo Dilma é cúmplice de uma ditadura assassina

O governo petista escreve mais uma página indigna da história da política externa do país nos últimos 11 anos. Milícias chavistas estão caçando a bala manifestantes que vão às ruas, de forma pacífica — não há black blocs por lá —, cobrar democracia, liberdade e segurança. Governado por Nicolás Maduro, um sujeito demencial, o país vai mergulhando no caos. Nesta quarta-feira, mais uma estudante foi morta, desta feita com tiro na cabeça. Trata-se de Génesis Carmona, que tinha 22 anos e era aluna de marketing da Universidade Tecnológica do Centro, no Estado de Carabobo.

O governo Dilma está em silêncio. Diz que a sua posição é aquela expressa numa nota oficial do Mercosul, um texto que é acintoso, chegando a ser debochado. Atenção: a Venezuela ocupa a presidência rotativa do bloco econômico, e o comunicado que veio a público parece ser um despacho do governo Maduro. É vergonhoso! O texto diz repudiar a violência, mas acusa “as ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como uma ferramenta política”. É uma vigarice! Os únicos manifestantes violentos do país hoje são as milícias chavistas, que atuam em defesa do governo Maduro. A violência é promovida, financiada e incentivada pelo governo.

O PT destruiu a tradição de independência de nossa política externa, que não se deixou pautar pela ideologia antes da chegada do partido ao poder. O Brasil conseguia manter um bom equilíbrio entre o pragmatismo e princípios que são a base da civilização. Lembro que, em plena ditadura militar, o país esteve entre os primeiros que reconheceram a independência de Angola e Moçambique, por exemplo, que fizeram revoluções socialistas, cuja ideologia era avessa ao regime aqui vigente.

A independência acabou. Não há ditadura escancarada ou mascarada — Cuba ou Irã, para citar um caso de cada — que não mereça o endosso e o apoio do governo petista. A entrada da Venezuela no Mercosul, leitores, patrocinada por Dilma e Cristina Kirchner, a doida que governa a Argentina, já foi um acinte e descumpriu o protocolo do Mercosul.

Provo o que digo. Não se trata de mera opinião. Existe uma coisa chamada Protocolo de Ushuaia. Estabelece as condições para que um país possa ou não ser aceito no Mercosul. Leiam estes artigos:

ARTIGO 1
A plena vigência das instituições democráticas é condição essencial para o desenvolvimento dos processos de integração entre os Estados Partes do presente Protocolo.

FATO: A Venezuela é uma ditadura, em que não existe liberdade de imprensa e liberdade de manifestação.

No caso de haver ruptura da ordem democrática, o Artigo 5 estabelece o seguinte:
ARTIGO 5
“(…) desde a suspensão do direito de participar nos diferentes órgãos dos respectivos processos de integração até a suspensão dos direitos e obrigações resultantes destes processos.”

Quando Dilma e Cristina aceitavam a Venezuela, já desrespeitaram o Artigo 4 do acordo. Agora, quando o governo Maduro, por meio de suas milícias, sai matando manifestantes, o que se está desrespeitando é o Artigo 5.

Não custa lembrar que Dilma patrocinou a suspensão do Paraguai do Mercosul porque o Congresso desse país depôs, segundo as regras legais e constitucionais, o então presidente Fernando Lugo — aquele padreco que fez uma penca de filhos quando ainda usava batina… Afinal, Lugo era um amiguinho do PT, e o governo brasileiro considerou que a sua deposição, mesmo sendo legal, era inaceitável. Com a Venezuela, dá-se o contrário: mesmo o país ignorando os princípios do Mercosul, foi aceito no grupo e, no momento, é quem o preside. Mais: a violência conta com o apoio do governo brasileiro.

O Planalto é hoje cúmplice de uma ditadura assassina.

*
Segue a nota asquerosa do Mercosul

Os Estados membros do Mercosul, diante dos recentes atos violentos na irmã República Bolivariana da Venezuela e as tentativas de desestabilizar a ordem democrática, repudiam todo o tipo de violência e intolerância que busquem atentar contra a democracia e suas instituições, qualquer que seja sua origem.

Reiteram seu compromisso com a plena vigência das instituições democráticas e, neste contexto, rejeitam as ações criminosas de grupos violentos que querem espalhar a intolerância e o ódio na República Bolivariana da Venezuela como uma ferramenta política.

Expressam seu mais forte rechaço às ameaças de ruptura da ordem democrática legitimamente constituída pelo voto popular e reiteram a sua posição firme na defesa e preservação das instituições democráticas, de acordo com o Protocolo de Ushuaia sobre compromisso democrático no Mercosul (1998).

Sugerem que as partes a continuem a aprofundar o diálogo sobre as questões nacionais, dentro do quadro das instituições democráticas e do Estado de direito, como tem sido promovido pelo presidente Nicolás Maduro nas últimas semanas, com todos os setores da sociedade, incluindo parlamentares, prefeitos e governadores de todos os partidos políticos representados.

Finalmente, expressam suas sinceras condolências às famílias das vítimas fatais, resultado dos graves distúrbios causados, e confiam totalmente que o governo venezuelano não descansará no esforço para manter a paz e plenas garantias para todos os cidadãos.

Por Reinaldo Azevedo

 

Estou prestes a acusar também o secretário José Mariano Beltrame de prevaricação no caso do delegado Zaccone

A Corregedoria da Polícia Civil do Rio decidiu ouvir o delegado Orlando Zaccone, titular da 31a DP do Rio. Salvo melhor juízo e se não perdi nada, a sua função é reprimir o crime, não festejar o que quer que seja em companhia de criminosos ou de apologistas do crime. Mais: se está num ambiente decorado com as provas materiais de um ato criminoso, a sua obrigação é intervir e fazer cumprir a lei.

Todo pimpão, ele diz não ver a hora de se explicar à corregedoria. O eixo central de sua argumentação é o seu direito de participar, como cidadão, de causas que acha justas etc. e tal. No limite, poderá apelar até à liberdade de expressão. Uma ova!

A premiação “Molotov de Ouro” para o melhor ato de vandalismo, festa de que o delegado confessadamente participou em novembro — e, segundo diz ele, com orgulho —, foi uma celebração de crimes. Mas não foi apenas uma celebração retórica, não. Vejam isto:

Manequim Toulon

Esse é um manequim da Toulon, que tinha sido roubado da loja que havia sido saqueada no Leblon. O produto, pois do roubo estava lá. Essa imagem foi extraída de uma falsa página de humor, que faz a apologia dos blak blocs e do vandalismo. A imagem aparece com a seguinte legenda: “Manequim vandalizado da Toulon chegou com traje de gala, mas não falou com os jornalistas”.

Será que o delegado Zaccone não viu? Impossível. A mesma página dá com destaque esta outra foto, demonstrando que o produto da depredação, do saque, do roubo, foi, digamos, personagem central do evento. A legenda que acompanha a imagem é esta: “Manequim da Toulon faz discurso de agradecimento. O silêncio do ser inanimado emocionou a plateia presente”. Sabem a quem a foto é atribuída? À tal “Mídia NINJA” — sim, aquela de Pablo Capilé.

Manquim Toulon 2

Então…
Então o delegado Orlandio Zaccone estava num evento em que um produto roubado era o centro das atenções, merecendo a premiação máxima, e ele não fez nada? No mínimo, dava para enquadrar os entusiasmados no crime de receptação de produto roubado, Artigo 180 do Código Penal, a saber:
Art. 180 – Adquirir, receber, transportar, conduzir ou ocultar, em proveito próprio ou alheio, coisa que sabe ser produto de crime, ou influi para que terceiro, de boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.

Isso na hipótese de não ter havido a confissão da depredação e do roubo, claro! Considerando a associação permanente dessa gente pra delinquir e a óbvia distribuição de tarefas entre elas, cabe também enquadrar a turma em formação de quadrilha, Artigo 288. Transcrevo:
Art. 288. Associarem-se 3 (três) ou mais pessoas, para o fim específico de cometer crimes: Pena – reclusão, de 1 (um) a 3 (três) anos.
Parágrafo único. A pena aumenta-se até a metade se a associação é armada ou se houver a participação de criança ou adolescente.
Art. 288-A. Constituir, organizar, integrar, manter ou custear organização paramilitar, milícia particular, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos neste Código:
Pena – reclusão, de 4 (quatro) a 8 (oito) anos.

O delegado estava, confessadamente, presente à festa. Já negou a sua primeira versão e deixou claro, em texto veiculado na Internet, que não esteve lá por acaso. Era um convidado. O produto do saque, do roubo, decorava o evento. Ele não fez nada. Prevaricou.

E estou a um passo de acusar de prevaricação também o ilustríssimo secretário de Segurança Pública do Rio, o senhor José Mariano Beltrame. A esta altura, já deveria ter chamado o seu subordinado para convidá-lo a fazer a identificação dos promotores de uma festa decorada com produtos sabidamente roubados.

Ah, sim: abaixo, a imagem do tal “Molotov de Ouro”, celebrando o crime. Não, senhores! Não se tratava de uma piada. Esse coquetel pode ser de mentirinha, mas ele celebrava os coquetéis de verdade..

 Manqueim Toulon Molotov de ouro

Por Reinaldo Azevedo

 

Petrobras abre auditoria para apurar denúncias de propina a funcionários

Na VEJA.com:
A Petrobras abriu auditoria interna para investigar denúncias de pagamento de propina a funcionários e intermediários da estatal por funcionários da empresa holandesa SBM Offshore, a maior fabricante de plataformas marítimas de exploração de petróleo do mundo. Um investigação interna da SBM apontou que servidores da companhia brasileira teriam recebido pelo menos 30 milhões de dólares para favorecer contratos com a holandesa.

A presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, afirmou nesta terça-feira que a auditoria foi aberta na semana passada e terá um prazo de trinta dias para apresentar os primeiros resultados. Nesse período, afirmou Graça, a chefia da estatal não se pronunciará sobre o assunto. Graça falou a jornalistas durante evento de assinatura de parceria entre a Petrobras e a equipe Williams de F-1.

O relatório de denúncia, assinado apenas por FE (ex-funcionário, na sigla em inglês), acusa a SBM de pagar 250 milhões de dólares em propinas a autoridades de governos e de estatais de vários países, incluindo o Brasil. O esquema de corrupção no Brasil, de acordo com a investigação interna, era comandado pelo empresário Julio Faerman, um dos mais influentes lobistas do setor e dono das empresas Faercom e Oildrive. Ele assinava contratos de consultoria com a SBM que serviam para repassar o dinheiro de propina para diretores da Petrobras. Essas consultorias previam o pagamento de uma “comissão” de 3% do valor dos contratos celebrados entre a SBM e a Petrobras — 1% era destinado a Faerman e 2% a diretores da petrolífera brasileira.

Uma troca de e-mails entre três diretores da SBM, que faz parte da investigação, traz minutas confidenciais da Petrobras e faz referência a uma reunião com um enge­nheiro-chefe da empresa, José Antônio de Figueiredo, para tratar da renovação do aluguel de uma plataforma de petróleo sem ter de passar por licitação. Figueiredo, funcionário de carreira da Petrobras há 34 anos, trabalhava no departamento de compras internacionais na gestão de José Sergio Gabrielli na presidência da empresa (2005-2012). Em maio de 2012, já sob o comando de Graça Foster, foi promovido a diretor de Engenharia, Tecnologia e Materiais e membro do conselho de administração.

Na segunda-feira a Controladoria-Geral da União (CGU) pediu à Petrobras “informações iniciais” sobre as providências tomadas pela empresa e os contratos firmados com a holandesa SBM Offshore. Depois de destaque na imprensa internacional, o caso chegou ao Brasil na semana passada. “A CGU, diante das notícias a esse respeito na imprensa internacional, já solicitou à Petrobras informações iniciais a respeito de providências eventualmente tomadas pela empresa ou em vias de o serem, bem como sobre quaisquer contratos com a SBM Offshore. Após receber e analisar esses elementos, a CGU decidirá sobre a necessidade, ou não, de outras providências”, diz o órgão em nota.

Por Reinaldo Azevedo

 

Mais uma evidência escancarada da parceria do PSOL com os black blocs. Ou: A fachada politicamente correta da truculência

Faces doces da truculência 1 - Marcelo Freixo: o queridinho dos socialistas do Leblon

Faces doces da truculência 1 – Marcelo Freixo: o queridinho dos socialistas do Leblon

Como a Fada Sininho do Peter Pan — para lembrar mais uma vez texto de Diogo Mainardi —, pessoas que se dizem, ou são ditas, intelectuais, colunistas e artistas se esforçam para dissociar o PSOL dos atos violentos dos black blocs. O esforço é asqueroso porque, para defender a sua tese mentirosa, sustentam que houve e está havendo uma superexploração da morte do cinegrafista Santiago Andrade. Pois bem, leiam a reportagem anterior.

Em setembro, durante o movimento Ocupa Câmara, no Rio, os black blocs espancaram um rapaz colombiano que participava do movimento porque ele foi acusado de roubar R$ 500 dos “revolucionários” que lá estavam. O jovem foi parar no hospital. Repita-se: os black blocs, que saem por aí quebrando e incendiando o que lhes dá na telha, decidiram que têm também o poder de polícia e que lhes cabe se comportar como Justiça e executores das penas. Entendo: a extrema esquerda não reconhece os tribunais burgueses.

Faces doces da truculência 2 - Chico Alencar: até agora, silêncio sobre a violência

Faces doces da truculência 2 – Chico Alencar: até agora, silêncio sobre a violência

Agora vêm as perguntas e as respostas que aqueles intelectuais, colunistas e artistas querem esconder: quem comandava o movimento “Ocupa Câmara”? Quem se encarregava da infraestrutura? Quem cuidava da logística da ocupação? Quem lhe dava interlocução política? Resposta: o PSOL. Qual PSOL exatamente? Resposta: o PSOL do sr. Marcelo Freixo, deputado estadual do Rio de Janeiro e metido a pensador alternativo. O fato de ele ter combatido as milícias não o coloca acima do bem e do mal e acima dos fatos.

Está claro: o PSOL comandava a parte civil da ocupação, e os black blocs respondiam pela área militar do acampamento; faziam o trabalho de polícia.

Está aí mais uma evidência, como se faltassem outras, da associação definitivamente criminosa de um partido com um bando. A propósito: ainda que em escala menor, essa atuação dos mascarados é muito diferente do que fazem os justiceiros e as milícias — práticas que qualquer pessoa civilizada deve repudiar? Parece-me que não. Mas as Fadas Sininho querem levar a bomba do pirata para explodir longe do Peter Pan dos socialistas com vista para o mar.

Os idiotas tentam distorcer os fatos com a ideologia e gritam: “Querem demonizar o PSOL!”. Demonizar por quê? Qual é a força efetiva desse partido? Mobiliza as massas, as maiorias, a população em geral? A resposta é negativa. Ninguém está sendo demonizado. Trata-se apenas de reconhecer autorias.

Faces doces da truculência 3 - O novo Shopenhauer do jornalismo engajado, até agora, está mudo

Faces doces da truculência 3 – Wyllys, o Schopenhauer dos engajados, está mudo

Ocorre que esse partido reúne uns dois ou três que são queridinhos de parte da imprensa, dos artistas e de ditos intelectuais. Além de Marcelo Freixo, há os deputados federais Chico Alencar e Jean Wyllys, do Rio, e o senador Randolfe Rodrigues, do Amapá. A propósito: até agora, não se ouviu uma única palavra desses “líderes” condenando a violência — nada!

Para encerrar: de resto, é mentira que a dita “mídia” tenha decidido levar adiante a pauta da vinculação entre PSOL e outros financiadores e os black blocs. Ao contrário: o assunto sumiu da imprensa, Imaginem vocês se alguém descobrisse que vereadores e até um delegado doaram dinheiro para um “ato beneficente” de um grupo de extrema direita. Imaginem vocês se um partido considerado de “extrema direita” promovesse ações conjuntas com mascarados truculentos. A Polícia Federal já teria sido acionada, a grita na imprensa seria insuportável, e todos já estariam, COM RAZÃO, na cadeia. Como, no fim das contas, são apenas “camaradas” que querem mudar o mundo, por que eles não podem espancar e matar de vez em quando?

A face doce da truculência 4 - Randolfe, visto como referência ética

A face doce da truculência 4 – Randolfe, visto como referência ética

Sendo quem são e pensando o que pensam, há quem ache muito razoável que os black blocs sejam o PSOL de máscara e que o PSOL seja os black blocs com cara limpa e muita cara de pau.

Por Reinaldo Azevedo

 

Presidente da ONG ligada a Freixo, que fornece advogados para defender os black blocs, foi um dos dois maiores doadores de sua campanha; no Facebook, deputado recorre à tática do “enrolation”

Na sexta-feira, Lauro Jardim publicou, na coluna “Radar”, da VEJA.com, uma informação relevantíssima para que entendamos direito estes dias: o advogado João Tancredo doou nada menos de R$ 260 mil à campanha do deputado estadual Marcelo Freixo (PSOL-RJ) ao governo do Rio. É relevante por quê? Tancredo é o presidente da tal ONG chamada DDH (Defesa dos Direitos Humanos), que reúne advogados que, entre outras atividades, dedicam-se à defesa dos black blocs. Thiago de Souza Melo, o tesoureiro da ONG, é filiado ao PSOL e braço-direito de Freixo. Quando a tal Sininho foi acompanhar o depoimento de Fábio Raposo — um dos assassinos de Santiago Andrade —, telefonando, inclusive, para seu advogado, Jonas Tadeu Nunes, foi justamente para oferecer o auxílio dos doutores do DDH. Segundo Nunes, ela afirmou que falava em nome de Freixo — o que o deputado nega, é claro!

Então tá bom! O presidente de uma ONG que é vista no meio político como um braço operador do PSOL — e de Freixo em particular — doou R$ 260 mil para a sua campanha. Convenham: não é troco de pinga. Pois bem! Mandam-me aqui o texto que Freixo postou no Facebook. É impressionante o talento que tem esse rapaz para não responder as coisas que lhe dizem respeito e aproveitar para tentar jogar bombas no quintal de adversário. Abaixo, segue o texto que ele publicou em sua página (ou trata a si mesmo na terceira pessoa, como uma entidade, ou endossou o texto de alguém). Vamos ver (segue em vermelho; os destaques com números são meus). Volto depois.
*
O Radar Online, da revista Veja, publicou na tarde desta sexta-feira (14/02) que o advogado João Tancredo, dono do Escritório de Advocacia João Tancredo, doou R$ 260 mil à campanha de Marcelo Freixo à Prefeitura do Rio de Janeiro, em 2012. 1) A informação está correta.

2) A doação é totalmente legal e foi devidamente registrada na prestação de contas entregue à Justiça Eleitoral. Ela foi realizada em quatro parcelas, por transferência eletrônica. Do total, R$ 200 mil saíram do bolso do próprio advogado, que doou como pessoa física. O restante, R$ 60 mil, foi disponibilizado pelo Escritório de Advocacia João Tancredo. Junto com ele, mais de mil pessoas colaboraram com a campanha. Tudo foi devidamente registrado.

 Como Freixo, João Tancredo é militante dos Direitos Humanos e amigo de longa data do deputado. 3) Ele e Guilherme Peirão Leal, dono da Natura, foram os maiores doadores da campanha. Vale ressaltar que Guilherme colaborou como pessoa física.

4) João Tancredo também preside o Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH). Por isso, Marcelo Freixo repudia a leviana tentativa de usar estas doações como forma de associar a atuação da entidade ao seu mandato parlamentar, como tem sido feito exaustivamente sem qualquer embasamento.

5) Ao contrário de muitos candidatos, Freixo não é financiado por empreiteiras, como a Delta, e empresários de ônibus. O prefeito Eduardo Paes, por exemplo, logo após se reeleger, encaminhou à Câmara de Vereadores um pacote de projetos de lei que beneficiam construtoras que colaboraram com sua campanha e vão atuar em obras das Olimpíadas de 2016.

 6) Juntas, a Carvalho Hosken e Cyrela doaram R$ 1,15 milhão para Paes e para o PMDB. A Carvallho Hosken é a dona do terreno da futura Vila Olímpica e membro do consórcio Rio Mais, responsável pela construção do Parque Olímpico.

7) O prefeito arrecadou oficialmente R$ 21 milhões, sendo que 88% deste valor é oculto, não é possível saber a fonte porque foram destinados originalmente aos diretórios peemedebistas.

Uma contestação
Pena eu ter demorado para ler esse texto de Marcelo Freixo. Mesmo com atraso, comento. Fiz alguns destaques com números no texto publicado em sua página no Facebook para facilitar a resposta. E respondo.

1: A informação está correta? Ótimo.

2: Ninguém afirmou ou sugeriu que a doação fosse ilegal. O que é, como dizer?, muito significativo é que o presidente de uma ONG que serve à causa de Marcelo Freixo seja o principal doador de sua campanha eleitoral.

3: Por que Marcelo Freixo cita o dono da Natura, que não tem nada a ver com essa história? A que vem a referência? Trata-se, assim, de uma espécie de creme contra rugas ideológicas?

4: Releiam o item 4. Ou é maluquice ou é confusão deliberada. Transcrevo:“João Tancredo também preside o Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (DDH). Por isso, Marcelo Freixo repudia a leviana tentativa de usar estas doações como forma de associar a atuação da entidade ao seu mandato parlamentar (…)”. EPA, EPA, EPA!!! É O CONTRÁRIO, DOUTOR! JUSTAMENTE PORQUE JOÃO TANCREDO PRESIDE O DDH É QUE A DOAÇÃO É, COMO A GENTE PODE DIZER?, EXÓTICA! É um estranho método de argumentação o de Freixo! É mais ou menos como se você perguntasse a alguém:
— Você comeu o pedaço de bolo de chocolate que estava aqui?
E outro respondesse:
— Como eu poderia? Não está vendo que estou com a boca suja de bolo de chocolate?

5: As doações de empresas privadas são legais e são legítimas. Essa tática das esquerdas, de que Freixo é useiro e vezeiro, de sair gritando como escândalo o que escândalo não é pode servir para enganar os socialistas da Zona Sul, mas é trapaça argumentativa.

6: E daí? Qual é a ilegalidade que Freixo está denunciando? É a velha tática das esquerdas: sair atirando para todo lado para tentar desviar o foco. E o foco é a proximidade do PSOL com o banditismo dos black blocs.

7: Freixo recorre, de novo, à embromação: a doação feita a partido político é legal; não há nada de “oculto”, como ele afirma.

O texto de Freixo é um exercício primário de desconversa. Quanto mais ele esperneia, mais o seu PSOL se aproxima dos black blocs.

Por Reinaldo Azevedo

 

Zaccone, o delegado Pinóquio, tem chilique e confessa que mentiu à reportagem uma segunda vez. Já que foi desmascarado, que vista a máscara dos black blocs de vez!

O delegado Zaccone e Sininho, a ativista: na festa, o produto de um saque

O delegado Zaccone e Sininho, a ativista: na festa, o produto de um saque

Lembram-se do delegado Orlando Zaccone, o tal que é titular do 31º DP do Rio? Pois é… Flagrado na mentira, resolveu rodar a baiana, saltar das tamancas e vituperar contra a VEJA.com. Até aí… Ele fez circular em alguns blogs sujos o que seria uma resposta às reportagens da revista. Ela segue abaixo, em vermelho, com comentários meus, em azul. Como vocês verão, Zaccone admite a sua ligação com aqueles que chama ativistas e confessa que mentiu uma segunda vez.

EU CONHEÇO A SININHO!
Sim, claro que conhece! É o que evidenciam as reportagens de VEJA.com.

Sim. Eu conheço Elisa Quadros, a Sininho. Confirmei isso desde o primeiro contato feito pela Revista Veja sobre a minha doação para o evento “Mais amor menos capital”. Então quem é o Pinóquio nesta história?
O Pinóquio é o delegado Zaccone mesmo, é claro! Quando  VEJA.com o procurou, ele disse ter doado dinheiro para o evento e que Elisa Quadros, a Sininho, era uma completa desconhecida até então. Mais tarde, outra reportagem demonstrou que ele havia aparecido no tal evento que premiava o vandalismo bem antes da doação. Então foi Zaccone que mentiu para a reportagem. O Pinóquio é Zaccone.

1) O fato de ter sido comprovado em menos de 24 horas que a reportagem da Veja, ao tentar me vincular a um suposto financiamento da violência dos protestos, foi construída na má fé, uma vez que na planilha editada pela revista foram omitidos os gastos do evento, que incluía a compra de rabanadas, pão, papel, bem com o aluguel de cadeiras e pagamento de transporte, demonstra por si só quem está desde o início com dolo (a palavra agora está na moda) de mentir.
Mentira de novo! A reportagem deixava claríssimo que o tal evento não resultou em pancadaria, embora promovido, sim, pela turma dos black blocs. Transcrevo em itálico trecho, em que o delegado fala fartamente:
O delegado Zaccone confirmou ao site de VEJA ter doado 200 reais. Ele disse ter recebido um telefonema de Sininho, até então uma desconhecida para ele, propondo que participasse de um debate no evento “Ceia dos Excluídos”, em 23 de dezembro do ano passado. Como delegado de polícia, ele deveria apresentar sua visão sobre direito de manifestação, Copa do Mundo e cerceamento de liberdade. Segundo ele, advogados e representantes de movimentos sociais integravam o grupo. “Achei interessante falar na Cinelândia. Já dei palestras em universidades e me interesso pelo tema”, disse. “Fiz a doação para um evento cultural e vi para o que estava doando. Quando a Sininho ligou, explicou que estava buscando aproximação com instituições e pessoas que não visse o movimento com olhar criminalizante. A doação foi para o ‘Ocupa Câmara’, não foi para o Black Bloc. Não tenho nada a omitir em relação a isso. A Constituição garante o direito de se fazer tudo que não é proibido em lei. E, no Brasil não é proibido fazer doação para evento com distribuição de alimento”, afirmou. “Sou policial. Como vou financiar ou contribuir com pessoas que entram em conflito com policiais?”, disse.

2) A nova tentativa de me vincular às violências ocorridas nas manifestações tem agora toques inquisitórios. O delegado de polícia que conhece a “fadinha do mal”! Nunca neguei conhecer a Sininho, pelo simples fato de não existir nenhum impedimento jurídico, moral ou ético para isso. Conheci Elisa Quadros, assim como outros ativistas do movimento Ocupa Câmara, muitos que assim como ela foram presos e tiveram as respectivas prisões revogadas pela Justiça.
Enrolação! Quando a reportagem o procurou para falar sobre a doação, ele afirmou que jamais tinha entrado em contato com Sininho. Como ele foi desmoralizado pelos fatos, fica agora tendo faniquitos.

3) Elisa Quadros, pelo que eu e a Revista Veja sabemos, não é foragida da Justiça e nem tem nenhum mandado de prisão pendente. Ah, sim! Esqueci! Ela é apontada como sendo líder dos Black Blocs. Por quem? Pela própria Revista Veja.
Uma ova! A vinculação da moça com os black blocs é determinada pelos fatos, meu senhor!, não pela revista VEJA.

4) Outro aspecto da pretensa ofensa a mim dirigida pela Veja é ter estado na cerimônia de premiação organizada pela jornalista e humorista Rafucko que retrata de forma divertida o cenário das manifestações. A confusão entre a abordagem humorística e a realidade feita pela Veja muito se assemelha a perseguição e as ameaças sofridas pelo ator Fábio Porchat em razão do vídeo do Grupo Porta dos Fundos intitulado “Dura”. A Veja e alguns policias militares parecem compartilhar da mesma falta de humor.
Está misturando alhos com bugalhos. Uma peça de humor na Internet, por mais sem graça ou desastrada que seja, é uma obra de ficção. O delegado Zaccone participou de uma celebração em que estavam expostos manequins de uma loja que tinha sido saqueada. Se os criminosos não estavam presentes — muito provavelmente, sim! —, tinham ao menos levado para lá o produto do seu crime. Até onde sabe, a turma do “Porta dos Fundos” não apela a roubo para a sua cenografia. A comparação é estúpida. E o delegado está reprovado como humorista.

5) O que está em jogo não é o fato de eu ter conhecido a Sininho dois meses antes do evento para o qual fui por ela convidado e tão menos eu ter participado da premiação teatral realizada pelo meu amigo Rafucko. O que a Veja não tolera é um policial que despreza o Estado Policial! O que a Veja não tolera é um delegado de polícia que ao invés de aparecer em fotografias com empresários e políticos se dispõe a encontrar ativistas e pessoas que podem lhe oferecer muito mais do que todas as articulações empresariais, políticas e financeiras de uma revista comercial, através da sublime experiência da LIBERDADE.
Então mentiu de novo para a reportagem. O nariz continua a crescer. Quando indagado sobre a sua participação na festa, o que ele disse? Reproduzo trecho da outra reportagem: “Questionado sobre a foto, Zaccone explicou que foi convidado por Sininho, em outubro, para uma palestra em dezembro. O encontro na noite em que o vandalismo foi premiado foi ao acaso. De acordo com o delegado, ele apenas passou pelo evento na Cinelândia, onde encontrou algumas pessoas, e de lá seguiu para um show de Caetano Veloso e Marisa Monte no Circo Voador, na Lapa.”
No vomitório que lançou na Internet, nota-se que não foi lá por acaso, como disse. O tal “Rafucko” já virou “um amigo”. Se a data em que conheceu Sininho não importa, mentiu por quê? Se a sua participação na tal festa — decorada com objetos que eram frutos de um crime — também não tinha importância, por que mentiu uma segunda vez?

6) Por fim, quero consignar o imenso orgulho que sinto em poder ser fotografado e de participar de eventos ao lado de pessoas que pensam o país para além do capital financeiro. Sendo assim, por esta publicação de hoje não pretendo nenhum ressarcimento por danos morais. Estou com a moral elevada!
A Justiça — mesmo esta que o delegado deve achar “burguesa”… — existe, entre outras razões, para que aqueles que se sintam agravados busquem o devido desagravo. Se ele encontrar razões para pedir ressarcimento, que o faça. Seria uma boa oportunidade para que ficasse claro, nesse jogo de competências profissionais, quem cumpre os mandamentos da carreira que escolheu. Até onde se sabe, um delegado de polícia deve zelar pela lei e pela ordem, segundo os códigos escritos. E o papel de um jornalista e da imprensa é revelar ao público questões que são de interesse público.

7) Não esqueçam de pesquisar sobre a Privataria Tucana.
Isso é coisa de chicaneiro. Se o doutor sabe de alguma irregularidade praticada pelos tucanos e não denuncia aos órgãos competentes, sendo ele quem é, sendo ele um delegado, então é, além de tudo, um prevaricador. A propósito: Zaccone sabia ou não que os manequins que decoravam a festa eram roubados? Será que já não prevaricou ali? Afinal, aquele ato mereceu o prémio máximo na noite. Ele não viu nada de estranho?

Zaccone não é obrigado a ser policial. Se é, está obrigado a cumprir a lei. Ou, então, que meta logo uma máscara na cara, já que foi desmascarado.

E aí, José Mariano Beltrame?

Por Reinaldo Azevedo

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Blog Reinaldo Azevedo (VEJA)

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1 comentário

  • Edison tarcisio holz Terra Roxa - PR

    vamos criar uma cultura que o povo tenha que trabalhar para que o pais seja um pais digno e que tenha orgulho do que produz para que o brasil seja de primeiro mundo no futuro

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